Questão e22136ea-b8
Prova:UECE 2014
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a opção que traz um comentário INCORRETO sobre o texto 3.

Jorge de Lima (*1893, em União-AL †1953, no Rio de Janeiro), poeta, mas também médico e pintor, compôs seus primeiros poemas sob a égide passadista. Em 1925, no entanto, adere ao Modernismo, publicando um folheto intitulado O mundo do menino impossível, onde reúne alguns de seus poemas livres. O ano de 1928 foi o de Essa negra Fulô, talvez sua obra mais lida. O ano de 1935 é marcado por sua conversão ao Catolicismo. Passa, a partir de então, a construir uma obra marcada por uma temática cristã de sentido bíblico e apocalíptico. Em 1952, lança Invenção de Orfeu, um longo poema hermético dividido em 10 partes ou cantos, como Os Lusíadas, de Camões, por meio do qual o poeta, segundo suas palavras, queria modernizar a epopeia clássica. São ainda palavras de Jorge de Lima: “A ideia central desse poema [Invenção de Orfeu] é a epopeia do poeta olhado como herói diante das vicissitudes do mundo através do tempo e do espaço. O que atravessa o poema de ponta a ponta é o drama da Queda. Sem a Queda não haveria história, não haveria Epopeia. O poeta é o seu herói”. O texto 3 que vem a seguir foi extraído desse grande poema intitulado Invenção de Orfeu.

(Observação: Orfeu, personagem da mitologia grega, é considerado o músico por excelência, o músico e o poeta. Tocava lira e cítara, da qual teria sido o inventor.)


(LIMA, Jorge de. In: Invenção de Orfeu. Rio de
Janeiro: Edições de Ouro, 1967. p. 57-58.)

A
Nos dois primeiros versos, o vocábulo “chuva” se opõe ao vocábulo “estios”. Os dois são metafóricos: o primeiro significa tempos difíceis, e o segundo, tempos amenos.
B
Os pássaros que aparecem a partir do oitavo verso (linha 98) devem ser entendidos como animais terrenos que indicam a materialidade da vida.
C
Os vocábulos “serões” e “enganos” no terceiro verso (linha 93) apontam para a velhice, quando os sonhos permanecem, mesmo sem a expectativa de realização.
D
O poema constitui uma alegoria do desejo humano de libertar-se das contingências terrenas e atingir o plano da divindade.

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