Questão cf66659c-bc
Prova:ENEM 2010
Disciplina:Filosofia
Assunto:Mito e Filosofia, Filosofia e a Grécia Antiga

A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel fundamental para a produção do conhecimento e memória das civilizações antigas, porque

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A
eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos.
B
funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e deu origem às universidades modernas.
C
preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do conhecimento e permitiu sua transmissão a outros povos.
D
transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais importante da Antiguidade.
E
reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes e fez avançar a museologia antiga.

Gabarito comentado

M
Michel MelloMestre em Filosofia (PUC-Rio), Mestre e Doutor em Filosofia (Universidade de Basel / Suiça)
Eis uma questão fácil pela formulação, que pode ser difícil pelo conteúdo – comum à Filosofia e à História. A relevância para Filosofia parece maior do que para a História, somente num primeiro momento (!), pois foi graças à figura de Alexandre, o grande, parte do saber antigo ficou salvo. Resumidamente aqui vemos a importância de Alexandre, o Grande (chamado também de Alexandre Magno, do latim magnus, grande). Ele não era grego, no sentido que o próprio grego entendia por si mesmo, mas uma estrangeiro; nasceu na Macedônia, filho de Felipe, rei dessa região na época. Foi-lhe oferecida uma educação exemplar: simplesmente Aristóteles foi seu tutor. Alexandre  difundiu pelo mundo conhecido a cultura grega, sua literatura, filosofia e língua através de novas técnicas de guerra desconhecidas pelo mundo dos antigos. Sem saber, possivelmente por parcialidade histórica, Alexandre ao difundir a cultura grega através de um processo de conquista formando, assim, um império, destruiu a própria essência da pólis ou cidade-estado grega: sua autocefalia ou autogoverno. Simplesmente porque não eram os membros da pólis que se autogovernavam, os gregos passaram a não mais serem gregos, mas barbarói, bárbaros – aqueles que são governados por outro. Por isso, a cultura grega difundida pelo mundo e sua assimilação como cultura universal, inclusive durante o período romano, é chamada de HELENISMO, e não cultura helênica, para diferenciar essa daquela. Podemos, com certa imprecisão fatual, ousar dizer: que Alexandre junto com o cristianismo é o forjador da cultura ocidental na qual vivemos.
A biblioteca de Alexandria! Que sonhos nos deixa essa imagem! Fui um centro de saber sem pareceres na antiguidade, que reunia na cidade de Alexandria no norte da África (houve muitas Alexandrias durante o império alexandrino) as principais obras que tratavam do conhecimento do mundo até então.  Se considerarmos um época em que sequer havia a prensa, na qual todos os escritos eram copiados a mão, isso era incrível. Funestamente houve um incêndio. Biblioteca destruída – parte de nossa história em cinzas (assunto belíssimo para discussão, mas aqui hoje do tema). A grande interrogação para nós aqui é que se a Biblioteca de Alexandria não tivesse estado em chamas, seria o mundo igual a hoje? As pirâmides ... o pensamento desconhecido ... a política e as leis ... animais extintos .... tudo estava lá.
Agora, podemos melhor pensar as alternativas:
(a)    como errada, pois tudo o que foi dito, é de certa forma verdade, mas constitui um elemento pequeno do que de fato representou a Biblioteca de Alexandria.
(b)   Como errada, apesar de ter sido um ou o maior centro de pesquisas da época, a questão sobre a origem das universidades contemporâneas é um certa querela que podemos assim resumir:
a)      tiveram sua origem na Academia de Platão e no Liceu de Aristóteles;
b)      tiveram sua origem na Biblioteca de Alexandria;
c)       tiveram sua origem no séc. XII/XIII na Europa.
O professor aqui se vê inclinado à alternativa C, que futuramente iremos/podemos discutir.
(c)    como correta, simples porque está de acordo com o contexto histórico e fora de querelas filosófico-históricas.
(d)   Como errada, um certo sim e um certo não. De uma certa época, sim; de toda a antiguidade, certamente não.
(e)   Como errada, pois embora a proposição E esteja correta, não só em absoluto. Além da museologia diversas áreas avançaram, tiveram nascimento, principalmente foram pensada.

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