Platão, filósofo grego e um dos pensadores mais
influentes da história da filosofia, deixou quase toda
sua filosofia escrita em forma de diálogos. Na maioria
deles, Sócrates é a personagem principal que debate
com demais interlocutores os temas relevantes que
constituem, de certa forma, o todo da filosofia de
Platão. A forma de diálogo pode ser caracterizada como:
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: trata-se da natureza literária e metodológica dos diálogos platônicos — por que Platão escreveu em forma de diálogos e o que essa forma revela sobre seu método filosófico.
Resumo teórico conciso: Platão usa o diálogo como uma estratégia dialética: personagens (frequentemente Sócrates) discutem por perguntas e respostas, submetendo opiniões a exame crítico. Esse procedimento combina o elenchus (refutação socrática) com a maiêutica — técnica de "dar à luz" ideias pelo interrogatório — e visa a clarificar conceitos e chegar a definições mais fundadas. Textos fundamentais: Mênon, Apologia, República; referência explicativa: Stanford Encyclopedia of Philosophy (entrada "Plato").
Justificativa da alternativa C: A opção C descreve corretamente o diálogo como uma estratégia que privilegia a construção do pensamento de forma dialética através da maiêutica socrática. Isso corresponde ao papel didático-metodológico dos diálogos: não são relatos acidentais, mas instrumentos para examinar conceitos e desenvolver a reflexão filosófica.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Não demonstra ignorância sobre outras formas de escrita. A Grécia já dispunha de prosa e poesia; Platão escolheu o diálogo deliberadamente por motivos metodológicos.
B — Parcialmente enganosa. Embora a cultura grega valorizasse a oralidade, os diálogos platônicos não são simples mnemônicos; são obras escritas com propósito filosófico e literário, estruturadas para exercer a dialética.
D — Incorreta. Usar interlocutores não significa incapacidade intelectual de Platão; o recurso dramatiza o exame crítico e permite explorar posições diversas — é técnica filosófica, não sinal de incompetência.
E — Incorreta. A forma dialogal tinha fins pedagógicos, sim, mas sua função principal é epistemológica e metodológica (investigar e construir conceitos), não apenas «facilitar o uso» nas aulas da Academia.
Dica de prova: procure termos-chave como dialética, maiêutica e elenchus. Quando uma alternativa enfatiza método e construção conceitual, costuma ser a correta em questões sobre Platão.
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