“Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de ponta, em que são
feitos altos investimentos”. O comentário adequado sobre os componentes desse período inicial do
texto 3 é:
Texto 3
Facebook
Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de ponta, em que são feitos
altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior
rede social do mundo, o Facebook.
Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de Harvard (2004), ele e seus
amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os
amigos curtem. Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade – a primeira
versão do que se tornaria essa famosa rede social.
Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou como uma brincadeira:
Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual
a mais bonita. Outro detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou com a
colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin, reconhecido como o co-fundador do site.
De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse pequeno projeto/brincadeira
em uma empresa extremamente lucrativa, com mais de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de
50 bilhões de dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time Warner.
(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)
Gabarito comentado
TEMA CENTRAL: Trata-se de uma questão de interpretação de texto, especialmente de análise da presença ou ausência de aposto explicativo e das estratégias discursivas do autor.
COMENTÁRIO DA ALTERNATIVA CORRETA (B): A alternativa B é a correta porque identifica que o autor menciona o Vale do Silício sem fornecer um aposto explicativo, ou seja, sem detalhar o que é o lugar, confiando que o leitor já saiba do que se trata. Isso sinaliza um pressuposto de amplo conhecimento público. Segundo a norma-padrão (Cunha & Cintra; Bechara), o aposto explicativo “explica, esclarece ou especifica o termo anterior, estando geralmente entre vírgulas”. Se o autor omitisse essa explicação, é porque julga suficiente a notoriedade do termo.
COMO CHEGAR À RESPOSTA: Ao ler, preste atenção se o autor detalha termos potencialmente desconhecidos. A ausência de um esclarecimento indica que há uma confiança de que a comunidade leitora compreende o termo, estratégia comum em textos informativos quando se trata de conceitos amplamente divulgados.
ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS INCORRETAS:
A) “Vimos” indica retomada do que foi dito antes, mas não expressa necessariamente que é um texto antigo sendo reproduzido; é apenas coesão textual, um recurso comum para manter a linearidade do texto.
C) Os elementos citados (“indústria avançada, de ponta, altos investimentos”) não se relacionam à paisagem física, mas a características econômicas e tecnológicas do Vale do Silício.
D) “Altos investimentos” é, pela semântica, um aspecto positivo e não negativo; todos os elementos citados são positivos para o contexto do desenvolvimento econômico e tecnológico.
E) Não há oposição semântica entre “marcas econômicas” e “tecnopolo”; na verdade, ser um tecnopolo implica possuir investimentos e tecnologia, ou seja, há uma relação de complementaridade.
ESTRATÉGIAS ESSENCIAIS: Ao fazer questões como essa, localize o termo-chave e analise se o texto julga necessário explicá-lo. Lembre-se: quando não há aposto explicativo, é sinal de que o conhecimento sobre o termo é presumido como comum.
REFERÊNCIAS: Cunha & Cintra – “Nova Gramática do Português Contemporâneo”; Bechara – “Moderna Gramática Portuguesa”. Ambos reforçam a função semântica e discursiva do aposto nas orações.
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