Questão a1395630-9f
Prova:UNESP 2013
Disciplina:Filosofia
Assunto:Provas da Existência Divina: Ontologia, Cosmologia e Teleologia, A Experiência do Sagrado


Os fatos descritos na reportagem são compatíveis filosoficamente com uma concepção

"Religião sempre foi um negócio lucrativo." Assim começa uma reportagem da revista americana Forbes sobre os milionários bispos fundadores das maiores igrejas evangélicas do Brasil. A revista fez um ranking com os líderes mais ricos. No topo da lista, está o bispo Edir Macedo, que tem uma fortuna estimada em R$ 2 bilhões, segundo a revista. Em seguida, vem Valdemiro Santiago, com R$ 400 milhões; Silas Malafaia, com R$ 300 milhões; R. R. Soares, com R$ 250 milhões, e Estevan Hernandes Filho e a bispa Sônia, com R$ 120 milhões juntos. A Forbes também destaca o crescimento dos evangélicos no Brasil – de 15,4% para 22,2% da população na última década –, em detrimento dos católicos. Hoje, os católicos romanos somam 64,6% da população, ou 123 milhões de brasileiros. Os evangélicos, por sua vez, já somam 42 milhões, em uma população total de 191 milhões de pessoas.

A
teológico-protestante, baseada na valorização do sacrifício pessoal e da prosperidade material.
B
kantiana, que preconiza a possibilidade de se atingir a maioridade intelectual.
C
cartesiana, que pressupõe a existência de Deus como condição essencial para o conhecimento racional.
D
dialético-materialista, baseada na necessidade de superação do trabalho alienado.
E
teológico-católica, defensora da caridade e idealizadora de virtudes associadas à pobreza.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: a questão relaciona fenômenos sociais contemporâneos (líderes religiosos milionários, crescimento evangélico) com concepções religiosas sobre riqueza — trata-se de analisar qual quadro teórico explica a valorização da prosperidade material como sinal religioso.

Resumo teórico (claro e progressivo): a teologia protestante, especialmente em sua atual forma chamada "teologia da prosperidade", interpreta sucesso econômico como bênção divina e recompensa do esforço pessoal. Max Weber (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, 1905) já assinalou a ligação entre ética religiosa protestante e o estímulo ao ascetismo racional e ao êxito econômico. A reportagem descreve exatamente esse vínculo entre fé e prosperidade.

Justificativa da alternativa correta (A): os dados — bispos milionários, ênfase em riqueza e crescimento de igrejas evangélicas — são compatíveis com a teologia da prosperidade, que valoriza o sacrifício pessoal como meio para atingir prosperidade material e vê a riqueza como sinal de bênção divina. Isso casa com a formulação "valorização do sacrifício pessoal e da prosperidade material".

Análise das alternativas incorretas:

B — Kantiana: Kant trata de autonomia moral e da razão prática (imperativo categórico), não de relação entre religião e riqueza; não explicaria por que líderes religiosos acumulam fortuna.

C — Cartesiana: Descartes preocupa-se com dúvida metódica, cogito e argumentos para a existência de Deus como garantia do conhecimento, não com riqueza religiosa.

D — Dialético-materialista: Perspectiva marxista vê a religião como ideologia ou "ópio do povo" e critica elites religiosas que se beneficiam — isso é crítico, não compatível com "religião como negócio lucrativo" como justificativa teológica.

E — Teológico-católica: A tradição católica enfatiza caridade, opção pelos pobres e crítica à ostentação; portanto, não se alinha à idealização da riqueza religiosa apresentada.

Dica de interpretação: procure palavras-chave (ex.: "milionários bispos", "negócio lucrativo", "prosperidade") e relacione-as rapidamente a conceitos conhecidos (Weber; teologia da prosperidade). Elimine alternativas cuja ênfase teórica (autonomia moral, método cartesiano, crítica marxista, caridade católica) não dialoga com a ideia central do enunciado.

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