Em termos de Filosofia Política, Thomas Hobbes é um pensador da modernidade que apresenta concepções de poder muito próximas das ideias predominantes na nobreza de sua época. Sobre o pensamento deste autor, analise como V (verdadeira) ou F (falsa) as seguintes afirmações.

( ) Hobbes viveu no século XIX e defendeu com veemência o papel da liberdade de pensamento e de ação na sociedade dominada pelo poder absoluto dos Reis.
( ) De acordo com Thomas Hobbes, o homem, em seu estado de natureza, não dominaria seus impulsos e viveria em um ambiente de guerra de todos contra todos, pois, sem o controle do Estado, “o homem é lobo do homem”.
( ) Vivendo em um contexto em que começam a se construir ideias liberais, Hobbes, partidário do Absolutismo, faz de sua filosofia política uma defesa do papel do Estado no controle da ordem social.
( ) Hobbes defende a importância de uma espécie de contrato, pelo qual os súditos abdicam de suas liberdades e conferem poder soberano ao Rei, a quem compete decidir sobre o bem e o mal, sobre o justo e o injusto.
( ) Thomas Hobbes utiliza-se da figura do Leviatã para definir o papel do Estado: um gigante cuja carne é a mesma de todos os homens pertencentes ao Estado, a quem ele defende.

Marque a alternativa correta.

Alternativa correta: E — F, V, V, V e V

Tema central: A questão verifica conhecimentos sobre a filosofia política de Thomas Hobbes — especialmente seu diagnóstico do estado de natureza, a justificativa do poder soberano por meio do contrato e a metáfora do Leviatã. Saber situar historicamente o autor e diferenciar conceitos-chave (estado de natureza; contrato; soberania absoluta) é essencial.

Resumo teórico (progressivo): Hobbes (século XVII) — obras principais: Leviathan (1651) e De Cive (1642). Para Hobbes, no estado de natureza os indivíduos vivem numa condição insegura e conflituosa — o famoso "war of all against all" — o que justifica que racionais cedam direitos a um soberano através de um contrato social. O soberano (o Estado/Leviatã) detém autoridade suficiente para garantir a paz e a ordem; cabe-lhe fixar o justo e o injusto. A imagem do Leviatã representa o Estado como um corpo artificial formado por todos os súditos.

Justificativa da resposta (por afirmação):

• (1) Falsa — Hobbes viveu no século XVII, não no XIX; e, embora valorizasse paz e segurança, defendia autoridade soberana forte, não uma ênfase liberal irrestrita na liberdade individual frente ao Rei.
• (2) Verdadeira — o estado de natureza hobbesiano é marcado pela competição e insegurança (“war of all against all”, expressões como homo homini lupus são associadas ao diagnóstico hobbesiano).
• (3) Verdadeira — em contexto pré‑liberal, Hobbes defende o absolutismo do soberano como condição para ordem social; sua proposta é contrária ao anarquismo do estado de natureza.
• (4) Verdadeira — o contrato hobbesiano implica renúncia de direitos individuais ao soberano, que passa a decidir sobre o justo/injusto e garantir a ordem.
• (5) Verdadeira — o Leviatã é a metáfora do Estado‑personificado: um gigante cuja "carne" é a reunião dos corpos dos súditos.

Análise das alternativas da prova: A alternativa E corresponde exatamente à sequência correta. As demais (A, B, C, D) falham sobretudo por atribuir a Hobbes data/posições anacrônicas (século XIX; defesa irrestrita de liberdades) ou por inverter a avaliação das proposições 3–5.

Fontes recomendadas: Thomas Hobbes, Leviathan (1651); Stanford Encyclopedia of Philosophy — entry "Thomas Hobbes".

Estratégia para provas: ao ver datas e afirmações históricas, cheque anacronismos; identifique frases‑chave (estado de natureza, contrato, soberania, Leviatã) e compare com a doutrina essencial do autor.

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