Podemos caracterizar a mitologia como resultante dos primeiros esforços do ser humano no Ocidente para dar explicações
para as coisas e atribuir sentido à realidade. Com base nesta compreensão, é correto afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: a relação entre mitologia e o nascimento da filosofia na Grécia antiga. É preciso entender mitos como explicações simbólicas e a filosofia pré-socrática como um movimento que buscou explicações racionais e sistemáticas, sem apagar toda a herança mítica.
Resumo teórico (claro e progressivo): Mitologia = narrativas que dão sentido ao mundo (deuses, origens, rituais). Surgiu em tradição oral; serviu para explicar fenômenos, organizar valores e memória coletiva. Filosofia pré-socrática = tentativas de explicar a physis (natureza) por princípios naturais (água, ar, apeiron, átomo etc.), usando argumentação e busca de causas. Houve continuidade e ruptura: os filósofos retomaram temas míticos (origem, mudança) mas procuraram explicações menos personificadas e mais racionais. (Fontes: Kirk, Raven & Schofield; Jonathan Barnes; Mircea Eliade como teoria do mito.)
Por que C está correta: Os mitos foram fundamentais para o pensamento ocidental: ofereceram perguntas, imagens e problemas que os primeiros filósofos transformaram em questões racionais. Assim, a mitologia contribuiu para o surgimento da filosofia — não como equivalente, mas como matriz cultural e temática.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta: mitos foram em grande parte orais e não são “registros fiéis” da realidade histórica; não são documentos objetivos nem científicos.
B — Incorreta: subestima o papel civilizatório dos mitos; embora vinculados a religiões, cumpriram funções cognitivas e sociais decisivas, não apenas dominação.
D — Incorreta: exagera a ruptura. Pré-socráticos criticaram explicações mitológicas, mas não foram mera negação: há continuidade de temas e linguagem metafórica.
E — Incorreta: confunde e reduz distinções. Mito e filosofia não se confundem — têm métodos e objetivos distintos; a diferença não se resume apenas ao “rigor metodológico”.
Dica de prova: desconfie de alternativas absolutistas (sempre, nunca, total oposição). Procure continuidade/ruptura nas questões históricas.
Fontes rápidas: Kirk, Raven & Schofield — História da Filosofia Pré-Socrática; Mircea Eliade — Estudos sobre mito.
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