Questão 86c800cb-b4
Prova:UFV-MG 2018
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando as características do gênero do texto III, é correto afirmar que a principal intenção da autora é:

Leia atentamente o texto III para responder às questões 6 e 7.

Texto III

Dependência Digital
Por Gabriela Cabral

A dependência digital é a busca incessante pela utilização da internet que age de forma semelhante à dependência química, pois ocorre como consequência do uso prolongado da internet que, por sua vez, proporciona prazer físico à pessoa. Tal prazer está relacionado a fatos e reações simples como downloads, interatividades, e-mails, que em contato direto com o organismo originam descargas elétricas entre os neurônios através da dopamina.
A dopamina é um neurotransmissor que antecede naturalmente a adrenalina e a noradrenalina que atuam no organismo como estimulantes do sistema nervoso central. A dependência digital estimula a produção da dopamina e provoca uma grande sensação de prazer resultando na busca por tais momentos.
Em pesquisa realizada no ano de 1997, pela pesquisadora Diane Wieland, dos Estados Unidos, foi afirmado que o uso prolongado desta ferramenta facilitadora de buscas e pesquisas promove além do estado vicioso de dependência, relacionamentos interpessoais baseados em fatores supérfluos e sem envolvimentos. Na pesquisa, foi comprovado que pessoas que utilizam a internet em grande escala se tornam virtuais, pois aderem a relacionamentos íntimos, de amizade e de competições virtuais transformando o próprio organismo num organismo virtual.
A dependência digital provoca compulsão, depressão, TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), agitação, irritabilidade, perda de sentimentos e perturbação. A perturbação está ligada às preocupações com a rede, com o tempo em que está on-line, com a percepção de sua necessidade de permanecer na internet, o distanciamento de amigos e familiares e ainda com o refúgio que a rede lhe proporciona diante de problemas.
Do ponto de vista psicológico, a dependência digital é uma patologia e ocorre em alguns casos, não acometendo todos os usuários. Quando se transforma em patologia, deve ser percebida e encaminhada para um profissional competente para que esse auxilie o indivíduo na busca do autocontrole.

Fonte: DANTAS, Gabriela Cabral da Silva. "Dependência Digital"; Brasil Escola.Disponível em<https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/dependencia-digital.htm>.Acesso em 28 de julho de 2018.

A
enumerar os efeitos negativos da dependência tecnológica.
B
apresentar os resultados da pesquisa feita por Diane Wieland, em 1997.
C
demonstrar que nem todos os casos de dependência tecnológica são de uma patologia.
D
relacionar a dependência tecnológica à dependência química, apresentando sintomas semelhantes entre ambas.

Gabarito comentado

Q
Qesia Nunes Monitor do Qconcursos

Comentário – Interpretação de Texto e Gênero Textual

Tema central: A questão aborda interpretação de texto, especificamente a identificação da intenção comunicativa no gênero artigo de opinião. Esse conhecimento é fundamental em vestibulares e concursos, pois permite compreender o foco argumentativo do autor.

Análise da alternativa correta – D:
A alternativa D está correta porque a principal intenção da autora ao longo do texto é relacionar a dependência tecnológica à dependência química, ilustrando que ambas envolvem mecanismos semelhantes no organismo, como a atuação da dopamina e sintomas que remetem à compulsão e outros distúrbios. Essa estratégia é típica do artigo de opinião argumentativo: defender uma tese, demonstrando analogias e apresentando efeitos para convencer o leitor. Os trechos iniciais (“...age de forma semelhante à dependência química...”) e o desenvolvimento dos argumentos reforçam essa comparação ao longo do texto.

Regra/conceito aplicado: Segundo gramáticos como Evanildo Bechara, para identificar o foco de um texto argumentativo, é preciso notar a tese apresentada e defendida com exemplos, dados ou comparações. Estratégias de comparação e analogia são recorrentes em dissertações.

Análise das alternativas incorretas:

  • A) "Enumerar os efeitos negativos" – O texto cita efeitos negativos, mas esse não é o objetivo principal, e sim a comparação entre dependências.
  • B) "Apresentar os resultados da pesquisa..." – A pesquisa de Diane Wieland é usada para fundamentar um ponto, sem ser o foco central.
  • C) "Demonstrar que nem todos os casos..." – O texto toca nesse aspecto, observando que nem todo uso configura patologia; porém, essa não é a mensagem central.

Estratégia para questões desse tipo: Sempre identifique palavras-chave (ex.: “semelhante”, “proporciona prazer como”) e observe se o texto faz analogias ou comparações predominantes, pois isso geralmente revela a intenção central.

Referências: Marcuschi (gêneros textuais), Bechara (gramática), Manual de Redação da Presidência da República (coerência e clareza).

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