A alternância entre o uso da primeira pessoa do singular em “Eu tenho resistido o quanto posso” e da
primeira pessoa do plural em “não podemos nos acoelhar” pelo locutor, no texto I, tem como efeito de
sentido:
Leia o texto I para responder à questão
Texto I
'Eu tenho resistido o quanto posso', diz Temer a parlamentares
Brasília, 18 - Ao agradecer o apoio que os parlamentares têm dado ao governo e apelar pela aprovação da
reforma da Previdência, no café da manhã, no Palácio da Alvorada, o presidente Michel Temer disse que "o
governo só resistiu porque nós estamos trabalhando juntos, o Executivo e o Legislativo". E desabafou: "Eu
tenho resistido o quanto posso."
Em seguida, sem se referir diretamente às investigações da Operação Lava Jato, que atingiram todos os
setores, Temer emendou: "não podemos nos acoelhar". Ele reconhece que existe uma "situação delicada",
mas ressalvou: "(Situação) delicada, deixemos para o Judiciário e, no mais, o Executivo e o Legislativo
trabalham". (...)
Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/04/18/interna_politica,863090/
eu-tenho-resistido-o-quanto-posso-diz-temer-a-parlamentares.shtml.
Acesso em 18 de abril de 2017. Adaptado.
Leia o texto I para responder à questão
Texto I
Brasília, 18 - Ao agradecer o apoio que os parlamentares têm dado ao governo e apelar pela aprovação da reforma da Previdência, no café da manhã, no Palácio da Alvorada, o presidente Michel Temer disse que "o governo só resistiu porque nós estamos trabalhando juntos, o Executivo e o Legislativo". E desabafou: "Eu tenho resistido o quanto posso." Em seguida, sem se referir diretamente às investigações da Operação Lava Jato, que atingiram todos os setores, Temer emendou: "não podemos nos acoelhar". Ele reconhece que existe uma "situação delicada", mas ressalvou: "(Situação) delicada, deixemos para o Judiciário e, no mais, o Executivo e o Legislativo trabalham". (...)
Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/04/18/interna_politica,863090/ eu-tenho-resistido-o-quanto-posso-diz-temer-a-parlamentares.shtml. Acesso em 18 de abril de 2017. Adaptado.
Gabarito comentado
Tema central da questão: Interpretação de texto com foco no efeito de sentido gerado pela alternância entre primeira pessoa do singular (“eu”) e primeira pessoa do plural (“nós”). Esse tipo de análise exige atenção ao pronome usado pelo locutor e à intenção por trás desse uso.
Justificativa da alternativa correta (B):
No trecho, quando Temer diz “Eu tenho resistido o quanto posso”, ele assume sozinho a responsabilidade, usando primeira pessoa do singular. Em seguida, ao afirmar “não podemos nos acoelhar”, muda para primeira pessoa do plural, diluindo a responsabilidade e compartilhando as ações com os demais parlamentares.
Segundo Celso Cunha & Lindley Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo), a alternância entre pronomes pessoais pode colocar em segundo plano as ações individuais ao favorecer uma ideia de coletividade. Portanto, a escolha da alternativa B) colocar em segundo plano as suas ações. está correta.
Análise das alternativas incorretas:
A) demonstrar o poder exercido pelo locutor. — Se fosse essa a intenção, o discurso enfatizaria o “eu” continuamente, reforçando a autoridade. Aqui, o efeito é justamente dividir a responsabilidade.
C) reconhecer a função do Judiciário nas investigações. — Esse aspecto até é citado no texto, mas não se relaciona à alternância entre “eu” e “nós”, que é o ponto central da questão.
D) apresentar um posicionamento contrário à Operação Lava Jato. — Não há no trecho nada que indique oposição à Operação Lava Jato. O foco é sobre resistência e união nas ações do Executivo e Legislativo.
Estratégia de prova: Ao identificar trocas entre pessoas do discurso, sempre se questione sobre o objetivo do locutor: assumir responsabilidade, compartilhar, minimizar ou realçar ações. A alteração pro plural, como lembra Bechara, frequentemente ameniza a exclusividade do sujeito nas ações, sendo útil para discursos políticos e coletivos.
Dica final: Esteja atento quando a prova enfatizar pronomes e formas verbais: mudanças pequenas costumam ser peças-chave para o sentido pretendido.
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