Questão 3ad349a0-b2
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Sobre a expressão “parafuso a mais” presente na passagem “Grandin tem um parafuso a mais quando se trata do bem-estar
dos bichos.”, é correto afirmar que se trata de
Sobre a expressão “parafuso a mais” presente na passagem “Grandin tem um parafuso a mais quando se trata do bem-estar
dos bichos.”, é correto afirmar que se trata de
Leia o texto para responder à questão.
Temple Grandin empacou diante da porteira. Alguns parafusos cravados na madeira lhe saltaram aos olhos.
“Tem que limar a cabeça desses parafusos, se não o gado pode se machucar”, aconselhou à dona da fazenda,
Carmen Perez, que ao lembrar a cena comentou: “Sempre passo no curral antes do manejo, observo tudo, dizem
que tenho olho biônico, e ela notou uma coisa que eu não tinha visto.”.
Grandin tem um parafuso a mais quando se trata do bem-estar dos bichos. Professora de ciência animal,
ela é autista e dona de uma hipersensibilidade visual e auditiva. Tocada pelas angústias do gado desde a
juventude, ela compreendia por que a rês recuava na hora da vacinação, por que atacava um vaqueiro, por que
tropeçava, por que mugia. Grandin traduziu esse entendimento em projetos que propunham mudanças no manejo.
Hoje, instalações criadas por ela são familiares a quase metade dos bovinos nos Estados Unidos. O Brasil, com seus
quase 172 milhões de cabeças de gado, segundo o Censo Agropecuário de 2017, vem aos poucos fazendo ajustes
alinhados com as propostas da americana.
Em julho passado, Grandin, hoje com 71 anos, veio ao Brasil pela sexta vez. Na fazenda Orvalho das Flores,
localizada em Barra do Garças (MT), ela testemunhou como a equipe de Perez conduz suas 2 980 cabeças de Nelore,
raça predominante no país. Os vaqueiros massageiam os bezerros, não gritam com os bois, tampouco deixam capas
de chuva, correntes ou chapéus no caminho dos animais.
A engenheira agrônoma Maria Lucia Pereira Lima foi aluna de pós-doutorado de Grandin na Universidade
do Estado do Colorado, em Fort Collins, em 2013. Viajara aos Estados Unidos para aprender como medir o
bem-estar dos bovinos e se inteirar de inovações que pudessem ser implantadas em currais brasileiros. Uma delas,
por exemplo, tranquiliza o animal conduzido à vacinação: o gado em geral se via obrigado a passar espremido
por espaços afunilados. Grandin projetou um acesso em curva, sem cantos, que dá à rês a ilusão de que voltará ao
ponto de partida. Outra: uma lâmpada acesa na entrada do tronco de contenção – o equipamento que permite o
manejo individual do boi – a indicar o trajeto reduziu em até 90% o uso de choque elétrico durante o processo.
[...]
No auditório da universidade, outros pesquisadores se revezavam no palco discutindo aspectos econômicos e
sociais relacionados ao bem-estar animal. O tempo de manejo cai pela metade nos estabelecimentos agropecuários
que seguem os manuais de Grandin. De ovos transportados com cuidado nascem pintinhos sadios. Sem falar
na melhor qualidade de vida de quem lida com esses bichos. Vaqueiros bem treinados sofrem menos acidentes
no trabalho e desenvolvem uma relação mais harmoniosa nos casamentos. “A melhoria do bem-estar animal
melhora o bem-estar humano”, afirmou o zootecnista Mateus Paranhos da Costa, da Universidade Estadual Paulista.
Monica Manin <https://tinyurl.com/y8xeoqul> Acesso em: 12.10.2018. Adaptado.
Leia o texto para responder à questão.
Temple Grandin empacou diante da porteira. Alguns parafusos cravados na madeira lhe saltaram aos olhos.
“Tem que limar a cabeça desses parafusos, se não o gado pode se machucar”, aconselhou à dona da fazenda,
Carmen Perez, que ao lembrar a cena comentou: “Sempre passo no curral antes do manejo, observo tudo, dizem
que tenho olho biônico, e ela notou uma coisa que eu não tinha visto.”.
Grandin tem um parafuso a mais quando se trata do bem-estar dos bichos. Professora de ciência animal,
ela é autista e dona de uma hipersensibilidade visual e auditiva. Tocada pelas angústias do gado desde a
juventude, ela compreendia por que a rês recuava na hora da vacinação, por que atacava um vaqueiro, por que
tropeçava, por que mugia. Grandin traduziu esse entendimento em projetos que propunham mudanças no manejo.
Hoje, instalações criadas por ela são familiares a quase metade dos bovinos nos Estados Unidos. O Brasil, com seus
quase 172 milhões de cabeças de gado, segundo o Censo Agropecuário de 2017, vem aos poucos fazendo ajustes
alinhados com as propostas da americana.
Em julho passado, Grandin, hoje com 71 anos, veio ao Brasil pela sexta vez. Na fazenda Orvalho das Flores,
localizada em Barra do Garças (MT), ela testemunhou como a equipe de Perez conduz suas 2 980 cabeças de Nelore,
raça predominante no país. Os vaqueiros massageiam os bezerros, não gritam com os bois, tampouco deixam capas
de chuva, correntes ou chapéus no caminho dos animais.
A engenheira agrônoma Maria Lucia Pereira Lima foi aluna de pós-doutorado de Grandin na Universidade
do Estado do Colorado, em Fort Collins, em 2013. Viajara aos Estados Unidos para aprender como medir o
bem-estar dos bovinos e se inteirar de inovações que pudessem ser implantadas em currais brasileiros. Uma delas,
por exemplo, tranquiliza o animal conduzido à vacinação: o gado em geral se via obrigado a passar espremido
por espaços afunilados. Grandin projetou um acesso em curva, sem cantos, que dá à rês a ilusão de que voltará ao
ponto de partida. Outra: uma lâmpada acesa na entrada do tronco de contenção – o equipamento que permite o
manejo individual do boi – a indicar o trajeto reduziu em até 90% o uso de choque elétrico durante o processo.
[...]
No auditório da universidade, outros pesquisadores se revezavam no palco discutindo aspectos econômicos e
sociais relacionados ao bem-estar animal. O tempo de manejo cai pela metade nos estabelecimentos agropecuários
que seguem os manuais de Grandin. De ovos transportados com cuidado nascem pintinhos sadios. Sem falar
na melhor qualidade de vida de quem lida com esses bichos. Vaqueiros bem treinados sofrem menos acidentes
no trabalho e desenvolvem uma relação mais harmoniosa nos casamentos. “A melhoria do bem-estar animal
melhora o bem-estar humano”, afirmou o zootecnista Mateus Paranhos da Costa, da Universidade Estadual Paulista.
Monica Manin <https://tinyurl.com/y8xeoqul> Acesso em: 12.10.2018. Adaptado.
A
um trocadilho, pois o autor estabelece uma relação entre o nome da professora, “Grandin”, e a pronúncia informal
do diminutivo “grandinho” (“grandim”).
B
uma aliteração, pois o autor procura representar a dureza da lide com animais de grande porte por meio de repetição
das consoantes “p”, “t” e “r”.
C
uma assonância, pois o autor deseja representar sua visão otimista do trabalho da professora ao repetir as vogais
abertas “a” e “o”.
D
uma metáfora, pois o autor inverte a imagem utilizada para representar loucura a fim de expressar a habilidade
da professora.
E
uma silepse de número, pois o verbo “tratar-se” deveria estar no plural para concordar com o sujeito “bichos”.