O fim do comunismo na Europa Oriental e na União Soviética, entre 1989 e 1991, foi um fato inesperado para a
maioria da comunidade acadêmica e política, pois ele não apresentava sinais aparentes de deterioração. O
historiador Mark Mazower declarou: “A liberdade foi a consequência; o desejo de liberdade não foi necessariamente
a causa”. Segundo essa afirmação e os conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: a queda do comunismo na Europa Oriental e na URSS (1989–1991) é um processo multifatorial — econômico, político e social — em que a mobilização popular teve papel importante, mas muitas vezes decisivo apenas nas etapas finais. A frase de Mark Mazower (“A liberdade foi a consequência; o desejo de liberdade não foi necessariamente a causa”) indica que mudanças estruturais e decisões políticas criaram condições em que a liberdade tornou-se possível.
Resumo teórico: fatores combinados explicam o colapso — estagnação econômica e crise da indústria pesada; desabastecimento e deterioração do padrão de vida; perda de legitimidade dos partidos únicos; reformas de Gorbachev (glasnost e perestroika) e a opção soviética por não usar força para manter os satélites; e, por fim, ondas de protesto e transições políticas (com destaque à Polônia, onde Solidarnosc abriu caminho já em 1989).
Por que E está correta:
A descreve corretamente a natureza multifatorial do colapso: crise econômica e social prolongada, partidos únicos em declínio e lutas populares que se tornam decisivas principalmente no desfecho — salvo exceções (Polônia). Esse enunciado integra causas estruturais e contingenciais, coerente com a literatura histórica.
Análise das alternativas incorretas
A — simplifica o processo atribuindo o fim ao Muro de Berlim e à legitimidade de Solidariedade como causa única; além disso mistura cronologias e exagera a ideia de que isso imediatamente levou à modernização econômica.
B — exagera a primazia dos interesses do capital ocidental como causa determinante. Houve influência e pressão por reformas de mercado, mas o colapso teve raízes internas básicas (econômicas e políticas) e decisões soviéticas próprias.
C — confunde correlação e causalidade: tratados de desarmamento e fim da Guerra Fria foram relevantes, mas não foram a causa direta da dissolução do comunismo; a URSS dissolveu-se por crises internas e políticas, não apenas pelos acordos nucleares.
D — aponta um fator real (a desistência soviética de intervir) mas o trata como único preponderante. A retirada de apoio de Moscou foi crucial, porém insuficiente para explicar sozinha o colapso sem as crises econômicas e a delegitimação interna.
Fontes sugeridas: Archie Brown, The Gorbachev Factor; textos de Mark Mazower; obras de historiadores como Eric Hobsbawm e análises sobre 1989–1991.
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