Pré-História: o que foi, principais acontecimentos e como cai no Enem

Publicado em: 27/07/2023

A pré-história compreende ao período do surgimento dos primeiros hominídeos do gênero homo até o surgimento da escrita. Hoje existe apenas uma espécie do gênero homo, o Homo sapiens, espécie da qual pertencemos, mas durante a pré-história diversas espécies humanas existiram e coexistiram, passando por evoluções significativas até se tornar o Homo sapiens de hoje.

Durante a pré-história, o ser humano sai de um estado de nomadismo e utilização de instrumentos rudimentares de pedra para seres sedentários, vivendo em cidades, dominando a agricultura e manuseando complexas ferramentas de metais. Tudo isso levou centenas de milhares de anos para acontecer, passando por diversas espécies do gênero homo e intensas migrações que fizeram o ser humano ocupar o planeta Terra.

Períodos da Pré-História

Por ser um período muito longo, é comum os historiadores dividirem a pré-história em períodos, conforme a organização social do ser humano naquele momento.

Paleolítico

O primeiro período da pré-história é chamado de Paleolítico. Nele, as espécies humanas que existiam viviam em um estilo nômade, ou seja, não possuíam moradia fixa. Eram caçadores-coletores, viviam do que conseguiam coletar e caçar na natureza, e viviam em grupos pequenos, de no máximo 40 pessoas, já que conseguir alimento para alimentar muitos indivíduos era difícil.

No Paleolítico, a espécie Homo erectus aprendeu a manusear o fogo, o que representou um grande ganho para a humanidade. Com o fogo, os seres humanos podiam utilizar luz no período noturno, afastar animais e, principalmente, cozer alimentos, que significava um ganho de calorias substancial. Além disso, as ferramentas e instrumentos utilizados pelos seres humanos no período Paleolítico eram majoritariamente de pedra lascada, sem esmero ou polimento humano, até por isso o período ficou conhecido como Idade da Pedra Lascada.

Neolítico

O segundo período da pré-história é o Neolítico, também conhecido como Idade da Pedra Polida. Durante a maior parte do Neolítico, o ser humano utilizava instrumentos de pedra e ossos mais elaborados, resultando em itens mais efetivos para corte, caça e uso cotidiano. Além disso, no Neolítico, os seres humanos passaram a fixar moradia, tornando-se sedentários, e isso graças ao domínio da agricultura e da domesticação de animais, no que ficou conhecido como Revolução Agrícola. Com isso, se antes tornava-se difícil obter alimento para alimentar grupos acima de 50 pessoas, agora os seres humanos conseguiam obter com a agricultura alimento suficiente para alimentar milhares de pessoas em pequenas extensões de terra.

A agricultura levou ao surgimento das primeiras cidades. Na região conhecida como Crescente Fértil (corresponde à faixa de terra atual que vai do Egito ao Iraque), banhada por rios como o Nilo, Jordão, Tigre e Eufrates, cidades relevantes com milhares de habitantes começam a florescer. Também é nesse período que o ser humano aprende a fundir os metais, dando forma a espadas, lanças e ferramentas bem mais elaboradas, eficientes e duradouras, iniciando o que ficou conhecido como Idade dos Metais.

Idade dos metais

A Idade dos Metais se divide em três períodos, conforme o metal mais utilizado em cada um deles. Primeiro tivemos a Idade do Cobre, metal mais simples de se obter e manusear. Depois, a Idade do Bronze, metal não existente na natureza, e sim resultado de uma liga metálica entre cobre e estanho. A adição de estanho ao cobre dava mais resistência ao metal, além de diminuir a oxidação. O uso do bronze se iniciou entre os egípcios e os sumérios na Mesopotâmia, logo se espalhando por todo o Crescente Fértil e Europa, chegando até a China.

Por fim, temos a Idade do Ferro. Esse elemento químico, apesar de ser bem mais abundante que o cobre ou o estanho, demorou a ser utilizado devido à maior dificuldade em fundi-lo. Porém, uma vez desenvolvida a técnica, passou a ser a matéria-prima principal de muitos utensílios, devido a sua grande resistência, usado em boa parte das sociedades humanas do período.

Arte na Pré-história

Além do uso dos metais, a Pré-história é conhecida pela arte. As famosas artes rupestres são bem conhecidas e normalmente consideradas símbolos desse período. Consistiam em pinturas feitas nas paredes ou tetos das cavernas ou de rochas ao ar livre, trazendo representações de seres humanos, animais e cenas do cotidiano como caças ou rituais. Essas artes eram feitas com tintas ou incisões nas rochas. O Brasil possui muitos registros de arte rupestre, sendo as mais conhecidas as da região da Serra da Capivara, no Piauí, que possui o maior acervo americano de tal arte.

Com a vida sedentária, a prática de agricultura, a urbanização e a formação de estados centralizados, surge a necessidade de contabilizar e registrar a produção agrícola, contagem da população e coleta de impostos, nascendo assim os primeiros tipos de escrita. É justamente o surgimento da escrita, sendo a primeira que se tem registro a escrita cuneiforme da antiga Mesopotâmia, o marco que finda a Pré-História.

Pré-História no ENEM

Pré-história não é um tema recorrente no ENEM, sendo cobrado, quando existente na prova, a parte artística do período pré-histórico.

Enem 2020

A arte pré-histórica africana foi incontestavelmente um veículo de mensagens pedagógicas e sociais. Os San, que constituem hoje o povo mais próximo da realidade das representações rupestres, afirmam que seus antepassados lhes explicaram sua visão do mundo a partir desse gigantesco livro de imagens que são as galerias. A educação dos povos que desconhecem a escrita está baseada sobretudo na imagem e no som, no audiovisual.

KI-ZERBO. J. A arte pré-histórica africana. In KI-ZERBO, J. (Org) Historia geral da África, I. metodologia e pré-história da África. Brasília: Unesc, 2010.

Conforme o texto, a arte mencionada é importante para os povos que a cultivam por colaborar para o(a)

a) transmissão dos saberes acumulados.

b) expansão da propriedade individual.

c) ruptura da disciplina hierárquica.

d) surgimento dos laços familiares.

e) rejeição de práticas exógenas.

Resposta correta: Item A

A arte rupestre era uma forma de transmissão do conhecimento, da compreensão do mundo daqueles seres humanos, já que retratava cenas do cotidiano, a caça e rituais religiosos e fúnebres. Esses registros passavam para as gerações futuras, tornando-se fontes de conhecimento e transmissão da cultura.