O nome “metafísica” (meta: “depois”, “após” +
tà physica: “aqueles da física”) surge por acaso.
Andrônico de Rodes organizou as obras de
Aristóteles sobre o tema, colocando-as depois dos
tratados de Física ou da natureza.
Segundo Marilena Chauí, a metafísica consiste na
construção de um sistema teórico a partir da investigação
filosófica em torno de uma pergunta fundamental: “O que
é?”. (CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo:
Ática, 2005, p. 180). Com base na afirmação acima,
assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Explicação didática
A afirmação está correta porque explica a origem histórica do termo metafísica. O título não resultou de uma definição conceitual originária de Aristóteles, mas de uma colocação editorial posterior.
Resumo teórico e histórico
Na organização do corpus aristotélico feita por Andrônico de Rodes (século I a.C.), as obras que tratavam de "ser em si", princípios e causas primeiras foram agrupadas e colocadas imediatamente após os tratados da Física. Daí o rótulo grego tà meta ta physika — literalmente, "as [obras] depois das [obreas] sobre a física". Por isso surgiu o nome metafísica como designação de conjunto, e não como termo originário da própria investigação aristotélica sobre o ser.
Fontes clássicas e estudos contemporâneos (por exemplo, entrada sobre a "Metaphysics" na Stanford Encyclopedia of Philosophy e comentários sobre a edição de Andrônico) confirmam essa origem editorial e a caracterizam como um acaso histórico que virou etiqueta filosófica.
Por que isso responde corretamente à afirmação de Marilena Chauí?
Chauí destaca a metafísica como investigação da pergunta fundamental "O que é?" — descrição do conteúdo. A parte histórica explicada na questão complementa isso: o nome veio do lugar em que tais tratados foram colocados, não de um rótulo intencional de Aristóteles. Assim, afirmar que o nome surgiu por acaso (decorrente da organização de Andrônico) é historicamente preciso.
Dica de prova: em questões sobre termos filosóficos, distingua sempre entre origem histórica do nome e conteúdo conceitual. Aqui há correspondência: o conteúdo é metafísico (investigar o ser), e o nome decorre da posição editorial — questão de história do texto, não de definição conceitual interna.
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