Aristóteles afirma que duas pessoas más podem ser
amigas por prazer ou interesse, porém, pelo que são
em si mesmas, somente pessoas boas podem cultivar
a amizade.
A amizade, chamada de filia pelos gregos, é definida por
Nicola Abbagnano (Dicionário de Filosofia) como, em
geral, a comunhão entre duas ou mais pessoas ligadas por
atitudes concordantes e por afetos positivos. O conceito
de amizade recebe, porém, variações conotativas no
decorrer da história da Filosofia. Com base nessa
afirmação, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: Certo (C)
Tema central: a amizade (philia) em Aristóteles e suas modalidades — essencial para questões de história da filosofia e ética.
Resumo teórico: Aristóteles distingue três tipos de amizade em Ética a Nicômaco (Livros VIII–IX): amizade por utilidade (interesse mútuo), por prazer (acompanha gostos e afeições) e por virtude (amizade perfeita). Só a última é fundada no reconhecimento do bem moral do outro e dura por si mesma; as outras são contingentes e dependem de circunstâncias.
Justificativa da alternativa correta: A afirmação indica que duas pessoas más podem associar-se por prazer ou interesse — isto corresponde precisamente às amizades de prazer e de utilidade descritas por Aristóteles. Porém, a amizade que valoriza a pessoa pelo seu próprio caráter (ou seja, por aquilo que ela é em si mesma) só é possível entre pessoas virtuosas. Assim, a alternativa está de acordo com a doutrina aristotélica (Aristóteles, Ética a Nicômaco, Livro VIII–IX).
Dica de interpretação para provas: ao ler enunciados sobre amizade em filosofia grega, identifique palavras-chave como "prazer", "interesse" ou "pelo que são em si mesmas". Esses termos sinalizam a oposição entre amizades contingentes e a amizade moral/virtuosa — pista clara para reconhecer respostas que reproduzem Aristóteles.
Fontes: Aristóteles, Ética a Nicômaco (Livros VIII–IX); referência conceitual: Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia.
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