Em relação ao livro “Sinestesis versus vida”, de Edson Andrade, assinale a alternativa INCORRETA.
Gabarito comentado
Tema central: A questão cobra interpretação de texto literário, com atenção à figura de linguagem “sinestesia” e ao entendimento do comportamento do sujeito lírico, bem como à análise de características textuais e estilísticas da obra de Edson Andrade.
Justificativa da alternativa INCORRETA (A):
A alternativa A é incorreta porque apresenta uma leitura distorcida da função da sinestesia na literatura. Sinestesia, conforme a gramática de Cegalla e Cunha & Cintra, é uma figura que mistura sensações de diferentes sentidos (como “cheiro doce”, “voz áspera”), enriquecendo a expressão sensorial do texto. Seu uso não pressupõe, necessariamente, oposição ao estado emotivo do sujeito lírico e nem tem como objetivo principal oferecer fuga à realidade vivida.
Na maioria dos textos, a sinestesia aproxima o leitor das emoções e sensações do eu lírico, tornando-as mais vivas, e não um mecanismo de evasão. Assim, a frase da alternativa A projeta um sentido que não se alinha à função tradicional dessa figura de linguagem.
Estratégia para identificar pegadinhas: Em questões de interpretação e análise literária, fique atento a afirmações que estabelecem relações de causa e consequência sem respaldo textual, ou que atribuem sentidos absolutos às figuras de linguagem. Busque sempre a precisão conceitual.
Análise das alternativas corretas:
B) Afirma que o livro reúne gêneros e vivências pessoais, em consonância com a proposta da obra. Não apresenta equívocos de leitura ou de conceito.
C) Observa a convivência de formas tradicionais e experimentais, destacando musicalidade, pictorialismo e simbolismo – elementos plausíveis do ponto de vista literário, portanto correta.
D) Aponta o cuidado estilístico e crítico do autor, evidenciando proximidade com o texto e a crítica literária. Essa avaliação é aceitável no campo da análise literária, coerente com o universo da obra.
Resumo conceitual: Segundo Bechara, figuras de linguagem enriquecem o texto, mas não alteram de modo absoluto o comportamento do eu lírico – uma interpretação restritiva ou exagerada pode tornar uma alternativa falsa.
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