Aristóteles escreveu, numa de suas obras: “O ser que
não é social ou é Deus ou é um bruto”. Esta afirmação
traz subjacentes dois pressupostos: a) Para que haja
verdadeira sociabilidade é necessária a existência de
dois ou mais seres da mesma espécie. b) Para que
haja verdadeira sociabilidade é necessária a presença
de uma consciência racional. Neste contexto, podemos
afirmar:
1) Deus não pode sociabilizar-se porque, sendo um
ser único, não tem outro da mesma espécie com
quem fazê-lo.
2) Os seres brutos não podem sociabilizar-se
porque não possuem a exigência da consciência
racional.
3) Os homens são os únicos seres que podem
sociabilizar-se porque possuem ambas as
exigências: outros seres da mesma espécie e
consciência racional.
Está(ão) correta(s):
Aristóteles escreveu, numa de suas obras: “O ser que não é social ou é Deus ou é um bruto”. Esta afirmação traz subjacentes dois pressupostos: a) Para que haja verdadeira sociabilidade é necessária a existência de dois ou mais seres da mesma espécie. b) Para que haja verdadeira sociabilidade é necessária a presença de uma consciência racional. Neste contexto, podemos afirmar:
1) Deus não pode sociabilizar-se porque, sendo um ser único, não tem outro da mesma espécie com quem fazê-lo.
2) Os seres brutos não podem sociabilizar-se porque não possuem a exigência da consciência racional.
3) Os homens são os únicos seres que podem sociabilizar-se porque possuem ambas as exigências: outros seres da mesma espécie e consciência racional.
Está(ão) correta(s):
Gabarito comentado
Resposta correta: D — 1, 2 e 3
Tema central: A passagem de Aristóteles sobre o homem como animal político distingue verdadeira sociabilidade (a sociabilidade própria da pólis) de simples comportamento social. Para resolver a questão é preciso entender o sentido aristotélico de “sociabilidade”: exige pluralidade (outros da mesma espécie) e logos (consciência/racionalidade que permite linguagem, justiça e leis).
Resumo teórico: Aristóteles (Política; Érica a Nicômaco) afirma que o homem é, por natureza, um animal político — isto é, capaz de formar comunidades baseadas em razão e justiça. Os animais não humanos mostram formas de sociabilidade, mas não a sociabilidade política verdadeira, que depende da linguagem e da razão. Deus (no pensamento aristotélico: o Motor Imóvel) é perfeito e autossuficiente; por isso não participa da sociabilidade humana.
Justificativa da alternativa correta: As três afirmações reproduzem os dois pressupostos do enunciado aplicados segundo Aristóteles:
- 1 — Deus não sociabiliza-se: correto, pois o divino, sendo único e perfeito, não precisa de outros da mesma espécie para formar comunidade política.
- 2 — Seres brutos não sociabilizam politicamente: correto, pois lhes falta a exigência da consciência racional que fundamenta justiça e discurso coletivo.
- 3 — Homens são os únicos capazes da verdadeira sociabilidade: correto em termos aristotélicos, já que reúnem pluralidade e razão.
Análise das alternativas incorretas (por que as demais estão erradas):
- A (3 apenas) — incorreta: despreza que 1 e 2 estão em conformidade com a visão aristotélica.
- B (1 e 3 apenas) — incorreta: ignora que 2 também é válida segundo a distinção entre sociabilidade animal e sociabilidade política.
- C (1 e 2 apenas) — incorreta: deixa de reconhecer que o homem, por possuir razão e convívio com semelhantes, pode a sociabilidade plena.
- E (2 apenas) — incorreta: reduz as consequências do enunciado, sem admitir 1 e 3, que são igualmente derivadas da mesma teoria.
Dica de interpretação: Identifique expressões técnicas ("verdadeira sociabilidade") e relacione-as ao autor (Aristóteles). Verifique se as alternativas tratam de sociabilidade no sentido comum ou no sentido político/aristotélico — essa diferença é a chave para respostas em prova.
Fontes recomendadas: Aristóteles, Política (Livro I) e Ética a Nicômaco (livros sobre amizade).
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