não se pode afirmar que houve uma ruptura
radical entre a mitologia e a filosofia, pois a
filosofia dedica-se aos mesmos problemas da
mitologia, porém com argumentos diferentes;
nesse aspecto, há uma continuidade temática
entre elas.
Aquilo que se estuda hoje como filosofia nas
escolas nasceu na Grécia antiga (aproximadamente
no séc. VII a.C.), em um contexto cultural de
predomínio do pensamento mítico e da religião
politeísta grega. Refletindo sobre a ciência,
questiona Chauí: “a Filosofia nasceu realizando
uma transformação gradual nos mitos gregos ou
nasceu por uma ruptura radical com os mitos?”
(CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed.
Ática, p. 34). A respeito do surgimento da filosofia e
suas relações com o discurso mítico neste contexto
grego, é correto afirmar que
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo.
Tema central: o surgimento da filosofia na Grécia antiga e sua relação com o discurso mítico. A questão exige entender se a mudança foi uma ruptura total ou uma transformação que manteve os mesmos temas, alterando o modo de argumentar.
Resumo teórico: a passagem do mythos ao logos caracteriza a emergência do pensamento filosófico: mantém perguntas fundamentais — origem do cosmos, causas, ordem, sentido humano —, mas substitui explicações mitológicas por explicações racionais, argumentadas e investigáveis. Autores clássicos sobre o tema: Marilena Chauí (Convite à Filosofia) e estudos sobre pré-socráticos (ex.: Jonathan Barnes, The Presocratic Philosophers; ou Guthrie, A History of Greek Philosophy).
Por que a alternativa C está correta: porque reconhece a continuidade temática entre mito e filosofia (mesmas questões existenciais e cosmológicas), mas identifica mudança de método — a filosofia utiliza argumentação, crítica e busca de princípios naturais ou racionais, não relatos mitológicos. Exemplos: o cosmogonias de Hesíodo (mito) versus a busca de um arché material em Tales, Anaximandro, Anaxímenes (filosofia).
Dica de interpretação para concursos: evite alternativas que afirmem rupturas absolutas (termos como “total”, “plenamente” ou “radical” costumam ser pegadinhas). Procure respostas que admitam nuances: continuidade de temas + mudança de método = resposta geralmente correta.
Referências sugeridas: Marilena Chauí, Convite à Filosofia; Jonathan Barnes, The Presocratic Philosophers; Guthrie, A History of Greek Philosophy.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






