Questõesde UNIFESP 2010

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Foram encontradas 45 questões
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UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere as seguintes afirmações.

I. A alcunha de mestre-cuca, recebida por Rômulo, advinha do fato de ter praticado, anteriormente, a arte culinária.

II. As agressões e humilhações sofridas por Rômulo eram essencialmente motivadas por sua antipatia.

III. As reações de Rômulo às provocações dos colegas variavam conforme as circunstâncias.

De acordo com o texto, está correto o que se afirma apenas em

Instrução: As questões de números 21 a 24 tomam por base o fragmento seguinte.
 
 As provocações no recreio eram frequentes, oriundas do enfado; irritadiços todos como feridas; os inspetores a cada passo precisavam intervir em conflitos; as importunações andavam em busca das suscetibilidades; as suscetibilidades a procurar a sarna das importunações. Viam de joelhos o Franco, puxavamlhe os cabelos. Viam Rômulo passar, lançavam-lhe o apelido: mestre-cuca!

 Esta provocação era, além de tudo, inverdade. Cozinheiro, Rômulo! Só porque lembrava culinária, com a carnosidade bamba, fofada dos pastelões, ou porque era gordo das enxúndias enganadoras dos fregistas, dissolução mórbida de sardinha e azeite, sob os aspectos de mais volumosa saúde?
(...)
  Rômulo era antipatizado. Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade. Ao mais insignificante gracejo de um pequeno, atirava contra o infeliz toda a corpulência das infiltrações de gordura solta, desmoronava-se em socos. Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente. 
Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro. Rômulo, no meio, ficava tonto, esbravejando juras de morte, mostrando o punho. Em geral procurava reconhecer algum dos impertinentes e o marcava para a vindita. Vindita inexorável.
 No decorrer enfadonho das últimas semanas, foi Rômulo escolhido, principalmente, para expiatório do desfastio. Mestrecuca! Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra; mestre-cuca! Por vozes do espaço rouquenhas ou esganiçadas. Sentava-se acabrunhado, vendo se se lembrava de haver tratado
panelas algum dia na vida; a unanimidade impressionava. Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva. Arremetia bufando, espumando, olhos fechados, punhos para trás, contra os grupos. Os rapazes corriam a rir, abrindo caminho, deixando rolar adiante aquela ambulância danada de elefantíase.
(Raul Pompeia. O Ateneu.)

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
0dccf892-46
UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos

Indique a alternativa em que os fragmentos selecionados exemplificam, respectivamente, a manifestação clara do ponto de vista do narrador e a opinião do grupo, a propósito de Rômulo.

Instrução: As questões de números 21 a 24 tomam por base o fragmento seguinte.
 
 As provocações no recreio eram frequentes, oriundas do enfado; irritadiços todos como feridas; os inspetores a cada passo precisavam intervir em conflitos; as importunações andavam em busca das suscetibilidades; as suscetibilidades a procurar a sarna das importunações. Viam de joelhos o Franco, puxavamlhe os cabelos. Viam Rômulo passar, lançavam-lhe o apelido: mestre-cuca!

 Esta provocação era, além de tudo, inverdade. Cozinheiro, Rômulo! Só porque lembrava culinária, com a carnosidade bamba, fofada dos pastelões, ou porque era gordo das enxúndias enganadoras dos fregistas, dissolução mórbida de sardinha e azeite, sob os aspectos de mais volumosa saúde?
(...)
  Rômulo era antipatizado. Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade. Ao mais insignificante gracejo de um pequeno, atirava contra o infeliz toda a corpulência das infiltrações de gordura solta, desmoronava-se em socos. Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente. 
Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro. Rômulo, no meio, ficava tonto, esbravejando juras de morte, mostrando o punho. Em geral procurava reconhecer algum dos impertinentes e o marcava para a vindita. Vindita inexorável.
 No decorrer enfadonho das últimas semanas, foi Rômulo escolhido, principalmente, para expiatório do desfastio. Mestrecuca! Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra; mestre-cuca! Por vozes do espaço rouquenhas ou esganiçadas. Sentava-se acabrunhado, vendo se se lembrava de haver tratado
panelas algum dia na vida; a unanimidade impressionava. Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva. Arremetia bufando, espumando, olhos fechados, punhos para trás, contra os grupos. Os rapazes corriam a rir, abrindo caminho, deixando rolar adiante aquela ambulância danada de elefantíase.
(Raul Pompeia. O Ateneu.)

A
Cozinheiro, Rômulo! – Vindita inexorável.
B
Vindita inexorável. – Cozinheiro, Rômulo!
C
Mestre-cuca! – Vindita inexorável.
D
Cozinheiro, Rômulo! – Mestre-cuca!
E
Mestre-cuca! – Cozinheiro, Rômulo!
115d482c-46
UNIFESP 2010 - Português - Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva, Sintaxe

Tendo em vista a função sintática da palavra grifada no fragmento Para que o não manifestassem excessivamente, fazia- se temer pela brutalidade, assinale a alternativa em que o termo sublinhado exerce a mesma função:

Instrução: As questões de números 21 a 24 tomam por base o fragmento seguinte.
 
 As provocações no recreio eram frequentes, oriundas do enfado; irritadiços todos como feridas; os inspetores a cada passo precisavam intervir em conflitos; as importunações andavam em busca das suscetibilidades; as suscetibilidades a procurar a sarna das importunações. Viam de joelhos o Franco, puxavamlhe os cabelos. Viam Rômulo passar, lançavam-lhe o apelido: mestre-cuca!

 Esta provocação era, além de tudo, inverdade. Cozinheiro, Rômulo! Só porque lembrava culinária, com a carnosidade bamba, fofada dos pastelões, ou porque era gordo das enxúndias enganadoras dos fregistas, dissolução mórbida de sardinha e azeite, sob os aspectos de mais volumosa saúde?
(...)
  Rômulo era antipatizado. Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade. Ao mais insignificante gracejo de um pequeno, atirava contra o infeliz toda a corpulência das infiltrações de gordura solta, desmoronava-se em socos. Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente. 
Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro. Rômulo, no meio, ficava tonto, esbravejando juras de morte, mostrando o punho. Em geral procurava reconhecer algum dos impertinentes e o marcava para a vindita. Vindita inexorável.
 No decorrer enfadonho das últimas semanas, foi Rômulo escolhido, principalmente, para expiatório do desfastio. Mestrecuca! Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra; mestre-cuca! Por vozes do espaço rouquenhas ou esganiçadas. Sentava-se acabrunhado, vendo se se lembrava de haver tratado
panelas algum dia na vida; a unanimidade impressionava. Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva. Arremetia bufando, espumando, olhos fechados, punhos para trás, contra os grupos. Os rapazes corriam a rir, abrindo caminho, deixando rolar adiante aquela ambulância danada de elefantíase.
(Raul Pompeia. O Ateneu.)

A
Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente.
B
Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro.
C
Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra.
D
Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva.
E
Viam de joelhos o Franco, puxavam-lhe os cabelos.
137c9378-46
UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos

Considere as afirmações seguintes.

I. O fragmento do romance, ambientado na cidade de Salvador das primeiras décadas do século passado, aborda a vida de uma criança em situação de absoluta exclusão social e violência, o que destoa do projeto literário e ideológico dos escritores brasileiros que compõem a “Geração de 30”.

II. Valendo-se das conquistas do Modernismo, o romance apresenta linguagem fluente e acessível ao grande público, utilizando-se de um português coloquial, simples, próximo a um modo natural de falar, com o largo emprego da frase curta e econômica.

III. Sem-Pernas é uma personagem que, embora encarne um tipo social claramente delimitado, o do menino “pobre, abandonado, aleijado e discriminado”, adquire alguma profundidade psicológica, à medida que seu passado e suas experiências dolorosas vêm à tona.

Conforme o texto, está correto o que se afirma apenas em

Instrução: As questões de números 25 a 27 tomam por base o fragmento.

  [Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava “meu padrinho” e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava. Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.

(Jorge Amado. Capitães da areia.)

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
15b2beaa-46
UNIFESP 2010 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)

O zigue-zague temporal ligado à vida de Sem-Pernas, em- pregado no fragmento para a composição da personagem, é construído de maneira muito precisa, por meio da utilização alternada de diversos tempos verbais. Indique a alternativa em que há, respectivamente, um tempo verbal que expressa fatos ocorridos num tempo anterior a outros fatos do passado e um tempo verbal usado para marcar o caráter hipotético de certas ações ou o desejo de que se realizassem.

Instrução: As questões de números 25 a 27 tomam por base o fragmento.

  [Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava “meu padrinho” e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava. Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.

(Jorge Amado. Capitães da areia.)

A
Vivera na casa de um padeiro (...) – uma mão que o acarinhasse (...)
B
Em cada canto estava um com uma borracha comprida. – Sofreu fome.
C
Nunca tivera família. – A perna coxa se recusava a ajudá-lo.
D
A princípio chorou muito (...) – Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora.
E
Ele quer um carinho (...) – Um dia levaram-no preso.
17b35e09-46
UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

O emprego da figura de linguagem conhecida como “prosopopeia” (ou “personificação”) põe mais em evidência a principal razão pela qual Sem-Pernas é estigmatizado. O trecho que contém essa figura é

Instrução: As questões de números 25 a 27 tomam por base o fragmento.

  [Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava “meu padrinho” e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava. Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.

(Jorge Amado. Capitães da areia.)

A
A perna coxa se recusava a ajudá-lo.
B
Em cada canto estava um com uma borracha comprida.
C
(...) depois, não sabe como, as lágrimas secaram.
D
E a borracha zunia nas suas costas (...)
E
Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora.
fbf8e641-46
UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nesse fragmento do poema,

Instrução: Leia o excerto para responder às questões de números 11 e 12.

   Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm’lo de maldade,
Nem são livres p’ra morrer...
Prende-os a mesma corrente
– Férrea, lúgubre serpente –
Nas roscas da escravidão.
E assim roubados à morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoite... Irrisão!...

(Castro Alves. Fragmento de O navio negreiro – tragédia no mar.)

A
o poeta se vale do recurso ao paralelismo de construção apenas na primeira estrofe.
B
o eu-poemático aborda o problema da escravidão segundo um jogo de intensas oposições.
C
os animais evocados – leão, jaguar e serpente – têm, respectivamente, sentidos denotativo, denotativo e metafórico.
D
o tom geral assumido pelo poeta revela um misto de emoção, vigor e resignação diante da escravidão.
E
os versos são constituídos alternadamente por sete e oito sílabas poéticas.
084c8a62-46
UNIFESP 2010 - Literatura - Versificação - Poemas de Forma Fixa, Versificação - Ritmo e Estrofes, Estilística

Considere as seguintes afirmações:

I. Os versos do poema possuem sete sílabas poéticas.

II. O poema é composto por três sextilhas.

III. As três estrofes obedecem ao esquema de rimas ABCBDB.

Está correto o que se afirma em

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 18 e 19.

 Crescia naturalmente
Fazendo estripulia,
Malino e muito arguto,
Gostava de zombaria.
A cabeça duma escrava
Quase arrebentei um dia.
E tudo isso porque
Um doce me havia negado,
De cinza no tacho cheio
Inda joguei um punhado,
Daí porque a alcunha
De “Menino Endiabrado”.
Prudêncio era um menino
Da casa, que agora falo.
Botava suas mãos no chão
Pra poder depois montá-lo:
Com um chicote na mão
Fazia dele um cavalo.
(Varneci Nascimento. Memórias póstumas de Brás Cubas em cordel.)

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I e II, apenas.
E
I, II e III.
06598d00-46
UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos

A versão modificada, adaptada à oralidade – como usualmente se dá na produção da literatura de cordel – apresenta termos semelhantes aos do texto original de Machado de Assis, que podem ser identificados em todas as palavras da alternativa

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 18 e 19.

 Crescia naturalmente
Fazendo estripulia,
Malino e muito arguto,
Gostava de zombaria.
A cabeça duma escrava
Quase arrebentei um dia.
E tudo isso porque
Um doce me havia negado,
De cinza no tacho cheio
Inda joguei um punhado,
Daí porque a alcunha
De “Menino Endiabrado”.
Prudêncio era um menino
Da casa, que agora falo.
Botava suas mãos no chão
Pra poder depois montá-lo:
Com um chicote na mão
Fazia dele um cavalo.
(Varneci Nascimento. Memórias póstumas de Brás Cubas em cordel.)

A
malino, botava, inda, pra.
B
estripulia, malino, inda, pra.
C
estripulia, zombaria, inda, daí.
D
zombaria, botava, inda, pra.
E
malino, botava, zombaria, daí.
04ab3e26-46
UNIFESP 2010 - Português - Sintaxe, Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas...

Para reforçar a caracterização do “menino diabo” atribuída ao narrador, é utilizado principalmente o seguinte recurso estilístico:

Instrução: As questões de 15 a 17 tomam por base o fragmento.

 (...) Um poeta dizia que o menino é o pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino.
  Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo,
e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos.
 Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.

(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)

A
amplo uso de metáforas que se reportam aos comportamentos negativos do menino.
B
seleção lexical que emprega muitos vocábulos raros à época, particularmente os adjetivos
C
recurso frequente ao discurso direto para exemplificar as traquinagens do garoto.
D
utilização recorrente de orações coordenadas sindéticas aditivas.
E
emprego significativo de orações subordinadas adjetivas restritivas.
02d83e52-46
UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

É correto afirmar que

Instrução: As questões de 15 a 17 tomam por base o fragmento.

 (...) Um poeta dizia que o menino é o pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino.
  Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo,
e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos.
 Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.

(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)

A
se trata basicamente de um texto naturalista, fundado no Determinismo.
B
o texto revela um juízo crítico do contexto escravista da época.
C
o narrador se apresenta bastante sizudo e amargo, bem ao gosto machadiano
D
o texto apresenta papéis sociais ambíguos das personagens em foco.
E
os comportamentos desumanos do narrador são sutilmente desnudados.
0123ef87-46
UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Indique a frase que, no contexto do fragmento, ratifica o sentido de o menino é o pai do homem, citação inicial do narrador.

Instrução: As questões de 15 a 17 tomam por base o fragmento.

 (...) Um poeta dizia que o menino é o pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino.
  Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo,
e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos.
 Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.

(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)

A
(...) fui dos mais malignos do meu tempo (...)
B
(...) um dia quebrei a cabeça de uma escrava (...)
C
(...) deitei um punhado de cinza ao tacho (...)
D
(...) fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado (...)
E
(...) alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.
ff6f6df3-46
UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto permite afirmar que

Instrução: As questões de números 13 e 14 tomam por base o texto.

  Amaro lia até tarde, um pouco perturbado por aqueles períodos sonoros, túmidos de desejo; e no silêncio, por vezes, sentia em cima ranger o leito de Amélia; o livro escorregava-lhe das mãos, encostava a cabeça às costas da poltrona, cerrava os olhos, e parecia-lhe vê-la em colete diante do toucador desfazendo as tranças; ou, curvada, desapertando as ligas, e o decote da sua camisa entreaberta descobria os dois seios muito brancos.
  Erguia-se, cerrando os dentes, com uma decisão brutal de a possuir.
Começara então a recomendar-lhe a leitura dos Cânticos a Jesus.
– Verá, é muito bonito, de muita devoção! Disse ele, deixando-lhe o livrinho uma noite no cesto da costura.
Ao outro dia, ao almoço, Amélia estava pálida, com as olheiras até o meio da face. Queixou-se de insônia, de palpitações.
– E então, gostou dos Cânticos?
– Muito. Orações lindas! respondeu.
 Durante todo esse dia não ergueu os olhos para Amaro. Parecia triste – e sem razão, às vezes, o rosto abrasava-se-lhe de sangue.
(Eça de Queirós. O crime do padre Amaro.)

A
o livro de orações que Amaro costumava ler desperta seu amor por Amélia.
B
a observação diária de certas ações de Amélia desperta o desejo de Amaro.
C
embora Amélia ache lindas as orações do livro, a obra a deixa perturbada.
D
o livro que Amaro empresta a Amélia aumenta, aos poucos, sua religiosidade.
E
com a leitura do livro, Amélia passa a corresponder aos sentimentos de Amaro.
fda8d84e-46
UNIFESP 2010 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

O trecho em que a ação de uma personagem se demonstra impregnada de determinismo biológico e permite associar o romance de Eça de Queirós ao movimento estético denominado Naturalismo é:

Instrução: As questões de números 13 e 14 tomam por base o texto.

  Amaro lia até tarde, um pouco perturbado por aqueles períodos sonoros, túmidos de desejo; e no silêncio, por vezes, sentia em cima ranger o leito de Amélia; o livro escorregava-lhe das mãos, encostava a cabeça às costas da poltrona, cerrava os olhos, e parecia-lhe vê-la em colete diante do toucador desfazendo as tranças; ou, curvada, desapertando as ligas, e o decote da sua camisa entreaberta descobria os dois seios muito brancos.
  Erguia-se, cerrando os dentes, com uma decisão brutal de a possuir.
Começara então a recomendar-lhe a leitura dos Cânticos a Jesus.
– Verá, é muito bonito, de muita devoção! Disse ele, deixando-lhe o livrinho uma noite no cesto da costura.
Ao outro dia, ao almoço, Amélia estava pálida, com as olheiras até o meio da face. Queixou-se de insônia, de palpitações.
– E então, gostou dos Cânticos?
– Muito. Orações lindas! respondeu.
 Durante todo esse dia não ergueu os olhos para Amaro. Parecia triste – e sem razão, às vezes, o rosto abrasava-se-lhe de sangue.
(Eça de Queirós. O crime do padre Amaro.)

A
Erguia-se, cerrando os dentes, com uma decisão brutal de a possuir.
B
Começara então a recomendar-lhe a leitura dos Cânticos a Jesus.
C
(...) deixando-lhe o livrinho uma noite no cesto da costura.
D
Queixou-se de insônia, de palpitações.
E
Durante todo esse dia não ergueu os olhos para Amaro.
f6d8c615-46
UNIFESP 2010 - Português - Orações subordinadas adjetivas: Restritivas, Explicativas, Sintaxe

No texto, as orações (...) que já estava com os nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei na cidade (...) e (...) que encontrasse pela frente (...) são exemplos, respectivamente, de oração subordinada adjetiva explicativa e subordinada adjetiva restritiva, porque:

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 08 a 10.

 Por causa do assassinato do caminhoneiro Pascoal de Oliveira, o Nego, pelo – também caminhoneiro – japonês Kababe Massame, após uma discussão, em 31 de julho de 1946, a população de Osvaldo Cruz (SP), que já estava com os nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei* na cidade, saiu às ruas e invadiu casas, disposta a maltratar “impiedosamente”, na palavra do historiador local José Alvarenga, qualquer japonês que encontrasse pela frente. O linchamento dos japoneses só foi totalmente controlado com a intervenção de um destacamento do Exército, vindo de Tupã, chamado pelo médico Oswaldo Nunes, um herói daquele dia totalmente atípico na história de Osvaldo Cruz e das cidades brasileiras.

   Com o final da Segunda Guerra Mundial, o eclipse do Estado Novo e o desmantelamento da Shindô-Renmei, inicia-se um ciclo de emudecimento, de ambos os lados, sobre as quatro décadas de intolerância vividas pelos japoneses. Do lado local, foi sedimentando-se no mundo das letras a ideia do país como um “paraíso racial”. Do lado dos imigrantes, as segundas e terceiras gerações de filhos de japoneses se concentraram, a partir da década de 1950, na construção da sua ascensão social. A história foi sendo esquecida, junto com o idioma e os hábitos culturais de seus pais e avós.
 (Matinas Suzuki Jr. Folha de S.Paulo, 20.04.2008. Adaptado.)

 * Shindô-Renmei foi uma organização nacionalista, que surgiu no Brasil após o término da Segunda Guerra Mundial, formada por japoneses que não acreditavam na derrota do Japão na guerra. Possuía alguns membros mais fanáticos que cometiam atentados, tendo matado e ferido diversos cidadãos nipo-brasileiros.

A
a primeira limita o sentido do termo antecedente (a população de Osvaldo Cruz), enquanto a segunda explica o sentido do termo antecedente (qualquer japonês).
B
a pausa, antes e depois da primeira oração, revela seu caráter de restrição e precisão do sentido do termo antecedente, tal como se dá com a segunda oração.
C
na primeira, a oração é indispensável para precisar o sentido da anterior, enquanto, na segunda, a oração pode ser eliminada.
D
a primeira explica o sentido do termo antecedente (a população de Osvaldo Cruz), enquanto a segunda limita o sentido do termo antecedente (qualquer japonês).
E
o sentido do termo “qualquer japonês”, explicado na segunda oração, é determinante para a compreensão da primeira.
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UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos

Considere as seguintes afirmações

I. O texto é um exemplo de poesia carregada de dramaticidade, própria de um poeta-condor, que mostra conhecer bem as lições do “mestre” Victor Hugo.

II. Trata-se de um poema típico da terceira fase romântica, voltado para auditórios numerosos, em que se destacam a preocupação social e o tom hiperbólico.

III. É possível reconhecer nesse fragmento de um longo poema de teor abolicionista o gosto romântico por uma poesia de recursos sonoros.

Está correto o que se afirma em

Instrução: Leia o excerto para responder às questões de números 11 e 12.

   Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm’lo de maldade,
Nem são livres p’ra morrer...
Prende-os a mesma corrente
– Férrea, lúgubre serpente –
Nas roscas da escravidão.
E assim roubados à morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoite... Irrisão!...

(Castro Alves. Fragmento de O navio negreiro – tragédia no mar.)

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I e II, apenas.
E
I, II e III.
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UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

No texto, os termos à flor da pele e eclipse trazem as ideias de, respectivamente,

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 08 a 10.

 Por causa do assassinato do caminhoneiro Pascoal de Oliveira, o Nego, pelo – também caminhoneiro – japonês Kababe Massame, após uma discussão, em 31 de julho de 1946, a população de Osvaldo Cruz (SP), que já estava com os nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei* na cidade, saiu às ruas e invadiu casas, disposta a maltratar “impiedosamente”, na palavra do historiador local José Alvarenga, qualquer japonês que encontrasse pela frente. O linchamento dos japoneses só foi totalmente controlado com a intervenção de um destacamento do Exército, vindo de Tupã, chamado pelo médico Oswaldo Nunes, um herói daquele dia totalmente atípico na história de Osvaldo Cruz e das cidades brasileiras.

   Com o final da Segunda Guerra Mundial, o eclipse do Estado Novo e o desmantelamento da Shindô-Renmei, inicia-se um ciclo de emudecimento, de ambos os lados, sobre as quatro décadas de intolerância vividas pelos japoneses. Do lado local, foi sedimentando-se no mundo das letras a ideia do país como um “paraíso racial”. Do lado dos imigrantes, as segundas e terceiras gerações de filhos de japoneses se concentraram, a partir da década de 1950, na construção da sua ascensão social. A história foi sendo esquecida, junto com o idioma e os hábitos culturais de seus pais e avós.
 (Matinas Suzuki Jr. Folha de S.Paulo, 20.04.2008. Adaptado.)

 * Shindô-Renmei foi uma organização nacionalista, que surgiu no Brasil após o término da Segunda Guerra Mundial, formada por japoneses que não acreditavam na derrota do Japão na guerra. Possuía alguns membros mais fanáticos que cometiam atentados, tendo matado e ferido diversos cidadãos nipo-brasileiros.

A
irritação e ressurgimento.
B
ódio e obscurecimento.
C
vingança e desaparecimento.
D
nervosismo e recrudescimento
E
ultrassensibilidade e final.
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UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto permite afirmar que

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 08 a 10.

 Por causa do assassinato do caminhoneiro Pascoal de Oliveira, o Nego, pelo – também caminhoneiro – japonês Kababe Massame, após uma discussão, em 31 de julho de 1946, a população de Osvaldo Cruz (SP), que já estava com os nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei* na cidade, saiu às ruas e invadiu casas, disposta a maltratar “impiedosamente”, na palavra do historiador local José Alvarenga, qualquer japonês que encontrasse pela frente. O linchamento dos japoneses só foi totalmente controlado com a intervenção de um destacamento do Exército, vindo de Tupã, chamado pelo médico Oswaldo Nunes, um herói daquele dia totalmente atípico na história de Osvaldo Cruz e das cidades brasileiras.

   Com o final da Segunda Guerra Mundial, o eclipse do Estado Novo e o desmantelamento da Shindô-Renmei, inicia-se um ciclo de emudecimento, de ambos os lados, sobre as quatro décadas de intolerância vividas pelos japoneses. Do lado local, foi sedimentando-se no mundo das letras a ideia do país como um “paraíso racial”. Do lado dos imigrantes, as segundas e terceiras gerações de filhos de japoneses se concentraram, a partir da década de 1950, na construção da sua ascensão social. A história foi sendo esquecida, junto com o idioma e os hábitos culturais de seus pais e avós.
 (Matinas Suzuki Jr. Folha de S.Paulo, 20.04.2008. Adaptado.)

 * Shindô-Renmei foi uma organização nacionalista, que surgiu no Brasil após o término da Segunda Guerra Mundial, formada por japoneses que não acreditavam na derrota do Japão na guerra. Possuía alguns membros mais fanáticos que cometiam atentados, tendo matado e ferido diversos cidadãos nipo-brasileiros.

A
o antigo e pernicioso sentimento de intolerância entre brasileiros e japoneses, cultivado há quatro décadas, recrudesce no pós-guerra.
B
a ideia de um “paraíso racial”, cristalizada no mundo das letras, foi bastante benéfica para o desenvolvimento do país.
C
a ideologia, de um lado, e o pragmatismo, de outro, criaram condições para uma fase de silêncio sobre a intolerância antinipônica.
D
as motivações racistas do assassinato do caminhoneiro Pascoal pelo caminhoneiro Kababe, em 1946, desencadearam as hostilidades entre brasileiros e japoneses.
E
a violência dos atentados da Shindô-Renmei reprimiu a intolerância dos brasileiros contra os japoneses.
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UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o texto.
 
O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia. Ana, 13 anos, já era perseguida na escola – e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar “amigos” em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o acesso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são “nojenta, nerd e lésbica”. Outros textos dizem: “Você deveria parar de falar com aquela piranha” e “A emo já mudou a sua cabeça, hein? Vá pro inferno”. Ana, é claro, fica arrasada. “Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam.”
(Beatriz Santomauro. Nova Escola, junho/julho 2010. Adaptado.)

Conforme o texto


A
o desenvolvimento da tecnologia extinguirá o proble- mas do cyberbullying entre os jovens.
B
apenas os jovens que não frequentam a escola são perseguidos implacavelmente pela internet
C
Ana é vítima do cyberbullying porque tem gostos e interesses que seu grupo social não aprecia.
D
os qualificativos enviados pelas colegas de sala a amigos comuns levaram Ana a usar preto e pintar o cabelo.
E
a restrição do acesso ao MSN e o uso mais limitado do Orkut eliminam, significativamente, problemas de cyberbullying.
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UNIFESP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere as afirmações.

I. A falta de empregos, a baixa remuneração e o déficit habitacional raramente são compreendidos como forma de violência.

II. O não-oferecimento de educação, saúde e transporte público a toda a população também pode ser visto como uma forma de violência.

III. Uma briga de bar que resulta em morte é um ingrediente a mais a engrossar o caldo da violência no país.

As ideias apresentadas no texto encontram-se em

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 05 a 07

       Nos últimos três anos foram assassinadas mais de 140 mil pessoas no Brasil. Uma média de 47 mil pessoas por ano. Uma parcela expressiva destas mortes, que varia de região para região, é atribuída à ação da polícia, que se respalda na impunidade para continuar cometendo seus crimes. São 25 assassinatos ao ano por cada 100 mil pessoas, índice considerado de violência epidêmica, segundo organismos internacionais.

       Se os assassinatos com armas de fogo são uma face da violência vivida na nossa sociedade, ela não é a única. Logo atrás, em termos de letalidade, estão os acidentes fatais de trânsito, com cerca de 33 mil mortos em 2002 e 35 mil mortes por ano em 2004 e 2005. Isto, sem falar nos acidentados não fatais socorridos pelo Sistema Único de Saúde, que multiplicam muitas vezes os números aqui apresentados e representam um custo que o IPEA estima em R$ 5,3 bilhões para o ano de 2002.

       A lista da violência alonga-se incrivelmente. Sobre as mulheres, os negros, os índios, os gays, sobre os mendigos na rua, sobre os movimentos sociais etc. Uma discussão num botequim de periferia pode  terminar em morte. A privação do emprego, do salário digno, da educação, da saúde, do transporte público, da moradia, da segurança alimentar, tudo isso pode ser compreendido, considerando que incide sobre direitos assegurados por nossa Constituição, como tantas outras formas de violência.

  (Silvio Caccia Bava. Le Monde Diplomatique Brasil, agosto 2010. Adaptado.)


A
I, apenas.
B
I e II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.