Questõessobre Variação Linguística

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8375743c-c6
UFSC 2010 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Problemas da língua culta, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ainda considerando o texto 3, assinale a proposição CORRETA.


A construção “Mas tu mesmo disse” (linha 11) contém um desvio de uma regra gramatical, que é inaceitável no texto, pois a escrita requer sempre um registro formal, em conformidade com a norma culta da língua.



VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Apresentação e seleção de Ana Maria Machado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 53-54.
C
Certo
E
Errado
cbc0e24d-cb
IF-PE 2019 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise os fragmentos que seguem e assinale a alternativa em que predomina a linguagem coloquial.

TEXTO 1

AS CRÔNICAS DE NÁRNIA


(1) Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal – o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí. Seis outros livros vieram depois e, juntos, ficaram conhecidos como “As Crônicas de Nárnia”.

(2) Em um universo completamente mágico e original, C.S. Lewis conduz a terra de Nárnia desde a sua criação até o seu fim em sete livros incríveis. “As Crônicas de Nárnia” é um conjunto de histórias que abrangem diversas épocas dentro de um cenário repleto de castelos, membros da realeza, guerreiros, criaturas fantásticas, feiticeiras e uma mitologia bem extensa.

(3) O autor buscou uma forma de elaborar a história da Bíblia em um contexto original e inspirado no livro sagrado, de modo que até mesmo quem não concorda com os seus preceitos e ensinamentos sinta interesse em iniciar a sua leitura. Além disso, há também referências claras às mitologias grega e nórdica e aos contos de fada, além da inserção de seres icônicos como o Papai Noel. Desde o Gênese ao Apocalipse, Nárnia vivencia muitos períodos, nos quais questões muito diferentes são abordadas. Entretanto, há um elemento comum em todos os livros: os papéis principais são dados a crianças. São esses pequenos heróis que se descobrem grandes salvadores e se sentem no dever de lutar para proteger a terra que tanto amam e que depende deles.

(4) A oposição entre Aslam e Tash começa a ganhar força no decorrer da cronologia dos livros, sempre camuflada em um contexto de conflitos por terras e guerras entre reinos. Em “A Última Batalha”, é citado que Aslam remete ao bem e Tash, ao mal. Qualquer um que estiver seguindo a um dos dois e praticar o bem estará, na verdade, seguindo a Aslam. Se for o oposto, estará seguindo a Tash. Ambos são os contrastes de atitudes boas e ruins que podem ser cometidas de acordo com o caráter, o comportamento e as escolhas de cada um.

(5) No geral, os personagens de mais destaque em toda a obra são: Aslam, Digory Kirke, Polly Plummer, A Feiticeira Branca, Pedro Pevensie, Susana Pevensie, Edmundo Pevensie, Lucy Pevensie, Sr. Tumnus, Os Castores, Caspian X, Ripchip, Trumpkin, Shasta, Aravis, Eustáquio Mísero, Jill Pole, Brejeiro, Rilian, Confuso, Manhoso, Tirian e Tash. Cada um possui uma personalidade bastante distinta do outro e todos apresentam características que os tornam originais e clássicos em uma obra que é considerada essencial na vida de uma criança, mas que também pode ser apreciada por pessoas de qualquer faixa etária.

[...]

LIMA, Victor. Disponível em:. Acesso em: 09 maio 2019 (adaptado)

A
“[...] o que mais um leitor poderia querer de um livro?” (1º parágrafo)
B
“Mas Lewis não parou por aí.” (1º parágrafo)
C
“Desde o Gênese ao Apocalipse, Nárnia vivencia muitos períodos [...]” (3º parágrafo)
D
“Entretanto, há um elemento comum em todos os livros [...]” (3º parágrafo)
E
“[...] todos apresentam características que os tornam originais e clássicos [...]” (5º parágrafo)
3e19714a-c4
UEG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Considerando-se o aspecto estilístico do texto, verifica-se que ele está escrito em um estilo mais próximo da linguagem

Leia o texto a seguir para responder à questão.



KING, Stephen. Sobre a escrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015. p.151.
A
científica, tendo em vista a ocorrência de termos técnicos, tais como “cenário”, “textura”, além de um extenso vocabulário do campo da linguística.
B
erudita, o que fica patente pelo uso dos vocábulos “astutos”, “resoluto”, “proeminente”, algo feito para se mostrar um vocabulário rico e variado na escrita.
C
jornalística, que obedece à norma-padrão da língua e usa pronomes de primeira e segunda pessoas do discurso, típicas do jornalismo informativo atual.
D
coloquial, o que pode ser comprovado pelo uso das formas “Acho que”, “me poupem”, além do uso de locuções formadas pelo verbo ir + infinitivo para indicar futuro.
E
técnica, tendo em vista que há vários termos do campo gramatical, tais como “descrição”, “advérbios”, restringindo seus leitores a um determinado grupo de especialistas.
3f027864-c4
UEG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe a imagem a seguir, referente ao anúncio do primeiro espetáculo da Semana de Arte Moderna de 1922.


Disponível em: <https://ifhistoria.wordpress.com/2014/05/18/a-semana-de-arte-moderna/>. Acesso em: 01 out. 2018.

Em termos de linguagem, verifica-se que há no anúncio a presença de formas linguísticas que comprovam que


A
a língua sofre variação no decorrer do tempo, passando por mudanças históricas tanto em seus aspectos semânticos quanto em sua forma ortográfica.
B
há ocasiões em que os falantes mudam seu jeito de falar para se adequarem à formalidade da situação, o que se chama de variação situacional.
C
há variações que são devidas ao gênero dos falantes, pois homens e mulheres falam de modo diferente.
D
a origem geográfica do falante determina seu modo de falar, sendo o que se chama de variação regional.
E
a idade dos falantes é fator importante no modo de falar das pessoas, como é o caso das gírias.
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UFVJM-MG 2016 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O uso de formas linguísticas características da variante não padrão da língua portuguesa nesse texto, justifica-se

25 de junho. Fiz o café e vesti eles para ir na escola. Puis feijão no fogo. Vestia a Vera e saimos. O João estava brincando. Quando me viu correu. E o José Carlos assustou-se quando ouviu a minha voz. Vi uma pirua do Governo do Estado. Serviço de Saude que vinha recolher as fezes. O jornal disse que há 160 casos positivos aqui na favela. Será que eles vão dar remedios? A maioria dos favelados não há de poder comprar. Eu não fiz o exame. Fui catar papel. (...) Ganhei só 25 cruzeiros. É que agora tem um homem que cata na minha zona. Mas eu não brigo porisso. Porque daqui uns dias ele desiste. O homem já está dizendo que o que ele ganha não dá nem para a pinga. Que é melhor pedir esmola.

Fonte:JESUS, Carolina Maria. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2012.

A
pelas características composicionais do gênero textual.
B
pelo objetivo do autor em demonstrar sua condição de vida.
C
pela relação entre gênero textual e o papel social do seu produtor.
D
pela relação entre a informalidade da situação comunicativa e a intertextualidade.
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UFAL 2014 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Os avanços das tecnologias da informação e comunicação denominadas neste contexto de contemporâneas vêm possibilitando novas compreensões sobre as possibilidades de ensinar e aprender, baseadas em recursos que ligam, conectam e produzem relações entre os sujeitos. Nesse sentido, a Educação a Distância (EaD) vem se tornando uma discussão fundamental para se refletir a educação numa sociedade cada vez mais interconectada por redes tecnológicas. Os desafios postos diante da EaD têm sido cada vez mais evidenciados e podem ser percebidos através da crescente abordagem do tema nos diferentes fóruns de discussão educacional.
A EaD não é uma modalidade recente de educação. Ela é utilizada há muitos anos, no Brasil, com o apoio de tecnologias como o rádio e o material impresso. Contudo, passa por reformulações devido à emergência e utilização cada vez mais constante das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC).
Graças às tecnologias que dão acesso, em qualquer lugar do globo, à informação e ao conhecimento em tempo real, dizer que se está na era da informação e do conhecimento, em uma sociedade em processo de mudança do puro capital para o conhecimento construído coletivamente, significa considerar que a produção do conhecimento propõe uma nova forma de organização social, bem como uma nova forma de pensar coletivo. Ou seja, a sociedade está caminhando para ser sustentada, proeminentemente, pela produção, pela transferência, uso e armazenamento de informação e de conhecimento de maneira mais aberta e colaborativa como propõe a teoria construtivista [...].
ARAGÃO, Cláudia Regina Dantas. Educação a distância Contextualização da EaD1. Disponível em: . Acesso em: 10 jun. 2014.

No texto, verifica-se que a autora utiliza

A
linguagem predominantemente transcrita, apresentando algumas características da língua falada.
B
linguagem inovadora, com emprego de neologismos, uma vez que se dirige diretamente ao leitor.
C
linguagem formal, com registros próprios de um texto em prosa, valendo-se da objetividade.
D
linguagem coloquial, repetitiva e redundante, influenciada pela presença do interlocutor.
E
linguagem formal, com informações permeadas de subjetividade.
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ENEM 2019, ENEM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Prezada senhorita,
   Tenho a honra de comunicar a V. S. que resolvi, de acordo com o que foi conversado com seu ilustre progenitor, o tabelião juramentado Francisco Guedes, estabelecido à Rua da Praia, número 632, dar por encerrados nossos entendimentos de noivado. Como passei a ser o contabilista-chefe dos Armazéns Penalva, conceituada firma desta praça, não me restará, em face dos novos e pesados encargos, tempo útil para os deveres conjugais.
   Outrossim, participo que vou continuar trabalhando no varejo da mancebia, como vinha fazendo desde que me formei em contabilidade em 17 de maio de 1932, em solenidade presidida pelo Exmo. Sr. Presidente do Estado e outras autoridades civis e militares, bem assim como representantes da Associação dos Varejistas e da Sociedade Cultural e Recreativa José de Alencar.
   Sem mais, creia-me de V. S. patrício e admirador,
    Sabugosa de Castro

CARVALHO, J. C. Amor de contabilista. In: Porque Lulu Bergatim não atravessou o Rubicon. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.

A exploração da variação linguística é um elemento que pode provocar situações cômicas. Nesse texto, o tom de humor decorre da incompatibilidade entre

A
o objetivo de informar e a escolha do gênero textual.
B
a linguagem empregada e os papéis sociais dos interlocutores.
C
o emprego de expressões antigas e a temática desenvolvida no texto.
D
as formas de tratamento utilizadas e as exigências estruturais da carta.
E
o rigor quanto aos aspectos formais do texto e a profissão do remetente.
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UEAP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o trecho abaixo e assinale a alternativa correta:


"De repente, vi minha pessoa num brejal, a cem braças do recinto da onça, nadando em minha infância nado de cachorrinho. E na segurança de umas tábuas e paus-de-mangue, fui ancorar a barba, espingarda a salvo para o que desse e viesse. [...] E andava eu nessas minudências, quando vi sair, do atrás de um panelão de formiga, aquele tiro sem pai. A pintada, que não esperava chumbo, pulou em modos de voar de imediato e caiu nos estrebuchos da agonia. Avivei a atenção para descobrir Barbirato e quem apareceu, no encaracolado da fumaça, foi o molecote pegador de papa-capim e caboclinho que vez por outra pernoitava no Sobradinho. Veio fagueiro, espingarda no ombro, sem medir consequência. Soltei do banhado meu grito de aviso:

― Afasta! Afasta!

E em dois pulos larguei a água em hora de correr o moleque na ponta da botina, tarefa de que só abri mão ao ver o desmiolado em distância segura, sem risco de vida. Como arremate, parado junto de uns pés de guriri, ainda esbravejei:

― Sujeito sem tino! Cuida que onça é gato de borralho.

Então, voltando atrás, passei ao ouvido da pintada toda a munição do meu paude-fogo que nem a água do brejo teve força de emperrar. Quebrada a jura por um, quebrada por mil. E, mais alto do que o estrondo do tiro, berrei eu:

― Conheceu, papuda!"


(José Cândido de Carvalho. O coronel e o lobisomem. José Olympio Editora: 41ª ed., p. 60-61)

A
A passagem acima é ilustrativa da bravura exemplar do coronel, que não demonstrava medo nem covardia diante dos mais variados perigos, desde cobras até lobisomens.
B
O foco narrativo está em terceira pessoa.
C
Trata-se de um romance-de-personagem, já que o cerne está nas peripécias vividas pelo personagem protagonista José Ponciano de Azeredo Furtado.
D
A linguagem é acentuadamente regionalista, reproduzindo fielmente a fala sertaneja.
E
Descreve tipos de várias regiões do Brasil, em especial da Amazônia.
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UFV-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre o uso das variantes linguísticas no texto I, é CORRETO afirmar que:

Analise esta charge para responder a questão.

Texto I


Fonte: www.cartunista.com.br. Acesso em 8 de maio de 2018. 
A
a fala dos pais representa a variante não padrão.
B
a fala do adolescente é um exemplo de informalidade.
C
a fala do adolescente é inadequada aos ambientes informais.
D
a fala dos pais é exemplo típico da informalidade presente nas redes sociais.
bc7163f1-b3
UFBA 2013 - Português - Noções de Fonética, Interpretação de Textos, Variação Linguística, Fonologia

A partir do diálogo presente no cartum, depreende-se que a percepção da variação, expressa por um dos personagens, está pautada em fatos fonéticos.

C
Certo
E
Errado
bc6bce3e-b3
UFBA 2013 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Em todos os continentes onde a língua portuguesa é falada, pode-se dizer que há características comuns em todas as suas variedades, mas também há particularidades que as diferenciam, o que leva à designação de português brasileiro, português europeu, português moçambicano e português angolano.

C
Certo
E
Errado
bc66382c-b3
UFBA 2013 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

A variação linguística é típica das normas populares, não envolvendo nem a norma padrão nem a norma culta, o que significa afirmar que o texto a seguir, escrito em norma padrão, não apresenta variação linguística.

Na formação da nossa sociedade, o mau regime alimentar decorrente da monocultura, por um lado, e por outro da inadaptação ao clima, agiu sobre o desenvolvimento físico e sobre a eficiência econômica do brasileiro no mesmo mau sentido do clima deprimente e do solo quimicamente pobre. A mesma economia latifundiária e escravocrata que tornou possível o desenvolvimento econômico do Brasil, sua relativa estabilidade em contraste com as turbulências nos países vizinhos, envenenou-o e perverteu-o nas suas fontes de nutrição e de vida. (FREYRE, 2003, p. 48).

C
Certo
E
Errado
bc62ea4e-b3
UFBA 2013 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Uma variação linguística pode ser diacrônica, ou seja, relacionada com diferentes períodos de uma mesma língua.

Esse tipo de variação está evidenciado no seguinte texto:
Zé ganhou um smartphone.
O amigo perguntou:
– E aí, Zé, o que você vai fazer com esse smartphone?
Zé respondeu:
– O fone vou ficar, e o smart vou dá pra mirmã pintá azunhas... (ZÉ ganhou... 2013).

C
Certo
E
Errado
bc5f4b2e-b3
UFBA 2013 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Na Bahia, diz-se: Hoje vai ter farra.
No Rio Grande do Sul, diz-se: Hoje vai ter fuzarca.


Nos dois casos, há uma variação linguística, ou seja, o uso de formas diferentes para expressar o
mesmo significado.

C
Certo
E
Errado
bc42af5f-b3
UFBA 2013 - Português - Interpretação de Textos, Colocação Pronominal, Variação Linguística, Morfologia - Pronomes

A frase "Espere-me ao cair da tarde." apresenta o uso de um pronome átono de acordo com as regras da gramática intrínseca da língua portuguesa falada no Brasil.

C
Certo
E
Errado
7ae3d0ed-b0
PUC-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Advérbios, Regência, Variação Linguística, Tipologia Textual, Sintaxe, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

TEXTO 04

      Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. [...]

       Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.

      Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

      – Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.

      A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.

         – Anda, excomungado.

   O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário – e a obstinação da criança irritava-o. [...]

(RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 100. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 9-10)



Sobre o trecho “Arrastaram-se para lá, devagar [...] o menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás”, retirado do texto 04, indique a única alternativa verdadeira:

A
A palavra devagar exerce o papel de advérbio, pois modifica o verbo, enriquecendo o significado global do predicado da sentença.
B
O trecho referido constitui-se num parágrafo narrativo, no qual as formas verbais representam a celeridade das ações das personagens, mostrando a transmutação da realidade.
C
A expressão “escanchado no quarto” significa “montado nas costas” e é uma variável linguística muito utilizada no sul do Brasil.
D
Em “presa ao cinturão”, presenciamos um caso de regência verbal, pois o verbo rege complemento introduzido pela preposição a.
0eebdad4-b1
INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Na elaboração de seu discurso, o autor recorre a diferentes registros linguísticos. Entre eles, identifica-se a variedade linguística coloquial em:

Pizza por drone
    Não ria, mas a entrega de pizzas nas noites de sexta e sábado é um problema para as grandes cidades. Em nome do conforto das famílias, os motoboys das pizzarias tomam as ruas com a preciosa carga, infernizam o trânsito, comprometem o ambiente com seus canos de descarga e neurotizam os motoristas fazendo bibibi. Sei bem que, diante do prazer que as pizzas proporcionam, seus consumidores fazem vista grossa a isso e ao despropósito de se comprometer um veículo de 200 kg para transportar um pacote de 2 kg.     Mas a tecnologia se preocupa. Agora, graças à Amazon e ao Google, são os satélites que trazem uma solução nova: a entrega por drone. Pede-se a pizza pelo celular; ela é acomodada num drone equipado com GPS e, em poucos minutos, chega, fofa e quentinha, à porta do prédio ou casa do cliente. Pode-se recolhê-la já de guardanapo ao pescoço. Não congestiona as ruas, não polui, não faz barulho e deixa um perfume de orégano no ar.
    Mas há alguns inconvenientes. As autoridades não gostam que os drones voem à noite. A fiação aérea nas cidades não é favorável a objetos que voam baixo. E há ainda o risco de colisão com corujas e morcegos.
    Mas, pelo menos, 59 anos depois do Sputnik, ficamos sabendo para que se inventou o satélite. Para acabar em pizza.
(Ruy Castro, Pizza por drone. Folha de S.Paulo, 31.08.2016. Adaptado)
A
... ela é acomodada num drone equipado com GPS e, em poucos minutos, chega, fofa e quentinha...
B
... se comprometer um veículo de 200 kg para transportar um pacote de 2 kg.
C
... a entrega de pizzas nas noites de sexta e sábado é um problema para as grandes cidades.
D
A fiação aérea nas cidades não é favorável a objetos que voam baixo.
E
... graças à Amazon e ao Google, são os satélites que trazem uma solução nova: a entrega por drone.
ba60d7d2-b1
UEL 2017 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a linguagem utilizada no texto, considere as afirmativas a seguir.


I. O termo “vazar” está em desacordo com a linguagem formal apresentada ao longo do conto.

II. O significado do termo “machamba” consta do glossário da edição brasileira, pois está vinculado à linguagem coloquial do português falado no Brasil.

III. O termo “gravatado” indica o vestuário do marido, sem que isso signifique formalidade na linguagem empregada pelo narrador.

IV. A expressão “os todos” foi usada para enfatizar a presença, naquele momento, das pessoas que ela mais amava.


Assinale a alternativa correta.

(Adaptado de: COUTO, Mia. A fogueira. In: Vozes anoitecidas. São Paulo, Companhia das Letras, 2013. p. 25).

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
f37dcdc5-b0
PUC - SP 2017 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação à linguagem empregada na construção dos textos:

Texto I
Desafio da nossa época é lidar com a abundância
Leandro Narloch, Folha de S.Paulo - 25.abr.2018 às 9h06

A abundância, quem diria, se tornou um problema. A humanidade passou milênios tentando sobreviver à fome, ao desabrigo e à escassez: hoje precisa aprender a lidar com excesso.

Temos alimentos demais, bugigangas demais, roupas, carros, embalagens, papéis, remédios, drogas, livros, filmes, eletrônicos e diversões demais. Ainda estamos aprendendo a viver no meio de tantas coisas. É uma delícia de problema, é claro. Até o século 18, a teoria malthusiana fazia sentido. O crescimento da população levava à escassez de comida e assim à diminuição da poluição. Crises de fome ceifavam multidões todos os séculos. A Revolução Industrial nos fez escapar dessa armadilha. Produzindo mais com menos esforço, operamos um milagre: a população explodiu e a riqueza também. A fome, até então uma condição natural da humanidade, se tornou uma anomalia. 

Luxos que antes eram reservados a reis ou milionários (chás ou janelas com vidros e cortinas, por exemplo) entraram na casa de trabalhadores comuns.

É claro que boa parte do mundo ainda enfrenta a fome e a escassez. Mas não é por falta de conhecimento que isso acontece. Pelo contrário, o caminho da prosperidade já está mais ou menos mapeado e pavimentado.

A abundância é um tipo de problema chique, que todo mundo gostaria de ter. Como o da grã-fina que está cansada de passar as férias em Paris. Mas ainda assim é um problema.

Muitas más notícias que os jornais publicam hoje são produtos da abundância: o trânsito, a obesidade, a poluição, o lixo, o tempo que crianças gastam em frente a telas. Não só crianças, mas os adultos — que em média tocam 2600 vezes no celular por dia.

As pessoas parecem meio perdidas entre tanto conforto e atrações que desviam a atenção. Se perdem em realizações imediatas de consumo, sem foco e força de vontade para perseguir grandes desejos ou objetivos mais ousados.

Se o problema já é grave hoje, imagine no futuro. O autocontrole será cada vez mais necessário. Nossos filhos e netos terão que aprender desde cedo a se controlar diante do excesso de comida, de drogas, de opções de vida e de diversão.

O mundo capitalista já resolveu o problema da escassez: precisa agora de uma educação para a abundância.

Leandro Narloch - Jornalista, mestre em filosofia e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, entre outros.

Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/leandro-narloch/2018/04/desafio-da-nossa-epoca-e-lidar-com-a-abundancia.shtm> Acesso em: 25 abr. 2018.



Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades

Ana Tereza Caceres Cortez - Professora adjunta do Departamento de Geografia Instituto de Geociências e Ciências Exatas - IGCE/Unesp, Rio Claro

Um dos símbolos do sucesso das economias capitalistas modernas é a abundância dos bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema industrial. Essa fartura passou a receber uma conotação negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo um dos principais problemas das sociedades industriais modernas.

Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de papel que a propaganda e a publicidade exercem nas pessoas, induzindo-as ao consumo, mesmo que não necessitem de um produto comprado. Muitas vezes, as pessoeas compram produtos que não têm utilidade para elas, ou até mesmo coisas desnecessárias apenas por vontade de comprar, evidenciando até uma doença.

Segundo o Dicionário Houaiss, consumismo é “ato, efeito, fato ou prática de consumir (‘comprar em demasia’)” e “consumo ilimitado de bens duráveis, especialmente artigos supérfluos”.

O simples “consumo” é entendido como as aquisições racionais, controladas e seletivas baseadas em fatores sociais e ambientais e no respeito pelas gerações futuras. Já o consumismo pode ser definido como uma compulsão para consumir. Mas como fazer para não aderir ao perfil consumista? A fórmula clássica e aparentemente simples é distinguir o essencial do necessário e o necessário do supérfluo. No entanto, é muito difícil estabelecer o limite entre consumo e consumismo, pois a definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamente ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. O que é básico para uns pode ser supérfluo para outros e vice-versa. 

Trecho de CORTEZ, Ana Tereza Caceres. Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades. In: CORTEZ, A.T.C.; ORTIGOZA, S.A.G. (Org.). Da produção ao consumo: impactos socioambientais no espaço urbano. São Paulo: UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2018. [Adaptado]

A
no texto 1, predomina o registro formal, de modo a garantir a credibilidade de quem escreve; no texto 3, a informalidade, pois o assunto, por ser complexo, precisa ser facilitado.
B
no texto 1, sobressai-se a informalidade, por ser essa a marca dos textos publicados na internet; no texto 3, prepondera o registro informal, pois essa é uma das características dos textos acadêmicos.
C
no texto 1, há a presença de algumas ocorrências informais, a fim de estabelecer mais proximidade com o leitor; no texto 3, prevalece a formalidade, por causa do contexto acadêmico em que circula o texto.
D
no texto 1, sobressaem características de regionalismos; no texto 3, recorrem usos típicos da coloquialidade, por se tratar de texto retirado da internet.
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UNEMAT 2010 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

As mariposa

As mariposa quando chega o frio
Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá
Elas roda, roda, roda, dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansá

[...] (BARBOSA, 2008).


Levando em conta o processo da variação linguística, assinale a alternativa correta. 

A
Os “erros de concordância” nos permitem dizer que o narrador faz uso de uma variedade errada da língua
B
A troca das vogais “e” por “i” em casos como isquentá, si e discansá ocorrem porque as pessoas falam sempre de forma errada. 
C
O texto explora uma variedade da língua diferente da padrão ou culta.
D
O vocábulo vorta é um exemplo grosseiro de erro de ortografia
E
Do ponto de vista da norma padrão ou culta, não há erro de concordância no título do texto.