Questão 9e36783b-b6
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Leia o trecho abaixo e assinale a alternativa correta:
"De repente, vi minha pessoa num brejal, a cem braças do recinto da onça,
nadando em minha infância nado de cachorrinho. E na segurança de umas
tábuas e paus-de-mangue, fui ancorar a barba, espingarda a salvo para o que
desse e viesse. [...] E andava eu nessas minudências, quando vi sair, do atrás de
um panelão de formiga, aquele tiro sem pai. A pintada, que não esperava
chumbo, pulou em modos de voar de imediato e caiu nos estrebuchos da agonia.
Avivei a atenção para descobrir Barbirato e quem apareceu, no encaracolado da
fumaça, foi o molecote pegador de papa-capim e caboclinho que vez por outra
pernoitava no Sobradinho. Veio fagueiro, espingarda no ombro, sem medir
consequência. Soltei do banhado meu grito de aviso:
― Afasta! Afasta!
E em dois pulos larguei a água em hora de correr o moleque na ponta da botina,
tarefa de que só abri mão ao ver o desmiolado em distância segura, sem risco de
vida. Como arremate, parado junto de uns pés de guriri, ainda esbravejei:
― Sujeito sem tino! Cuida que onça é gato de borralho.
Então, voltando atrás, passei ao ouvido da pintada toda a munição do meu paude-fogo que nem a água do brejo teve força de emperrar. Quebrada a jura por
um, quebrada por mil. E, mais alto do que o estrondo do tiro, berrei eu:
― Conheceu, papuda!"
(José Cândido de Carvalho. O coronel e o lobisomem. José Olympio Editora: 41ª ed., p. 60-61)
Leia o trecho abaixo e assinale a alternativa correta:
"De repente, vi minha pessoa num brejal, a cem braças do recinto da onça,
nadando em minha infância nado de cachorrinho. E na segurança de umas
tábuas e paus-de-mangue, fui ancorar a barba, espingarda a salvo para o que
desse e viesse. [...] E andava eu nessas minudências, quando vi sair, do atrás de
um panelão de formiga, aquele tiro sem pai. A pintada, que não esperava
chumbo, pulou em modos de voar de imediato e caiu nos estrebuchos da agonia.
Avivei a atenção para descobrir Barbirato e quem apareceu, no encaracolado da
fumaça, foi o molecote pegador de papa-capim e caboclinho que vez por outra
pernoitava no Sobradinho. Veio fagueiro, espingarda no ombro, sem medir
consequência. Soltei do banhado meu grito de aviso:
― Afasta! Afasta!
E em dois pulos larguei a água em hora de correr o moleque na ponta da botina,
tarefa de que só abri mão ao ver o desmiolado em distância segura, sem risco de
vida. Como arremate, parado junto de uns pés de guriri, ainda esbravejei:
― Sujeito sem tino! Cuida que onça é gato de borralho.
Então, voltando atrás, passei ao ouvido da pintada toda a munição do meu paude-fogo que nem a água do brejo teve força de emperrar. Quebrada a jura por
um, quebrada por mil. E, mais alto do que o estrondo do tiro, berrei eu:
― Conheceu, papuda!"
(José Cândido de Carvalho. O coronel e o lobisomem. José Olympio Editora: 41ª ed., p. 60-61)
A
A passagem acima é ilustrativa da bravura exemplar do coronel, que não
demonstrava medo nem covardia diante dos mais variados perigos, desde
cobras até lobisomens.
B
O foco narrativo está em terceira pessoa.
C
Trata-se de um romance-de-personagem, já que o cerne está nas peripécias
vividas pelo personagem protagonista José Ponciano de Azeredo Furtado.
D
A linguagem é acentuadamente regionalista, reproduzindo fielmente a fala
sertaneja.
E
Descreve tipos de várias regiões do Brasil, em especial da Amazônia.