Questõesde UFF sobre Português

1
1
Foram encontradas 23 questões
3a3d7dfb-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Pode-se afirmar sobre o poema de Ribeiro Couto que

Imagem 062.jpg

A
canta modas brasileiras só à noite e às sextas-feiras, porque as artes feiticeiras são praticadas pelo eu lírico em seu exílio.
B
tem como objetivo expressar a depressão do eu lírico em terra estrangeira, mas também capta os sentimentos do poeta durante o seu exílio.
C
tem como referência original o tema e a métrica da “Canção do exílio”, mas reelabora as referências românticas com a linguagem modernista.
D
tem a finalidade de descrever detalhadamente os moinhos com palmeiras onde canta o sabiá, conforme pregava o Realismo.
E
expressa a simplicidade da linguagem do eu lírico, que prefere cantar modinhas brasileiras no exílio a retornar ao Brasil.
14e1f1d1-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Identifique a alternativa em que o pronome sublinhado retoma e sintetiza, na progressão textual, um enunciado anteriormente expresso. (Texto VII)


A
Dizei-me por vida vossa
em que fundais o ditame (versos 5,6)
B
de exaltar os que aqui vêm,
e abater os que aqui nascem? (versos 7,8)
C
Se o fazeis pelo interesse
de que os estranhos vos gabem, (versos 9,10)
D
isso os paisanos fariam
com conhecidas vantagens. (versos 11,12)
E
O certo é, pátria minha,
que fostes terra de alarves, (versos 17,18)
162547be-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Todas as afirmativas sobre a construção estética ou a produção textual do poema de Gregório de Matos (Texto VII) estão adequadas, EXCETO uma. Assinale-a.


A
Existem antíteses, características de textos no período barroco.
B
Há uma personificação, pois a Bahia, ser inanimado, é tratada como ser vivo.
C
A ausência de métrica aproxima o poema do Modernismo.
D
O eu lírico usa o vocativo, transformando a Bahia em sua interlocutora.
E
Há diferença de tratamento para os habitantes locais e os estrangeiros.
1aecfa47-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



Agostinho Neto, poeta angolano, combatente da luta anticolonial e primeiro Presidente da República, apresenta uma obra que se confunde com a história de seu país. Um dos seus temas é a relação penosa do homem com o seu trabalho no cotidiano, tornando assim sua arte popular e engajada.

Em todas as alternativas, as obras de arte expressam uma das temáticas presentes no poema de Agostinho Neto (Texto VIII), EXCETO em:

A


B


C


D


E


38d9914e-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Intertextualidade

Os versos dos poetas modernistas e românticos apresentam relação de intertextualidade com o poema de Ribeiro Couto, EXCETO em uma alternativa.
Assinale-a.

Imagem 062.jpg

A
“Vou-me embora pra Pasárgada / Lá sou amigo do rei / Lá tenho a mulher que eu quero / Na cama que escolherei” (Manuel Bandeira)
B
“Dá-me os sítios gentis onde eu brincava / Lá na quadra infantil; / Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, / O céu do meu Brasil!” (Casimiro de Abreu)
C
“Minha terra tem macieiras da Califórnia / onde cantam gaturamos de Veneza. / Os poetas da minha terra / são pretos que vivem em torres de ametista,” (Murilo Mendes)
D
“Ouro terra amor e rosas / Eu quero tudo de lá / Não permita Deus que eu morra / Sem que volte para lá” (Oswald de Andrade)
E
“Em cismar, sozinho, à noite, / Mais prazer eu encontro lá; / Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o Sabiá.” (Gonçalves Dias)
100bc368-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Tipologia Textual, Pontuação, Uso da Vírgula

Quanto à construção linguística do Texto V e a legenda do Texto VI, pode-se afirmar que


A
a progressão das ideias nos dois textos se efetiva por um narrador de primeira pessoa, enunciado como personagem “Jacinto” (Texto V) e um narrador de terceira pessoa referido de modo genérico como uma “coluna” de jornal (Texto VI).
B
a interlocução se apresenta diferentemente nos dois textos: como um substantivo “Jacinto” (Texto V, linha 3) e como desinência de terceira pessoa do singular do modo imperativo em “Veja só.” (Texto VI, linha 3) em referência à pessoa com quem se fala.
C
o emprego do pronome pessoal “lhe” (Texto V, linha 14) referindo-se a “homem” aproxima o narrador do leitor; o emprego do pronome demonstrativo “este” e do advérbio “ali” (Texto VI, linha 1) aproximam espacialmente o narrador da imagem destacada no grafite.
D
o uso da vírgula marca a enumeração de verbos substantivados (Texto V, linhas 17-18); a vírgula usada na descrição da mulher fantasiada (Texto VI, linha 3) encadeia a enumeração de ações simultâneas.
E
a palavra “Cidade” escrita com maiúscula (Texto V, linha 1) produz um sentido de especificidade; a expressão “Parque dos Patins” (Texto VI, linha 1), com maiúsculas, nomeia um substantivo de valor irrestrito.
13a54df8-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Assinale a charge que, de modo semelhante ao verso “e abater os que aqui nascem?”, critica, sob um enfoque metafórico, um comportamento presente na cultura brasileira, sobretudo em relação à nossa identidade.


A


B


C


D


E


0b39145c-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Assinale a alternativa que apresenta comentário adequado sobre a relação de sentido entre os fragmentos dos Textos II e III, a seguir transcritos:


A
A cultura é um fenômeno individual. (Texto II, linha 18) / “somos burgueses, eis aqui nossos cabelos compridos, que provam nossa modernidade internacional de privilegiados.” (Texto III, linhas 22-24)
Comentário: O segundo fragmento (Texto III) implica, pelo discurso citado, um conflito com o sentido do termo cultura enunciado no primeiro fragmento (Texto II).
B
O segundo gesto, o de personalizar cada ser que pertence a uma civilização, é o processo da CULTURA. (Texto II, linhas 13-14) / Recusavam a própria cultura para ingressar acéfalos no submundo da modernidade. (Texto III, linhas 24-26) Comentário: O segundo fragmento (Texto III) enfatiza o conceito de cultura do primeiro (Texto II).
C
O primeiro gesto, o de reunir, aunar, tornar uno todas as pessoas de um mesmo território, é o processo da CIVILIZAÇÃO. (Texto II, linhas 10-12) / Pasolini deparava-se com jovens cada vez mais parecidos entre si, a um só tempo infelizes e orgulhosos, mesquinhos e arrivistas. (Texto III, linhas 17-19)
Comentário: Os dois fragmentos baseiam-se em conceitos de cultura como um processo de homogeneização.
D
Juntar todas as pessoas num montão único é trabalho menos complicado do que o de personalizar cada uma delas. (Texto II, linhas 7-9) / Era o fascismo de consumo que devastava a singularidade das culturas. (Texto III, linhas 8-9)
Comentário: Os dois fragmentos se contradizem por questionarem o conceito de cultura como um fenômeno coletivo.
E
Não há cultura sem civilização, nem civilização que perdure sem cultura. (Texto II, linhas 19-20) / Quem poderá pressentir a profundidade do abismo que os ameaça ou a tristeza que os cerca? (Texto III, linhas 26-27)
Comentário: O segundo fragmento (Texto III), pela pergunta retórica, expressa um questionamento quanto à validade dos conceitos de civilização e cultura do primeiro fragmento (Texto II).
0c70b9d2-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Assinale a alternativa que correlaciona, quanto ao sentido do termo “civilização”, o fragmento de Mário de Andrade (Texto IV) com o fragmento de Almada Negreiros (Texto II).


A
O Texto IV personaliza individualmente o termo “civilização”, tornando-o sinônimo do conceito de “cultura” como ocorre no Texto II.
B
O Texto IV se vale da metáfora do “acorde musical” para especificar o conceito de “civilização” como um fenômeno individual como se apresenta no Texto II.
C
O Texto II emprega “juntar feijões em uma mesa”, enquanto o Texto IV emprega “realizarmos o nosso acorde”, ambos para designar as ações que transformam indivíduos em um conjunto maior que se pode chamar de “civilização”.
D
O Texto II considera que “cultura” significa personalizar cada ser que pertence a uma “civilização”, enquanto o Texto IV afirma que “civilização” tem limites territoriais como “cultura”.
E
O Texto IV aponta que “civilização” é algo que vai além do território nacional, enquanto o Texto II aponta que o termo “cultura” designa um fenômeno que vai muito além do individual.
0da492b3-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe, Pontuação

Assinale a alternativa que apresenta comentário adequado a um dos fragmentos dos Textos II e III, com base em aspectos sintáticos, morfológicos e semânticos.


A
Pasolini foi o mais aguerrido defensor da diferença, ao detectar uma verdadeira mutação antropológica do mundo moderno: a condição humana e a condição burguesa passavam tristemente a coincidir. (Texto III, linhas 1-4)
Comentário: O uso dos dois pontos interfere ironicamente no esclarecimento do que foi enunciado.
B
O gesto de os juntar num montão único. E o gesto de os separar, um por um, do dito montão. (Texto II, linhas 2-3)
Comentário: O emprego da conjunção coordenativa “E” implica sempre a obrigatoriedade do uso do ponto final na oração anterior.
C
Uma erotomania generalizada a braços dados com o bom-mocismo desenxabido do politicamente correto. (Texto III, linhas 12 -14)
Comentário: A expressão “politicamente correto” está em processo de gramaticalização e, no fragmento, constitui uma locução de valor conjuntivo.
D
O segundo gesto, o de personalizar cada ser que pertence a uma civilização é o processo da CULTURA. (Texto II, linhas 13-14)
Comentário: O emprego do pronome demonstrativo “o” apresenta uma função coesiva, que caracteriza, no fragmento, o termo determinante do substantivo.
E
Tanto assim que, de Roma a Nova York, de Buenos Aires a Paris, Pasolini deparava-se com jovens cada vez mais parecidos entre si, a um só tempo infelizes e orgulhosos, mesquinhos e arrivistas. (Texto III, linhas 16-19)
Comentário: A locução conjuntiva explicativa “tanto assim que” introduz argumentos para uma opinião anteriormente expressa.
ff083af7-47
UFF 2010 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

TEXTO I
Civilização é o estágio da cultura social e da civilidade de um agrupamento humano caracterizado pelo progresso social, científico, político, econômico, artístico, ambiental e ético.
http://www.citador.pt/pensar. (adaptado)



O conceito “ideal” de civilização expresso no Texto I, comparado às temáticas das três charges apresentadas acima, justifica a seguinte afirmativa:

A
a ideologia de pacificação e de alheamento presentes nas três charges ratifica o conceito de civilização, vinculado ao progresso de um determinado agrupamento social.
B
as charges exemplificam atitudes representativas de um progresso civilizatório segundo uma concepção de ideal de convivência humana.
C
os fatos representados estilizam, nas charges, pela ironia, o conceito de civilização, segundo as perspectivas desejáveis de conquistas no âmbito político, socioeconômico e artístico.
D
as situações vividas pelos personagens das charges são representativas das consequências da globalização e do progresso sustentável que caracterizam o desenvolvimento de uma civilização.
E
os diferentes comportamentos humanos expressos nas charges apontam uma perspectiva de efetivo progresso social, científico, político, econômico e artístico.
517c5eee-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que não apresenta relação de sentido com a temática dos poemas de Gregório de Matos e de Carlos Drummond de Andrade.

Imagem 095.jpg

A
“O tempo estende/ um trem? No espaço/ o instante estampa/ pressa e passos” - Armando Freitas Filho
B
“O tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo” - Machado de Assis
C
”No tempo que dispendeste/ para ler estas estrofes/ quatro dos nossos morreram/ e o ianque encheu mais seu cofre” - Ferreira Gullar
D
“Felicidade tão pouca/ Para tão duros escolhos!/ Caiu-te um beijo na boca/ E foi brotar-te nos olhos” - Jorge Jobim
E
“Leva-me o tempo para a frente,/ certo de sua direção./ Pausado passo indiferente” - Cecília Meireles
4fa667de-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No verso “Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada”, pode-se perceber:

Imagem 094.jpg

A
o emprego da citação, pela apropriação da expressão bíblica “do pó viemos e ao pó voltaremos”, com o fim de ressaltar a permanência da beleza de Maria em oposição ao pó passageiro.
B
o uso da metáfora, através do emprego dos substantivos “terra”, “cinza”, “pó”, que simbolizam elementos do cemitério, culminando com o pronome “nada”, que se refere à ausência de sentimentos do poeta.
C
o uso da gradação, pela disposição de vocábulos em seqüência, na qual se nota uma direção de sentido, enfatizando a transformação que o tempo opera na beleza.
D
o emprego da enumeração, pela revisão de todas as maneiras, circunstâncias e partes da beleza de Maria, reforçando os aspectos positivos e permanentes desta beleza.
E
o emprego do contraste entre a beleza de Maria e a feiúra do cemitério, cheio de cinza, pó e sombra, que não servem para nada.
2549fa48-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

                              Imagem 078.jpg

O texto aborda a questão da relação da sociedade com o seu espaço e o seu tempo vividos, ou seja, a questão da experiência de vida do indivíduo com o seu lugar, representado pelo bairro do Brás, na cidade de São Paulo.

Na experiência do indivíduo com o lugar, em foco na história acima, enfatiza-se a dimensão:

A
ecológica
B
econômica
C
política
D
estética
E
afetiva
271ced68-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Imagem 079.jpg

Assinale a afirmativa que não corresponde ao texto de Machado de Assis.

A
Este narrador em primeira pessoa é uma alternativa ao narrador intimista tradicional, que tem seu ponto de vista absolutamente limitado pelas circunstâncias e pelo que o narrador-personagem pode conhecer a partir delas.
B
Este narrador em primeira pessoa é uma alternativa ao narrador onisciente, tradicional do Realismo.
C
Memórias póstumas de Brás Cubas foi publicado depois que Machado de Assis morreu, razão pela qual Machado declara que não é propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço.
D
A hesitação expressa pelo narrador (pôr em primeiro lugar seu nascimento ou sua morte) não faz parte do repertório tradicional de autores realistas ou naturalistas.
E
O narrador declara que é um defunto autor, para quem o túmulo foi um outro berço porque somente depois de morto ele resolveu produzir a narrativa que o vai transformar em autor.
28f8eaea-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O Pentateuco é composto pelos cinco primeiros livros da Bíblia.

A comparação do Pentateuco com o livro de que o narrador do texto se declara autor é:

Texto V


Óbito do autor


Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.


Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas

A
simbolista, porque compara um texto relevante com um irrelevante;
B
trágica, porque o autor do romance já está definitivamento morto e enterrado;
C
modernista, porque menciona a Bíblia, texto importantíssimo no Ocidente;
D
realista, porque menciona o texto de um morto que em vida nada publicou;
E
humorística, porque os dois termos da comparação são muito desproporcionais.
39bd7049-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Imagem 087.jpg

Identifique o comentário adequado sobre aspectos sintáticos, semânticos e discursivos do texto Valsinha.

A
Dentre as marcas verbais presentes na progressão do texto, há a predominância do pretérito perfeito para indicar fatos passados habituais.
B
A progressão do texto se opera por modelo narrativo, em que o desenvolvimento dos acontecimentos se dá por meio da repetição do conectivo “e” e das expressões de tempo verbais e adverbiais.
C
A presença freqüente da ênclise no desenvolvimento do sentido de um encontro amoroso implica um registro informal da língua, próprio de uma canção.
D
A gradação dos substantivos – praça, vizinhança, cidade, mundo – constrói um sentido de crítica incompatível com as atitudes dos personagens envolvidos na história narrada.
E
As diferentes marcas da relação de causa-conseqüência (tanto que/e) ocorrem ao longo do texto, para explicitar a construção lingüística do desencontro amoroso.
f0a9147e-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

dentifique o comentário adequado a respeito da produção de sentido e da recepção do texto de Ferreira Gullar, levando-se em conta os fatores de textualidade e o conhecimento de mundo.

Imagem 015.jpg

A
Em meio ao verão, a chama da literatura bruxuleia e se apaga. Não se precisa de chave para abrir o mundo, quando ele se dá a nós, escancarado, sem espessura e sem sombras. (linhas 17-18)
Comentário: o fragmento do texto apresenta, pela intertextualidade, uma visão de contraste à seguinte estrofe de Carlos Drummond de Andrade, especialmente, na relação entre vida e criação literária: Chega mais perto e contempla as palavras. / Cada uma / tem mil faces secretas sob a face neutra / e te pergunta, sem interesse pela resposta, / pobre ou terrrível, que lhe deres: / Trouxeste a chave?
B
O verão é feroz. Especialmente um verão como este, ilegítimo, fora de época, produto de uma subversão planetária. Tudo nele está fora da lei, como a poesia e a paixão desvairada. (linhas 8-9)
Comentário: O fragmento do texto, por meio da enumeração e da comparação, contraria a aceitabilidade do texto no que se refere à expectativa do leitor sobre a produção de sentido.
C
O verão lembra uma máquina anômala cujas correias e roldanas se estendem por avenidas e rodam nas nuvens, (linhas 13-14)
Comentário: No fragmento do texto, o emprego do pronome relativo “cujas” institui pela catáfora, uma inadequação no mecanismo coesivo do texto.
D
Uma onça – não sei se já repararam – não tem costura. O verão, esta pantera, também não tem. E dentro dele estamos nós, prisioneiros de uma jaula feliz. (linhas 3-5) Comentário: A produção de sentido do trecho “prisioneiros de uma jaula feliz” garante a informatividade pelo uso exclusivo da linguagem denotativa.
E
O verão não tem municípios, nem governo, nem câmara, nem eleições. Está deitado ao lado do mar e aos pés da montanha selvagem. Azul e verde, sal e clorofila. (linhas 5-7) Comentário: A produção de sentido do trecho “azul e verde, sal e clorofila” se efetiva na intencionalidade do narrador em alarmar quanto aos efeitos danosos de um verão fora de época.
fae160fa-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


O fotógrafo Evandro Teixeira demonstra no seu texto e na sua fotografia a intenção de captar o momentoem que o fato ocorre: um instantâneo do acontecimento

As fotos abaixo apresentam uma afinidade quanto à captação de um instantâneo do acontecimento, exceto uma. Assinale-a:

A
B
C
D
E
0e2504c4-42
UFF 2008 - Português - Interpretação de Textos

No final de dezembro de 2007, ladrões furtaram do Museu de Arte de São Paulo (MASP) uma tela de Picasso (Retrato de Suzanne Bloch) e uma tela de Portinari (O lavrador de café).

Imagem 054.jpg

O cartunista Chico Caruso se apropria do fato e cria interferências nos quadros originais, apresentando múltiplas possibilidades de leituras críticas sobre o furto.

Imagem 055.jpg

Identifique o comentário adequado à situação de comunicação da charge de O Globo de 22/12/2007.

A
Em “O que é que uma moça fina como a senhora estava fazendo num lugar desses?”, o pronome demonstrativo “desses” indica maior proximidade entre os interlocutores e aponta o local do cativeiro.
B
Em “Entreouvido ainda naquele pictórico cativeiro, bem brasileiro...”, o pronome demonstrativo “naquele” apresenta, no contexto, uma referência espacial ao MASP.
C
“Dona Suzanne” é a interlocutora do lavrador, na charge, mas o chargista também se dirige, de forma crítica, a um interlocutor fora do texto.
D
Em “Dona Suzanne, ainda que mal pergunte”, o emprego do advérbio “mal” revela a pressa do interlocutor, como se a resposta à pergunta pudesse evitar a situação vivida.
E
A imagem de “Suzanne Bloch” sofreu uma interferência com ampliação do corpo, incorporando marcas significativas (mãos, pés, indicação de pensamento), o que permite um efetivo diálogo entre os dois personagens.