Questõesde PUC - RS sobre Português

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Foram encontradas 209 questões
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PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

Estão corretas apenas as afirmativas:

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho do conto “As águas do mundo”, de Clarice Lispector, e as afirmativas que seguem.

Aí está ele, o mar, o mais ininteligível das existências não humanas. E aqui está a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos. Como o ser humano fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos seres vivos. Ela e o mar. Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro: a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões. Ela olha o mar, é o que se pode fazer. 
Ele só lhe é delimitado pela linha do horizonte, isto é, pela sua incapacidade humana de ver a curvatura da terra. São seis horas da manhã. Só um cão livre hesita na praia, um cão negro. Por que é que um cão é tão livre? Porque ele é o mistério vivo que não se indaga. A mulher hesita porque vai entrar. Seu corpo se consola com sua própria exiguidade em relação à vastidão do mar porque é a exiguidade do corpo que o permite manter-se quente e é essa exiguidade que a torna pobre e livre gente, com sua parte de liberdade de cão nas areias. Esse corpo entrará no ilimitado frio que sem raiva ruge no silêncio das seis horas. A mulher não está sabendo: mas está cumprindo uma coragem. Com a praia vazia nessa hora da manhã, ela não tem o exemplo de outros humanos que transformam a entrada no mar em simples jogo leviano de viver. Ela está sozinha. O mar salgado não é sozinho porque é salgado e grande, e isso é uma realização. Nessa hora ela se conhece menos ainda do que conhece o mar. Sua coragem é a de, não se conhecendo, no entanto prosseguir. É fatal não se conhecer, e não se conhecer exige coragem.

I. O trecho apresenta uma abordagem filosófica sobre as existências do homem e do mar, a partir de inferências e questionamentos.
II. A passagem, intimista, revela uma das principais características da obra de Clarice Lispector.
III. Segundo o trecho, o homem não é um ser livre porque tem a capacidade de autoquestionar-se.
IV. O trecho também apresenta uma abordagem exis- O trecho também apresenta uma abordagem existencialista, mostrando que a união da mulher com o oceano a faz conhecer-se melhor e, finalmente, desfrutar o mar como os outros humanos.


A
I e II.
B
II e IV.
C
I, II e III.
D
I, III e IV.
E
II, III e IV.
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PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia os versos do poema Mar absoluto e considere a informação sobre o(a) autor(a).

Foi desde sempre o mar,
E multidões passadas me empurravam
como o barco esquecido.

Um dos nomes da literatura brasileira que mais utilizou o mar como matéria poética, com títulos como Viagem, Vaga música e Mar absoluto, foi:

A
Adélia Prado.
B
Cecília Meireles.
C
Vinícius de Moraes.
D
João Cabral de Melo Neto.
E
Carlos Drummond de Andrade.
2a801a44-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

As afirmativas corretas são:

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto a seguir, da obra Manuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa.

Daí, dos demais, deu tudo vagalume. – “Olha quanto mija-fogo se desajuntando no ar, bruxolim deles parece festa!” (...) Dito arranjava um vidro vazio, para guardar deles vivendo. Dito e Tomezinho corriam no pátio, querendo pegar, chamavam – “Vagalume, lume, lume, seu pai, sua mãe estão aqui!...” Mãe minha Mãe. O vagalume. Mãe gostava, falava, afagando os cabelos de Miguilim: - “O lumêio deles é um acenado de amor” (...) Um vagalume se apaga descendo ao fundo do mar. – ‘Mãe, que é que é o mar, Mãe?’ Mar era longe, muito longe dali, espécie duma lagoa enorme, um mundo d’água sem fim, Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. – ‘Pois, Mãe, então mar é o que a gente tem saudade?’ Miguelim parava. Drelina espiava em sonho, da janela.

Com base no excerto e em seu contexto, considere as seguintes afirmativas:

I. O texto de Guimarães Rosa provoca um estranha- O texto de Guimarães Rosa provoca um estranhamento no leitor, por conta de seus desvios linguísticos, como inversões sintáticas, emprego de um léxico sertanejo e utilização de neologismos.
II. A definição do mar, trazida pela mãe, primeiramente é espacial, relacionada à ausência. Apenas num segundo momento essa definição é figurativa.
III. Com estrutura narrativa complexa e linguagem ino- Com estrutura narrativa complexa e linguagem inovadora, Os Sertões é a obra-prima de Guimarães Rosa.
IV. Podemos inferir pelo trecho que Miguelim, na ver- Podemos inferir pelo trecho que Miguelim, na verdade, conheceu o mar quando menor, uma vez que provavelmente sente saudade do tempo em que brincava na praia como as outras crianças.

A
I, apenas.
B
I e II, apenas.
C
II e III, apenas.
D
III e IV, apenas.
E
I, II, III e IV.
2a877d0a-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

Com base nos excertos, preencha os parênteses com C (certo) ou E (errado).

( ) Tanto a canção quanto o excerto apresentam a ambiguidade da relação positiva e negativa do homem com o mar.

( ) De acordo com o excerto de Amado, entre as possibilidades de trabalho no mar, exercer a atividade num navio é sonho acalentado por quase todos os meninos que saem das escolas.

( ) O repouso junto a orixás africanos pode ser visto como uma forma de suavizar a morte no mar, de acordo com a canção.

( ) Dulce vê o mar de modo benéfico, como um espaço para a liberdade do homem confinado às agruras da vida nas cidades.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho da canção É doce morrer no mar, de Dorival Caymmi e Jorge Amado, e o excerto de Mar mortode Jorge Amado.

É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio
Foi de tristeza pra mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi pra mim (...)
Nas ondas verdes do mar meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de noivo
No colo de Iemanjá

Os meninos que saíam da escola nunca tiveram nenhum desses pensamentos. O destino deles já estava traçado. Era a proa de um saveiro, os remos de uma canoa, quando muito as máquinas de um navio, ideal grandioso que poucos alimentavam. O mar estava diante dela e já tragara muitos alunos seus, e tragara, também, seus sonhos de moça. O mar é belo e é terrível. O mar é livre, dizem, e livres são os que vivem nele. Mas Dulce bem sabia que não era assim, que aqueles homens, aquelas mulheres, aquelas crianças, não eram livres, estavam acorrentados ao mar, estavam presos como escravos, e Dulce não sabia onde estavam as cadeias que os prendiam, onde estavam os grilhões dessa escravidão.

A
V – F – V – V.
B
F – F – V – V.
C
V – V – F – V.
D
V – F – V – F.
E
F – V – F – F.
2a8cc45e-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

Sobre Moacyr Scliar, autor do excerto, é correto afirmar:

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto abaixo, retirado da obra Max e os felinos.

Uma noite Max acordou com a sensação de que algo anormal ocorria a bordo. (...) Só então Max se deu conta: o navio estava afundando. Os barcos desciam rapidamente, e logo não havia mais ninguém a bordo. (...) Ao clarear do dia viu-se sozinho na vastidão do oceano. Enorme angústia apossou-se dele; pôs-se a chorar desabaladamente. Que triste situação. Que triste vida. Infância não de todo feliz; adolescência atormentada; fuga precipitada da pátria e agora isso, o naufrágio! Era demais.
A
Também publicou as obras Dançar tango em Porto Alegre, Cães da Província e Os voluntários.
B
Apesar de ter contos e romances publicados, é mundialmente reconhecido por sua produção poética.
C
Dedica um olhar atento ao homem do campo, especialmente ao pequeno trabalhador rural, num cenário de decadência e miséria.
D
Elege como uma das principais temáticas de sua obra a representação da vida judaica porto-alegrense, em especial no bairro Bom Fim.
E
Embora fosse médico, nunca chegou a explorar as relações entre literatura e medicina em suas obras, por acreditar serem elas de naturezas inconciliáveis.
2a9221fa-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

Com base no trecho e em seu contexto, assinale a alternativa INCORRETA:

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho do conto “Bárbara”, de Murilo Rubião.

Bárbara gostava somente de pedir. Pedia e engordava. Por mais absurdo que pareça, encontrava-me sempre disposto a lhe satisfazer os caprichos. Em troca de tão constante dedicação, dela recebi frouxa ternura e pedidos que se renovavam continuamente. (...) Pediu o oceano. Não fiz nenhuma objeção e embarquei no mesmo dia, iniciando longa viagem ao litoral. Mas, frente ao mar, atemorizei-me com o seu tamanho. Tive receio de que a minha esposa viesse a engordar em proporção ao pedido, e lhe trouxe somente uma pequena garrafa contendo água do oceano. No regresso, quis desculpar meu procedimento, porém ela não me prestou atenção. Sofregamente, tomou-me o vidro das mãos e ficou a olhar, maravilhada, o líquido que ele continha. Não mais o largou. Dormia com a garrafinha entre os braços e, quando acordada, colocava-o contra a luz, provava um pouco da água. Entrementes, engordava.
A
A reciprocidade no afeto parece ser uma marca do casal retratado no trecho.
B
O marido demonstra não se surpreender com os pedidos de sua esposa, e este comportamento provoca um estranhamento no leitor.
C
A natureza insólita e ambígua da relação do casal é um elemento que reflete a adesão de Murilo Rubião a uma estética relacionada à literatura fantástica.
D
O trecho apresenta algumas construções inusitadas, que quebram a lógica de causa e efeito, como, por exemplo: “pedia e engordava”.
E
Murilo Rubião tem uma produção literária centrada mais em contos do que em romances.
5694eae2-36
PUC - RS 2015 - Português - Morfologia - Verbos

Sobre o valor e o emprego dos verbos nos textos 1 e 2, a afirmativa INCORRETA é:

                          



A
Se no lugar de “Substituir” (linha 01 ) fosse usado “Preferir”, a construção, segundo a norma padrão, seria “Preferir a bicicleta ao carro e a fralda de pano a descartável”.
B
O presente do indicativo, no texto 1, é usado para compor um cenário atual, habitual.
C
“viver de uma maneira mais simples” (linhas 05 e 06) e “viver uma vida com mais sentido” (linha 10) apresentam o mesmo verbo, mas há mudança na transitividade.
D
O verbo “conseguir”, no texto 2, poderia ser empregado no presente, sem alteração significativa do sentido da charge.
E
A omissão do complemento que pode ser recuperado pelo contexto, como em “eu não consegui”, é traço da linguagem informal reproduzida na charge.
569a4b56-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

A partir da leitura do texto 3, infere-se que, da antiguidade aos dias de hoje, o homem

                      

A
deixou de refletir sobre o modo como seu comportamento individual repercute na construção da realidade compartilhada por todos.
B
alterou o alcance de suas reflexões filosóficas, aplicando-as a aspectos práticos do quotidiano.
C
evoluiu em termos éticos, pois percebeu que apenas as escolhas corretas podem proporcionar felicidade.
D
distanciou-se da filosofia grega, tornando-se mais virtuoso, à medida que passou a agir levando em conta o julgamento social.
E
apresenta-se mais sensível em relação aos direitos dos outros, descuidando-se de suas obrigações perante a sociedade.
569fcc49-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Travessão, Conjunções: Relação de causa e consequência, Pontuação, Morfologia

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, analise a frase “Mas a sabedoria fundamental – no sentido mais substantivo desse adjetivo – da filosofia grega é incontornável” (linhas 21 a 23) e preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso), considerando o contexto.


( ) O “mas” redireciona o desenvolvimento argumentativo, estabelecendo uma oposição entre o que se modificou e o que não pode ser modificado.


( ) O trecho entre travessões apresenta um comentário de natureza metalinguística e poderia ser deslocado para o fim da frase, com os devidos ajustes na pontuação, sem alteração no sentido do texto.


( ) A palavra “substantivo” está empregada, no contexto, com o sentido de “essencial”, “inerente”.


( ) O adjetivo “incontornável” enfatiza a ideia de que nem tudo o que diz respeito à moral é flexível.


O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

                      

A
V – F – V – V
B
V – V – F – V
C
F – F – V – V
D
F – V – V – F
E
F – V – F – F
56a6ba2a-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

A relação entre o exemplo e o recurso argumentativo empregado no texto está correta em:

                      

A
“Das opções políticas à escolha do creme que se usa no rosto, as decisões que tomamos agora parecem carregadas de implicações morais.” (linhas 01 a 03) – Ironia
B
“E, se isso nem de longe resolve problemas que vão da organização familiar à pesquisa científica, não é apenas porque hoje há dilemas com os quais não se sonhava em Atenas: todo sistema moral sempre será insuficiente perante a realidade” (linhas 05 a 09) – Raciocínio lógico
C
“Hoje, quando a filosofia é uma disciplina acadê- mica, perdemos a ideia de completude que ela representava no mundo pagão antigo.” (linhas 09 a 11) – Gradação
D
“a filosofia era antes de tudo um modo de vida, um guia para a virtude e a felicidade” (linhas 14 a 16) – Refutação
E
“e, que lindo, não se concebia que pudesse haver felicidade sem virtude” (linhas 16 e 17) – Ilustração hipotética
56abc5f0-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos, Redação - Reescritura de texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, analise as possibilidades de reescrita da última frase do texto 3 (linhas 29 a 32).

I. Assim, somos cada um de nós agentes morais e, sendo inviável que alguém censure a opinião de um agente moral, todas as decisões éticas que tomamos em primeira pessoa, são inalienáveis.

II. Nessa linha de pensamento, todo indivíduo é um agente moral, e as decisões éticas são sempre tomadas em primeira pessoa, não se admitindo a apropriação indevida da voz de um agente moral.

III. De acordo com essa concepção, cada um de nós é um agente moral cuja voz não deve ser tolhida, porque todas as decisões éticas são particulares e intransferíveis, não podendo pois ser alienadas. 

A(s) proposta(s) que mantém / mantêm o sentido e a correção da frase original é/são


                      

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
56bb7594-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Responder à questão  com base na leitura dos textos 1, 2, 3 e 4.


Para compor esta prova, foram selecionados quatro textos que, apesar de diferentes quanto ao gênero, abordam um tema em comum: __________. Quanto à sequência de apresentação, os textos 1 e 2 são mais __________; e os textos 3 e 4, mais __________.

                         


                               


                            

A
a crise moral do homem contemporâneo
objetivos
subjetivos

B
o fator humano e as questões ambientais
simples
complexos

C
o desenvolvimento da consciência social
abstratos
concretos

D
as implicações morais da vida em sociedade
concretos
abstratos

E
a perda da ética e da responsabilidade
subjetivos
objetivos

56b0b52d-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

Os nexos que preenchem correta e respectivamente as lacunas do texto estão reunidos em:

                           

A
Por exemplo – Por isso – porém
B
Ou seja – Não obstante – portanto
C
Qual seja – No entanto – assim
D
Por exemplo – Não obstante – assim
E
Ou seja – No entanto – porém
56b612b6-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com as ideias do segundo parágrafo, o comportamento heteronômico caracteriza-se pela

                           

A
atitude egocêntrica.
B
falta de autonomia.
C
postura individualista.
D
ausência de afetividade.
E
desobediência às regras.
568b57e3-36
PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

A charge – texto 2 – aborda a questão do uso do carro nas grandes cidades. A relação entre os recursos verbais e não verbais nesse texto revela que

                          



A
as falhas no serviço de transporte público tolhem as iniciativas bem-intencionadas.
B
o discurso ambientalista propõe formas radicais de resolver os problemas da poluição do ar.
C
os cidadãos passam por dilemas quando submetidos a pressões sociais que exigem sacrifícios pessoais
D
a agressão ao meio ambiente não irá cessar enquanto não forem adotadas medidas coercitivas contra os que poluem.
E
a acomodação de uma pequena parcela da população pode invalidar a luta dos verdadeiros cidadãos por um mundo melhor.
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PUC - RS 2015 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , considere as afirmativas sobre o conteúdo e a composição dos textos 1 e 2.


I. A tendência social delineada nas pequenas narrativas que compõem o texto 1 é referida, de forma sintética, por uma passagem do texto 2.


II. O texto 2 se constrói a partir do diálogo entre as personagens; já no texto 1, o discurso das pessoas mencionadas não aparece.


III. O texto 2 se apresenta como uma contraposição ao ponto de vista dos moradores de Curitiba mencionados no texto 1.


Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)

                          



A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
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PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , analise as afirmações sobre os poemas das duas questões anteriores e numere os parênteses, de acordo com o seguinte código:

1. Caracteriza apenas o poema A Cavalgada.
2. Caracteriza apenas o poema Inefável.
3. Caracteriza os dois poemas.
4. Não caracteriza nenhum dos poemas.

( ) Soneto com versos livres.
( ) Apresentação de rimas interpoladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes.
( ) Apresentação de cena com forte caráter descritivo.
( ) Presença de uma série de figuras de linguagem, especialmente metáforas e comparações.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A cavalgada, de Raimundo Correia.

A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...

Inefável em

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
A
4 – 1 – 3 – 2
B
3 – 1 – 2 – 3
C
3 – 4 – 1 – 2
D
4 – 3 – 1 – 2
E
4 – 4 – 2 – 1
671ddab3-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho do conto Trezentas onças e, considerando também o seu contexto, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).

A estrada estendia-se deserta; à esquerda os campos desdobravam-se a perder de vista, serenos, verdes, clareados pela luz macia do sol morrente, manchados de pontas de gado que iam se arrolhando nos paradouros da noite; à direita, o sol, muito baixo, vermelho-dourado, entrando em massa de nuvens de beiradas luminosas. Nos atoleiros, secos, nem um quero-quero: uma que outra perdiz, sorrateira, piava de manso por entre os pastos maduros; e longe, entre o resto da luz que fugia de um lado e a noite que vinha, peneirada, do outro, alvejava a brancura de um joão- grande, voando, sereno, quase sem mover as asas, como uma despedida triste, em que a gente também não sacode os braços... Foi caindo uma aragem fresca; e um silêncio grande, em tudo.

( ) O autor deste conto, que pertence à obra Contos gauchescos, é Simões Lopes Neto.
( ) O narrador utiliza-se de uma série de adjetivos em sua descrição para dar vida a uma cena que traz o amanhecer no campo.
( ) O trecho descreve o campo como um lugar em que a imensidão compactua com a solidão, sendo espaço também de melancolia.
( ) Outra obra do mesmo autor de Trezentas onças é Lendas do Sul.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – V – V
B
V – F – V – V
C
F – F – V – V
D
F – V – F – F
E
V – F – F – F
681171b3-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , considere o seguinte excerto do texto Silêncio, de Clarice Lispector, e as afirmativas que seguem.

É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouvi-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. (...) Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece. O coração bate ao reconhecê-lo. Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. (...) Pode-se tentar enganá-lo também. Deixa-se como por acaso o livro de cabeceira cair no chão. Mas, horror – o livro cai dentro do silêncio e se perde na muda e parada voragem deste. E se um pássaro enlouquecido cantasse? Esperança inútil. O canto apenas atravessaria como uma leve flauta o silêncio. Que se espere. Não o fim do silêncio, mas o auxílio bendito de um terceiro elemento, a luz da aurora. Depois nunca mais se esquece. Inútil até fugir para outra cidade. Pois quando menos se espera pode-se reconhecê-lo – de repente. Ao atravessar a rua no meio das buzinas dos carros. Entre uma gargalhada fantasmagórica e outra. Depois de uma palavra dita. Às vezes no próprio coração da palavra. Os ouvidos se assombram, o olhar se esgazeia – ei-lo. E dessa vez ele é fantasma.

I. A autora sugere a dificuldade do homem de ficar em silêncio.
II. Alguns de nossos sentidos tornam-se mais aguçados em momentos de absoluto silêncio.
III. A autora aponta que a fuga para a cidade é a forma de, afinal, vencer o silêncio.
IV. Em determinada passagem, a narradora personifica o silêncio.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
II e III, apenas.
C
III e IV, apenas.
D
I, II e IV, apenas.
E
I, II, III e IV.
5f8e41de-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

Buzinas. Máquinas. Sirenes. A modernidade grita. Na rua, os sons entorpecem os nossos sentidos, mas quase nem mais os percebemos nesta sinfonia diária de ruídos. Dentro de casa, muitas vezes nos refugiamos junto ao barulho: música alta, televisão ligada, eletrodomésticos em funcionamento. Ainda há lugar para o silêncio no nosso mundo de hoje? Dentro da literatura, há. E sempre houve. Literatura que também denunciou outros silêncios, como aquele forjado pelas ditaduras. Concentre-se e escute o som do silêncio, ao responder as questões que seguem nesta prova.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia a crônica Um pouco de silêncio, de Lya Luft, e preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).

Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade. Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. (...) Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho. Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hâmsteres que se alimentam de sua própria agitação. Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa ou dentro de si mesmo ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma. Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se a amizade ou o amor se arrumasse em loja. (...) Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Pensamos logo em depressão: quem sabe terapia e antidepressivos? Uma criança que não brinca ou salta ou participa de atividades frenéticas está com algum problema. O silêncio assusta-nos por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal resolvidas, ou se observa outro ângulo de nós mesmos. (...) O silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconcerto nosso. Com medo de vermos quem – ou o que – somos, adiamos o confronto com a nossa alma sem máscaras. Mas, se aprendermos a gostar um pouco de sossego, descobrimos – em nós e no outro – regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente negativas. Nunca esqueci a experiência de quando alguém me pôs a mão no meu ombro de criaça e disse: – Fica quietinha um momento só, escuta a chuva a chegar.(...) Então, por favor, deem-me isso: um pouco de silêncio bom, para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito para além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos.

( ) No excerto, é possível perceber a crítica da autora ao isolamento de certos indivíduos, que não conseguem viver em comunidade.
( ) A crônica tem um caráter pedagógico, uma vez que faz um alerta sobre crianças com problemas de socialização, que não brincam, não pulam, não se divertem juntamente às demais.
( ) A autora insinua, em diferentes momentos do texto, a extrema preocupação que as pessoas têm com a opinião dos outros.
( ) A narradora associa o silêncio com a capacidade de reflexão ao olhar para si mesmo.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – V – V
B
V – F – V – V
C
F – F – V – V
D
V – F – F – F
E
F – V – F – F