Questõesde ENEM sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Além de apresentar ao público a obra A balsa de Lampedusa, essa reportagem cumpre, paralelamente, a função de chamar a atenção para

A crise dos refugiados imortalizada para sempre no fundo do mar



TAYLOR, J. C. A balsa de Lampedusa. Instalação.


Museu Atlântico, Lanzarote, Canárias, 2016 (detalhe).



    A balsa de Lampedusa, nome da obra do artista britânico Jason de Caires Taylor, é uma das instalações criadas por ele para compor o acervo do primeiro museu submarino da Europa, o Museu Atlântico, localizado em Lanzarote, uma das ilhas do arquipélago das Canárias.


    Lampedusa é o nome da ilha italiana onde a grande maioria dos refugiados que saem da África ou de países como Síria, Líbano e Iraque tenta chegar para conseguir asilo no continente europeu.


    As esculturas do Museu Atlântico ficam a 14 metros de profundidade nas águas cristalinas de Lanzarote.


     Na balsa, estão dez pessoas. Todas têm no rosto a expressão do abandono. Entre elas, há algumas crianças. Uma delas, uma menina debruçada sobre a beira do bote, olha sem esperança o horizonte. A imagem é tão forte que dispensa qualquer palavra. Exatamente o papel da arte.



Disponível em: http://conexaoplaneta.com.br. Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado)

A
ilha de Lanzarote, localizada no arquipélago das Canárias, com vocação para o turismo.
B
as muitas vidas perdidas nas travessias marítimas em embarcações precárias ao longo dos séculos.
C
a inovação relativa à construção de um museu no fundo do mar, que só pode ser visitado por mergulhadores.
D
a construção do museu submarino como um memorial para as centenas de imigrantes mortos nas travessias pelo mar.
E
a arte como perpetuadora de episódios marcantes da humanidade que têm de ser relembrados para que não tornem a acontecer.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


HENFIL. Disponível em: https://medium.com. Acesso em: 29 out. 2018 (adaptado).



Nessa tirinha, produzida na década de 1970, os recursos verbais e não verbais sinalizam a finalidade de

A
reforçar a luta por direitos civis.
B
explicitar a autonomia feminina.
C
ironizar as condições de igualdade.
D
estimular a abdicação da vida social.
E
criticar as obrigações da maternidade.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Do ponto de vista linguístico, a defesa da norma-padrão pelo personagem caracteriza-se por

    Não que Pelino fosse químico, longe disso; mas era sábio, era gramático. Ninguém escrevia em Tubiacanga que não levasse bordoada do Capitão Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notável lá no Rio, ele não deixava de dizer: “Não há dúvida! O homem tem talento, mas escreve: ‘um outro’, ‘de resto’…” E contraía os lábios como se tivesse engolido alguma cousa amarga.

    Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glórias nacionais. Um sábio…

     Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saía vagarosamente de casa, muito abotoado no seu paletó de brim mineiro, e encaminhava- -se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar é um modo de dizer, porque era Pelino avaro de palavras, limitando-se tão-somente a ouvir. Quando, porém, dos lábios de alguém escapava a menor incorreção de linguagem, intervinha e emendava. “Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que…” Por aí, o mestre-escola intervinha com mansuetude evangélica: “Não diga ‘asseguro’, Senhor Bernardes; em português é garanto”.

    E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo.


BARRETO, L. A Nova Califórnia. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 24 jul. 2019.
A
contestar o ensino de regras em detrimento do conteúdo das informações.
B
resgatar valores patrióticos relacionados às tradições da língua portuguesa.
C
adotar uma perspectiva complacente em relação aos desvios gramaticais.
D
invalidar os usos da língua pautados pelos preceitos da gramática normativa.
E
desconsiderar diferentes níveis de formalidade nas situações de comunicação.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No fragmento da letra da canção, o vocabulário empregado e a situação retratada são relevantes para o patrimônio linguístico e identitário do país, na medida em que

Sinhá

Se a dona se banhou

Eu não estava lá

Por Deus Nosso Senhor

Eu não olhei Sinhá

Estava lá na roça

Sou de olhar ninguém

Não tenho mais cobiça

Nem enxergo bem


Para que me pôr no tronco

Para que me aleijar

Eu juro a vosmecê

Que nunca vi Sinhá

[…]

Por que talhar meu corpo

Eu não olhei Sinhá

Para que que vosmincê

Meus olhos vai furar

Eu choro em iorubá

Mas oro por Jesus

Para que que vassuncê

Me tira a luz.


CHICO BUARQUE; JOÃO BOSCO. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2011 (fragmento).
A
remetem à violência física e simbólica contra os povos escravizados.
B
valorizam as influências da cultura africana sobre a música nacional.
C
relativizam o sincretismo constitutivo das práticas religiosas brasileiras.
D
narram os infortúnios da relação amorosa entre membros de classes sociais diferentes.
E
problematizam as diferentes visões de mundo na sociedade durante o período colonial.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto atribui o enfraquecimento do mito da democracia racial no futebol à

    A história do futebol brasileiro contém, ao longo de um século, registros de episódios racistas. Eis o paradoxo: se, de um lado, a atividade futebolística era depreciada aos olhos da “boa sociedade” como profissão destinada aos pobres, negros e marginais, de outro, achava-se investida do poder de representar e projetar a nação em escala mundial. A Copa do Mundo no Brasil, em 1950, viria a se constituir, nesse sentido, em uma rara oportunidade. Contudo, na decisão contra o Uruguai sobreveio o inesperado revés. As crônicas esportivas elegiam o goleiro Barbosa e o defensor Bigode como bodes expiatórios, “descarregando nas costas” dos jogadores os “prejuízos” da derrota. Uma chibata moral, eis a sentença proferida no tribunal dos brancos. Nos anos 1970, por não atender às expectativas normativas suscitadas pelo estereótipo do “bom negro”, Paulo César Lima foi classificado como “jogador-problema”. Ele esboçava a revolta da chibata no futebol brasileiro. Enquanto Barbosa e Bigode, sem alternativa, suportaram o linchamento moral na derrota de 1950, Paulo César contra-atacava os que pretendiam condená-lo pelo insucesso de 1974. O jogador assumia as cores e as causas defendidas pela esquadra dos pretos em todas as esferas da vida social. “Sinto na pele esse racismo subjacente”, revelou à imprensa francesa: “Isto é, ninguém ousa pronunciar a palavra ‘racismo’. Mas posso garantir que ele existe, mesmo na Seleção Brasileira”. Sua ousadia consistiu em pronunciar a palavra interdita no espaço simbólico do discurso oficial para reafirmar o mito da democracia racial.


Disponível em: https://observatorioracialfutebol.com.br. Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado). 
A
responsabilização de jogadores negros pela derrota na final da Copa de 1950.
B
projeção mundial da nação por um esporte antes destinado aos pobres.
C
depreciação de um esporte associado à marginalidade.
D
interdição da palavra “racismo” no contexto esportivo.
E
atitude contestadora de um “jogador-problema”.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Qual estratégia caracteriza o texto como uma notícia alarmante?

    Um asteroide de cerca de um mil metros de diâmetro, viajando a 288 mil quilômetros por hora, passou a uma distância insignificante — em termos cósmicos — da Terra, pouco mais do dobro da distância que nos separa da Lua. Segundo os cálculos matemáticos, o asteroide cruzou a órbita da Terra e somente não colidiu porque ela não estava naquele ponto de interseção. Se ele tivesse sido capturado pelo campo gravitacional do nosso planeta e colidido, o impacto equivaleria a 40 bilhões de toneladas de TNT, ou o equivalente à explosão de 40 mil bombas de hidrogênio, conforme calcularam os computadores operados pelos astrônomos do programa de Exploração do Sistema Solar da Nasa; se caísse no continente, abriria uma cratera de cinco quilômetros, no mínimo, e destruiria tudo o que houvesse num raio de milhares de outros; se desabasse no oceano, provocaria maremotos que devastariam imensas regiões costeiras. Enfim, uma visão do Apocalipse.


Disponível em: http://bdjur.stj.jus.br. Acesso em: 23 abr. 2010.
A
A descrição da velocidade do asteroide.
B
A recorrência de formulações hipotéticas.
C
A referência à opinião dos astrônomos.
D
A utilização da locução adverbial “no mínimo”.
E
A comparação com a distância da Lua à Terra.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando-se as operações de retomada de informações na estruturação do texto, há interdependência entre as expressões

    Os velhos papéis, quando não são consumidos pelo fogo, às vezes acordam de seu sono para contar notícias do passado.

    É assim que se descobre algo novo de um nome antigo, sobre o qual já se julgava saber tudo, como Machado de Assis.

    Por exemplo, você provavelmente não sabe que o autor carioca, morto em 1908, escreveu uma letra do hino nacional em 1867 — e não poderia saber mesmo, porque os versos seguiam inéditos. Até hoje.

    Essa letra acaba de ser descoberta, em um jornal antigo de Florianópolis, pelo pesquisador independente Felipe Rissato.

     “Das florestas em que habito/ Solto um canto varonil:/ Em honra e glória de Pedro/ O gigante do Brasil”, diz o começo do hino, composto de sete estrofes em redondilhas maiores, ou seja, versos de sete sílabas poéticas. O trecho também é o refrão da música.

      O Pedro mencionado é o imperador Dom Pedro II. O bruxo do Cosme Velho compôs a letra para o aniversário de 42 anos do monarca, em 2 de dezembro daquele ano — o hino seria apresentado naquele dia no teatro da cidade de Desterro, antigo nome de Florianópolis.


Disponível em: www.revistaprosaversoearte.com. Acesso em: 4 dez. 2018 (adaptado).
A
“Os velhos papéis” e “É assim”.
B
“algo novo” e “sobre o qual”.
C
“um nome antigo” e “Por exemplo”.
D
“O gigante do Brasil” e “O Pedro mencionado”.
E
o imperador Dom Pedro II” e “O bruxo do Cosme Velho”.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

    O skate apareceu como forma de vivência no lazer em períodos de baixa nas ondas e ficou conhecido como “surfinho”. No início foram utilizados eixos e rodinhas de patins pregados numa madeira qualquer, para sua composição, sendo as rodas de borracha ou ferro. O grande marco na história do skate ocorreu em 1974, quando o engenheiro químico chamado Frank Nasworthy descobriu o uretano, material mais flexível, que oferecia mais aderência às rodas. A dependência dos skatistas em relação a esse novo material igualmente alavancou o surgimento de novas manobras e possibilitou a um maior número de pessoas inexperientes começar a prática dessa modalidade. O resultado foi a criação de campeonatos, marcas, fábricas e lojas especializadas.


ARMBRUST, I.; LAURO, F. A. A. O skate e suas possibilidades educacionais. Motriz, jul.-set. 2010 (adaptado).


De acordo com o texto, diversos fatores ao longo do tempo

A
contribuíram para a democratização do skate.
B
evidenciaram as demandas comerciais dos skatistas.
C
definiram a carreira de skatista profissional.
D
permitiram que a prática social do skate substituísse o surfe.
E
indicaram a autonomia dos praticantes de skate.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao descrever uma mulher internada em um hospital psiquiátrico, o narrador compõe um quadro que expressa sua percepção

Introdução a Alda

    Dizem que ninguém mais a ama. Dizem que foi uma boa pessoa. Sua filha de doze anos não a visita nunca e talvez raramente se lembre dela. Puseram-na numa cidade triste de uniformes azuis e jalecos brancos, de onde não pôde mais sair. Lá, todos gritam-lhe irritados, mal se aproxima, ou lhe batem, como se faz com sacos de areia para treinar os músculos.

    Sei que para todos ela já não é, e ninguém lhe daria uma maçã cheirosa, bem vermelha. Mas não é verdade que alguém não a possa mais amar. Eu amo-a. Amo-a quando a vejo por trás das grades de um palácio, onde se refugiou princesa, chegada pelos caminhos da dor. Quando fora do reino sente o mundo de mil lanças, e selvagem prepara- -se, posta no olhar. Amo-a quando criança brinca na areia sem medo. Uns pés descalços, uma mulher sem intenções. Cercada de mundo, às vezes sofrendo-o ainda.


CANÇADO, M. L. O sofredor do ver. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
A
irônica quanto aos efeitos do abandono familiar.
B
resignada em face dos métodos terapêuticos em vigor.
C
alimentada pela imersão lírica no espaço da segregação.
D
inspirada pelo universo pouco conhecido da mente humana.
E
demarcada por uma linguagem alinhada à busca da lucidez.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No segundo parágrafo, uma citação afirma que o documentário “foi o único trabalho produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas”. No texto, esse recurso expressa uma estratégia argumentativa que reforça a

    O documentário O menino que fez um museu, direção de Sérgio Utsch, produção independente de brasileiros e britânicos, gravado no Nordeste em 2016, mais precisamente no distrito Dom Quintino, zona rural do Crato, foi premiado em Londres, pela Foreign Press Association (FPA), a associação de correspondentes estrangeiros mais antiga do mundo, fundada em 1888.

    De acordo com o diretor, O menino que fez um museu foi o único trabalho produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas. O documentário conta a história de um Brasil profundo, desconhecido até mesmo por muitos brasileiros. É apresentado com o carisma de Pedro Lucas Feitosa, 11 anos.

     Quando tinha 10 anos, Pedro Lucas criou o Museu de Luiz Gonzaga, que fica no distrito de Dom Quintino. A ideia surgiu após uma visita que o garoto fez, em 2013, quando tinha 8 anos, ao Museu do Gonzagão, em Exu, Pernambuco. Pedro decidiu criar o próprio lugar de exposição para homenagear o rei e o local escolhido foi a casa da sua bisavó já falecida, que fica ao lado da casa dele, na rua Alto de Antena.


Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 18 abr. 2018.
A
originalidade da iniciativa de homenagem à vida e à obra de Luiz Gonzaga.
B
falta de concorrentes ao prêmio de uma das associações mais antigas do mundo.
C
proeza da premiação de uma história ambientada no interior do Nordeste brasileiro.
D
escassez de investimentos para a produção cinematográfica independente no país.
E
importância da parceria entre brasileiros e britânicos para a realização das filmagens.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes pessoais retos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram ao longo do tempo e que atualmente têm empregos diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela que

    Os linguistas têm notado a expansão do tratamento informal. “Tenho 78 anos e devia ser tratado por senhor, mas meusalunosmaisjovensmetratam por você”,dizoprofessor Ataliba Castilho, aparentemente sem se incomodar com a informalidade, inconcebível em seus tempos de estudante. O você, porém, não reinará sozinho. O tu predomina em Porto Alegre e convive com o você no Rio de Janeiro e em Recife, enquanto você é o tratamento predominante em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. O tu já era mais próximo e menos formal que você nas quase 500 cartas do acervo on-line de uma instituição universitária, quase todas de poetas, políticos e outras personalidades do final do século XIX e início do XX.


Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 21 abr. 2015 (adaptado).
A
a escolha de “você” ou de “tu” está condicionada à idade da pessoa que usa o pronome.
B
a possibilidade de se usar tanto “tu” quanto “você” caracteriza a diversidade da língua.
C
o pronome “tu” tem sido empregado em situações informais por todo o país.
D
a ocorrência simultânea de “tu” e de “você” evidencia a inexistência da distinção entre níveis de formalidade.
E
o empregode“você”em documentosescritosdemonstra que a língua tende a se manter inalterada.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerado o primeiro projeto de dança contemporânea concebido para a rede, esse trabalho é apresentado como inovador por

Que tal transformar a internet em palco para a dança?


    O coreógrafo e bailarino Didier Mulleras se destaca como um dos criadores que descobriram a dança de outro ponto de vista. Mini@tures é uma experiência emblemática entre movimento, computador, internet e vídeo. Com os recursos da computação gráfica, a dança das miniaturas pode caber na palma da mão. Pelo fato de usar a internet como palco, o processo de criação das miniaturas de dança levou em consideração os limites de tempo de download e o tamanho de arquivo, para que um número maior de “espectadores” pudesse assistir. A graça das miniaturas está justamente na contaminação entre mídias: corpo/dança/computação gráfica/internet. De fato, é a rede que faz a maior diferença nesse grupo. Mini@tures explora uma nova dimensão que descobre o espaço-tempo da web e conquista um novo território para a dança contemporânea. A qualquer hora, dança on-line.


SPANGHERO, M. A dança dos encéfalos acesos.

São Paulo: Itaú Cultural, 2003 (adaptado).

A
adotar uma perspectiva conceitual como contraposição à tradição de grandes espetáculos.
B
criar novas formas de financiamento ao utilizar a internet para divulgação das apresentações.
C
privilegiar movimentos gerados por computação gráfica, com a substituição do palco pela tela.
D
produzir uma arte multimodal, com o intuito de ampliar as possibilidades de expressão estética.
E
redefinir a extensão e o propósito do espetáculo para adaptá-lo ao perfil de diferentes usuários. 
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto indica que as transformações nas experiências lúdicas na infância

    Coincidindo com o Dia Internacional dos Direitos da Infância, foram apresentados diversos trabalhos que mostram as mudanças que afetam a vida das crianças. Um desses estudos compara o que sonham e brincam as crianças hoje em relação às dos anos 1990. E o que se descobriu é que as crianças têm agora menos lazer e estão mais sobrecarregadas por deveres e atividades extracurriculares do que as de 25 anos atrás. As crianças de hoje não só dedicam menos tempo para brincar, como também, quando brincam, a maioria não o faz com outras crianças no parque, na rua ou na praça, mas em casa e muitas vezes sozinhas. E já não brincam tanto com brinquedos, mas com aparelhos eletrônicos, entre os quais predomina o jogo individual com a máquina.


OLIVA, M. P. O direito das crianças ao lazer… e a crescer sem carências.

El País, 20 nov. 2015 (adaptado).
A
fomentaram as relações sociais entre as crianças.
B
tornaram o lazer uma prática difundida entre as crianças.
C
incentivaram a criação de novos espaços para se divertir.
D
promoveram uma vivência corporal menos ativa.
E
contribuíram para o aumento do tempo dedicado para brincar.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A forma original de John Lennon da Silva reinterpretar a coreografia de A morte do cisne demonstra que

      O solo A morte do cisne, criado em 1905 pelo russo Mikhail Fokine a partir da música do compositor francês Camille Saint-Saens, retrata o último voo de um cisne antes de morrer. Na versão original, uma bailarina com figurino impecavelmente branco e na ponta dos pés interpreta toda a agonia da ave se debatendo até desfalecer.

    Em 2012, John Lennon da Silva, de 20 anos, morador do bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, elaborou um novo jeito de dançar a coreografia imortalizada pela bailarina Anna Pavlova. No lugar de um colã e das sapatilhas, vestiu calça jeans, camiseta e tênis. Em vez de balé, trouxe o estilo popping da street dance. Sua apresentação inovadora de A morte do cisne, que foi ao ar no programa Se ela dança, eu danço, virou hit no YouTube.


Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 18 jun. 2019 (adaptado).
A
a composição da coreografia foi influenciada pela escolha do figurino.
B
a criação artística é beneficiada pelo encontro de modelos oriundos de diferentes realidades socioculturais.
C
a variação entre os modos de dançar uma mesma música evidencia a hierarquia que marca manifestações artísticas.
D
a formação erudita, à qual o dançarino não teve acesso, resulta em artistas que só conhecem a estética da arte popular.
E
a interpretação, por homens, de coreografias originalmente concebidas para mulheres exige uma adaptação complexa.
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Ao criticar o preciosismo linguístico do literato e ao sugerir a dicionarização de expressões locais, o poeta expressa uma concepção de língua que

A draga


A gente não sabia se aquela draga tinha nascido ali, no Porto, como um pé de árvore ou uma duna.

— E que fosse uma casa de peixes?

Meia dúzia de loucos e bêbados moravam dentro dela, enraizados em suas ferragens. Dos viventes da draga era um o meu amigo Mário-pega- -sapo.

[...]

Quando Mário morreu, um literato oficial, em necrológio caprichado, chamou-o de Mário-Captura-Sapo! Ai que dor!

Ao literato cujo fazia-lhe nojo a forma coloquial.

Queria captura em vez de pega para não macular (sic) a língua nacional lá dele…

[...]

Da velha draga

Abrigo de vagabundos e de bêbados, restaram as expressões: estar na draga, viver na draga por estar sem dinheiro, viver na miséria

Que ora ofereço ao filólogo Aurélio Buarque de Hollanda

Para que as registre em seus léxicos

Pois que o povo já as registrou.


BARROS, M. Gramática expositiva do chão: poesia quase toda. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990 (fragmento).
A
contrapõe características da escrita e da fala.
B
ironiza a comunicação fora da norma-padrão.
C
substitui regionalismos por registros formais.
D
valoriza o uso de variedades populares.
E
defende novas regras gramaticais.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Esse texto tem importância singular como patrimônio linguístico para a preservação da cultura nacional devido

A volta do marido pródigo


      — Bom dia, seu Marrinha! Como passou de ontem?

      — Bem. Já sabe, não é? Só ganha meio dia. […]

      Lá além, Generoso cotuca Tercino:

   — […] Vai em festa, dorme que-horas, e, quando chega, ainda é todo enfeitado e salamistrão!…

    — Que é que hei de fazer, seu Marrinha… Amanheci com uma nevralgia… Fiquei com cisma de apanhar friagem…

     — Hum…

    — Mas o senhor vai ver como eu toco o meu serviço e ainda faço este povo trabalhar…

     […]

    Pintão suou para desprender um pedrouço, e teve de pular para trás, para que a laje lhe não esmagasse um pé. Pragueja:

      — Quem não tem brio engorda!

      — É… Esse sujeito só é isso, e mais isso… — opina Sidu.

   — Também, tudo p’ra ele sai bom, e no fim dá certo… — diz Correia, suspirando e retomando o enxadão. — “P’ra uns, as vacas morrem … p’ra outros até boi pega a parir…”.

     Seu Marra já concordou:

    — Está bem, seu Laio, por hoje, como foi por doença, eu aponto o dia todo. Que é a última vez!… E agora, deixa de conversa fiada e vai pegando a ferramenta!


ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
A
à menção a enfermidades que indicam falta de cuidado pessoal.
B
à referência a profissões já extintas que caracterizam a vida no campo.
C
aos nomes de personagens que acentuam aspectos de sua personalidade.
D
ao emprego de ditados populares que resgatam memórias e saberes coletivos.
E
às descrições de costumes regionais que desmistificam crenças e superstições.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os textos I e II abordam a situação dos reservatórios de água doce do planeta. Entretanto, a divergência entre eles está na ideia de que é possível 

TEXTO I


O mito da estiagem em São Paulo


    Os estoques de água doce são inesgotáveis, na medida em que são alimentados principalmente pelos oceanos, infinitos via evaporação e precipitação, ou seja, pelo ciclo hidrológico, que depende de forças físicas as quais o homem nunca poderá interromper. Enquanto existirem, o ciclo funcionará e os estoques de água doce nos continentes serão repostos indefinidamente.


     Obviamente que a água não se distribui equitativamente pelo planeta. Há regiões com muita água, normalmente na zona tropical, na qual a evaporação é maior, e regiões áridas, onde, por razões específicas da dinâmica climática, as taxas de evaporação são maiores do que a precipitação, gerando déficit de reposição de estoques de água doce.


Disponível em: www.cartanaescola.com.br. Acesso em: 17 jan. 2015 (adaptado).



TEXTO II


    O processo de sedimentação no fundo do lago de um reservatório é um processo lento. Os sedimentos vão formando argila, que é uma rocha impermeável. Então, a água daquele lago não vai alimentar os aquíferos. Mesmo tendo muita quantidade de água superficial, ela não consegue penetrar no solo para alimentar os aquíferos. Se não for usada no consumo, ela vai simplesmente evaporar e vai cair em outro lugar, levada pelas correntes aéreas. Isso é outro motivo pelo qual os aquíferos não conseguem recuperar seu nível, porque não recebem água.



Disponível em: www.jornalopcao.com.br. Acesso em: 17 jan. 2015 (adaptado)


A
manter os estoques de água doce.
B
utilizar a água superficial para o consumo.
C
repor os estoques de água doce em regiões áridas.
D
reduzir as taxas de precipitação e evaporação da água.
E
equalizar a distribuição de água doce nas diferentes regiões.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A narrativa concentra sua força expressiva no manejo de recursos formais e numa representação ficcional que

    Seus primeiros anos de detento foram difíceis; aos poucos entendeu como o sistema funciona. Apanhou dezenas de vezes, teve o crânio esmagado, o maxilar deslocado, braços e pernas quebrados; por fim, um dia ficou lesionado da perna quando foi jogado da laje de um pavilhão. Nem todas as vezes ele soube por que apanhou, muito menos da última, quando foi deixado para morrer, mas sobreviveu. Seu corpo, moído no inferno, aguarda o fim dos seus dias. Já não questiona mais. Obedece. Cumpre as ordens. Baixa a cabeça e se retira. Apanha, às vezes com motivo, às vezes sem. Por onde passou, derramaram seu sangue. Seu rastro pode ser seguido. Intriga ter sobrevivido durante tantos anos. Pouquíssimos chegaram à terceira idade encarcerados.


MAIA, A. P. Assim na terra como embaixo da terra. Rio de Janeiro: Record, 2017. 
A
buscam perpetuar visões do senso comum.
B
trazem à tona atitudes de um estado de exceção.
C
promovem a interlocução com grupos silenciados.
D
inspiram o sentimento de justiça por meio da empatia.
E
recorrem ao absurdo comoforma de traduzir a realidade.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A representação do discurso intimidador engendrada no fragmento é responsável por

    – O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar num troço chamado autoridades constituídas? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada Exército Brasileiro, que o senhor tem de respeitar? Que negócio é esse? [...] Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: “dura lex”! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o General, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor. [...] Foi então que a mulher do vizinho do General interveio: – Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido? O delegado apenas olhou-a, espantado com o atrevimento. – Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso importunaram o General, ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos importunando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um Major do Exército, sobrinha de um Coronel, e filha de um General! Morou? Estarrecido, o delegado só teve força para engolir em seco e balbuciar humildemente: – Da ativa, minha senhora?.


SABINO, F. A mulher do vizinho. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986.
A
ironizar atitudes e ideias xenofóbicas.
B
conferir à narrativa um tom anedótico.
C
dissimular o ponto de vista do narrador.
D
acentuar a hostilidade das personagens.
E
exaltar relações de poder estereotipadas.
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Na construção do soneto, as cores representam um recurso poético que configura uma imagem com a qual o eu lírico

O pavão vermelho

Ora, a alegria, este pavão vermelho,

está morando em meu quintal agora.

Vem pousar como um sol em meu joelho

quando é estridente em meu quintal a aurora.

Clarim de lacre, este pavão vermelho

sobrepuja os pavões que estão lá fora.

É uma festa de púrpura. E o assemelho

a uma chama do lábaro da aurora.

É o próprio doge a se mirar no espelho.

E a cor vermelha chega a ser sonora

neste pavão pomposo e de chavelho.

Pavões lilases possuí outrora.

Depois que amei este pavão vermelho,

os meus outros pavões foram-se embora.


COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho Estadual de Cultura, 2001.
A
revela a intenção de isolar-se em seu espaço.
B
simboliza a beleza e o esplendor da natureza.
C
experimenta a fusão de percepções sensoriais.
D
metaforiza a conquista de sua plena realização.
E
expressa uma visão de mundo mística e espiritualizada.