Questõesde CESMAC sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Pela análise de algumas afirmações expressas no
Texto, pode-se concluir que:
1) existe uma ampla vinculação entre língua e
cultura (no sentido amplo deste termo).
2) todo falante acumula as funções de usuário e de
agente modificador da língua.
3) a língua que falamos constitui um índice de
nossas particularidades sociais e contextuais.
4) o processo de povoamento e colonização a que
foi submetido o Brasil gerou grandes contrastes
regionais e sociais.
5) a história e o estado atual do português do Brasil
dispensam menções às condições de sua
mestiçagem étnica e linguística.
Estão corretas as alternativas:
A geografia linguística no Brasil
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio. (...)
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal, mas também filiá-lo a um determinado grupo.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos que são peculiares a determinado usuário podem servir de índices que identifiquem: a) o país ou a região de que se origina; b) o grupo social de que faz parte (seu grau de instrução, sua faixa etária, seu nível socioeconômico, sua atividade profissional); c) a situação (formal) ou (informal) em que se encontra. (...)
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido bem como das condições em que se deu sua independência política e seu posterior desenvolvimento, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores artesanais; plantadores de mandioca em humildes roças; viajantes que comerciam pelo sertão; indígenas aculturados. (...)
Detentores de antigos costumes portugueses aqui reelaborados pelo contato com outra terra e outras gentes ou, já em acelerado processo de mestiçagem étnica e linguística, esquecidos das origens, esses homens e mulheres guardam, na sua forma de expressão oral, as marcas de nossa identidade linguístico-cultural e a resposta a muitas indagações e a diversas hipóteses sobre a história e o estado atual do português do Brasil.
(Sílvia F. Brandão. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991. p.5-17. Adaptado)
O núcleo do tema desenvolvido no Texto constitui
uma abordagem conceitual:
A geografia linguística no Brasil
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio. (...)
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal, mas também filiá-lo a um determinado grupo.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos que são peculiares a determinado usuário podem servir de índices que identifiquem: a) o país ou a região de que se origina; b) o grupo social de que faz parte (seu grau de instrução, sua faixa etária, seu nível socioeconômico, sua atividade profissional); c) a situação (formal) ou (informal) em que se encontra. (...)
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido bem como das condições em que se deu sua independência política e seu posterior desenvolvimento, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores artesanais; plantadores de mandioca em humildes roças; viajantes que comerciam pelo sertão; indígenas aculturados. (...)
Detentores de antigos costumes portugueses aqui reelaborados pelo contato com outra terra e outras gentes ou, já em acelerado processo de mestiçagem étnica e linguística, esquecidos das origens, esses homens e mulheres guardam, na sua forma de expressão oral, as marcas de nossa identidade linguístico-cultural e a resposta a muitas indagações e a diversas hipóteses sobre a história e o estado atual do português do Brasil.
(Sílvia F. Brandão. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991. p.5-17. Adaptado)
O Texto, da autora Marisa Lajolo, constitui um
exemplar do ‘gênero de texto declaração pessoal’, o
que justifica:
Em: “O Brasil, em decorrência do processo de
povoamento e colonização a que foi submetido bem
como das condições em que se deu sua
independência política e seu posterior
desenvolvimento, o segmento destacado tem um
sentido de:
A geografia linguística no Brasil
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio. (...)
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal, mas também filiá-lo a um determinado grupo.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos que são peculiares a determinado usuário podem servir de índices que identifiquem: a) o país ou a região de que se origina; b) o grupo social de que faz parte (seu grau de instrução, sua faixa etária, seu nível socioeconômico, sua atividade profissional); c) a situação (formal) ou (informal) em que se encontra. (...)
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido bem como das condições em que se deu sua independência política e seu posterior desenvolvimento, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores artesanais; plantadores de mandioca em humildes roças; viajantes que comerciam pelo sertão; indígenas aculturados. (...)
Detentores de antigos costumes portugueses aqui reelaborados pelo contato com outra terra e outras gentes ou, já em acelerado processo de mestiçagem étnica e linguística, esquecidos das origens, esses homens e mulheres guardam, na sua forma de expressão oral, as marcas de nossa identidade linguístico-cultural e a resposta a muitas indagações e a diversas hipóteses sobre a história e o estado atual do português do Brasil.
(Sílvia F. Brandão. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991. p.5-17. Adaptado)
Os termos com que está formulado o último parágrafo
do Texto admitem que:
1) cada língua expressa os traços de sua identidade
linguístico e cultural.
2) o português do Brasil sentiu os efeitos da sua
histórica mestiçagem étnica e linguística.
3) as línguas de um povo são imunes a eventuais
contatos com outros povos, sua língua e seus
costumes.
4) a história de cada língua pode esclarecer muitas
indagações e hipóteses sobre sua identidade.
Estão corretas:
Os termos com que está formulado o último parágrafo do Texto admitem que:
1) cada língua expressa os traços de sua identidade linguístico e cultural.
2) o português do Brasil sentiu os efeitos da sua histórica mestiçagem étnica e linguística.
3) as línguas de um povo são imunes a eventuais contatos com outros povos, sua língua e seus costumes.
4) a história de cada língua pode esclarecer muitas indagações e hipóteses sobre sua identidade.
Estão corretas:
A geografia linguística no Brasil
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio. (...)
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal, mas também filiá-lo a um determinado grupo.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos que são peculiares a determinado usuário podem servir de índices que identifiquem: a) o país ou a região de que se origina; b) o grupo social de que faz parte (seu grau de instrução, sua faixa etária, seu nível socioeconômico, sua atividade profissional); c) a situação (formal) ou (informal) em que se encontra. (...)
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido bem como das condições em que se deu sua independência política e seu posterior desenvolvimento, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores artesanais; plantadores de mandioca em humildes roças; viajantes que comerciam pelo sertão; indígenas aculturados. (...)
Detentores de antigos costumes portugueses aqui reelaborados pelo contato com outra terra e outras gentes ou, já em acelerado processo de mestiçagem étnica e linguística, esquecidos das origens, esses homens e mulheres guardam, na sua forma de expressão oral, as marcas de nossa identidade linguístico-cultural e a resposta a muitas indagações e a diversas hipóteses sobre a história e o estado atual do português do Brasil.
(Sílvia F. Brandão. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991. p.5-17. Adaptado)
A compreensão dessa peça da publicidade nacional
exige atenção para:
1) o caráter homonímico de algumas palavras.
2) o peso do contexto na interpretação das palavras.
3) a polissemia e a possibilidade de ambiguidade de
certas expressões.
Estão corretas:
A crônica de Lya Luft trata de tema culturalmente
relevante, pois aborda:
Nós, os brasileiros.
Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil.
Como sempre, eles falam da floresta amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores e olhos de serpentes hirtas acariciando esses corpos como dedos amorosos”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos. Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade.
Nas minhas idas ao Exterior, onde convivi, sobretudo com escritores, professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta –, fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos.
– A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma Universidade americana famosa: – Mas a senhora é loira!
Depois de ler, num Congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um de meus romances traduzidos em inglês, ouvi de um senhor, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos:
– Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!
Pior ainda, no Canadá, alguém exclamou incrédulo:
– Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?
A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece livro brasileiro, pois não fala nem de plantas, nem de índios, nem de bichos.”
Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também é culpa nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.
Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praias e ... matos.
E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens neuróticos, me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso.
E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa!
(Lya Luft. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 49-51)
Frente aos comentários que ouvia em seus diferentes
contatos, o sentimento que a autora revela é de:
1) inconformidade; executa seu ofício mas com uma
oculta disposição para “inserir ali um grãozinho
de realidade”.
2) desilusão; “mesmo se tentasse explicar, ninguém
acreditaria que eu era brasileira”.
3) um certo desapontamento: “me senti tão
deslocada quanto um macaco em uma loja de
cristais”.
4) deslumbramento; “nesta terra de tão
surpreendentes misturas!”
Estão corretas as alternativas:
Nós, os brasileiros.
Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil.
Como sempre, eles falam da floresta amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores e olhos de serpentes hirtas acariciando esses corpos como dedos amorosos”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos. Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade.
Nas minhas idas ao Exterior, onde convivi, sobretudo com escritores, professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta –, fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos.
– A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma Universidade americana famosa: – Mas a senhora é loira!
Depois de ler, num Congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um de meus romances traduzidos em inglês, ouvi de um senhor, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos:
– Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!
Pior ainda, no Canadá, alguém exclamou incrédulo:
– Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?
A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece livro brasileiro, pois não fala nem de plantas, nem de índios, nem de bichos.”
Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também é culpa nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.
Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praias e ... matos.
E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens neuróticos, me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso.
E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa!
(Lya Luft. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 49-51)
Uma convincente justificativa, para o ponto dominante
de que trata o Texto, está expressa na seguinte
alternativa:
Nós, os brasileiros.
Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil.
Como sempre, eles falam da floresta amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores e olhos de serpentes hirtas acariciando esses corpos como dedos amorosos”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos. Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade.
Nas minhas idas ao Exterior, onde convivi, sobretudo com escritores, professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta –, fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos.
– A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma Universidade americana famosa: – Mas a senhora é loira!
Depois de ler, num Congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um de meus romances traduzidos em inglês, ouvi de um senhor, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos:
– Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!
Pior ainda, no Canadá, alguém exclamou incrédulo:
– Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?
A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece livro brasileiro, pois não fala nem de plantas, nem de índios, nem de bichos.”
Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também é culpa nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.
Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praias e ... matos.
E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens neuróticos, me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso.
E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa!
(Lya Luft. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 49-51)
As histórias em quadrinhos constituem um gênero de
texto que, como todos os outros, têm a sua função
comunicativa. Analisando a historinha acima, podemos
afirmar que:
1) há um propósito de fazer humor, que está contido
no clímax do episódio, quando Mafalda descreve
para a professora seu último infortúnio.
2) a sequência de episódios que antecedem o
último problema funciona como um contexto
prévio pelo qual se possa reconhecer o último
como 'outro desastre'.
3) as expressões que indicam 'tempo' são, na
historinha em análise, fundamentais para se
estabelecer o fluxo dos episódios.
4) no diálogo, a aluna1 usa uma linguagem
contundente, meio arrogante, até, que contraria
as normas sociais adequadas a situações
análogas.
Estão corretas:
As histórias em quadrinhos constituem um gênero de texto que, como todos os outros, têm a sua função comunicativa. Analisando a historinha acima, podemos afirmar que:
1) há um propósito de fazer humor, que está contido no clímax do episódio, quando Mafalda descreve para a professora seu último infortúnio.
2) a sequência de episódios que antecedem o último problema funciona como um contexto prévio pelo qual se possa reconhecer o último como 'outro desastre'.
3) as expressões que indicam 'tempo' são, na historinha em análise, fundamentais para se estabelecer o fluxo dos episódios.
4) no diálogo, a aluna1 usa uma linguagem contundente, meio arrogante, até, que contraria as normas sociais adequadas a situações análogas.
Estão corretas:
TEXTO 2
Analise o trecho seguinte: “É recomendável, portanto -
a fim de que se possa falar e escrever, principalmente
no exercício profissional, com clareza, precisão e
efetividade - prestar cuidados para que termos
científicos não sejam oficializados com formas ou
sentidos inadequados”. Para entender bem esse
trecho, é necessário que identifiquemos a que a
expressão sublinhada se aplica. Ou seja, é
recomendável:
TEXTO 1
Analise a composição do seguinte trecho: “É
recomendável, portanto - a fim de que se possa falar e
escrever, principalmente no exercício profissional, com
clareza, precisão e efetividade - prestar cuidados para
que termos científicos não sejam oficializados com
formas ou sentidos inadequados”. Nesse trecho, o
segmento sublinhado:
TEXTO 1
No Texto 1, e considerando sua ideia central, é de
inteira relevância o seguinte fragmento:
TEXTO 1
O que o Texto 1 defende, em sua globalidade:
TEXTO 1
Considerado o tema central do Texto 1, pode-se
reconhecer como ‘palavras-chave’ as que constam na
alternativa:
TEXTO 1
Como ideia secundária, o Texto 1 admite que:
1) as línguas são flexíveis; mudam por razões
históricas e culturais.
2) as metas da comunicação, dentro de uma
situação específica, é se mostrar eficaz naquilo
que se vai falar ou escrever.
3) vale ter cuidado para que a constância no uso de
certos termos não comprometa o rigor da
linguagem científica.
4) falta nas ciências médicas um "padrão-ouro", que
lhe confira precisão e rigor, como acontece em
outros domínios da atividade social.
5) a linguagem, apesar da sua generalidade de
função, tem características próprias na
dependência da cada contexto de uso.
Estão corretas:
Como ideia secundária, o Texto 1 admite que:
1) as línguas são flexíveis; mudam por razões históricas e culturais.
2) as metas da comunicação, dentro de uma situação específica, é se mostrar eficaz naquilo que se vai falar ou escrever.
3) vale ter cuidado para que a constância no uso de certos termos não comprometa o rigor da linguagem científica.
4) falta nas ciências médicas um "padrão-ouro", que lhe confira precisão e rigor, como acontece em outros domínios da atividade social.
5) a linguagem, apesar da sua generalidade de função, tem características próprias na dependência da cada contexto de uso.
Estão corretas:
TEXTO 1
Analise o seguinte trecho: “convém conhecer os
termos que, embora muito frequentes na linguagem
médica, ensejam controvérsias quanto a seu uso em
um padrão formal, mesmo no âmbito médico”. Nesse
trecho, pode-se reconhecer:
TEXTO 1