Questõesde UFAC sobre Interpretação de Textos
Observe o parágrafo abaixo:
“Em 2006, foi condenado pelo crime em júri
popular. No mesmo ano, teve a sentença confirmada
pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo e, dois
anos mais tarde, pelo Superior Tribunal de Justiça
(STJ). Como explicar o fato de que continua livre?
A resposta está, sobretudo, numa mudança
ideológica que começou a tomar corpo no Supremo
Tribunal Federal (STF) no início dos anos 2000. Até
a década de 90, o STF era composto de uma maioria
de ministros ditos conservadores – termo que – em
direito penal, indica aqueles que têm uma
interpretação rigorosa da lei, em oposição, por
exemplo, aos ‘garantistas’, mais preocupados em
assegurar os direitos fundamentais do réu.
Grossíssimo modo, conservadores seriam aqueles
que mandam prender e garantistas, ou liberais,
aqueles que mandam soltar. A partir de 2003, o colegiado de onze magistrados do STF sofreu sete
substituições. O fato de quase todos os novos
ministros serem liberais levou a que uma tese
passasse a prevalecer nas decisões do tribunal: o
princípio da presunção da inocência, segundo o qual
ninguém será considerado culpado antes que todos
os recursos da defesa sejam julgados. No tempo da
supremacia conservadora no STF, entendia-se que
uma condenação em segunda instância era suficiente
para que o réu pudesse ser preso. Agora, com a
hegemonia garantista, desde que ele tenha dinheiro
para pagar bons advogados e entrar com sucessivos
recursos na Justiça, poderá ficar solto até a palavra
final do STF, ainda que isso leve quase uma década
– como no caso de Pimenta Neves.” (DINIS, L.
Quase uma década de impunidade. Veja, São Paulo,
23 set. 2009. Brasil, p. 74)
No trecho da reportagem acima, a jornalista
procura mostrar os mecanismos de funcionamento
da justiça brasileira, a partir de um crime bárbaro e
que, quase uma década depois, continua impune. A
maneira como ela desenvolve a sua argumentação
leva em conta algumas minúcias, por meio de
termos, que procuram driblar um pouco o peso da
linguagem técnica para entender a nossa atual
cultura jurídica da impunidade. Isso acontece
porque:
Observe o parágrafo abaixo:
“Em 2006, foi condenado pelo crime em júri popular. No mesmo ano, teve a sentença confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo e, dois anos mais tarde, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como explicar o fato de que continua livre? A resposta está, sobretudo, numa mudança ideológica que começou a tomar corpo no Supremo Tribunal Federal (STF) no início dos anos 2000. Até a década de 90, o STF era composto de uma maioria de ministros ditos conservadores – termo que – em direito penal, indica aqueles que têm uma interpretação rigorosa da lei, em oposição, por exemplo, aos ‘garantistas’, mais preocupados em assegurar os direitos fundamentais do réu. Grossíssimo modo, conservadores seriam aqueles que mandam prender e garantistas, ou liberais, aqueles que mandam soltar. A partir de 2003, o colegiado de onze magistrados do STF sofreu sete substituições. O fato de quase todos os novos ministros serem liberais levou a que uma tese passasse a prevalecer nas decisões do tribunal: o princípio da presunção da inocência, segundo o qual ninguém será considerado culpado antes que todos os recursos da defesa sejam julgados. No tempo da supremacia conservadora no STF, entendia-se que uma condenação em segunda instância era suficiente para que o réu pudesse ser preso. Agora, com a hegemonia garantista, desde que ele tenha dinheiro para pagar bons advogados e entrar com sucessivos recursos na Justiça, poderá ficar solto até a palavra final do STF, ainda que isso leve quase uma década – como no caso de Pimenta Neves.” (DINIS, L. Quase uma década de impunidade. Veja, São Paulo, 23 set. 2009. Brasil, p. 74)
No trecho da reportagem acima, a jornalista procura mostrar os mecanismos de funcionamento da justiça brasileira, a partir de um crime bárbaro e que, quase uma década depois, continua impune. A maneira como ela desenvolve a sua argumentação leva em conta algumas minúcias, por meio de termos, que procuram driblar um pouco o peso da linguagem técnica para entender a nossa atual cultura jurídica da impunidade. Isso acontece porque:
Observe o parágrafo abaixo:
“Dia após dia, nestas últimas semanas, o público
vem se admirando com exibições de amor entre
gente que deveria se odiar. Por que estariam aos
abraços, fazendo elogios radicais uns aos outros, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o expresidente Fernando Collor e o atual presidente do
Senado José Sarney? Lula, numa declaração
inesquecível, disse que Sarney era ‘o grande ladrão
da Nova República’; contra Collor, ele e o seu
partido se jogaram numa guerra de extermínio desde
o primeiro dia de seu governo e só sossegaram
quase três anos depois, quando o inimigo foi posto
para fora da presidência. Collor, por sua vez, disse
que Sarney era ‘um batedor de carteira’ – carteira
‘da história’, em suas palavras, o que não é tão ruim
quanto uma carteira de verdade, mas assim mesmo é
coisa pra lá de pesada. Também afirmou, na sua
disputa presidencial contra Lula, que o adversário
iria expropriar as casas e apartamentos das pessoas
se fosse eleito – isso para não falar da humilhação
pública que lhe impôs ao levar para a televisão uma
ex-companheira do atual presidente, que o acusou
de racismo e de pressão para abortar a filha que
acabariam tendo. Sarney se queixa até hoje das 1200
greves, a maioria comandada pelo PT, que teve ao
longo de seu governo, e já descreveu Collor como
‘um homem profundamente transtornado.’”
(GUZZO, J.R. Do mesmo lado. Veja, São Paulo, 19
ago. 2009. Seções, p. 142)
O autor do artigo diz que Collor havia chamado
Sarney de “o batedor de carteira”, mas a “carteira da
história”, o que amenizaria, num certo sentido, o
insulto, mas que não deixaria de ter o seu peso de
desagravo. Por outro lado, poderíamos compreender
esse último aspecto como:
Observe o parágrafo abaixo:
“Dia após dia, nestas últimas semanas, o público
vem se admirando com exibições de amor entre
gente que deveria se odiar. Por que estariam aos
abraços, fazendo elogios radicais uns aos outros, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o expresidente Fernando Collor e o atual presidente do
Senado José Sarney? Lula, numa declaração
inesquecível, disse que Sarney era ‘o grande ladrão
da Nova República’; contra Collor, ele e o seu
partido se jogaram numa guerra de extermínio desde
o primeiro dia de seu governo e só sossegaram
quase três anos depois, quando o inimigo foi posto
para fora da presidência. Collor, por sua vez, disse
que Sarney era ‘um batedor de carteira’ – carteira
‘da história’, em suas palavras, o que não é tão ruim
quanto uma carteira de verdade, mas assim mesmo é
coisa pra lá de pesada. Também afirmou, na sua
disputa presidencial contra Lula, que o adversário
iria expropriar as casas e apartamentos das pessoas
se fosse eleito – isso para não falar da humilhação
pública que lhe impôs ao levar para a televisão uma
ex-companheira do atual presidente, que o acusou
de racismo e de pressão para abortar a filha que
acabariam tendo. Sarney se queixa até hoje das 1200
greves, a maioria comandada pelo PT, que teve ao
longo de seu governo, e já descreveu Collor como
‘um homem profundamente transtornado.’”
(GUZZO, J.R. Do mesmo lado. Veja, São Paulo, 19
ago. 2009. Seções, p. 142)
O autor do artigo trata das relações convenientes
no alto escalão da nossa república, mas faz isso de
uma maneira bastante peculiar, utilizando alguns
recursos que acabam ratificando um determinado
efeito. Poderíamos dizer que em boa parte deste
parágrafo ele:
Observe o parágrafo abaixo:
“Duas décadas sem papel higiênico ajudaram os
cubanos a encontrar uma utilidade, digamos,
escatológica para o jornal oficial do Partido
Comunista, o Granma, e para o recém-lançado
Dicionário de pensamentos de Fidel Castro, um
livrão de mais de 300 páginas muito apreciado por
suas folhas finas e macias. O uso sanitário das
publicações do governo é tão difundido que já deu
origem a uma versão bizarra da lei da oferta e da
procura: no mercado paralelo, o jornal da semana
passada é vendido pelo mesmo preço que o da
edição do dia. Na verdade, não importa a data da
publicação se a finalidade for substituir o papel
higiênico. Favorito para o asseio dos cubanos, o
Granma tem oito páginas (dezesseis às sextasfeiras) e 400 mil exemplares diários. Seus artigos,
pura ladainha comunista, são uma enorme chatice.
As notícias, distorcidas pela propaganda oficial, não
têm credibilidade. Mas o diário é bastante
valorizado pela qualidade absorvente do papel em
que é impresso e também pelas cores firmes, que
não mancham o traseiro de seus, por assim dizer,
leitores.” (TEIXEIRA, D. Até que enfim serviram
para algo. Veja, São Paulo, 9 set. 2009. Ideologia, p.
98)
A reportagem acima, ressalta, em boa parte do
texto, o aspecto irônico ao tratar de uma questão que
deveria ser, em primeiro lugar, meramente
informativa. Ao utilizar esse recurso de forma geral
ele proporciona:
Na passagem “Cada um dos seus poros é como
um restaurante onde tudo isso sai de graça. Em
troca, elas deixam seu corpo fedendo.” Existe uma
comparação quase hiperbólica de início e, a seguir,
o aspecto realçado procura:
Na passagem “Cada um dos seus poros é como um restaurante onde tudo isso sai de graça. Em troca, elas deixam seu corpo fedendo.” Existe uma comparação quase hiperbólica de início e, a seguir, o aspecto realçado procura:
Os autores da reportagem utilizam, logo no início desse parágrafo, uma metáfora para definir o ser humano enquanto organismo (“Você é um sundae polvilhado de Ovomaltine”). Logo adiante, explicam que é do ponto de vista das bactérias. Ao final, eles nos lembram que, ao nos olharmos no espelho, boa parte do que vemos não somos nós. Esses recursos da linguagem interessam para indicar:
Observe o parágrafo abaixo:
“Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia- se na presença dos brancos e julgava-se cabra.” (RAMOS, G. Vidas secas. 22.ed. São Paulo: Martins, 1969. p. 58)
Na passagem do célebre romance de Graciliano Ramos, no capítulo intitulado “Fabiano”, o narrador se esforça para tentar traçar o perfil amesquinhado do personagem, voltado para dentro de si, num universo de poucas opções. Sendo assim, o romance cumpre uma proposta de:
“Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia- se na presença dos brancos e julgava-se cabra.” (RAMOS, G. Vidas secas. 22.ed. São Paulo: Martins, 1969. p. 58)
Na passagem do célebre romance de Graciliano Ramos, no capítulo intitulado “Fabiano”, o narrador se esforça para tentar traçar o perfil amesquinhado do personagem, voltado para dentro de si, num universo de poucas opções. Sendo assim, o romance cumpre uma proposta de:
Texto para a questão 12:
A partir da leitura do texto, podemos depreender que:
A partir da leitura do texto, podemos depreender que:
UOL Ciência e Saúde pergunta: “Na sua opinião, a consciência para o problema e a busca por alternativas de mobilidade sustentável só vai ocorrer quando o uso do automóvel se tornar realmente inviável por causa do trânsito?
LP: Não, sempre haverá paliativos, alguém que vai querer lucrar com o trânsito e inventar algo para as pessoas fazerem quando estiverem no congestionamento, como aprender uma língua etc. Temos uma noção errada sobre mobilidade, é preciso entender que essa mentalidade é ultrapassada e que o trânsito é uma questão de escolha pessoal.”
Segundo o dicionário Aulete, sustentabilidade significa: “1. qualidade ou condição de sustentável; 2. Ecol. Econ. modelo de desenvolvimento que busca conciliar as necessidades econômicas, sociais e ambientais de modo a garantir seu atendimento por tempo indeterminado e a promover a inclusão social, o bem-estar econômico e a preservação dos recursos naturais.”
Disponível em: http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl= aulete_digital&op+imprimir&tipo=atualizado.
A partir da resposta de Lincoln Paiva, e levando em conta o conceito de sustentabilidade, é correto afirmar:
LP: Não, sempre haverá paliativos, alguém que vai querer lucrar com o trânsito e inventar algo para as pessoas fazerem quando estiverem no congestionamento, como aprender uma língua etc. Temos uma noção errada sobre mobilidade, é preciso entender que essa mentalidade é ultrapassada e que o trânsito é uma questão de escolha pessoal.”
Segundo o dicionário Aulete, sustentabilidade significa: “1. qualidade ou condição de sustentável; 2. Ecol. Econ. modelo de desenvolvimento que busca conciliar as necessidades econômicas, sociais e ambientais de modo a garantir seu atendimento por tempo indeterminado e a promover a inclusão social, o bem-estar econômico e a preservação dos recursos naturais.”
Disponível em: http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl= aulete_digital&op+imprimir&tipo=atualizado.
A partir da resposta de Lincoln Paiva, e levando em conta o conceito de sustentabilidade, é correto afirmar:
Em um artigo da Redação do site UOL, lemos:
Texto para a questão 7, retirado da obra Vidas secas, de Graciliano Ramos:
A partir da leitura do fragmento acima, e também com base em toda a obra Vidas secas, pode-se afirmar que:
A partir da leitura do fragmento acima, e também com base em toda a obra Vidas secas, pode-se afirmar que:
Texto para a questão 9:
Tomando a leitura e a interpretação dos fragmentos anteriores, e também as características da poesia modernista da Geração de 45, da qual João Cabral de Melo Neto é um dos expoentes, podemos dizer que:
I. A poesia de 45 caracteriza-se pela renovação estética.
II. O poema Morte e vida severina desenvolve temas relacionados ao social, à moral e ao político.
III. Embora o poema Morte e vida severina seja um auto de Natal de tradição ibérica, a métrica de seus versos não segue o modelo da tradição.
Das afirmações acima:
Tomando a leitura e a interpretação dos fragmentos anteriores, e também as características da poesia modernista da Geração de 45, da qual João Cabral de Melo Neto é um dos expoentes, podemos dizer que:
I. A poesia de 45 caracteriza-se pela renovação estética.
II. O poema Morte e vida severina desenvolve temas relacionados ao social, à moral e ao político.
III. Embora o poema Morte e vida severina seja um auto de Natal de tradição ibérica, a métrica de seus versos não segue o modelo da tradição.
Das afirmações acima:
A partir da afirmação de Paiva, podemos dizer que:
Em um artigo da Redação do site UOL, lemos:
Leia o fragmento pertencente ao poema José, de Carlos Drummond de Andrade. A seguir, observe o quadro O Grito do pintor norueguês Edvard Munch, e responda ao que se pede:
As duas obras de arte, o poema e a tela, embora pertençam, respectivamente, à Literatura e à Pintura, trazem à tona questionamentos semelhantes, como:
I- A questão das emoções humanas mais profundas frente ao mundo.
II- A possibilidade de a arte discutir o estar no mundo.
III- A angústia como sentimento inerente ao ser humano.
Das afirmações acima:
As duas obras de arte, o poema e a tela, embora pertençam, respectivamente, à Literatura e à Pintura, trazem à tona questionamentos semelhantes, como:
I- A questão das emoções humanas mais profundas frente ao mundo.
II- A possibilidade de a arte discutir o estar no mundo.
III- A angústia como sentimento inerente ao ser humano.
Das afirmações acima:
Segundo o cientista Klaus Lackner: “O mundo produz cerca de 70 milhões de carros por ano, quer dizer, a produção de unidades neste patamar é certamente possível e também existe espaço suficiente no mundo para instalar as máquinas.”
Ao argumentar sobre a viabilidade da produção de árvores artificiais, o cientista busca:
Ao argumentar sobre a viabilidade da produção de árvores artificiais, o cientista busca:
fragmentos a seguir, retirados da reportagem
Texto para a questão 6:
Na música Metáfora,de Gilberto Gil, há, entre outras coisas, a definição de metáfora, uma figura de linguagem que também é encontrada na alternativa:
Na música Metáfora,de Gilberto Gil, há, entre outras coisas, a definição de metáfora, uma figura de linguagem que também é encontrada na alternativa:
Pela leitura dos fragmentos dessa reportagem, podemos depreender que o assunto nela tratado refere-se à relação homem e meio ambiente, fato que também faz parte de uma das seguintes obras da Literatura Brasileira:
fragmentos a seguir, retirados da reportagem