Questõesde PUC - SP sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 92 questões
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O gesto mencionado no terceiro parágrafo do editorial diz respeito

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

A
à necessidade de saudar a cúpula do Judiciário, por ser essa a praxe e, consequentemente, a expectativa de todos.
B
ao fato de dispensar motorista ou outras regalias a que outros presidentes do STJ foram afeitos.
C
à saudação da ministra ao povo brasileiro, antes de às demais autoridades presentes na solenidade.
D
à cerimônia de posse da presidência do Supremo Tribunal Federal a que tantos ministros e políticos compareceram.
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Dos enunciados abaixo, indique aquele cujo conteúdo não corresponde ao conto referido.

A
Era o homem mais afamado dos dois sertões do rio: célebre do Jequitinhonha à Serra das Araras, (...), maior do que Antonio Dó ou Indalécio; o arranca-toco, o treme-treme, o come-brasa, o pega-à-unha, o fechatreta, o tira-prosa, o parte-ferro, o rompe-racha, o rompe-e-arrasa: Seu Joãozinho Bem-Bem. – A hora e a vez de Augusto Matraga.
B
Folgado,Sete-de-Ouros endireitou para a coberta. Farejou o cocho. Achou milho. Comeu. Então, rebolcouse, com as espojadelas obrigatórias, dançando de patas no ar e esfregando as costas no chão. Comeu mais. Depois procurou um lugar qualquer, e se acomodou para dormir, entre a vaca mocha e a vaca malhada, que ruminavam, quase sem bulha, na escuridão. – Conversa de bois.
C
E eu abusava, todos os domingos, porque, para ir domingar no mato das Três Águas, o melhor atalho renteava o terreirinho de frente da cafua do Mangalô, de quem eu zombava já por prática. Com isso eu me crescia, mais mandando, e o preto até que se ria, acho que achando mesmo graça em mim. – São Marcos.
D
O sol cresce, amadurece. Mas eles estão esperando é a febre, mais o tremor. Primo Ribeiro parece um defunto - sarro de amarelo na cara chupada, olhos sujos, desbrilhados, e as mãos pendulando, compondo o equilíbrio, sempre a escorar dos lados a bambeza do corpo. (...) e trouxe para cá fora o caixinha de remédio, a cornicha de pó e mais o cobertor.Sarapalha.
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Desde então os guerreiros pitiguaras que passavam perto da cabana abandonada e ouviam ressoar a voz plangente da ave amiga, afastavam-se com a alma cheia de tristeza, do coqueiro onde cantava a jandaia. E foi assim que um dia veio a chamar-se Ceará o rio onde crescia o coqueiro, e os campos onde serpeja o rio.

O trecho acima integra o romance Iracema, de José de Alencar. Considerando a obra como um todo, o trecho em pauta se refere

A
à morte de Iracema após o nascimento de Moacir e seu sepultamento junto a uma carnaúba, na fronde da qual canta ainda a jandaia.
B
às consequências das guerras entre as tribos pitiguara e tabajara pela conquista e manutenção da terra brasileira contra o domínio dos invasores franceses.
C
ao desfecho trágico do relacionamento amoroso de Iracema e Martim, provocado pela vingança de Irapuã, pretendente preterido pela virgem.
D
ao castigo recebido por Iracema, guardadora dos segredos da jurema, por quebra do voto de castidade ao tornar-se esposa de Martim.
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O trecho acima é do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, escrito por Machado de Assis. Dele é correto afirmar que


Eu deixava-me estar ao canto da mesa, a escrever desvairadamente num pedaço de papel, com uma ponta de lápis; traçava uma palavra, uma frase, um verso, um nariz, um triângulo, e repetia-os muitas vezes, sem ordem, ao acaso, assim:


Maquinalmente tudo isto; e, não obstante, havia certa lógica, certa dedução; por exemplo, foi o virumque que me fez chegar ao nome do próprio poeta, por causa da primeira sílaba; ia a escrever virumque, - e sai-me Virgílio, então continuei: 




A
revela uma ruptura incomum dos procedimentos narrativos e da sequência linear que caracterizam esse romance machadiano
B
provoca estranhamento pelo insólito uso do gráfico visual que desloca a narrativa do puramente verbal, aproximando-a da linguagem plástica, o que fere o estatuto do literário.
C
apresenta-se como uma citação da literatura latina, inserida por acaso no corpo do romance, sem outra finalidade que não a de ser apenas mais uma digressão a integrar a estrutura da obra.
D
indicia, no exercício lúdico da desmontagem verbal, a senha que levará o narrador à descoberta da mulher, com quem viverá um prolongado relacionamento amoroso de caráter adulterino
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O poema, de Carlos Drummond de Andrade, está em Claro Enigma. Dele pode-se afirmar que

Leia o poema para responder à questão

 

A Ingaia Ciência

A madureza, essa terrível prenda que alguém nos dá, raptando-nos, com ela, todo sabor gratuito de oferenda sob a glacialidade de uma estela,

a madureza vê, posto que a venda interrompa a surpresa da janela, o círculo vazio, onde se estenda, e que o mundo converte numa cela.

A madureza sabe o preço exato dos amores, dos ócios, dos quebrantos, e nada pode contra sua ciência

e nem contra si mesma. O agudo olfato, o agudo olhar, a mão, livre de encantos, se destroem no sonho da existência. 

A
é um texto clássico cujo título remete ao sentido de um conhecimento vivaz, de uma arte alegre retomada dos provençais e, por isso se estrutura em linguagem coloquial e de fácil entendimento.
B
é um soneto que não pode ser enquadrado no Modernismo porque retoma temas poéticos e procedimentos estéticos próprios do Classicismo, em linguagem de elaboração sofisticada e extremamente formal.
C
revela o vazio existencial do indivíduo, exacerbado pela maior clareza que a vida traz, e se desenvolve em versos decassílabos, organizados em rima cruzada tanto nos quartetos quanto nos tercetos e faz bom uso do enjambement como elemento de continuidade semântica e rítmica do poema.
D
refere o tema da maturidade, enfocando-o como a experiência que anula os sentidos na percepção do mundo, mas capaz de tornar o homem feliz ao entender racionalmente a realidade.
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ainda, do poema A Ingaia Ciência, é possível, também, afirmar que

Leia o poema para responder à questão

 

A Ingaia Ciência

A madureza, essa terrível prenda que alguém nos dá, raptando-nos, com ela, todo sabor gratuito de oferenda sob a glacialidade de uma estela,

a madureza vê, posto que a venda interrompa a surpresa da janela, o círculo vazio, onde se estenda, e que o mundo converte numa cela.

A madureza sabe o preço exato dos amores, dos ócios, dos quebrantos, e nada pode contra sua ciência

e nem contra si mesma. O agudo olfato, o agudo olhar, a mão, livre de encantos, se destroem no sonho da existência. 

A
não permite nenhum tipo de intertextualidade, já que sendo totalmente original, refere-se à maturidade como causa da infelicidade humana.
B
é destituído de força poética, visto que formalmente rígido, não apresenta nenhum recurso estilístico.
C
insere-se em uma obra cujo título denuncia a aproximação de opostos, caracterizados como oximoros.
D
é dominantemente constituído por uma linguagem de função referencial, mais preocupada com a informação do que com a expressividade lírica.
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia na fronde da carnaúba;

Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;

Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.


O trecho acima integra o romance Iracema, sobre o qual Machado de Assis se referiu como um verdadeiro poema em prosa. Indique, nas alternativas abaixo aquela que se mostra ERRADA quanto ao texto em pauta.

A
Evidencia um proposital trabalho de linguagem, marcada por significativo uso de figuras de estilo, entre as quais se põe a comparação.
B
Apresenta musicalidade, ritmo e cadência que o aproximam da poesia metrificada de extração popular.
C
Faz aflorar no tecido poético a força da função conativa como apelo para abrandar os elementos e as forças da natureza.
D
Utiliza apenas a construção anafórica para dar força ao texto, não se valendo de outras figuras que poderiam potencializar sua dimensão poética.
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Não acabarei, porém, o capítulo, sem dizer que vi morrer no hospital da Ordem, adivinhem quem? ... a linda Marcela; e vi-a morrer no mesmo dia em que, visitando um cortiço, para distribuir esmolas, achei... Agora é que não são capazes de adivinhar... achei a flor da moita, Eugênia, a filha de Dona Eusébia e do Vilaça, tão coxa como a deixara, e ainda mais triste.

O trecho acima é do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e refere personagens que tiveram relacionamentos amorosos na vida do narrador. Assim, indique a alternativa correta sobre tais relacionamentos.

A
Marcela fora, na adolescência, a protagonista de um amor tumultuado com Brás Cubas, mas interrompido pelo pai furioso que o envia a Coimbra para estudar Direito
B
Ambas exerceram grande poder de sedução sobre Brás Cubas, mas foram preteridas por Virgília, com quem Brás acabou se casando.
C
Nenhuma delas afetou os sentimentos amorosos do narrador, pois este estava decidido a casar-se com Eulália, moça pretendida pela família para unir-se a ele.
D
Eugênia, bonita e coxa, alimentou esperança de casamento com Brás Cubas e foi plenamente correspondida por ele que lhe dedicou amor sincero e incondicional.
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PUC - SP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Do romance A Cidade e as Serras, escrito por Eça de Queiroz, pode-se afirmar que

A
é um romance pós-realista porque, marcado pela desilusão e pelo abandono dos ideais realistas, volta-se para outros valores como o nacionalismo e a vida pura do campo.
B
é um romance romântico porque, valorizando os feitos de um herói nacional, destaca a natureza e a paisagem portuguesa em oposição à sedução da cidade e sua civilização tecnológica.
C
é uma obra de análise crítica ao apego exagerado às tecnologias da época, entendidas como índice de felicidade e civilização, mas rejeitadas pelo protagonista Jacinto, ao longo do romance.
D
é um romance de tese e psicológico, de viés subjetivo, uma vez que, narrado em primeira pessoa, esboça o mundo interior de Jacinto em oposição ao de José Fernandes.
c06b7bb6-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para tratar da concepção de liberdade, Nadja Hermann retoma Stuart Mill para afirmar que



A
o livre arbítrio só não leva em conta a tolerância religiosa para exercer com legitimidade a liberdade dos indivíduos.
B
a liberdade de opinião e crença baseia-se em ideais cujo maior propósito é exercer legitimamente o poder sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra sua vontade.
C
a autonomia e a independência do indivíduo implicam renúncia a assuntos de ordem prática ou especulativa e até mesmo assuntos de natureza científica, moral ou teológica.
D
a liberdade abrange ampla e total autonomia tanto de opinião como de sentimento em assuntos das mais diversas ordens.
c05e8532-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Parênteses, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os parênteses empregados por Nadja Hermann, de acordo com a ordem em que aparecem do texto, têm a função de


A
assinalar o período em que Mill viveu e a fonte de onde foi retirada a citação.
B
discriminar a citação e a época em que o filósofo nasceu e morreu.
C
discernir quando e onde nasceu Stuart Mill.
D
indicar informações irrelevantes para um texto acadêmico.
c0651a0b-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Indique o princípio de Stuart Mill do qual tanto Hélio Schwartsman como Nadja Hermann se valem para sustentar suas ideias.



A
Tolerância religiosa e importância do pluralismo, da liberdade de opinião e crença, com base na coerção do indivíduo.
B
A legitimidade de o Estado operar de modo ativo “para promover a coesão social, mesmo que, para isso, force o indivíduo a conformar-se ao 'statu quo'”.
C
O autoritarismo inerente a “sociedades que colocam os interesses coletivos acima dos individuais tendem a apresentar menores índices de violência interpessoal e menos desigualdade”.
D
“Sobre si mesmo, seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano.”
c05a5879-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


Em relação aos dois textos, é correto afirmar que


A
o texto de Hélio Schwartsman e o de Nadja Hermann circulam em situações comunicativas idênticas, por isso os leitores de ambos são exatamente os mesmos.
B
ambos circulam em contextos diferentes, mas têm o mesmo propósito comunicativo por serem textos de entretenimento.
C
ambos são artigos, mas apresentam diferenças em função do contexto de produção: o primeiro é artigo de opinião; o segundo, artigo científico.
D
o texto de Schwartsman cita Stuart Mill para referendar o que defende, e o de Hermann faz uma citação direta também de Mill para contestar a soberania do indivíduo sobre si mesmo.
c05236ca-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No último parágrafo do texto Da soberania do indivíduo, o autor emprega a expressão corrente “trocando em miúdos”, cujo significado é


A
confrontar detalhadamente.
B
explicar minuciosamente.
C
limitar rapidamente.
D
trocar ligeiramente.
c03b62e8-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere a ordem em que são empregados os pronomes demonstrativos evidenciados no texto de Hélio Schwartsman e aponte a que se referem.


A
conjunto de leis sobre costumes de um Estado moderno que tem de ser constantemente guiado pela inspiração liberal; legitimidade de o Estado operar de forma ativa em prol da coesão social.
B
composição de leis que deliberam sobre práticas do Estado moderno; visão conservadora que considera ilegítima a forma de promover a coesão social.
C
legislação sobre comportamento de um Estado moderno cujas bases são conservadoras; visão liberal que considera legítimo o Estado trabalhar ativamente para a coesão social.
D
rol de leis de natureza liberal que o Estado moderno pretende promover para contestar a inspiração conservadora; legitimidade de o Estado trabalhar ativamente para promover a coesão social.
c035e594-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Uso das aspas, Pontuação

No texto de Hélio Schwartsman, as aspas sinalizam, respectivamente,


A
palavra estrangeira e dito popular.
B
expressão latina e citação direta de autor.
C
palavra em latim e conceito de uma regra social.
D
palavra em sentido figurado e provérbio.
c02d1aa1-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ainda no primeiro parágrafo, ao justificar seu ponto de vista sobre as diferenças das visões de mundo, o autor estabelece uma relação de


A
concessão.
B
causa.
C
inclusão.
D
dúvida.
c021e8fd-1c
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No primeiro parágrafo do texto de Hélio Schwartsman, as duas visões de mundo às quais o autor se refere são


A
a progressista e a liberal.
B
a qualitativa e a quantitativa.
C
a dos missivistas e a dos progressistas.
D
a liberal e a conservadora.
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PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Vidas Secas, novela de Graciliano Ramos, apesar de ser uma obra sobre a natureza inóspita e a miséria do nordeste, apresenta um texto marcadamente estético e lírico, que alcança os limites da poesia. Assim, indique, nas alternativas abaixo, a que apresenta trecho com linguagem cuja função é dominantemente poética.

A
Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes.
B
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.
C
Cavou a areia com as unhas, esperou que a água marejasse e, debruçando-se no chão, bebeu muito. Saciado, caiu de papo para cima, olhando as estrelas, que vinham nascendo. O poente cobria-se de cirros – e uma alegria doida enchia o coração de Fabiano.
D
Deu-se aquilo porque Sinha Vitória não conversou um instante com o menino mais velho. Ele nunca tinha ouvido falar em inferno. Estranhando a linguagem de Sinha Terta, pediu informações. Sinha Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim demais e, como o filho exigisse uma descrição, encolheu os ombros.
E
– Fabiano, meu filho, tem coragem. Tem vergonha, Fabiano. Mata o soldado amarelo. Os soldados amarelos são uns desgraçados que precisam morrer. Mata o soldado amarelo e os que mandam nele.
3e2d14ec-34
PUC - SP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os ombros suportam o mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu
Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
Mas na sombra teus olhos resplandecem
enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
E ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos
edifícios
Provam apenas que a vida prossegue
E nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
Prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

O poema acima integra a obra Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade. Considerando-o como um todo, NÃO é correto afirmar que é um poema

A
político e existencial de grande intensidade, representante da poesia social de Drummond.
B
isento de ênfases negativas, visto que reconhece a necessidade de perceber que a vida é uma ordem, sem mistificação.
C
questionador da relação conflituosa entre o indivíduo e o mundo, numa perspectiva antirromântica, chamando a vida que há por se fazer.
D
com linguagem coloquial e imagens diretas altamente expressivas, o que carrega ainda mais o poema de grande tensão poética.
E
que mostra a vida sem ilusões vãs, com sobriedade, clareza e desencanto irônico, amargo, embora não resignado.