Questõesde CESMAC sobre Interpretação de Textos
Cada vez mais, as ideias são expressas por outras
‘linguagens’, que recorrem a outros significantes para
além da palavra, propriamente. A ‘cena retratada’
acima, no global, quer trazer à reflexão:
TEXTO 3

As ideias explicitadas no Texto 2 consideram
reiteradamente o princípio de que:
1) aos humanos, é concedido o privilégio da
transcendência ao mundo espacial e temporal
imediato.
2) o mundo possibilitado pela linguagem é mais
estável e está sujeito a mudanças mais lentas do
que o mundo da natureza.
3) pela linguagem, os humanos criam um mundo
(mais ou menos) estável de ideias que nos
permite ir além do que, de fato, ‘já aconteceu’.
4) não apenas a experiência palpável da existência
pode ser objeto da expressão pelo uso da
linguagem.
Estão corretas:
1) aos humanos, é concedido o privilégio da transcendência ao mundo espacial e temporal imediato.
2) o mundo possibilitado pela linguagem é mais estável e está sujeito a mudanças mais lentas do que o mundo da natureza.
3) pela linguagem, os humanos criam um mundo (mais ou menos) estável de ideias que nos permite ir além do que, de fato, ‘já aconteceu’.
4) não apenas a experiência palpável da existência pode ser objeto da expressão pelo uso da linguagem.
Estão corretas:
Entre os recursos que contribuíram para deixar o Texto
1, reconhecidamente, como coeso e coerente,
podemos destacar:
(Paulo M. Buss. Folha de S. Paulo).
A ideia central do Texto 1 é explicitada no seguinte
trecho:
(Paulo M. Buss. Folha de S. Paulo).
A reflexão que é proposta no Texto 2:
O êxito na compreensão global do Texto 1 requer que
o entendamos como:
(Paulo M. Buss. Folha de S. Paulo).
A linguagem dos Quadrinhos, em geral, traz uma
crítica a um determinado aspecto da vida social ou,
numa perspectiva mais ampla, da própria história da
humanidade. Na presente Tira, Mafalda:
TEXTO 3
O Texto 2 sintoniza com as concepções sociais que
propõem:
Analise o seguinte trecho: “o menos que o escritor
pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças
como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz
sobre a realidade de seu mundo”. Nesse trecho,
mantendo seu modo de ver a cena descrita, o autor
recorre:
TEXTO 1
Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’ (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar talhos e salvar essa vida? (...)
Desde que, adulto, comecei a escrever romance, tem-me
animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor
pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a
nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a
realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a
escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos
tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do
horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos
o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos
fósforos repetidamente, como um sinal de que não
desertamos de nosso posto.
(Érico Veríssimo. Solo de clarineta. Tomo I. Globo: Porto Alegre. 1978). Fragmento.
Para manter a estratégia escolhida para seu texto, o
segundo parágrafo do fragmento em análise pode ser
entendido como:
TEXTO 1
Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’ (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar talhos e salvar essa vida? (...)
Desde que, adulto, comecei a escrever romance, tem-me
animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor
pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a
nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a
realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a
escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos
tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do
horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos
o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos
fósforos repetidamente, como um sinal de que não
desertamos de nosso posto.
(Érico Veríssimo. Solo de clarineta. Tomo I. Globo: Porto Alegre. 1978). Fragmento.
Um aspecto do Texto 1 que o torna, de certa maneira
relevante, e que toca a sensibilidade do leitor, é que o
autor:
TEXTO 1
Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’ (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar talhos e salvar essa vida? (...)
Desde que, adulto, comecei a escrever romance, tem-me
animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor
pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a
nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a
realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a
escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos
tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do
horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos
o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos
fósforos repetidamente, como um sinal de que não
desertamos de nosso posto.
(Érico Veríssimo. Solo de clarineta. Tomo I. Globo: Porto Alegre. 1978). Fragmento.