Questõesde CEDERJ sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 93 questões
739a038e-b8
CEDERJ 2015 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O tipo textual predominante no texto é o:

O Jardineiro

Lygia Fagundes Telles

Só colhia rosas ao anoitecer porque durante o sono elas não sentiam o aço frio da tesoura. Uma noite ele sonhou que cortava as hastes de manhã, em pleno sol, as rosas despertas e gritando, sangrando na altura do corte das cabeças decepadas. Quando ele acordou viu que estava com as mãos sujas de sangue.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. 6.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 78

A
descritivo, pois são expressas características dos seres (“aço frio", “as rosas despertas", “cabeças decepadas", “mãos sujas") e modos de agir (“em pleno sol").
B
argumentativo, pois são expressas relações de causa e efeito com finalidade persuasiva (“Só colhia rosas ao anoitecer porque durante o sono elas não sentiam o aço frio da tesoura.").
C
narrativo, pois estão expressas ações atribuídas a um personagem (“sonhou", “cortava as hastes", “acordou") e essas progridem na linha do tempo.
D
injuntivo, pois são expressas ideias de influência direta quanto ao interlocutor (“as rosas despertas e gritando").
e3ce3f6c-96
CEDERJ 2015 - Português - Interpretação de Textos, Sintaxe

O enunciado “e, de tal modo, a mania de ter ideias o tomou, que não se limitava a deixá-las pelos jornais” (linhas 11-12) veicula a ideia de causa / consequência.

Assinale a alternativa cujo sentido difere ao do fragmento em destaque.

                                     Ele e suas ideias
                                                                         Lima Barreto

 

(LIMA BARRETO. Ele e suas ideias. In: Para gostar de ler,
volume 8, contos. São Paulo: Ática, p. 51-54)

1 Revista humorística surgida em 1927, dedicada, principalmente, à caricatura. (N.E.)
2 Cavanhaque.
3 Edison foi o inventor do telégrafo e Marconi, das ondas de rádio.


A
A mania de ter ideias o tomou, por isso ele não se limitava a deixá-las pelos jornais.
B
Embora a mania de ter ideias o tomasse, ele não se limitava a deixá-las pelos jornais.
C
Como a mania de ter ideias o tomou, ele não se limitava a deixá-las pelos jornais.
D
A mania de ter ideias o tomou, assim ele não se limitava a deixá-las pelos jornais.
e3c97736-96
CEDERJ 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

“Andávamos por esse tempo na febre dos melhoramentos, das construções; e, a todo momento, ele lembrava a este ou àquele jornal uma ideia.” (linhas 7-9)

Para obter efeitos de sentido, os autores costumam valerse de diferentes recursos semânticos. A expressão sublinhada no fragmento acima – “febre dos melhoramentos” – exemplifica um caso de:

                                     Ele e suas ideias
                                                                         Lima Barreto

 

(LIMA BARRETO. Ele e suas ideias. In: Para gostar de ler,
volume 8, contos. São Paulo: Ática, p. 51-54)

1 Revista humorística surgida em 1927, dedicada, principalmente, à caricatura. (N.E.)
2 Cavanhaque.
3 Edison foi o inventor do telégrafo e Marconi, das ondas de rádio.


A
personificação.
B
ironia.
C
metáfora.
D
eufemismo.
e3b812bd-96
CEDERJ 2015 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

Textos são construídos com base em uma tipologia textual. Esses tipos podem aparecer de forma exclusiva ou mesclada em um texto. Identifique o tipo textual do fragmento seguinte:

“Era um homem pequeno, magro, com um reduzido cavaignac (...)” (linhas 2-3)

                                     Ele e suas ideias
                                                                         Lima Barreto

 

(LIMA BARRETO. Ele e suas ideias. In: Para gostar de ler,
volume 8, contos. São Paulo: Ática, p. 51-54)

1 Revista humorística surgida em 1927, dedicada, principalmente, à caricatura. (N.E.)
2 Cavanhaque.
3 Edison foi o inventor do telégrafo e Marconi, das ondas de rádio.


A
Narração.
B
Descrição.
C
Argumentação.
D
Injunção.
e3be088b-96
CEDERJ 2015 - Português - Interpretação de Textos

A “tragédia íntima e interior" do personagem descrito no primeiro parágrafo se explica no seguinte trecho:

                                     Ele e suas ideias
                                                                         Lima Barreto

 

(LIMA BARRETO. Ele e suas ideias. In: Para gostar de ler,
volume 8, contos. São Paulo: Ática, p. 51-54)

1 Revista humorística surgida em 1927, dedicada, principalmente, à caricatura. (N.E.)
2 Cavanhaque.
3 Edison foi o inventor do telégrafo e Marconi, das ondas de rádio.


A
“...logo que se fazia anunciar, o chefe da cidade dizia para o secretário: 'Esse diabo!'" (linhas 19-20).
B
“Andávamos por esse tempo na febre dos melhoramentos, das construções..." (linhas 7-8).
C
“Procurava ministros, fazia requerimentos aos corpos legislativos, propondo tais e tais medidas." (linhas 13-14).
D
“Os poderes públicos não tomaram na devida conta seus projetos; os jornais não o apontavam à admiração do público..." (linhas 23-25).
c64319a8-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

Do ponto de vista da estrutura textual, é correto afirmar que o texto “As gravatas de Mário Quintana" é predominantemente

Texto 1

                  As gravatas de Mário Quintana (não basta saber uma língua para entendê-la)

      Como é que uma pessoa se comunica com a outra? Como fazemos para transmitir ideias?

      A resposta parece bastante óbvia: transmitimos ideias usando a língua. Assim, se vou passando na rua e vejo um avestruz (digamos que seja uma rua muito peculiar, onde o tráfego de avestruzes é intenso), digo ao meu amigo: Olha, lá vai um avestruz. Com isso, transmito determinada informação ao meu amigo; em outras palavras, passo para a mente de outra pessoa uma ideia que estava originalmente em minha mente.

      Para isso, evidentemente, é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua, que ambas chamem aquele animal desajeitado de avestruz; que ambas saibam utilizar os verbos olhar e ir, e assim por diante. Uma vez isso arranjado, as duas pessoas se entenderão. Para que as pessoas se entendam, é necessário – e suficiente – que falem a mesma língua.

      É isso mesmo? Veremos que não. Na verdade, para que se dê a compreensão, mesmo em nível bastante elementar, é necessário que as pessoas tenham muito mais em comum que simplesmente uma língua. Precisam ter em comum um grande número de informações, precisam pertencer a meios culturais semelhantes, precisam mesmo ter, até certo ponto, crenças comuns. Sem isso, a língua simplesmente deixa de funcionar enquanto instrumento de comunicação. Na verdade, a comunicação linguística é um processo bastante precário; depende de tantos fatores que falham com muita frequência, para desânimo de muitos que ficam gemendo Por que é que ele não me entendeu?

      O problema é que o que a língua exprime é apenas uma parte do que se quer transmitir. Geralmente, se pensa no processo de comunicação como uma rua de mão única: a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor). Se fosse assim, a estrutura linguística teria de ser suficiente para veicular a mensagem, porque, afinal de contas, a única coisa que o emissor realmente produz é um conjunto de sons (ou de riscos no papel), organizados de acordo com as regras da língua. Mesmo isso, como vimos, depende de alguma coisa por parte do receptor, a saber, o conhecimento das palavras e das regras da língua; mas poderia ser só isso, e as coisas seriam muito mais simples – e, também, talvez os seres humanos se entendessem melhor. (...)

     O significado de uma frase não é simples função de seus elementos constitutivos, mas depende ainda da informação extralinguística. Ou ainda (e aqui me oponho às crenças de boa parte de meus colegas linguistas), uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado.

     Vamos ver o exemplo: seja o sintagma as gravatas de Mário Quintana. Que significa isso? E, em especial, que tipo de relação exprime a preposição de? Evidentemente, de exprime “posse", e o sintagma equivale a as gravatas pertencem a Mário Quintana. Pode parecer, então, que computamos o significado do sintagma simplesmente juntando o significado das palavras: as gravatas + de + Mário Quintana.

      Mas ainda aqui isso é só a primeira impressão. Digamos que o sintagma fosse as gravatas de Pierre Cardin; agora, para alguém que sabe quem é Pierre Cardin, a relação expressa pela preposição de já não precisa ser de posse. Na verdade, é mais provável que se entenda como “autoria", isto é, as gravatas criadas por Pierre Cardin.

      Ora, a preposição é a mesma nos dois casos. De onde vem essa diferença de significado? Simplesmente do que sabemos sobre Mário Quintana (um poeta) e sobre Pierre Cardin (um estilista de moda). Se dissermos os poemas de Mário Quintana, a preposição já não exprimirá posse, mas autoria – porque, já que Mário Quintana é um poeta, é plausível que se fale dos poemas de sua autoria; além do mais, em geral, não se pensa em poemas como tendo possuidor.

      Se a situação é essa, não faz sentido perguntar se o significado da preposição de é de posse ou autoria. Será posse ou autoria segundo o que soubermos dos diversos objetos ou pessoas mencionadas: se se trata de um objeto possuível, como uma gravata, ou não possuível, como um poema; e se se trata de um poeta ou de um costureiro.

                             (PERINI, Mário A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2000, páginas 57-60.)
A
narrativo, pois se caracteriza por relatar e enumerar elementos da língua.
B
argumentativo, pois apresenta ideias e argumentos do enunciador sobre a língua portuguesa.
C
descritivo, pois retrata aspectos da língua portuguesa sob um ponto de vista estático.
D
injuntivo, pois projeta o leitor no texto, ao lhe fazer perguntas diretas.
c64d85c5-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No poema, a onomatopeia utilizada procurar imitar o som

Texto 2

                                    Canção de garoa

                                                                              Mário Quintana

                              Em cima do meu telhado
                              Pirulin lulin lulin,
                              Um anjo, todo molhado,
                              Soluça no seu flautim.

                              O relógio vai bater:
                              As molas rangem sem fim.
                              O retrato na parede
                              Fica olhando para mim.

                              E chove sem saber por quê...
                              E tudo foi sempre assim!
                              Parece que vou sofrer:
                              Pirulin lulin lulin...

    QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 4.ed. Editora Moderna, 1984. p. 23.
A
do coração sofrido.
B
dos pés do anjo.
C
do velho relógio.
D
da chuva incessante.
c65208d6-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Uso dos conectivos, Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

A conjunção “e" foi usada duas vezes na terceira estrofe, para reforçar a ideia de

Texto 2

                                    Canção de garoa

                                                                              Mário Quintana

                              Em cima do meu telhado
                              Pirulin lulin lulin,
                              Um anjo, todo molhado,
                              Soluça no seu flautim.

                              O relógio vai bater:
                              As molas rangem sem fim.
                              O retrato na parede
                              Fica olhando para mim.

                              E chove sem saber por quê...
                              E tudo foi sempre assim!
                              Parece que vou sofrer:
                              Pirulin lulin lulin...

    QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 4.ed. Editora Moderna, 1984. p. 23.
A
continuidade.
B
soma.
C
contrariedade.
D
alternância.
c648f45f-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Vocativo e Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Diferença entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal, Adjunto Adverbial e Aposto, Preposições, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Tipologia Textual, Sintaxe, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, observando a relação expressa pela preposição “de" e, a seguir, assinale a alternativa que contempla a numeração correta.

(1) As gravatas de Mário Quintana

(2) As gravatas de Pierre Cardin

(3) Os copos de vinho

(4) Os copos de vidro

(5) A casa de campo

(6) A chegada de Paris

( ) Procedência

( ) Tipo

( ) Posse

( ) Autoria

( ) Conteúdo

( ) Matéria

Texto 1

                  As gravatas de Mário Quintana (não basta saber uma língua para entendê-la)

      Como é que uma pessoa se comunica com a outra? Como fazemos para transmitir ideias?

      A resposta parece bastante óbvia: transmitimos ideias usando a língua. Assim, se vou passando na rua e vejo um avestruz (digamos que seja uma rua muito peculiar, onde o tráfego de avestruzes é intenso), digo ao meu amigo: Olha, lá vai um avestruz. Com isso, transmito determinada informação ao meu amigo; em outras palavras, passo para a mente de outra pessoa uma ideia que estava originalmente em minha mente.

      Para isso, evidentemente, é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua, que ambas chamem aquele animal desajeitado de avestruz; que ambas saibam utilizar os verbos olhar e ir, e assim por diante. Uma vez isso arranjado, as duas pessoas se entenderão. Para que as pessoas se entendam, é necessário – e suficiente – que falem a mesma língua.

      É isso mesmo? Veremos que não. Na verdade, para que se dê a compreensão, mesmo em nível bastante elementar, é necessário que as pessoas tenham muito mais em comum que simplesmente uma língua. Precisam ter em comum um grande número de informações, precisam pertencer a meios culturais semelhantes, precisam mesmo ter, até certo ponto, crenças comuns. Sem isso, a língua simplesmente deixa de funcionar enquanto instrumento de comunicação. Na verdade, a comunicação linguística é um processo bastante precário; depende de tantos fatores que falham com muita frequência, para desânimo de muitos que ficam gemendo Por que é que ele não me entendeu?

      O problema é que o que a língua exprime é apenas uma parte do que se quer transmitir. Geralmente, se pensa no processo de comunicação como uma rua de mão única: a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor). Se fosse assim, a estrutura linguística teria de ser suficiente para veicular a mensagem, porque, afinal de contas, a única coisa que o emissor realmente produz é um conjunto de sons (ou de riscos no papel), organizados de acordo com as regras da língua. Mesmo isso, como vimos, depende de alguma coisa por parte do receptor, a saber, o conhecimento das palavras e das regras da língua; mas poderia ser só isso, e as coisas seriam muito mais simples – e, também, talvez os seres humanos se entendessem melhor. (...)

     O significado de uma frase não é simples função de seus elementos constitutivos, mas depende ainda da informação extralinguística. Ou ainda (e aqui me oponho às crenças de boa parte de meus colegas linguistas), uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado.

     Vamos ver o exemplo: seja o sintagma as gravatas de Mário Quintana. Que significa isso? E, em especial, que tipo de relação exprime a preposição de? Evidentemente, de exprime “posse", e o sintagma equivale a as gravatas pertencem a Mário Quintana. Pode parecer, então, que computamos o significado do sintagma simplesmente juntando o significado das palavras: as gravatas + de + Mário Quintana.

      Mas ainda aqui isso é só a primeira impressão. Digamos que o sintagma fosse as gravatas de Pierre Cardin; agora, para alguém que sabe quem é Pierre Cardin, a relação expressa pela preposição de já não precisa ser de posse. Na verdade, é mais provável que se entenda como “autoria", isto é, as gravatas criadas por Pierre Cardin.

      Ora, a preposição é a mesma nos dois casos. De onde vem essa diferença de significado? Simplesmente do que sabemos sobre Mário Quintana (um poeta) e sobre Pierre Cardin (um estilista de moda). Se dissermos os poemas de Mário Quintana, a preposição já não exprimirá posse, mas autoria – porque, já que Mário Quintana é um poeta, é plausível que se fale dos poemas de sua autoria; além do mais, em geral, não se pensa em poemas como tendo possuidor.

      Se a situação é essa, não faz sentido perguntar se o significado da preposição de é de posse ou autoria. Será posse ou autoria segundo o que soubermos dos diversos objetos ou pessoas mencionadas: se se trata de um objeto possuível, como uma gravata, ou não possuível, como um poema; e se se trata de um poeta ou de um costureiro.

                             (PERINI, Mário A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2000, páginas 57-60.)
A
2 – 5 – 1 – 3 – 4 – 6
B
5 – 3 – 2 – 1 – 4 – 6
C
6 – 5 – 1 – 2 – 3 – 4
D
6 – 5 – 2 – 1 – 4 – 3
c63dcebc-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ideia central do texto está resumida no seguinte fragmento:

Texto 1

                  As gravatas de Mário Quintana (não basta saber uma língua para entendê-la)

      Como é que uma pessoa se comunica com a outra? Como fazemos para transmitir ideias?

      A resposta parece bastante óbvia: transmitimos ideias usando a língua. Assim, se vou passando na rua e vejo um avestruz (digamos que seja uma rua muito peculiar, onde o tráfego de avestruzes é intenso), digo ao meu amigo: Olha, lá vai um avestruz. Com isso, transmito determinada informação ao meu amigo; em outras palavras, passo para a mente de outra pessoa uma ideia que estava originalmente em minha mente.

      Para isso, evidentemente, é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua, que ambas chamem aquele animal desajeitado de avestruz; que ambas saibam utilizar os verbos olhar e ir, e assim por diante. Uma vez isso arranjado, as duas pessoas se entenderão. Para que as pessoas se entendam, é necessário – e suficiente – que falem a mesma língua.

      É isso mesmo? Veremos que não. Na verdade, para que se dê a compreensão, mesmo em nível bastante elementar, é necessário que as pessoas tenham muito mais em comum que simplesmente uma língua. Precisam ter em comum um grande número de informações, precisam pertencer a meios culturais semelhantes, precisam mesmo ter, até certo ponto, crenças comuns. Sem isso, a língua simplesmente deixa de funcionar enquanto instrumento de comunicação. Na verdade, a comunicação linguística é um processo bastante precário; depende de tantos fatores que falham com muita frequência, para desânimo de muitos que ficam gemendo Por que é que ele não me entendeu?

      O problema é que o que a língua exprime é apenas uma parte do que se quer transmitir. Geralmente, se pensa no processo de comunicação como uma rua de mão única: a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor). Se fosse assim, a estrutura linguística teria de ser suficiente para veicular a mensagem, porque, afinal de contas, a única coisa que o emissor realmente produz é um conjunto de sons (ou de riscos no papel), organizados de acordo com as regras da língua. Mesmo isso, como vimos, depende de alguma coisa por parte do receptor, a saber, o conhecimento das palavras e das regras da língua; mas poderia ser só isso, e as coisas seriam muito mais simples – e, também, talvez os seres humanos se entendessem melhor. (...)

     O significado de uma frase não é simples função de seus elementos constitutivos, mas depende ainda da informação extralinguística. Ou ainda (e aqui me oponho às crenças de boa parte de meus colegas linguistas), uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado.

     Vamos ver o exemplo: seja o sintagma as gravatas de Mário Quintana. Que significa isso? E, em especial, que tipo de relação exprime a preposição de? Evidentemente, de exprime “posse", e o sintagma equivale a as gravatas pertencem a Mário Quintana. Pode parecer, então, que computamos o significado do sintagma simplesmente juntando o significado das palavras: as gravatas + de + Mário Quintana.

      Mas ainda aqui isso é só a primeira impressão. Digamos que o sintagma fosse as gravatas de Pierre Cardin; agora, para alguém que sabe quem é Pierre Cardin, a relação expressa pela preposição de já não precisa ser de posse. Na verdade, é mais provável que se entenda como “autoria", isto é, as gravatas criadas por Pierre Cardin.

      Ora, a preposição é a mesma nos dois casos. De onde vem essa diferença de significado? Simplesmente do que sabemos sobre Mário Quintana (um poeta) e sobre Pierre Cardin (um estilista de moda). Se dissermos os poemas de Mário Quintana, a preposição já não exprimirá posse, mas autoria – porque, já que Mário Quintana é um poeta, é plausível que se fale dos poemas de sua autoria; além do mais, em geral, não se pensa em poemas como tendo possuidor.

      Se a situação é essa, não faz sentido perguntar se o significado da preposição de é de posse ou autoria. Será posse ou autoria segundo o que soubermos dos diversos objetos ou pessoas mencionadas: se se trata de um objeto possuível, como uma gravata, ou não possuível, como um poema; e se se trata de um poeta ou de um costureiro.

                             (PERINI, Mário A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2000, páginas 57-60.)
A
“...é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua."
B
“...uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado."
C
“...a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor)."
D
“...a preposição é a mesma nos dois casos."
d45b0afc-96
CEDERJ 2013 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)

Leia o trecho:

Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim.

As formas verbais assinaladas indicam, respectivamente, os seguintes aspectos do passado:

                                                    Infância

     
Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.

      Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

      Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.

      Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.

      Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

      À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

        Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.

      Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.


                                                 RAMOS, Graciliano. Infância. São Paulo: Record, 1995. p.187-191.

A
conclusão de ação passada; ação passada posterior a outra passada; ação passada em andamento.
B
ação passada concluída; ação posterior a outra passada; passado interrompido.
C
ação passada com duração no presente; ação anterior a outra passada; ação passada pontual.
D
instalação de marco temporal passado; ação passada anterior a outra também passada; ação passada contínua.
d44ab3ff-96
CEDERJ 2013 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A afirmativa em que se associa adequadamente o estilo do escritor Graciliano Ramos à temática desenvolvida no trecho lido é:

                                                    Infância

     
Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.

      Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

      Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.

      Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.

      Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

      À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

        Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.

      Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.


                                                 RAMOS, Graciliano. Infância. São Paulo: Record, 1995. p.187-191.

A
O narrador adota uma linguagem floreada, repleta de eufemismos que atenuam o sofrimento do menino diante da difícil relação com o pai e com a leitura.
B
O estilo circular da narrativa reitera, ao longo de todo o texto, o desespero do menino diante do ato de ler e a repugnância que sente em relação aos livros.
C
O narrador, por meio de linguagem seca e cortante, revela a decepção do menino com a atitude do pai, ilustrando as dificuldades de uma infância carente de afetos e oportunidades.
D
O estilo direto adotado pelo narrador se deve ao emprego da linguagem jornalística, que aproxima a narrativa da realidade, de modo seco e objetivo, ao retratar dificuldades próprias da relação entre pais e filhos.
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CEDERJ 2013 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

A sequência de palavras e expressões em que se concretiza com mais propriedade a transformação da relação do menino com a leitura é:

                                                    Infância

     
Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.

      Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

      Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.

      Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.

      Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

      À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

        Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.

      Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.


                                                 RAMOS, Graciliano. Infância. São Paulo: Record, 1995. p.187-191.

A
antipático objeto; luzinha quase imperceptível; maravilha.
B
gemedeira; repugnância; decepção.
C
engulhando; gaguejando; gemendo.
D
noite extraordinária; carro em estrada cheia de buracos; perda.
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CEDERJ 2013 - Português - Interpretação de Textos

A passagem “Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias" apresenta a seguinte oposição entre dois usos da linguagem:

                                                    Infância

     
Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.

      Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

      Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.

      Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.

      Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

      À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

        Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.

      Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.


                                                 RAMOS, Graciliano. Infância. São Paulo: Record, 1995. p.187-191.

A
a linguagem própria do mundo da gastronomia, voltado para a arte culinária, e a linguagem literária, que amplia o sentido de palavras e expressões de modo a criar novos e múltiplos sentidos.
B
o uso culto da língua, que obedece às regras gramaticais e, por isso, não exige uma tradução, e as expressões literárias, que precisam ser traduzidas.
C
a linguagem coloquial, usada pela maioria das pessoas no cotidiano, e a linguagem literária, que costuma utilizar palavras e expressões que já caíram em desuso.
D
a linguagem comum, do dia a dia, usada de forma espontânea, e a linguagem literária, que requer um trabalho apurado para construir efeitos artísticos e expressivos.
1af227e7-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O adjetivo “convencionais” − em “Para falar com franqueza, o número de anos assim positivo e a data de São Pedro são convencionais” − sugere que:

                   

A
o número de anos e a data de São Pedro não constam do livro de assentamentos de batizados da freguesia.
B
a data de aniversário e os cinquenta anos do narrador foram informados pelo pároco da freguesia.
C
o pai e a mãe do narrador são os responsáveis pelas informações constantes no livro de assentamentos de batizados da freguesia.
D
a idade do narrador e a data de seu aniversário podem ser diferentes do que consta no livro de assentamentos de batizados da freguesia.
1af74a70-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

A correlação é um importante recurso coesivo. Assinale a alternativa que apresenta enunciados organizados em estruturas de correlação (ou correlativas):

                   

A
“( ... ) se por um lado me causa alguma decepção, por outro lado me livra da maçada de suportar parentes pobres (...) .” (linhas 20-21)
B
“Quando me faltavam essas qualidades, a consideração era menor.” (linhas 6-7)
C
“Em todo o caso, se houver diferença, não deve ser grande (...)” (linhas 15-16)
D
“Não posso, portanto, festejar com exatidão meu aniversário.” (linhas 14-15)
1ae4ba0e-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O texto corresponde a uma autodescrição de Paulo Honório, protagonista de São Bernardo, romance de Graciliano Ramos. São elementos linguísticos que caracterizam uma sequência autodescritiva:

                   

A
frases explicativas: “adoto-os porque estão no livro de assentamentos de batizados da freguesia” (linhas 10-11).
B
indicadores da 1ª pessoa do singular: “começo declarando que me chamo Paulo Honório” (linhas 1-2).
C
expressões adjetivas: “este rosto vermelho e cabeludo” (linhas 4-5); “a certidão, que menciona padrinhos” (linhas 11-12).
D
formas verbais no pretérito: “completei cinquenta anos” (linhas 2-3); “Quando me faltavam essas qualidades” (linha 6).
19e2cf72-0d
CEDERJ 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Escolha a alternativa que apresenta características do gênero notícia de jornal, depreendidas do texto II.

Imagem 002.jpg



A
Demonstração de subjetividade no trato da notícia, por meio da apresentação de opiniões pessoais do narrador.
B
Discussão das condições sociais e históricas que possibilitam o aparecimento de determinadas situações de conflito.
C
Criação do efeito de objetividade no tratamento dos fatos, com apresentação de dados concretos, como nomes, idades, locais.
D
Imprecisão de dados, para criar o efeito da impossibilidade de narrar os acontecimentos contraditórios do mundo contemporâneo.
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CEDERJ 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto I foi extraído do segundo capítulo do romance Capitães da Areia e integra a parte de apresentação do ambiente e dos personagens envolvidos na história.

Assinale a afirmativa que analisa corretamente a visão do narrador sobre o personagem João Grande.

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A
João Grande é um menino agressivo e esperto, que vive pelas ruas da Bahia praticando pequenos furtos e atos de violência, depois de ter sido expulso de casa.
B
João Grande é um menino desprotegido, de grande força e disposição de ação, que se junta aos Capitães da Areia para viver em liberdade pelas ruas da Bahia.
C
João Grande é um menino de inteligência viva e boa capacidade de organização de assaltos, tendo sido, por isso, escolhido como um dos chefes do grupo.
D
João Grande é um rapaz violento mas medroso, que vive à sombra dos Capitães da Areia, escondido na noite do cais.
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CEDERJ 2011 - Português - Interpretação de Textos

Assinale a alternativa que estabelece corretamente uma comparação entre os textos I e II.

Imagem 002.jpg



A
O texto I descreve objetivamente e com crueldade cenas de violência praticada por menores, enquanto o texto II suaviza a violência das ações dos menores infratores.
B
O texto I caracteriza a ficção literária, ao apresentar uma visão lírica e complexa dos personagens e suas relações com o ambiente, enquanto o texto II, no estilo direto do discurso jornalístico, traz uma visão crua e simplificada dos personagens.
C
O texto I é um romance e por isso nada do que se conta tem relação com a realidade das ruas. Já o texto II narra a verdade dos fatos, comprovada por fotografias, provas, depoimentos e confissões.
D
O texto I caracteriza o discurso literário, por apresentar uma visão fantasiosa da vida de um grupo de meninos infratores. Já o texto II representa o discurso jornalístico, caracterizado pela subjetividade do narrador.