Questão c65208d6-96
Prova:CEDERJ 2014
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Uso dos conectivos, Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

A conjunção “e" foi usada duas vezes na terceira estrofe, para reforçar a ideia de

Texto 2

                                    Canção de garoa

                                                                              Mário Quintana

                              Em cima do meu telhado
                              Pirulin lulin lulin,
                              Um anjo, todo molhado,
                              Soluça no seu flautim.

                              O relógio vai bater:
                              As molas rangem sem fim.
                              O retrato na parede
                              Fica olhando para mim.

                              E chove sem saber por quê...
                              E tudo foi sempre assim!
                              Parece que vou sofrer:
                              Pirulin lulin lulin...

    QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 4.ed. Editora Moderna, 1984. p. 23.

A
continuidade.
B
soma.
C
contrariedade.
D
alternância.

Gabarito comentado

L
Luana CostaMonitor do Qconcursos

Comentário sobre a questão:

Tema central: Conjunção coordenativa aditiva – uso da conjunção “e”, com foco em interpretação de texto literário e análise semântica.

O item examina a função da conjunção “e” no contexto poético. Pela norma-padrão (vide Cunha & Cintra), a conjunção “e” é aditiva, ligando elementos com o objetivo de adicionar ideias ou indicar sua sucessão/continuidade.

No texto, repare na repetição enfática:

E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!”

Aqui, a conjunção não expressa apenas soma, mas, principalmente, dá ritmo e reforça a ideia de continuidade: a chuva “sem saber por quê” se estende e o estado das coisas permanece inalterado (“tudo foi sempre assim”). Em textos literários, observar a posição do conectivo e a relação entre as frases é essencial para interpretar o sentido pretendido pelo autor.

Alternativa correta: A) continuidade

A repetição de “e” intensifica a permanência e a repetição dos fatos, marcando a duração do sentimento e da cena. Como nos ensina Bechara, “a conjunção pode acentuar tanto adição quanto persistência dos fatos, a depender do contexto”. Portanto, o que predomina aqui é a ideia de continuidade.

Análise das alternativas incorretas:

  • B) Soma: Embora “e” possa indicar adição, aqui o destaque não é a acumulação de fatos, mas a ênfase na duração. Soma isolada seria: “Chove e venta”.
  • C) Contrariedade: Errado! "E" não indica oposição; para isso, usam-se conjunções como “mas”, “porém”.
  • D) Alternância: “E” não expressa alternância de ações; este papel cabe às conjunções “ou”, “ora...ora”.

Dica de estratégia: Sempre observe se a conjunção “e”, no contexto da questão, só está somando ou está sugerindo continuidade/progressão. Em textos literários, repetições muitas vezes enfatizam sensações prolongadas ou estados contínuos.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Estatísticas

Aulas sobre o assunto

Questões para exercitar

Artigos relacionados

Dicas de estudo