A conjunção “e" foi usada duas vezes na terceira
estrofe, para reforçar a ideia de
Texto 2
Canção de garoa
Mário Quintana
Em cima do meu telhado
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.
O relógio vai bater:
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.
E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...
QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 4.ed. Editora Moderna, 1984. p.
23.
Canção de garoa
Mário Quintana
Em cima do meu telhado
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.
O relógio vai bater:
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.
E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...
QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 4.ed. Editora Moderna, 1984. p. 23.
Gabarito comentado
Comentário sobre a questão:
Tema central: Conjunção coordenativa aditiva – uso da conjunção “e”, com foco em interpretação de texto literário e análise semântica.
O item examina a função da conjunção “e” no contexto poético. Pela norma-padrão (vide Cunha & Cintra), a conjunção “e” é aditiva, ligando elementos com o objetivo de adicionar ideias ou indicar sua sucessão/continuidade.
No texto, repare na repetição enfática:
“E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!”
Aqui, a conjunção não expressa apenas soma, mas, principalmente, dá ritmo e reforça a ideia de continuidade: a chuva “sem saber por quê” se estende e o estado das coisas permanece inalterado (“tudo foi sempre assim”). Em textos literários, observar a posição do conectivo e a relação entre as frases é essencial para interpretar o sentido pretendido pelo autor.
Alternativa correta: A) continuidade
A repetição de “e” intensifica a permanência e a repetição dos fatos, marcando a duração do sentimento e da cena. Como nos ensina Bechara, “a conjunção pode acentuar tanto adição quanto persistência dos fatos, a depender do contexto”. Portanto, o que predomina aqui é a ideia de continuidade.
Análise das alternativas incorretas:
- B) Soma: Embora “e” possa indicar adição, aqui o destaque não é a acumulação de fatos, mas a ênfase na duração. Soma isolada seria: “Chove e venta”.
- C) Contrariedade: Errado! "E" não indica oposição; para isso, usam-se conjunções como “mas”, “porém”.
- D) Alternância: “E” não expressa alternância de ações; este papel cabe às conjunções “ou”, “ora...ora”.
Dica de estratégia: Sempre observe se a conjunção “e”, no contexto da questão, só está somando ou está sugerindo continuidade/progressão. Em textos literários, repetições muitas vezes enfatizam sensações prolongadas ou estados contínuos.
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