Questõesde UENP sobre Literatura

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Foram encontradas 22 questões
dc43ebfc-b2
UENP 2018 - Literatura - Modernismo

Leia o trecho a seguir.

Eu classifico São Paulo assim: O Palacio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.
(JESUS, C. M. Quarto de Despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 1997.).

Sobre o fragmento destacado, considere as afirmativas a seguir.
I. Nesta descrição de São Paulo, é perceptível a visão crítica da narradora a respeito dos políticos e da desigualdade social.
II. A aproximação entre a favela e o quintal caracteriza o modo como a narradora se vê na sociedade.
III. Nota-se, neste fragmento, o desejo da narradora em se tornar escritora.
IV. Percebe-se a preocupação da narradora em apresentar uma descrição objetiva das mudanças pelas quais passou o espaço urbano.

Assinale a alternativa correta. 

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
dc3d75d0-b2
UENP 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o poema a seguir.

não vai dar tempo

de viver outra vida

posso perder o trem

pegar a viagem errada

ficar parada

não muda nada

também

pode nunca chegar

a passagem de volta

e meia vamos dar

(RUIZ S., Alice. Dois em um. São Paulo: Iluminuras, 2018. p. 171.)


Com base no poema, considere as afirmativas a seguir.

I. O sujeito lírico defende uma concepção de amor avessa a aventuras e ímpetos.

II. O sujeito lírico deposita ênfase na ideia de aceleração, segundo a qual, é preciso fazer tudo funcionar satisfatoriamente no presente.

III. O terceiro e o quarto versos apontam imagens que remetem a riscos e insucessos.

IV. O sujeito lírico no feminino assume a condição de uma mulher que rejeita a passividade.


Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
dc41181e-b2
UENP 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A obra Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus é escrita na forma de diário, que se inicia em 15 de julho de 1955 e termina em 1º de janeiro de 1960.

Sobre essa forma, assinale a alternativa correta.

A
Remete aos cadernos da autora que registrava seu cotidiano na favela.
B
Mostra a preocupação de um narrador onisciente para organizar os fatos do cotidiano da favela.
C
Apresenta distanciamento dos fatos narrados.
D
Pretende aproximar-se do relato jornalístico.
E
Corresponde à escolha de um narrador onisciente que busca maior veracidade nas informações do relato.
dc2c0e42-b2
UENP 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre a frase “Sua mãe lhe doía, era isso.”, na primeira linha do trecho, assinale a alternativa correta.

Leia o trecho a seguir, extraído do conto “Os laços de família”, do livro Laços de família, e responda à questão.

Não, não se podia dizer que amava sua mãe. Sua mãe lhe doía, era isso. A velha guardara o espelho na bolsa, e fitava-a sorrindo. O rosto usado e ainda bem esperto parecia esforçar-se por dar aos outros alguma impressão da qual o chapéu faria parte. A campainha da Estação tocou de súbito, houve um movimento geral de ansiedade, várias pessoas correram pensando que o trem já partia: mamãe! disse a mulher. Catarina! disse a velha. Ambas se olhavam espantadas, a mala na cabeça de um carregador interrompeu-lhes a visão e um rapaz correndo segurou de passagem o braço de Catarina, deslocando-lhe a gola do vestido. Quando puderam ver-se de novo, Catarina estava sob a iminência de lhe perguntar se não esquecera de nada...
– ... Não esqueci de nada? perguntou a mãe.
Também a Catarina parecia que haviam esquecido de alguma coisa, e ambas se olhavam atônitas – porque se realmente haviam esquecido, agora era tarde demais. Uma mulher arrastava uma criança, a criança chorava, novamente a campainha da Estação soou... Mamãe, disse a mulher. Que coisa tinham esquecido de dizer uma a outra, e agora era tarde demais. Parecia-lhe que deveriam um dia ter dito assim: sou tua mãe, Catarina. E ela deveria ter respondido: e eu sou tua filha.
– Não vá pegar corrente de ar! Gritou Catarina.
– Ora menina, sou lá criança, disse a mãe sem deixar porém de se preocupar com a própria aparência.
(LISPECTOR, C. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 112-113.)
A
A dor significava que Catarina preferia que a mãe permanecesse a seu lado e não partisse, evitando a separação das duas e a quebra daquela harmonia recém-conquistada.
B

A dor representava o remorso sentido em Catarina, que deixou de aproveitar a visita da mãe para lhe contar que estava na iminência de se separar do marido.

C
A referência à dor é uma alusão ao alívio provocado pela partida iminente da mãe, que manteve relacionamento saudável com o marido e com o filho de Catarina, mas a ela causava repugnância.
D
A relação distanciada com a mãe, sem maiores intimidades, mesmo durante a visita, correspondia a um incômodo, a uma dor, o que se materializa em diálogos pouco expressivos entre ambas.
E
O contato com a mãe perturbava Catarina porque ela, agora, apesar de adulta, ainda se recordava de episódios traumáticos vividos na infância que a magoavam.
dc2fd707-b2
UENP 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Quanto à relação entre o conto “Os laços de família” e os demais contos do livro, assinale a alternativa correta.

Leia o trecho a seguir, extraído do conto “Os laços de família”, do livro Laços de família, e responda à questão.

Não, não se podia dizer que amava sua mãe. Sua mãe lhe doía, era isso. A velha guardara o espelho na bolsa, e fitava-a sorrindo. O rosto usado e ainda bem esperto parecia esforçar-se por dar aos outros alguma impressão da qual o chapéu faria parte. A campainha da Estação tocou de súbito, houve um movimento geral de ansiedade, várias pessoas correram pensando que o trem já partia: mamãe! disse a mulher. Catarina! disse a velha. Ambas se olhavam espantadas, a mala na cabeça de um carregador interrompeu-lhes a visão e um rapaz correndo segurou de passagem o braço de Catarina, deslocando-lhe a gola do vestido. Quando puderam ver-se de novo, Catarina estava sob a iminência de lhe perguntar se não esquecera de nada...
– ... Não esqueci de nada? perguntou a mãe.
Também a Catarina parecia que haviam esquecido de alguma coisa, e ambas se olhavam atônitas – porque se realmente haviam esquecido, agora era tarde demais. Uma mulher arrastava uma criança, a criança chorava, novamente a campainha da Estação soou... Mamãe, disse a mulher. Que coisa tinham esquecido de dizer uma a outra, e agora era tarde demais. Parecia-lhe que deveriam um dia ter dito assim: sou tua mãe, Catarina. E ela deveria ter respondido: e eu sou tua filha.
– Não vá pegar corrente de ar! Gritou Catarina.
– Ora menina, sou lá criança, disse a mãe sem deixar porém de se preocupar com a própria aparência.
(LISPECTOR, C. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 112-113.)
A
Ao contrário de “Feliz aniversário”, em que a integração predomina entre os parentes, neste conto se revela um mal-estar que permanece inclusive após a partida da mãe.
B
Assim como em “Preciosidade”, este conto é narrado em primeira pessoa por um parente que conhece bastante a protagonista.
C
Como em outros contos do livro, este prioriza dilemas interiores experimentados pelas personagens, em seus contatos com familiares.
D
Do mesmo modo que em “Amor”, a personagem feminina central deste conto se insurge contra a opressão familiar, abdicando, com firmeza, dos papéis de esposa e de mãe.
E
Este conto focaliza, de forma central, relações familiares caracterizadas pelo embaraço no convívio entre personagens, enquanto os demais restringem-se a indivíduos.
dc238112-b2
UENP 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base no trecho, assinale a alternativa correta.

Leia o trecho a seguir, extraído do conto “Preciosidade”, do livro Laços de família, e responda à questão.

Não, ela não estava sozinha. Com os olhos franzidos pela incredulidade, no fim longínquo de sua rua, de dentro do vapor, viu dois homens. Dois rapazes vindo. Olhou ao redor como se pudesse ter errado de rua ou de cidade. Mas errara os minutos: saíra de casa antes que a estrela e dois homens tivessem tempo de sumir. Seu coração se espantou.

O primeiro impulso, diante de seu erro, foi o de refazer para trás os passos dados e entrar em casa até que eles passassem: “Eles vão olhar para mim, eu sei, não há mais ninguém para eles olharem e eles vão me olhar muito!” Mas como voltar e fugir, se nascera para a dificuldade. Se toda a sua lenta preparação tinha o destino ignorado a que ela, por culto, tinha que aderir. Como recuar, e depois nunca esquecer a vergonha de ter esperado em miséria atrás de uma porta?

(LISPECTOR, C. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 101-102.)

A
A cena ocorre na primeira das duas manhãs focalizadas no conto; e a persistência da personagem, que deixa de evitar o encontro, a torna mais segura, a partir da segunda manhã, em seu relacionamento com os homens.
B
A passagem cobre um dos momentos do conto em que a personagem se vê na iminência de um contato com pessoas estranhas que lhe causam sensações como desconforto e perigo.
C
A personagem receava que eles olhassem para ela, pois era muito bonita e sempre atraía os olhares cobiçosos de transeuntes, passageiros de transportes coletivos e colegas de escola.
D
A imagem da aproximação dos rapazes revela-se, em seguida, no conto, um equívoco da personagem, que continua a fazer seu caminho para a escola, sem maiores percalços, embora ainda imersa em seus desejos sexuais.
E
Os dois rapazes que estavam na rua eram, na verdade, colegas da escola onde ela estudava; e ela temia ser vista por eles, pois estava indo em outra direção e não assistiria às aulas naquele dia.
dc27a25c-b2
UENP 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base no trecho do conto, assinale a alternativa correta.

Leia o trecho a seguir, extraído do conto “Preciosidade”, do livro Laços de família, e responda à questão.

Não, ela não estava sozinha. Com os olhos franzidos pela incredulidade, no fim longínquo de sua rua, de dentro do vapor, viu dois homens. Dois rapazes vindo. Olhou ao redor como se pudesse ter errado de rua ou de cidade. Mas errara os minutos: saíra de casa antes que a estrela e dois homens tivessem tempo de sumir. Seu coração se espantou.

O primeiro impulso, diante de seu erro, foi o de refazer para trás os passos dados e entrar em casa até que eles passassem: “Eles vão olhar para mim, eu sei, não há mais ninguém para eles olharem e eles vão me olhar muito!” Mas como voltar e fugir, se nascera para a dificuldade. Se toda a sua lenta preparação tinha o destino ignorado a que ela, por culto, tinha que aderir. Como recuar, e depois nunca esquecer a vergonha de ter esperado em miséria atrás de uma porta?

(LISPECTOR, C. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 101-102.)

A
Embora a cena se situe na metade do conto, há um conjunto de ações violentas narradas anteriormente que justificam os sobressaltos da personagem quanto às ameaças contra sua sexualidade.
B
Em comparação com outras cenas do conto, o narrador aparece aqui mais debruçado sobre a intimidade da personagem do que sobre os atos praticados por ela.
C
O espaço, nesta cena, evidencia um contraste entre lugares, como a rua, onde há o fascínio do desconhecido e os riscos, e a casa da personagem, onde há segurança e previsibilidade.
D
O tempo focalizado nesta cena é mais uma demonstração da inconstância verificada no conto, marcada pelo trânsito frequente entre a infância, a adolescência e a vida adulta da personagem.
E
O surgimento dos dois rapazes nesta cena é decisivo para que o foco se multiplique, a partir dali até o desfecho do conto, em concentrações sobre as incertezas e sobre os desejos do trio de personagens.
a375c351-b1
UENP 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base na leitura prévia de São Bernardo e no trecho do romance, considere as afirmativas a seguir sobre as correlações com os elementos da narrativa.



I. O espaço é essencial no romance, desde o título do livro, até as justificativas, incluídas no trecho, para determinadas ações.

II. O tempo é linear, sem retrospectivas, pois o narrador não se arrepende de eventuais deslizes cometidos em sua trajetória.

III. O narrador limita-se a relatar fatos, sem parcialidade, ainda que a presença de circunstâncias desconhecidas lhe cause angústia.

IV. A condição de protagonista é construída no trecho sem o recurso de dotá-lo de estabilidade moral e do enobrecimento que caracterizam heróis tradicionais.


Assinale a alternativa correta.

Ninguém imaginará que, topando os obstáculos mencionados, eu haja procedido invariavelmente com segurança e percorrido, sem me deter, caminhos certos. Não senhor, não procedi nem percorri. Tive abatimentos, desejo de recuar; contornei dificuldades: muitas curvas. Acham que andei mal? A verdade é que nunca soube quais foram os meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas boas que me trouxeram prejuízo; fiz coisas ruins que deram lucro. E como sempre tive a intenção de possuir as terras de São Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê-las.
(RAMOS, G. São Bernardo. 42. ed. Rio de Janeiro: Record, 1984. p. 39.)
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
a36a4dbb-b1
UENP 2017 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Leia o texto a seguir.


Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.

(ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 18 ed. São Paulo: Ática, 1992. p. 17.)


De acordo com o início do primeiro capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas, assinale a alternativa correta.

A
O romance é narrado em primeira pessoa, e Brás Cubas pode ser compreendido como autor-personagem das memórias.
B
O fato de o autor das memórias ser Brás Cubas impede que ele seja reconhecido como personagem do romance.
C
O uso do narrador em primeira pessoa faz-se apenas nesse capítulo inicial; depois, o romance passa a ser narrado em terceira pessoa.
D
A primeira pessoa que se manifesta no trecho é Machado de Assis, o que reforça a verossimilhança do romance.
E
Quando o narrador se refere a “autor defunto”, o autor referido é Machado de Assis, o que permite distingui-lo de Brás Cubas.
a3715fdc-b1
UENP 2017 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa que contém trecho de história literária referente a Memórias póstumas de Brás Cubas.

A
“neste, o escritor se retrata, e volta ao caminho regular, recusando-se a ouvir o convite de seu demônio interior para aventuras estranhas”.
B
“Todo o esforço está concentrado nos recursos técnicos, a sua preocupação é, por equívoco, produzir livros dentro das regras da arte, isto é, acompanhando os padrões do romance, e desistindo do caminho divergente”.
C
“a costumeira estória do costumeiro homem médio machadiano: uma vida cinzenta, entretecida de alguns amores, de veleidades carreiristas jamais realizadas, de dias insignificantes".
D
“apresenta como elemento a mais a complacência por um lado, por outro, a esperança cristã sobre o que, não compreendido em sua aparência, passa a ser aceito como fatalidade”.
E
“abandonada essa preocupação corretiva, propõe a harmonia do amor e da glória, embora sempre sob o pressuposto da integridade moral”.
a35de2c2-b1
UENP 2017 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Leia o trecho a seguir.



Tornemos à câmara nupcial, onde se representa a primeira cena do drama original, de que apenas conhecemos o prólogo. Os dois atores ainda conservam a mesma posição em que os deixamos. Fernando Seixas obedecendo automaticamente Aurélia, sentara-se, e fitava a moça com um olhar estupefato. A moça arrastou a cadeira e colocou-se em face do marido, cujas faces crestava o seu hálito abrasado.


(ALENCAR, J. de. Senhora. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1971. p. 149.)


De acordo com o trecho citado, pertencente ao nono capítulo da 2ª parte, assinale a alternativa correta.

A
A referência a termos como “drama” e “atores” justifica-se pelo fato de Senhora ser originalmente uma peça de teatro e só depois adaptada para a forma de romance.
B
A alusão à “câmara nupcial” reforça a ideia de variação nos tempos da narrativa, pois a cerimônia do casamento dos protagonistas é narrada posteriormente, na terceira parte do romance.
C
O “prólogo” a que o narrador se refere é um trecho localizado no início do romance, antes ainda da primeira parte, intitulada “O preço”.
D
O trecho “a mesma posição em que os deixamos” indica que há capítulos na segunda parte dedicados à retrospecção de fatos narrados.
E
O uso do plural na forma verbal “Tornemos” remete à variação de personagens que se revezam na atribuição de narrar o romance.
a3622a62-b1
UENP 2017 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Com base no trecho e no romance, considere as afirmativas a seguir.


I. O contraste entre Aurélia e as outras moças atende ao propósito de singularização da heroína romântica.

II. A graça com que Aurélia transita no baile contrasta com a rispidez expressa em diversos momentos íntimos de seu convívio com Seixas.

III. A focalização do baile decorre da ambientação urbana do romance, que põe em evidência as relações sociais daquele tempo.

IV. A desenvoltura e o êxito de Aurélia no baile confirmam a degradação moral da protagonista que contraiu casamento por interesses financeiros.


Assinale a alternativa correta.

Leia o trecho a seguir, que dá início à quarta parte – “Resgate”, de Senhora, e responda à questão.

Havia baile em São Clemente. Aurélia ali estava como sempre, deslumbrante de formosura, de espírito e de luxo. Seu traje era um primor de elegância; suas jóias valiam um tesouro, mas ninguém apercebia-se disso. O que se via e admirava era ela, sua beleza, que enchia a sala, como um esplendor. O baile em vez de fatigá-la, ao contrário a expandia. Semelhante às flores tropicais, filhas do sol, que ostentam o brilhante matiz nas horas mais ardentes do dia, era justamente nesse pélago de luz e paixões, que Aurélia revelava toda a opulência de sua beleza. Seixas a contemplava de parte. As outras moças, de meia noite em diante, começavam a murchar-se; o cansaço desbotava-lhes a cor, ou afogueava-lhes o rosto. O talhe denunciava o excesso da fadiga na languidez das inflexões ou na rispidez do gesto. Aurélia ao contrário, à medida que adiantava-se a noite, desferia de si mais seduções, e parecia entrar na plenitude de sua graça. A correção artística de seu traje ia desaparecendo no bulício do baile. Como o primeiro esboço que surge afinal do cinzel impetuoso do artista, ao fogo da inspiração, sua estátua recebia da admiração da turba os últimos toques. Quando em torno se revolvia o turbilhão, ela conservava sua inalterável serenidade. O colo arfava-lhe mansamente, ao influxo das brandas emoções; o sorriso coalhava-se em enlevos nos lábios entreabertos, por onde escapava-se a respiração calma. Desprendia-se de seus olhos, de toda sua pessoa, uma efusão celeste que era como a sua irradiação. Quando completou-se esta assunção de sua beleza, o baile estava a terminar.
(ALENCAR, J. de. Senhora. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1971. p. 225-6.)
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
a365fca8-b1
UENP 2017 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Sobre o trecho, assinale a alternativa correta.

Leia o trecho a seguir, que dá início à quarta parte – “Resgate”, de Senhora, e responda à questão.

Havia baile em São Clemente. Aurélia ali estava como sempre, deslumbrante de formosura, de espírito e de luxo. Seu traje era um primor de elegância; suas jóias valiam um tesouro, mas ninguém apercebia-se disso. O que se via e admirava era ela, sua beleza, que enchia a sala, como um esplendor. O baile em vez de fatigá-la, ao contrário a expandia. Semelhante às flores tropicais, filhas do sol, que ostentam o brilhante matiz nas horas mais ardentes do dia, era justamente nesse pélago de luz e paixões, que Aurélia revelava toda a opulência de sua beleza. Seixas a contemplava de parte. As outras moças, de meia noite em diante, começavam a murchar-se; o cansaço desbotava-lhes a cor, ou afogueava-lhes o rosto. O talhe denunciava o excesso da fadiga na languidez das inflexões ou na rispidez do gesto. Aurélia ao contrário, à medida que adiantava-se a noite, desferia de si mais seduções, e parecia entrar na plenitude de sua graça. A correção artística de seu traje ia desaparecendo no bulício do baile. Como o primeiro esboço que surge afinal do cinzel impetuoso do artista, ao fogo da inspiração, sua estátua recebia da admiração da turba os últimos toques. Quando em torno se revolvia o turbilhão, ela conservava sua inalterável serenidade. O colo arfava-lhe mansamente, ao influxo das brandas emoções; o sorriso coalhava-se em enlevos nos lábios entreabertos, por onde escapava-se a respiração calma. Desprendia-se de seus olhos, de toda sua pessoa, uma efusão celeste que era como a sua irradiação. Quando completou-se esta assunção de sua beleza, o baile estava a terminar.
(ALENCAR, J. de. Senhora. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1971. p. 225-6.)
A
A comparação com elementos da natureza auxilia na caracterização romântica da personagem Aurélia, marcada pela exaltação.
B
A mansidão descrita ao final do trecho revela a proximidade entre a heroína e o modo com que parnasianos e naturalistas retratavam as mulheres.
C
O fato de ninguém notar o valor das joias de Aurélia comprova a frivolidade das pessoas que compareceram ao baile, o que revela um recurso romântico para diferenciar heróis de pessoas comuns.
D
O retrato da personagem construído no trecho mostra como a lascívia é parte significativa no caráter da heroína, o que vale também para outros romances românticos.
E
O trecho flagra a oscilação da imagem da heroína: entre a sensualidade e a discrição; tal instabilidade é típica dos romances realistas.
c0faaf5f-b0
UENP 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base na leitura prévia da obra São Bernardo, considere as afirmativas a seguir.


I. A narração em primeira pessoa é mediada por outras personagens, o padre e o jornalista, contratados por Paulo Honório para escrever suas memórias.

II. O narrador em primeira pessoa promove um aprofundamento psicológico de Paulo Honório e sua tomada de consciência perante a vida.

III. O tempo da história é o mesmo tempo dos acontecimentos, por isso a personagem se vê perdida em seus pensamentos, quase sempre confusos.

IV. O tempo dos acontecimentos é um elemento supérfluo, visto que o narrador não se preocupa em marcá-los de maneira objetiva, deixando-o em aberto.


Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
c0fe4d1e-b0
UENP 2016 - Literatura - Parnasianismo, Escolas Literárias

Sobre o Parnasianismo brasileiro, assinale a alternativa correta.

A
É uma continuação do movimento romântico do ponto de vista temático.
B
É uma retomada dos valores árcades, de transformação social.
C
Nega o preceito da “arte pela arte”, pois explora o Carpe diem.
D
Surge como equivalente formal e temático do Realismo.
E
Surge como uma reação ao subjetivismo do movimento romântico.
c0f66528-b0
UENP 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o texto a seguir.


Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse. Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um bicho esquisito, difícil de governar.

A que eu conhecia era Rosa do Marciano, muito ordinária. Havia conhecido também a Germana e outras dessa laia. Por elas, eu julgava todas. Não me sentia, pois, inclinado para nenhuma: o que sentia era desejo de preparar um herdeiro para as terras de São Bernardo.


(RAMOS, G. São Bernardo. 28.ed. Rio de Janeiro: Record, 1977. p.54.)


Sobre a morte de Madalena, assinale a alternativa correta.

A
Madalena se suicida ao descobrir que não pode ter filhos e sofrer pressão por parte do marido, que buscava um herdeiro.
B
Madalena se suicida ao descobrir que o marido continua mantendo relações com Rosa e Germana, duas moradoras da fazenda.
C
Paulo Honório enlouquece depois da morte da esposa, o que explica o caráter caótico de suas memórias.
D
Paulo Honório mata Madalena durante uma briga e cria uma farsa sobre o suicídio, mas a verdade vem à tona.
E
Os ciúmes obsessivos de Paulo Honório, que amplia a incomunicabilidade do casal, levam Madalena ao suicídio.
c0f08fc4-b0
UENP 2016 - Literatura - Parnasianismo, Escolas Literárias

A um Poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

(BILAC, O. Poesias. 15.ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1931. p.339.)


Com base nesse poema e nos conhecimentos sobre o Parnasianismo, considere as afirmativas a seguir.


I. O eu lírico defende que o sofrimento do poeta na feitura do poema fique explícito para o leitor atento.

II. O último verso ironiza a escola parnasiana por conta de seus excessos formais e exageros metalinguísticos.

III. O poema retoma certos valores preconizados pela tradição clássica, como a forma soneto, por exemplo.

IV. O poema é uma espécie de receita de como se fazer poesia, o que fica sugerido já em seu título.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
c0eca399-b0
UENP 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Ainda no que diz respeito a Memórias Póstumas de Brás Cubas, sobre a “lei da equivalência das janelas”, assinale a alternativa correta.

A
Consiste no grande projeto de vida de Brás-Cubas, que se vê frustrado pelo sucesso do marido de Virgília.
B
Consiste em uma referência sarcástica às senhoras, chamadas de fofoqueiras pelo narrador, por conta do costume de estar à janela.
C
Trata-se de uma estratégia criada pelos amantes para marcar a janela, indicando que o marido de Virgília estava em casa.
D
Trata-se de uma teoria, de fundo moral, criada pelo narrador para fazer expirar as suas culpas e os seus remorsos.
E
Trata-se de uma teoria criada por Quincas Borba sobre o adultério e suas consequências para a sociedade.
c0e98e86-b0
UENP 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Com base na leitura prévia da obra e nesse trecho, assinale a alternativa correta.

Virgília é que já se não lembrava da meia dobra; toda ela estava concentrada em mim, nos meus olhos, na minha vida, no meu pensamento; – era o que dizia, e era verdade.
Há umas plantas que nascem e crescem depressa; outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques. Não lhes poderei dizer, ao certo, os dias que durou esse crescimento. Lembra-me, sim, que, em certa noite, abotoou-se a flor, ou o beijo, se assim lhe quiserem chamar, um beijo que ela me deu, trêmula, – coitadinha, – trêmula de medo, porque era ao portão da chácara. Uniu- -nos esse beijo único, – breve como a ocasião, ardente como o amor, prólogo de uma vida de delícias, de terrores, de remorsos, de prazeres que rematavam em dor, de aflições que desabrochavam em alegria, – uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio de uma paixão sem freio, – vida de agitações, de cóleras, de desesperos e de ciúmes, que uma hora pagava à farta e de sobra; mas outra hora vinha e engolia aquela, como tudo mais, para deixar à tona as agitações e o resto, e o resto do resto, que é o fastio e a saciedade: tal foi o livro daquele prólogo.

(ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás-Cubas. São Paulo: Companhia Nacional, 2004. p.128.)
A
A linguagem do narrador destoa do resto do livro, pois pende para o sentimentalismo, deixando de lado a objetividade que lhe é característica.
B
O termo “coitadinha”, utilizado para descrever Virgília, denota a sincera aderência do narrador aos sentimentos da amante.
C
O tratamento dado à linguagem a ao tema ligam o romance à estética naturalista, visto que pende para a escatologia em vários momentos.
D
O distanciamento temporal entre a narração e os fatos permite ao narrador falar de maneira desapaixonada.
E
O amor de Brás-Cubas por Virgília será responsável por transformá-lo em um novo homem, mas eles não serão felizes por conta da morte precoce do herói.
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UENP 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Sobre o modo como o enlace amoroso entre Brás-Cubas e Virgília é narrado, considere as afirmativas a seguir.


I. A expressão “beijo único” denota a intensidade do momento vivido pelas personagens, que concretizam ali o enlace amoroso.

II. Há certas retomadas de valores românticos, visto que se trata de uma história de amor impossível, capaz de levar os amantes à morte.

III. O narrador se esforça para dar um caráter sublime à sua relação com Virgília, buscando a complacência do leitor para com o adultério praticado por ela.

IV. O trecho traz uma antecipação dos sentimentos contraditórios que os amantes experimentariam daquele dia em diante.


Assinale a alternativa correta.

Virgília é que já se não lembrava da meia dobra; toda ela estava concentrada em mim, nos meus olhos, na minha vida, no meu pensamento; – era o que dizia, e era verdade.
Há umas plantas que nascem e crescem depressa; outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques. Não lhes poderei dizer, ao certo, os dias que durou esse crescimento. Lembra-me, sim, que, em certa noite, abotoou-se a flor, ou o beijo, se assim lhe quiserem chamar, um beijo que ela me deu, trêmula, – coitadinha, – trêmula de medo, porque era ao portão da chácara. Uniu- -nos esse beijo único, – breve como a ocasião, ardente como o amor, prólogo de uma vida de delícias, de terrores, de remorsos, de prazeres que rematavam em dor, de aflições que desabrochavam em alegria, – uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio de uma paixão sem freio, – vida de agitações, de cóleras, de desesperos e de ciúmes, que uma hora pagava à farta e de sobra; mas outra hora vinha e engolia aquela, como tudo mais, para deixar à tona as agitações e o resto, e o resto do resto, que é o fastio e a saciedade: tal foi o livro daquele prólogo.

(ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás-Cubas. São Paulo: Companhia Nacional, 2004. p.128.)
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.