Leia o trecho a seguir.
Tornemos à câmara nupcial, onde se representa a primeira cena do drama original, de que apenas conhecemos o prólogo. Os dois atores ainda conservam a mesma posição em que os deixamos. Fernando
Seixas obedecendo automaticamente Aurélia, sentara-se, e fitava a moça com um olhar estupefato. A
moça arrastou a cadeira e colocou-se em face do marido, cujas faces crestava o seu hálito abrasado.
(ALENCAR, J. de. Senhora. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1971. p. 149.)
De acordo com o trecho citado, pertencente ao nono capítulo da 2ª parte, assinale a alternativa correta.
Leia o trecho a seguir.
Tornemos à câmara nupcial, onde se representa a primeira cena do drama original, de que apenas conhecemos o prólogo. Os dois atores ainda conservam a mesma posição em que os deixamos. Fernando Seixas obedecendo automaticamente Aurélia, sentara-se, e fitava a moça com um olhar estupefato. A moça arrastou a cadeira e colocou-se em face do marido, cujas faces crestava o seu hálito abrasado.
(ALENCAR, J. de. Senhora. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1971. p. 149.)
De acordo com o trecho citado, pertencente ao nono capítulo da 2ª parte, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Tema central: A questão explora a estrutura narrativa e o recurso da retrospecção (análise temporal) no romance "Senhora", de José de Alencar. É essencial compreender como o autor usa o narrador e o tempo para construir a narrativa.
Comentário da Alternativa Correta (D):
A expressão “a mesma posição em que os deixamos” indica claramente uma pausa na ação linear para que o narrador apresente ao leitor fatos do passado dos personagens. Esse artifício se chama análise ou analepses (flashback): o narrador interrompe a sequência cronológica, aprofunda eventos prévios ou contextos dos personagens e, depois, retorna à cena anterior.
No romance "Senhora", há capítulos na segunda parte dedicados a essas retrospecções, esclarecendo o que motivou as ações de Aurélia e Seixas. Por isso, marcar a alternativa D é fundamentado no entendimento do tempo narrativo e na estratégia do narrador onisciente (veja referências em Massaud Moisés, “História da Literatura Brasileira”).
Análise Crítica das Incorretas:
A) Errada. Os termos “drama” e “atores” são metáforas para a relação dos personagens e não indicam origem teatral. "Senhora" foi sempre um romance, não adaptação de peça.
B) Incorreta. A “câmara nupcial” não tem função de variação do tempo narrativo como descrito aqui. Além disso, o casamento ocorre na segunda parte, não na terceira.
C) Inadequada. O “prólogo” é figurativo, referindo-se à fase inicial do relacionamento dos personagens retratada no texto, e não a um prólogo literal na estrutura do livro.
E) Equívoco. O plural “Tornemos” aproxima narrador e leitor, mas não implica variações de narradores. O livro tem um único narrador onisciente.
Estratégia de prova: Ao identificar expressões “em que os deixamos”, “retomando a cena”, associe com movimentos de retrospecção (analepses). Atenção às alternativas que usam termos técnicos (prólogo, atores) apenas no sentido figurado, pois são armadilhas clássicas.
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