Questão c0eca399-b0
Prova:UENP 2016
Disciplina:Literatura
Assunto:Realismo, Escolas Literárias

Ainda no que diz respeito a Memórias Póstumas de Brás Cubas, sobre a “lei da equivalência das janelas”, assinale a alternativa correta.

A
Consiste no grande projeto de vida de Brás-Cubas, que se vê frustrado pelo sucesso do marido de Virgília.
B
Consiste em uma referência sarcástica às senhoras, chamadas de fofoqueiras pelo narrador, por conta do costume de estar à janela.
C
Trata-se de uma estratégia criada pelos amantes para marcar a janela, indicando que o marido de Virgília estava em casa.
D
Trata-se de uma teoria, de fundo moral, criada pelo narrador para fazer expirar as suas culpas e os seus remorsos.
E
Trata-se de uma teoria criada por Quincas Borba sobre o adultério e suas consequências para a sociedade.

Gabarito comentado

C
Clara CorreiaMentora Qconcursos

Tema central: A questão aborda um conceito fundamental do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis: a “lei da equivalência das janelas”. Trata-se de um recurso narrativo e filosófico criado pelo próprio Brás Cubas, em que ele constrói justificativas para seus atos moralmente duvidosos.

Explicação do conceito: No capítulo 51 do livro, Brás Cubas explica que, ao cometer um erro (fechar uma “janela” da moralidade), tenta aliviar sua consciência abrindo uma nova “janela”, ou seja, realizando um gesto compensatório. É uma estratégia para expirar suas culpas e remorsos sem, de fato, corrigir as causas do erro original. O narrador trata, de forma irônica e cínica, dos subterfúgios humanos para escapar do peso da culpa.

Justificativa da alternativa correta:

Alternativa D é a correta, pois define que a “lei da equivalência das janelas” é uma teoria, de fundo moral, criada pelo narrador para aliviar suas culpas e remorsos. O próprio Brás Cubas declara que sua descoberta serve para “arejar continuamente a consciência”, mas na prática escancara seu comportamento dúbio e a atmosfera de ironia que permeia a obra.

Análise das alternativas incorretas:

A) Incorreta. O projeto de vida de Brás Cubas refere-se ao “emplasto”, não à “lei da equivalência das janelas”. Mistura temas do romance, podendo confundir o leitor desatento.

B) Errada. Não é uma crítica às senhoras nas janelas, mas sim uma metáfora da moralidade do protagonista. Aqui há uma pegadinha: cuidado com associações equivocadas do termo “janela”.

C) Incorreta, pois nunca foi usada pelos amantes como tática de aviso sobre a presença do marido. A alternativa tenta confundir ao misturar elementos de adultério, frequentes na obra, mas sem relação com a lei das janelas.

E) Errada. A teoria não foi feita por Quincas Borba, nem tem relação com consequências para a sociedade. O erro aqui está em atribuir o conceito ao personagem errado — outra armadilha comum em provas.

Dica para provas: Atenção às metáforas criadas pelo narrador nos romances de Machado de Assis e ao tom irônico. Palavras-chave como “remorso”, “culpa” e “compensação moral” são pistas importantes para identificar o sentido correto.

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