Questõessobre Realismo
Leia os fragmentos abaixo para responder à questão.
“Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e a dizer-me que, uma vez
que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena e contasse alguns.
Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras, como ao
poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras?... Fiquei tão
alegre com esta idéia, que ainda agora me treme a pena na mão. Sim, Nero, Augusto,
Massinissa, e tu, grande César, que me incitas a fazer os meus comentários, agradeço-vos o
conselho, e vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo.”
Fonte: ASSIS, Machado de. Dom Casmurro, p. 2.
“Tenciono contar a minha história. Difícil. [...] As pessoas que me lerem terão, pois, a bondade
de traduzir isto em linguagem literária, se quiserem. Se não quiserem, pouco se perde. Não
pretendo bancar o escritor. [...] – Então para que escreve? – Sei lá! O pior é que já estraguei
diversas folhas e ainda não principiei.”
Fonte: RAMOS, Graciliano. São Bernardo, p. 11-13.
Analise as afirmativas abaixo.
I - A escrita literária surge, nos dois romances, como tentativa de acerto de contas com o passado.
II - Os protagonistas masculinos das duas narrativas optam por lançar ao papel suas reminiscências. Ambos os
narradores buscam montar um conjunto de evidências que comprovaria o adultério de suas respectivas
esposas.
III - Apesar de se propor a escrever um livro, Paulo Honório não sabe bem a motivação. Entretanto, com o
desenrolar da narrativa, é possível depreender que o personagem busca uma explicação para o
desmoronamento de sua vida e do seu casamento.
Estão INCORRETAS as afirmativas:
Leia os fragmentos abaixo para responder à questão.
“Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e a dizer-me que, uma vez
que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena e contasse alguns.
Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras, como ao
poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras?... Fiquei tão
alegre com esta idéia, que ainda agora me treme a pena na mão. Sim, Nero, Augusto,
Massinissa, e tu, grande César, que me incitas a fazer os meus comentários, agradeço-vos o
conselho, e vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo.”
Fonte: ASSIS, Machado de. Dom Casmurro, p. 2.
“Tenciono contar a minha história. Difícil. [...] As pessoas que me lerem terão, pois, a bondade de traduzir isto em linguagem literária, se quiserem. Se não quiserem, pouco se perde. Não pretendo bancar o escritor. [...] – Então para que escreve? – Sei lá! O pior é que já estraguei diversas folhas e ainda não principiei.” Fonte: RAMOS, Graciliano. São Bernardo, p. 11-13.
Analise as afirmativas abaixo.
I - A escrita literária surge, nos dois romances, como tentativa de acerto de contas com o passado.
II - Os protagonistas masculinos das duas narrativas optam por lançar ao papel suas reminiscências. Ambos os
narradores buscam montar um conjunto de evidências que comprovaria o adultério de suas respectivas
esposas.
III - Apesar de se propor a escrever um livro, Paulo Honório não sabe bem a motivação. Entretanto, com o
desenrolar da narrativa, é possível depreender que o personagem busca uma explicação para o
desmoronamento de sua vida e do seu casamento.
Estão INCORRETAS as afirmativas:
INSTRUÇÃO: Observe a pintura “Arrufos”, de Belmiro de Almeida, e depois leia o excerto do romance “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, para responder à questão 12.
Disponível em:<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/09/Belmiro_de_Almeida_-_Arrufos%2C_188> . Acesso em: 11 nov. 2019.
“– Confiei a Deus todas as minhas amarguras, disse-me Capitu ao voltar da igreja; ouvi dentro de mim que a nossa separação é indispensável, e estou às suas ordens. Os olhos com que me disse isto eram embuçados, como espreitando um gesto de recusa ou de espera. Contava com a minha debilidade ou com a própria incerteza em que eu podia estar da paternidade do outro, mas falhou tudo. Acaso haveria em mim um homem novo, um que aparecia agora, desde que impressões novas e fortes o descobriam? Nesse caso era um homem apenas encoberto. Respondi-lhe que ia pensar, e faríamos o que eu pensasse. Em verdade vos digo que tudo estava pensado e feito.”
Fonte: ASSIS, Machado de. Dom Casmurro, p. 100.
Após comparar a pintura de Belmiro de Almeida e a passagem do livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, é
correto afirmar, EXCETO:
Fonte: ASSIS, Machado de. Dom Casmurro, p. 100.
No trecho "se a ideia vos parece indecorosa", revela-se
Texto para as questão.
O despropósito fez-me perder outro capítulo. Que melhor não era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a ideia vos parece indecorosa, direi que ele é o que eram as minhas refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, onde às vezes fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas, compotas. Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces, de olhares ternos, de criancices, uma infinidade desses apartes do coração, aliás o verdadeiro, o ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo temperar o nímio adocicado da situação. Ela deixava-me, refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir as denguices de Dona Plácida. Cinco ou dez minutos depois, reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para desatá-la outra vez. Note-se que, longe de termos horror ao método, era nosso costume convidá-lo, na pessoa de Dona Plácida, a sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava nunca.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
(*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda.
Considere as seguintes afirmações sobre o excerto das Memórias póstumas de Brás Cubas, obra
fundamental da literatura brasileira:
I Depois de haver comparado seu estilo ao andar dos ébrios, o narrador resolve compará-lo
também ao "luncheon", penitenciando-se, assim, dos vícios que praticara em vida - entre eles, o
do alcoolismo.
II Nas comparações com o "luncheon", presentes no excerto, o narrador revela ser o capricho (ou
arbítrio) o móvel dominante tanto de seu estilo quanto das ações que relata.
III Na autocrítica do narrador, realizada com ingenuidade no excerto, oculta-se a crítica do realista
Machado de Assis ao Naturalismo dominante em sua época.
Está correto o que se afirma em
Considere as seguintes afirmações sobre o excerto das Memórias póstumas de Brás Cubas, obra fundamental da literatura brasileira:
I Depois de haver comparado seu estilo ao andar dos ébrios, o narrador resolve compará-lo também ao "luncheon", penitenciando-se, assim, dos vícios que praticara em vida - entre eles, o do alcoolismo.
II Nas comparações com o "luncheon", presentes no excerto, o narrador revela ser o capricho (ou arbítrio) o móvel dominante tanto de seu estilo quanto das ações que relata.
III Na autocrítica do narrador, realizada com ingenuidade no excerto, oculta-se a crítica do realista Machado de Assis ao Naturalismo dominante em sua época.
Está correto o que se afirma em
Texto para as questão.
O despropósito fez-me perder outro capítulo. Que melhor não era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a ideia vos parece indecorosa, direi que ele é o que eram as minhas refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, onde às vezes fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas, compotas. Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces, de olhares ternos, de criancices, uma infinidade desses apartes do coração, aliás o verdadeiro, o ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo temperar o nímio adocicado da situação. Ela deixava-me, refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir as denguices de Dona Plácida. Cinco ou dez minutos depois, reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para desatá-la outra vez. Note-se que, longe de termos horror ao método, era nosso costume convidá-lo, na pessoa de Dona Plácida, a sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava nunca.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
(*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda.
A respeito do conto “Pai contra mãe” de Machado de Assis, considere as seguintes afirmações:
I - Trata-se da história de um homem que decide ganhar dinheiro com a captura de escravos fugidos, para
poder sustentar seu filho e, assim, evitar que o mesmo seja entregue à roda dos enjeitados.
II- O conto narra uma história cujo teor dramático advém do fato de que a salvação de uma criança implica
a morte de outra, a que está no ventre da escrava capturada, demonstrando ironicamente que a lei do
mais forte rege a vida.
III- Adotando uma forma de narrar pautada pela objetividade, ironia e frieza, através da qual descreve os
instrumentos usados para castigar escravos e o ofício de capturar escravos fugidos, o narrador provoca
mais impacto sobre o leitor do que se fizesse uso de um discurso sentimentalista.
É CORRETO o que se afirma em:
A partir dos anos de 1950, um fenômeno marca a ficção brasileira, que é um conjunto de relatos focalizados no
mundo rural, mas distantes do padrão realista centrado no chamado romance de 30. Nesse contexto, localiza-se o
romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, cuja publicação, em 1956, abre espaço para um novo
modelo narrativo no país. Sobre esse romance e tendência, marque a alternativa INCORRETA.
No Brasil, o Realismo não seguiu rigorosamente os padrões europeus. A adaptação dos pressupostos estéticos e
filosóficos ao contexto nacional dotou o Realismo de características bastante peculiares. Sob essa perspectiva,
assinale a alternativa correta.
A respeito do conto “Pai contra mãe” de Machado de Assis, considere as seguintes afirmações:
I - Trata-se da história de um homem que decide ganhar dinheiro com a captura de escravos fugidos, para
poder sustentar seu filho e, assim, evitar que o mesmo seja entregue à roda dos enjeitados.
II- O conto narra uma história cujo teor dramático advém do fato de que a salvação de uma criança implica
a morte de outra, a que está no ventre da escrava capturada, demonstrando ironicamente que a lei do
mais forte rege a vida.
III- Adotando uma forma de narrar pautada pela objetividade, ironia e frieza, através da qual descreve os
instrumentos usados para castigar escravos e o ofício de capturar escravos fugidos, o narrador provoca
mais impacto sobre o leitor do que se fizesse uso de um discurso sentimentalista.
É CORRETO o que se afirma em:
Com base na leitura integral dos contos de Várias Histórias, de Machado de Assis, considere as seguintes afirmativas:
1. O conto “Um homem célebre” expõe a história de um músico que se vê diante de um conflito entre o valor da arte
e a aceitação pelo mercado.
2. O conto “A desejada das gentes” apresenta a história de uma mulher que, apesar de assediada por vários
pretendentes, chega até o fim de sua vida sem se casar.
3. O conto “Mariana” narra a história de um casal apaixonado na juventude que só se reencontra 18 anos depois e
constata que o amor deles sobreviveu ao tempo.
4. O conto “Trio em lá menor” conta a história de uma mulher dividida entre o amor de dois homens muito diferentes
um do outro, o que acaba resultando em um dilema insolúvel.
5. O conto “Um apólogo” exemplifica uma forma tradicional de narrativa breve, na qual dois objetos inanimados
dialogam entre si sobre questões filosóficas centrais da existência humana.
Assinale a alternativa correta.
A respeito da obra de Lima Barreto, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e Raduan Nassar, assinale a
alternativa correta.
O Realismo, escola literária cujo principal representante brasileiro foi Machado de Assis, tem como
característica principal a retratação da realidade tal qual ela é, fugindo dos estereótipos e da visão
romanceada que vigorava até aquele momento. Sobre o contexto histórico no qual o Realismo esteve
situado, são corretas as proposições:
I- O Brasil vivia tempos de calmaria política e social, havia um clima de conformidade, configurando o
contentamento da colônia com sua metrópole, Portugal.
II- Em virtude das intensas transformações sociais e políticas, o Brasil é retratado com fidedignidade,
reagindo às propostas românticas de idealização do homem e da sociedade.
III- O país vivia o declínio da produção açucareira e o deslocamento do eixo econômico para o Rio de
Janeiro em razão do crescimento do comércio cafeeiro.
IV- Tem grande influência das teorias positivistas originárias na França, onde também havia um
movimento de intensa observação da realidade e descontentamento com os rumos políticos e sociais
do país.
V- Surgiu na segunda metade do século XX, quando no mundo eclodiam as teorias de expansões
territoriais que culminaram nas duas grandes guerras. O Realismo teve como propósito denunciar
esse panorama de instabilidade mundial.
Estão corretas:
Como escola literária, o Realismo é caracterizado:
“Eu, feliz, olhei minha Sa-Maria Andreza; fogo de amor verbigrácia. Mão na mão, eu lhe dizendo – na
outra o rifle empunhado - Vamos dormir abraçados”...
De acordo com a leitura da frase que integra o conto “Luas-de-mel”, podemos afirmar que Guimarães
Rosa filiou-se à tendência do:
A respeito do conto “Pai contra mãe” de Machado de Assis, assinale a alternativa CORRETA:
As opções abaixo apresentam opiniões de alguns críticos sobre diferentes escolas literárias. Marque
aquela que NÃO se relaciona ao comentário.
Texto 2:
“Diziam os antigos que ali encostado havia um lagoão mui fundo onde até jacaré se criava. Eu, pelos capins,
mas o lugar sempre respeitado como um tremedal perigoso: até contavam de um mascate que aí atolou-se e
sumiu-se com duas mulas cargueiras e canastras e tudo...”
O texto acima refere-se a obra denominada:
Texto 2:
“Diziam os antigos que ali encostado havia um lagoão mui fundo onde até jacaré se criava. Eu, pelos capins,
mas o lugar sempre respeitado como um tremedal perigoso: até contavam de um mascate que aí atolou-se e
sumiu-se com duas mulas cargueiras e canastras e tudo...”
O texto acima refere-se a obra denominada:
SONETO DE SEPARAÇÃO (Vinícius de Moraes)
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente