Questõesde PUC - PR sobre Literatura

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Foram encontradas 8 questões
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PUC - PR 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Considere o seguinte fragmento do poema que dá nome ao livro Muitas vozes, de Ferreira Gullar:

Meu poema

é um tumulto:

a fala

que nele fala

outras vozes

arrasta em alarido.

Com base nesse excerto, pode-se afirmar que:

A
com esses versos, Ferreira Gullar afirma a dimensão modernista de sua poética, pois seu poema, sendo um “tumulto”, afasta-se do formato organizado dos poemas anteriores ao Modernismo.
B
o poeta é o porta-voz autorizado de uma pluralidade de vozes.
C
sua poesia tem a capacidade de interpretar um sem-número de outras vozes
D
esses versos estão reforçando que a poesia de Ferreira Gullar é feita, sobretudo, para ser dita em voz alta.
E
o poeta alude ao fato de que sua produção poética traz em seu bojo uma série de outros discursos.
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PUC - PR 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Leia o trecho do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.

“Agora, por que é que nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não é esse propriamente o resto do livro. O resto é saber se a Capitu da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos, ou se esta foi mudada naquela por efeito de algum caso incidente. Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciúmes, dir-me-ia, como no seu cap. IX, vers. 1: "Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de ti". Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca. E bem, qualquer que seja a solução, uma coisa fica, e é a suma das sumas, ou resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me... A Terra lhes seja leve! Vamos à História dos Subúrbios”.

Segundo o texto, pode-se afirmar que, após narrar sua história, Bentinho, o narrador-protagonista:

A
conclui que Capitu já possuía, em criança, os traços psicológicos que a caracterizariam na idade adulta.
B
apesar de concluir que Capitu o traiu, deve, inspirado na Bíblia, perdoar a ela e a Escobar, seu melhor amigo.
C
não tem certeza de que Capitu o traiu, embora acredite que ela tenha se transformado muito desde a adolescência, aparecendo quando adulta como uma cigana traiçoeira e dissimulada.
D
chega à conclusão de que Capitu nunca o traiu e que tudo não passou de sua imaginação.
E
constata que Capitu e seu amigo Quincas Borba mantinham um caso desde a adolescência.
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PUC - PR 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Alfredo Bosi, em sua História concisa da literatura brasileira, diz a respeito de Inocência, de Visconde de Taunay:

“Por temperamento e cultura, o Visconde de Taunay tinha condições para dar ao regionalismo romântico a sua versão mais sóbria. Homem de pouca fantasia, muito senso de observação, formado no hábito de pesar com a inteligência as suas relações com a paisagem e o meio (era engenheiro, militar e pintor), Taunay foi capaz de enquadrar a história de Inocência (1872) em um cenário e em um conjunto de costumes sertanejos onde tudo é verossímil. Sem que o cuidado de o ser turve a atmosfera agreste e idílica que até hoje dá um renovado encanto à leitura da obra".

(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2003, p. 144 -145).

Com base no trecho acima, é possível dizer que:  

A
O romantismo de Visconde de Taunay é, de certa forma, um “realismo mitigado”.
B
Visconde de Taunay, com Inocência, é o introdutor do realismo no Brasil.
C
Por sua pouca fantasia, Inocência não pode ser classificada como obra do romantismo.
D
O senso de observação de Visconde de Taunay em Inocência o leva às portas do naturalismo.
E
A fantasia, aliada ao senso de observação, tornam esta obra o melhor representante do regionalismo ultrarromântico.
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PUC - PR 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

I. Os dois textos abordam temáticas centrais da obra “Muitas Vozes”, que são a finitude da vida e as constantes reflexões existenciais sobre o viver e o estar no mundo.

II. O texto 1 claramente trata da temática da morte, enquanto o texto 2 se opõe ao primeiro, introduzindo a figura religiosa da eternidade, a felicidade e o sentido da experiência humana.

III. O texto 1 reflete o interesse do eu lírico nas questões do pós-morte, evidenciando que o mistério da morte é maior que o entendimento humano e só podemos percebê-la a partir da fé religiosa.

IV. No texto 2, o eu lírico, com base na ironia, reflete sobre a ideia de eternidade, a qual nos apresenta na primeira estrofe como sendo a “duração finita da minha precariedade”.

V. No texto 1, temos a ideia de que a morte só interessa aos vivos, só amedronta os vivos, pois os mortos já estão livres dela.


Leia atentamente os poemas retirados da obra Muitas Vozes, de Ferreira Gullar, e em seguida assinale a alternativa CORRETA. 


 Texto 1

REDUNDÂNCIAS

Ter medo da morte

é coisa dos vivos

o morto está livre

de tudo o que é vida


Ter apego ao mundo

é coisa dos vivos

para o morto não há

(não houve)

raios rios risos


E ninguém vive a morte

quer morto quer vivo

mera noção que existe

só enquanto existo  


Texto 2

LIÇÃO DE UM GATO SIAMÊS

Só agora sei

que existe a eternidade: é a duração

finita

da minha precariedade


O tempo fora

de mim

é relativo

mas não o tempo vivo:

esse é eterno

porque afetivo

— dura eternamente

enquanto vivo


E como não vivo

além do que vivo

não é

tempo relativo:

dura em si mesmo

eterno (e transitivo) 

A
Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas.
B
Todas as afirmativas estão corretas.
C
Somente as afirmativas II, III, IV e V estão corretas
D
Somente as afirmativas I, II, IV e V estão corretas.
E
Somente as afirmativas II, IV e V estão corretas.
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PUC - PR 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia atentamente o trecho do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, em que o seu narrador Paulo Honório reflete sobre o casamento, e assinale a alternativa CORRETA.

“Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia que me veio sem que nenhum rabo-de-saia a provocasse. Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um bicho esquisito, difícil de governar.

A que eu conhecia era a Rosa do Marciano, muito ordinária. Havia conhecido também a Germana e outras dessa laia. Por elas eu julgava todas. Não me sentia, pois, inclinado para nenhuma: o que sentia era desejo de preparar um herdeiro para as terras de S. Bernardo.”

A
O romance, marco da terceira geração modernista, apresenta seu narrador como um homem ganancioso e utilitarista, entretanto este traço de egoísmo desaparece quando o personagem encontra o amor na figura de Madalena.
B
Paulo Honório expressa seu olhar utilitarista acerca do mundo, das pessoas e das relações sociais. Um dos grandes traços deste personagem é sua incapacidade de se relacionar com outras pessoas de forma sensível e amorosa, buscando sempre vantagens financeiras em suas ações.
C
O personagem de Paulo Honório, no trecho apontado, evidencia seu desconforto em relação às figuras femininas, pois estas representam a força do feminismo, tema que toma conta do chamado Romance de 30.
D
Pelo texto apresentado, podemos observar que o rebuscamento da linguagem e o uso excessivo de metáforas evidenciam as principais características do Modernismo da segunda geração, que buscou antes de tudo tratar de assuntos ligados aos sentimentos humanos, porém desligados de um viés social.
E
Ao pensar em um herdeiro para o seu mundo, nota-se que Paulo Honório, que inicia o romance como um personagem egoísta, ao envelhecer, torna-se uma pessoa mais sensata e aberta ao próximo. O fato de desejar um filho demonstra a sua crença em um mundo menos dolorido.
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PUC - PR 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia atentamente o trecho do conto Felicidade Clandestina de Clarice Lispector, e assinale a alternativa CORRETA.

“Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e puder em mim. Eu era uma rainha delicada. ”

A
O conto critica a falta de leitura dos adolescentes nas escolas brasileiras, tendo como principal razão a preguiça, o que evidencia nosso atraso cultural.
B
Uma das marcas da escritora é sua capacidade de descrição de paisagens externas, que retratam da seca no Nordeste aos problemas sociais das grandes metrópoles.
C
Pelo trecho em destaque, nota-se que a narradora em terceira pessoa investiga os reais motivos que a levaram a ser uma pessoa feliz, sendo os livros parte da construção deste sentimento.
D
Prosadora da chamada primeira geração modernista, observa-se pelo texto da autora que esta opta por radicalizar no uso da oralidade, rompendo com a tradição realista, utilizando-se do chamado fluxo de consciência.
E
O trecho analisado nos mostra características marcantes da escrita da autora, que com base em reflexões existenciais e da subjetividade, nos revela a intimidade dos seus personagens.
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PUC - PR 2012 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Lucíola, de José de Alencar é um romance:

A
Romântico sertanista, com a ação transcorrendo no sertão de Minas Gerais. O confronto de culturas e a visão exaltada da vida camponesa são temas importantes da obra. Lúcia, a protagonista, com sua pureza, encanta o viajante Paulo. Vindo da cidade, ele se hospeda na fazenda onde ela vive com seu pai. A paixão proibida que os dois vivem choca os familiares da moça, que está prometida em casamento a outro rapaz.
B
Romântico nacionalista. A temática da Batalha dos Guararapes, em que os portugueses defenderam a terra brasileira da invasão dos holandeses em Pernambuco (terra de José de Alencar, homenageada no livro), busca, na verdade, exaltar a maravilha da liberdade em um país recém tornado independente. Lucíola é a heroína de um povo na luta pela liberdade.
C
Realista. A descrição dos costumes das classes baixas na corte, num tempo de aumento da população e maior complexidade nas relações sociais é o centro do enredo do romance, que, de modo objetivo e por vezes agressivo, conta a trajetória de Lúcia, uma mulher que, vivendo na miséria, se prostitui para sustentar os filhos, sem que eles saibam disso. Seu drama é tentar evitar que sua filha, Lucíola, siga o mesmo destino. Porém, adepto de uma concepção de mundo determinista, o romance mostra que é inevitável que isso aconteça com a menina.
D
Romântico urbano, figurando dentro do segmento de romances alencarianos denominado “perfis de mulher”. Ambientado na corte, o romance é ousado por apresentar uma prostituta como protagonista. A história de Lúcia é narrada por Paulo, em cartas dirigidas à Sra. G.M. Apaixonado por ela, Paulo luta para fazer com que seu amor a “salve” da vida que ela leva.
E
Pré-modernista. Ainda apegado a alguns valores estéticos realistas – como a descrição da vida nos subúrbios cariocas do começo do século XX –, o texto se abre ao experimentalismo formal ao colocar como narradora uma personagem - Lúcia –, que se exprime com coloquialismos e regionalismos. Vinda do Nordeste para a capital federal, a narradora vai à procura da mãe Lucíola, que, anos antes, deixou o sertão para trabalhar na cidade. A descoberta frustrante que a narradora faz é a de que sua mãe tornou-se prostituta e vive miseravelmente no Rio.
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PUC - PR 2014 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Sobre o romance Inocência, de Visconde de Taunay, é CORRETO afirmar:

A
É uma das principais obras da primeira fase do Romantismo, na qual ocorre uma idealização do caráter do indígena, retratado como exemplo de pureza e inocência.
B
É com este romance que se inaugura o Naturalismo no Brasil, que, em seguida, terá em Aluísio Azevedo seu principal representante.
C
É umas das principais obras da primeira fase do Modernismo brasileiro, representando com candura a vida e os costumes do sertão.
D
Embora pertencendo ao Realismo, já traz traços do Naturalismo, sobretudo na caracterização do personagem Tico, um anão mudo que é o responsável pela reviravolta da trama.
E
Embora pertencendo ao Romantismo, já antecipa características do Realismo/Naturalismo, sobretudo, por sua caracterização do ser humano como produto do meio.