I. Os dois textos abordam temáticas centrais da obra “Muitas Vozes”, que são a finitude da vida e as constantes reflexões existenciais sobre o viver e o estar no mundo.
II. O texto 1 claramente trata da temática da morte, enquanto o texto 2 se opõe ao primeiro, introduzindo a figura religiosa da eternidade, a felicidade e o sentido da experiência humana.
III. O texto 1 reflete o interesse do eu lírico nas questões do pós-morte, evidenciando que o mistério da morte é maior que o entendimento humano e só podemos percebê-la a partir da fé religiosa.
IV. No texto 2, o eu lírico, com base na ironia, reflete sobre a ideia de eternidade, a qual nos apresenta na primeira estrofe como sendo a “duração finita da minha precariedade”.
V. No texto 1, temos a ideia de que a morte só interessa aos vivos, só amedronta os vivos, pois os mortos já estão livres dela.
I. Os dois textos abordam temáticas centrais da obra “Muitas Vozes”, que são a finitude da vida e as constantes reflexões existenciais sobre o viver e o estar no mundo.
II. O texto 1 claramente trata da temática da morte, enquanto o texto 2 se opõe ao primeiro, introduzindo a figura religiosa da eternidade, a felicidade e o sentido da experiência humana.
III. O texto 1 reflete o interesse do eu lírico nas questões do pós-morte, evidenciando que o mistério da morte é maior que o entendimento humano e só podemos percebê-la a partir da fé religiosa.
IV. No texto 2, o eu lírico, com base na ironia, reflete sobre a ideia de eternidade, a qual nos apresenta na primeira estrofe como sendo a “duração finita da minha precariedade”.
V. No texto 1, temos a ideia de que a morte só interessa aos vivos, só amedronta os vivos, pois os mortos já estão livres dela.
Leia atentamente os poemas retirados da obra Muitas Vozes, de Ferreira Gullar, e em seguida assinale a
alternativa CORRETA.
Texto 1
REDUNDÂNCIAS
Ter medo da morte
é coisa dos vivos
o morto está livre
de tudo o que é vida
Ter apego ao mundo
é coisa dos vivos
para o morto não há
(não houve)
raios rios risos
E ninguém vive a morte
quer morto quer vivo
mera noção que existe
só enquanto existo
Texto 2
LIÇÃO DE UM GATO SIAMÊS
Só agora sei
que existe a eternidade:
é a duração
finita
da minha precariedade
O tempo fora
de mim
é relativo
mas não o tempo vivo:
esse é eterno
porque afetivo
— dura eternamente
enquanto vivo
E como não vivo
além do que vivo
não é
tempo relativo:
dura em si mesmo
eterno (e transitivo)
Leia atentamente os poemas retirados da obra Muitas Vozes, de Ferreira Gullar, e em seguida assinale a alternativa CORRETA.
Texto 1
REDUNDÂNCIAS
Ter medo da morte
é coisa dos vivos
o morto está livre
de tudo o que é vida
Ter apego ao mundo
é coisa dos vivos
para o morto não há
(não houve)
raios rios risos
E ninguém vive a morte
quer morto quer vivo
mera noção que existe
só enquanto existo
Texto 2
LIÇÃO DE UM GATO SIAMÊS
Só agora sei
que existe a eternidade: é a duração
finita
da minha precariedade
O tempo fora
de mim
é relativo
mas não o tempo vivo:
esse é eterno
porque afetivo
— dura eternamente
enquanto vivo
E como não vivo
além do que vivo
não é
tempo relativo:
dura em si mesmo
eterno (e transitivo)
Gabarito comentado
Gabarito: A) Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas.
Tema central da questão: O foco está na análise das temáticas existenciais, da finitude da vida e da percepção do tempo nos poemas de Ferreira Gullar em sua obra Muitas Vozes. A questão exige uma leitura atenta sobre como o eu lírico interpreta a existência, a morte e a eternidade — aspectos comuns à poesia contemporânea brasileira.
Justificativa da alternativa correta:
I. Correta. Os poemas destacam a finitude da vida e abordam reflexões existenciais, presentes de forma transversal na obra e recorrente nos poemas selecionados. O tema da morte (Texto 1) e da percepção subjetiva do tempo (Texto 2) apontam para tal abordagem existencial.
IV. Correta. O Texto 2 emprega ironia e linguagem sofisticada ao definir eternidade como “a duração finita da minha precariedade”. Observa-se uma brincadeira com o paradoxo vida/morte, eternidade/finito — recurso típico da poesia reflexiva de Gullar.
V. Correta. No Texto 1, a morte é apresentada como preocupação exclusiva dos vivos, pois, segundo o eu lírico, apenas quem está vivo teme ou pensa sobre a morte. Após a morte, cessa qualquer envolvimento com tal ideia.
Análise das afirmativas incorretas:
II. Incorreta. Embora ambos os textos façam referência a grandes temas humanos (vida, morte, tempo), não existe oposição direta e tampouco menção à eternidade em contexto religioso, nem acerca de felicidade. A abordagem é filosófica e existencial, não religiosa.
III. Incorreta. O eu lírico não revela interesse pelo pós-morte, nem sugere que só se compreende a morte pela fé religiosa. Ao contrário, ele destaca o limite da percepção humana em relação à morte de forma objetiva e racional.
Estratégia para questões semelhantes: Atenção às palavras que indicam oposição, exclusividade ou religiosidade — são pegadinhas comuns em provas de interpretação. Observe se o texto realmente sugere tal ideia, ou se trata de leitura exacerbada.
Resumo: A chave da resolução está na leitura atenta dos poemas e na identificação de temas recorrentes e do discurso poético adotado por Ferreira Gullar. Entender as particularidades da linguagem contemporânea e desconfiar de generalizações ou pressupostos religiosos/descritivos ajuda a evitar erros.
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