Questõesde UNIFESP sobre Modernismo

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UNIFESP 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Uma análise mais atenta do livro mostra que ele foi construído a partir da combinação de uma infinidade de textos preexistentes, elaborados pela tradição oral ou escrita, popular ou erudita, europeia ou brasileira. A originalidade estrutural deriva, deste modo, do fato de o livro não se basear na mímesis, isto é, na dependência constante que a arte estabelece entre o mundo objetivo e a ficção; mas em ligar-se quase sempre a outros mundos imaginários, a sistemas fechados de sinais, já regidos por significação autônoma. Esse processo, parasitário na aparência, é no entanto curiosamente inventivo; pois, em vez de recortar com neutralidade nos entrechos originais as partes de que necessita para reagrupá-las, intactas, numa ordem nova, atua quase sempre sobre cada fragmento, alterando-o em profundidade.

(Gilda de Mello e Souza. O tupi e o alaúde, 1979. Adaptado.)

Tal comentário aplica-se ao livro

A
A cidade e as serras, de Eça de Queirós.
B
Macunaíma, de Mário de Andrade.
C
Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
D
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
E
Iracema, de José de Alencar.
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UNIFESP 2019 - Literatura - Naturalismo, Modernismo, Parnasianismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

No trecho, o “sapo-tanoeiro” representa uma sátira aos

Leia o trecho do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira.


O sapo-tanoeiro

[...]

Diz: — “Meu cancioneiro

É bem martelado.


Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.


O meu verso é bom

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.


Vai por cinquenta anos

Que lhes dei a norma:

Reduzi sem danos

A formas a forma.


Clame a saparia

Em críticas céticas:

Não há mais poesia

Mas há artes poéticas...”


(Estrela da vida inteira, 1993.)



A
modernistas.
B
românticos.
C
naturalistas.
D
parnasianos.
E
árcades.
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UNIFESP 2016, UNIFESP 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

    Nesta obra, o autor optou por uma situação narrativa que se define pelo movimento de aproximação e distanciamento da substância sensível da realidade retratada, como forma de solidarizar-se com seus personagens e, ao mesmo tempo, sustentar uma posição crítica rigorosa ante a “desgraça irremediável que os açoita”. Relativiza, assim, a onisciência da terceira pessoa e reconstitui, pela via literária, o hiato entre seu saber de intelectual e a indigência dos retirantes – alteridade que buscou compreender pelo exercício artístico da palavra enxuta e medida. Com a cautela de quem não se permite explicitar significados ou avançar conclusões, o narrador condiciona a narração à expectativa dos personagens, através do uso intensivo do discurso indireto livre, que dá forma à sondagem interior pretendida e singulariza os destinos representados.


(Wander Melo Miranda. “Texto introdutório”. In: Silviano Santiago (org).

Intérpretes do Brasil, vol 2, 2000. Adaptado.)


Tal comentário aplica-se à obra

A
Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto
B
Os sertões, de Euclides da Cunha.
C
Vidas secas, de Graciliano Ramos.
D
Capitães da Areia, de Jorge Amado
E
Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
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UNIFESP 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A verve social da poesia de João Cabral de Melo Neto mostra-se mais evidente nos versos:

A

A cana cortada é uma foice.

Cortada num ângulo agudo,

ganha o gume afiado da foice

que a corta em foice, um dar-se mútuo.

Menino, o gume de uma cana

cortou-me ao quase de cegar-me,

e uma cicatriz, que não guardo,

soube dentro de mim guardar-se.

B

Formas primitivas fecham os olhos

escafandros ocultam luzes frias;

invisíveis na superfície pálpebras

não batem.

Friorentos corremos ao sol gelado

de teu país de mina onde guardas

o alimento a química o enxofre

da noite.

C

No espaço jornal

a sombra come a laranja,

a laranja se atira no rio,

não é um rio, é o mar

que transborda de meu olho.

No espaço jornal

nascendo do relógio

vejo mãos, não palavras,

sonho alta noite a mulher

tenho a mulher e o peixe.

D

Os sonhos cobrem-se de pó.

Um último esforço de concentração

morre no meu peito de homem enforcado.

Tenho no meu quarto manequins corcundas

onde me reproduzo

e me contemplo em silêncio.

E

O mar soprava sinos

os sinos secavam as flores

as flores eram cabeças de santos.

Minha memória cheia de palavras

meus pensamentos procurando fantasmas

meus pesadelos atrasados de muitas noites.

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UNIFESP 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Para exprimir seu pensamento, este escritor teve de forjar uma língua que é só dele. O leitor que aborda pela primeira vez um de seus livros fica desconcertado com a obscuridade dessa língua. Mas ao mesmo tempo é subjugado, e enfeitiçado, por essa maneira inteiramente nova de dizer as coisas. E pouco a pouco tudo começa a adquirir um sentido, um sentido múltiplo, ambíguo, numa palavra, poético. Seu vocabulário é inteiramente renovado pela prática sistemática do neologismo. Todos os recursos da fonética são explorados.

(Paul Teyssier. Dicionário de literatura brasileira, 2003. Adaptado.)


O texto refere-se ao escritor

A
Guimarães Rosa.
B
Graciliano Ramos.
C
Euclides da Cunha.
D
Machado de Assis.
E
José de Alencar.
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UNIFESP 2018 - Literatura - Simbolismo, Modernismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Os ______ haviam “civilizado” a imagem do índio, injetando nele os padrões do cavalheirismo convencional. Os _________, ao contrário, procuraram nele e no negro o primitivismo, que injetaram nos padrões da civilização dominante como renovação e quebra das convenções acadêmicas.

(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)


As lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por

A
românticos e simbolistas.
B
árcades e simbolistas.
C
árcades e modernistas.
D
românticos e modernistas.
E
simbolistas e modernistas.
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UNIFESP 2012 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

No soneto de Augusto dos Anjos, é evidente

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A
a visão pessimista de um “eu” cindido, que desiste de conhecer-se, pelo medo de constatar o já sabido de sua condição humana transitória.
B
o transcendentalismo, uma vez que o “eu” desintegrado objetiva alçar voos e romper com um projeto de vida marcado pelo pessimismo e pela tortura existencial.
C
a recorrência a ideias deterministas que impulsionam o “eu” a superar seus conflitos, rompendo um ciclo que naturalmente lhe é imposto.
D
a vontade de se conhecer e mudar o mundo em que se vive, o que só pode ser alcançado quando se abandona a desintegração psíquica e se parte para o equilíbrio do “eu”.
E
o uso de conceitos advindos do cientificismo do século XIX, por meio dos quais o poeta mergulha no “eu”, buscando assim explorar seu ser biológico e metafísico.