Questõessobre Escolas Literárias

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Foram encontradas 1385 questões
d536d529-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta sobre o conto Café Paris, do livro Dançar tango em Porto Alegre, de Sergio Faraco.

A
O narrador em primeira pessoa, e protagonista do conto, reencontra um amor de juventude, a mãe de sua filha Laura. A força da narrativa está no contraste entre o que eram e o que são e na dificuldade em falarem/fazerem o que realmente sentem/querem.
B
O narrador em terceira pessoa descreve o reencontro de um casal com sua filha Laura. A força da narrativa está na caracterização de Laura, única personagem com nome próprio e, por isso, a protagonista do conto.
C
O narrador em primeira pessoa, e protagonista do conto, reencontra um amor de juventude. A força da narrativa está na revelação de que a menina Laura é filha do casal e no encontro emocionado entre pai e filha.
D
O narrador em terceira pessoa detalha o reencontro de um casal com sua filha Laura. A força da narrativa está na descrição minuciosa da cidade de Porto Alegre, onde a família viveu e da qual esteve distante por dez anos.
E
O narrador em primeira pessoa, e protagonista do conto, reencontra um amor de juventude, a mãe de sua filha Laura. A força da narrativa está na constatação de que eles ainda são os mesmos e na possibilidade de retomarem o amor no presente.
d52d05f4-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia as seguintes afirmações sobre os contos de Murilo Rubião.

I - O conto O edifício é narrado em primeira pessoa pelo próprio engenheiro, João Gaspar, que é contratado para a construção de um arranha-céu.
II - O conto O convidado, narrado em terceira pessoa, conta a história de José Alferes, que, embora tenha recebido um convite estranho para uma festa à fantasia, decide ir mesmo assim.
III- O conto O homem do boné cinzento é narrado em primeira pessoa por Roderico, que responsabiliza o homem do boné cinzento pela intranquilidade que se estabelece desde que se mudou para a vizinhança.

Quais estão corretas?

A
Apenas I.
B
Apenas II.
C
Apenas III.
D
Apenas II e III.
E
I, II e III.
d523b78a-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o trecho do romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, abaixo.

Essas coisas todas se passaram tempos depois. Talhei de avanço, em minha história. O senhor tolere minhas más devassas no contar. É ignorância. Eu não converso com ninguém de fora, quase. Não sei contar direito. Aprendi um pouco foi com o compadre meu Quelemém; mas ele quer saber tudo diverso: quer não é o caso inteirado em si, mas a sobre-coisa, a outra-coisa. Agora, neste dia nosso, com o senhor mesmo – me escutando com devoção assim – é que aos poucos vou indo aprendendo a contar corrigido. E para o dito volto. Como eu estava, com o senhor, no meio dos hermógenes.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o trecho.

( ) Riobaldo, narrador da história, tem consciência de que sua narrativa obedece ao fluxo da memória e não à cronologia dos fatos.
( ) A ignorância de Riobaldo é expressa pelos erros gramaticais e pela inabilidade em contar sua história, que carece de ordenação.
( ) “A sobre-coisa, a outra-coisa”, que o compadre Quelemém quer, é a interpretação da própria vivência e não o simples relato dos acontecimentos.
( ) O ouvinte exerce um papel importante, pois obriga Riobaldo a organizar a narrativa e a dar significado ao narrado.

A
F – V – V – F.
B
V – V – F – V.
C
V – F – V – V.
D
F – F – V – F.
E
F – V – F – V.
d51c426a-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o seguinte trecho adaptado de Terras do sem-fim, de Jorge Amado.


O jornal da oposição, ........, que saía aos sábados, ressumava naquele número uma violência inaudita. Era dirigido por Filemon Andreia, um ex-alfaiate que viera da Bahia para Ilhéus, onde abandonara a profissão. Constava na cidade que Filemon era incapaz de escrever uma linha, que mesmo os artigos que assinava eram escritos por outros, ele não passava de um testa de ferro. Por que ele terminara diretor do jornal da oposição ninguém sabia. Antes fazia trabalhos políticos para ........, e, quando este comprou a máquina impressora e as caixas de tipos para o semanário, toda a gente se surpreendeu com a escolha de Filemon Andreia para diretor. [...] Manuel de Oliveira era profissional de imprensa. Trabalhara em vários jornais da Bahia até que ........, que o conhecera nos cabarés da capital, o contratara para dirigir ........ Era mais ágil e mais direto, quase sempre fazia mais sucesso.


Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do trecho acima, na ordem em que aparecem.

A
A Folha de Ilhéus – Horácio – Juca Badaró – O Comércio
B
O Comércio – Horácio – Juca Badaró – A Folha de Ilhéus
C
A Folha de Ilhéus – Juca Badaró – Dr. Genaro – O Comércio
D
O Comércio – Horácio – Dr. Genaro – A Folha de Ilhéus
E
A Folha de Ilhéus – Juca Badaró – Horácio – O Comércio
d533a480-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta sobre O amor de Pedro por João, de Tabajara Ruas.

A
O romance está organizado em uma rígida linearidade temporal que inicia com o golpe civil-militar brasileiro, em 1964, e termina com o golpe chileno, em 1973.
B
O ponto de vista do narrador é claramente condenatório no que se refere à adesão juvenil à luta armada, em defesa da ordem e do progresso garantidos pelo regime militar.
C
A ação do romance está circunscrita a Porto Alegre e ao litoral gaúcho, sugerindo que a ditadura civil-militar brasileira não encontra paralelo nos regimes autoritários latino-americanos.
D
O romance é narrado em primeira pessoa por Marcelo, único sobrevivente da perseguição política que, justamente por isso, decide contar a história vivida por ele e seus companheiros de guerrilha.
E
O romance apresenta três gerações de brasileiros que decidiram enfrentar o período autoritário em que viviam pela via da revolução e viram seus sonhos soterrados por forças conservadoras e reacionárias.
d526c272-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta sobre a peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues.

A
Agenor, melhor amigo de Boca de Ouro, é marido de Dona Guiomar.
B
Caveirinha, repórter do jornal sensacionalista O Sol, entrevista Dona Guiomar a respeito da personalidade de Boca de Ouro.
C
Leleco, irmão de Boca de Ouro, é casado com Celeste, que tem um caso com o cunhado.
D
Maria Luísa, grã-fina decadente da alta sociedade carioca, casa-se com Boca de Ouro por dinheiro.
E
Dona Guiomar assume o assassinato de Boca de Ouro em entrevista para Caveirinha, porque ainda ama o bicheiro.
d50e2780-05
UFRGS 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Considerando os estudos sobre o romance Dom Casmurro, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.

( ) No final do século XIX e início do XX, a interpretação do romance tende à aderência ao ponto de vista do narrador. Assim, em geral, os leitores aceitam os fatos narrados por Bentinho sem muita desconfiança da sua narração comprometida.
( ) Em torno de 1960, talvez por influência de leituras feministas, críticos problematizam a visão unilateral de Bentinho e passam a ponderar que o ponto de vista de Capitu não vinha sendo considerado e que a sua traição deveria ser ao menos discutida.
( ) Perto de 1980, são comuns as leituras que desviam o foco do debate sentimental para o social, e a diferença de classe entre o filho do deputado (Bentinho) e a filha do vizinho pobre (Capitu) passa a figurar como um dos tópicos do romance.
( ) Atualmente, e por obra das muitas adaptações do romance para o cinema e para a televisão, que revelaram conteúdos da narrativa antes ocultos, é consenso que a traição de Capitu é o centro do enredo e que esta pode ser comprovada pelas pistas deixadas no texto por Machado de Assis.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
F – F – V – F.
B
V – F – V – V.
C
V – F – F – V.
D
F – V – F – F.
E
V – V – V – F.
d51186e9-05
UFRGS 2016 - Literatura - Naturalismo, Realismo, Escolas Literárias

O cortiço (1890) e Dom Casmurro (1899) foram publicados na mesma década, porém apresentam registros de linguagem diferentes, como se pode ver nos trechos abaixo.

No bloco superior, estão listados nomes de personagens de O cortiço e de Dom Casmurro; no inferior, os trechos dos romances em que essas personagens são descritas.

Associe adequadamente o bloco inferior ao bloco superior.

1 - Firmo (O cortiço)
2 - Escobar (Dom Casmurro)
3 - Jerônimo (O cortiço)
4 - José Dias (Dom Casmurro)

( ) [...] viera da terra, com a mulher e uma filhinha ainda pequena, tentar a vida no Brasil, na qualidade de colono de um fazendeiro, em cuja fazenda mourejou durante dois anos, sem nunca levantar a cabeça, e de onde afinal se retirou de mãos vazias e uma grande birra pela lavoura brasileira. Para continuar a servir na roça tinha que sujeitar-se a emparelhar com os negros escravos e viver com eles no mesmo meio degradante, encurralado como uma besta, sem aspirações, nem futuro, trabalhando eternamente para outro.
( ) [...] era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito; capadócio de marca, pernóstico, só de maçadas, e todo ele se quebrando nos seus movimentos de capoeira. Teria seus trinta e tantos anos, mas não parecia ter mais de vinte e poucos. Pernas e braços finos, pescoço estreito, porém forte; não tinha músculos, tinha nervos.
( ) Era um rapaz esbelto, olhos claros, um pouco fugitivos, como as mãos, como os pés, como a fala, como tudo. Quem não estivesse acostumado com ele podia acaso sentir-se mal, não sabendo por onde lhe pegasse. Não fitava de rosto, não falava claro nem seguido; as mãos não apertavam as outras, nem se deixavam apertar delas, porque os dedos, sendo delgados e curtos, quando a gente cuidava tê-los entre os seus, já não tinha nada.
( ) [...] apareceu ali vendendo-se por médico homeopata; levava um Manual e uma botica. Havia então um andaço de febres; [...] curou o feitor e uma escrava, e não quis receber nenhuma remuneração. Então meu pai propôs-lhe ficar ali vivendo, com pequeno ordenado. [...] recusou, dizendo que era justo levar a saúde à casa de sapé do pobre.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
1 – 2 – 3 – 4.
B
1 – 3 – 2 – 4.
C
2 – 3 – 4 – 1.
D
3 – 1 – 2 – 4.
E
3 – 2 – 4 – 1.
d514ffab-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta a respeito da vida e da obra do poeta português Fernando Pessoa.

A
Pessoa foi um dos líderes da revista de literatura Orpheu, juntamente com Mário de Sá-Carneiro e Eça de Queiroz.
B
A criação da revista de literatura Orpheu identifica Pessoa como um dos fundadores do Modernismo português.
C
Pessoa foi responsável pelo espírito derrotista, em que Portugal estava mergulhado no final do século XIX.
D
Os heterônimos de Pessoa, tais como Álvaro de Campos e Ricardo Reis, podem ser vistos como pseudônimos, utilizados pelo poeta para burlar a censura.
E
A criação de heterônimos é uma prática comum aos poetas colaboradores da revista Orpheu.
d53027af-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o segmento abaixo.


Há um fragmento do romance O amor de Pedro por João, de Tabajara Ruas, que se destacou do conjunto: o episódio em que Dorival encarou a guarda. Nesse trecho, Dorival, ........, enfrenta o soldado, o cabo, o sargento e o tenente. Fica visível ........ da guarda e ........ de Dorival.


Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas na ordem em que aparecem.

A
poeta comunista – a autoridade inquestionável – a resistência pacífica
B
sindicalista negro – o autoritarismo vacilante – a resistência pacífica
C
poeta comunista – o autoritarismo vacilante – a resistência corajosa
D
sindicalista negro – o autoritarismo vacilante – a resistência corajosa
E
sindicalista negro – a autoridade inquestionável – a resistência pacífica
d5067c56-05
UFRGS 2016 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

Leia o seguinte trecho de O cortiço.


A criadagem da família do Miranda compunha-se de Isaura, mulata ainda moça, moleirona e tola, que gastava todo o vintenzinho que pilhava em comprar capilé na venda de João Romão; uma negrinha virgem, chamada Leonor, muito ligeira e viva, lisa e seca como um moleque, conhecendo de orelha, sem lhe faltar um termo, a vasta tecnologia da obscenidade, e dizendo, sempre que os caixeiros ou os fregueses da taverna, só para mexer com ela, lhe davam atracações: “Óia, que eu me queixo ao juiz de orfe!”; e finalmente o tal Valentim, filho de uma escrava que foi de Dona Estela e a quem esta havia alforriado.


Sobre o texto acima, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.


( ) O fragmento reflete o tom geral do romance, no qual o narrador em terceira pessoa distancia-se das personagens populares – especialmente as negras –, pois está atrelado às reduções do cientificismo naturalista que antepõe raça superior a raça inferior.

( ) A linguagem do narrador é diferente da linguagem da personagem: a fala de Leonor não segue o registro linguístico adotado pelo narrador.

( ) As personagens femininas descritas no trecho – e no romance de maneira geral – são estereotipadas, respondem ao imaginário da mulata sensual e ociosa, especialmente Bertoleza e Rita Baiana.

( ) O narrador em terceira pessoa simpatiza com as personagens populares; tal simpatia está presente em todo o romance, nas inúmeras vezes em que a narração em terceira pessoa cede espaço para o diálogo entre escravos.


A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – F – F.
B
F – F – V – V.
C
F – F – F – V.
D
F – V – F – V.
E
V – V – V – F.
d509982d-05
UFRGS 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Considere as seguintes afirmações sobre o livro Dom Casmurro, de Machado de Assis.

I - O romance de Machado de Assis, narrado em terceira pessoa, expõe o triângulo amoroso entre Bentinho, Capitu e Escobar. O narrador, que ingressa na consciência de todas as personagens, revela ao leitor a traição de Capitu e a paternidade de seu filho Ezequiel.
II - O livro está estruturado em forma de diário, por isso guarda as lembranças mais íntimas de Dom Casmurro. A personagem registra que não quer ter suas memórias reveladas, pois isso macularia sua imagem ante a sociedade fluminense.
III- O agregado da família Santiago, José Dias, desempenha funções elevadas de conselheiro e rebaixadas de mandalete. Sua acomodação nessa família dá mostras dos arranjos sociais entre homens livres e classe dominante.

Quais estão corretas?

A
Apenas I.
B
Apenas II.
C
Apenas III.
D
Apenas II e III.
E
I, II e III.
d5416879-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Instrução: A questão refere-se ao romance A noite das mulheres cantoras, de Lídia Jorge.


Assinale a alternativa correta sobre o romance.

A
A narradora Solange de Matos representa a alma portuguesa, com seu espírito eufórico e o sentimento de plena realização.
B
Um dos temas marcantes do romance é a fabricação do sucesso pela indústria cultural, amparado pela mídia.
C
Gisela Batista é a líder do grupo ApósCalipso, com sua postura moralmente correta e maternal, sempre atenta às necessidades das companheiras.
D
O tema dos retornados é tratado a partir do drama do estudante de Direito Murilo Cardoso, namorado de Solange.
E
A Casa de Sete Rios é um reduto sagrado, onde mora Gisela Batista e onde acontecem os ensaios e a gravação do LP do grupo ApósCalipso.
d4f8c882-05
UFRGS 2016 - Literatura - Barroco, Escolas Literárias

Leia as seguintes afirmações sobre o Sermão de Santo Antônio aos peixes, de Padre Antônio Vieira.

I - O Sermão apresenta a estratégia de se dirigir aos peixes, e não aos homens, estendendo o alcance crítico à conduta dos colonos maranhenses.
II - O Sermão apresenta elogios aos grandes pregadores, através de passagens do Novo Testamento.
III- A sardinha é eleita o símbolo do verdadeiro cristão, por ter sido o peixe multiplicado por Jesus.

Quais estão corretas?

A
Apenas I.
B
Apenas II.
C
Apenas I e III.
D
Apenas II e III.
E
I, II e III.
d5004172-05
UFRGS 2016 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Assinale a alternativa correta sobre autores do Romantismo brasileiro.

A
Gonçalves Dias, autor dos célebres Canção do exílio e I-Juca-Pirama, dedicou a maioria de seus poemas à temática da escravidão.
B
Joaquim Manuel de Macedo, em A Moreninha, afasta-se da estética romântica em muitos pontos, especialmente no tom paródico adotado pelo narrador que ridiculariza a sociedade burguesa fluminense.
C
Álvares de Azevedo, em A noite na taverna, desvincula-se do nacionalismo paisagista e indianista e ingressa no universo juvenil da angústia, do erotismo e do sarcasmo.
D
Manuel Antônio de Almeida, em Memórias de um sargento de milícias, vincula-se à estética romântica, em especial porque se centra em personagens da classe média urbana fluminense.
E
Castro Alves é o principal poeta do indianismo romântico, pois toma o índio como figura prototípica da nacionalidade.
d5189b9f-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o poema abaixo, presente em Mensagem, de Fernando Pessoa.


Noite

A nau de um deles tinha-se perdido

No mar indefinido.

O segundo pediu licença ao Rei

De, na fé e na lei

Da descoberta, ir em procura

Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.


Tempo foi. Nem primeiro nem segundo

Volveu do fim profundo

Do mar ignoto à pátria por quem dera

O enigma que fizera.

Então o terceiro a El-Rei rogou

Licença de os buscar, e El-Rei negou.


Como a um cativo, o ouvem a passar

Os servos do solar.

E, quando o veem, veem a figura

Da febre e da amargura,

Com fixos olhos rasos de ânsia

Fitando a proibida azul distância.


Senhor, os dois irmãos do nosso Nome

— O Poder e o Renome —

Ambos se foram pelo mar da idade

À tua eternidade;

E com eles de nós se foi

O que faz a alma poder ser de herói.


Queremos ir buscá-los, desta vil

Nossa prisão servil:

É a busca de quem somos, na distância

De nós; e, em febre de ânsia,

A Deus as mãos alçamos.


Mas Deus não dá licença que partamos.


Considere as seguintes afirmações sobre o poema e suas relações com o livro Mensagem.


I - As três primeiras estrofes estão relacionadas a um episódio real: a história dos irmãos Gaspar e Miguel Corte Real que desapareceram em expedições marítimas, no início do século XVI, para desespero do terceiro irmão, Vasco, que queria procurá-los, mas não obteve a autorização do rei.

II - O sujeito lírico, na quarta e na quinta estrofes, assume a primeira pessoa do plural, sugerindo que o drama individual dos irmãos pode representar um problema coletivo: a perda de poder e renome de Portugal, perda esta já associada à difícil situação do país no início do século XX, momento da escritura do poema.

III- O diagnóstico das perdas de Portugal está ausente em outros poemas de Mensagem, por exemplo, Mar português, Autopsicografia e Nevoeiro, que apresentam a visão eufórica e confiante do sujeito lírico em relação ao futuro de Portugal.


Quais estão corretas?

A
Apenas I.
B
Apenas II.
C
Apenas I e II.
D
Apenas II e III.
E
I, II e III.
d53e23bd-05
UFRGS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Anelise, protagonista e narradora do romance As parceiras, de Lya Luft, conta a própria história, recuperando a memória de sua família.

No bloco superior, abaixo, estão listadas algumas personagens do romance; no inferior, a relação de parentesco que têm com a protagonista.

Associe adequadamente o bloco inferior ao bloco superior.

1 - Catarina
2 - Sibila
3 - Vânia
4 - Otávio
5 - Tiago

( ) Irmã de Anelise.
( ) Avó de Anelise.
( ) Tia anã de Anelise.
( ) Primo de Anelise.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
4 – 3 – 1 – 5.
B
1 – 4 – 2 – 5.
C
3 – 5 – 2 – 4.
D
3 – 1 – 2 – 4.
E
3 – 2 – 1 – 5.
d4f4cc92-05
UFRGS 2016 - Literatura - Barroco, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta sobre os três sermões do Padre Antônio Vieira.

A
Estão repletos de exemplos do equilíbrio e da simplicidade, típicos do homem barroco.
B
São peças exemplares de retórica, com a finalidade de despertar a consciência moral dos fiéis.
C
São bastante abstratos, pois se dirigiam a uma plateia letrada, que dispensava exemplos.
D
São escritos em linguagem culta com palavras difíceis, dirigidos à plateia sofisticada que frequentava a igreja.
E
Apresentam perguntas retóricas, que geravam um caloroso debate durante as pregações.
d5035fa2-05
UFRGS 2016 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

Sobre o romance O cortiço, de Aluísio Azevedo, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.

( ) No início do romance, está o vendeiro português João Romão que, com força de trabalho e boa dose de oportunismo, constrói o cortiço, seu primeiro caminho para a ascensão social.
( ) No romance, a ex-escrava Bertoleza é a companheira de João Romão, por ele tratada com respeito, o que dá mostras do tom conciliatório do livro, que trata a escravidão como problema resolvido.
( ) No sobrado contíguo ao cortiço de João Romão, vivem Miranda, Dona Estela e a filha Zulmirinha, família financeiramente confortável, que cria sinceros vínculos de amizade com João Romão e Bertoleza.
( ) No romance, Dona Estela, sempre descrita pelo narrador como uma dama séria e decorosa, sofre com as constantes traições de seu marido Miranda.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – F – V – F.
B
F – V – F – V.
C
V – F – F – F.
D
F – F – V – V.
E
V – V – F – V.
fd7db658-06
UNICENTRO 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A respeito da autora e de sua obra, assinale a alternativa correta.

Leia o conto a seguir e responda à questão.

Preciosidade (para Mafalda)

De manhã cedo era sempre a mesma coisa renovada: acordar. O que era vagaroso, desdobrado, vasto. Vastamente ela abria os olhos. Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase majestosa em que se movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade algo precioso. Que não se espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que era intenso como uma joia. Ela acordava antes de todos, pois para ir à escola teria que pegar um ônibus e um bonde, o que lhe tomaria uma hora. O que lhe daria uma hora. De devaneio agudo como um crime. O vento da manhã violentando a janela e o rosto até que os lábios ficavam duros, gelados. Então ela sorria. Como se sorrir fosse em si um objetivo. Tudo isso aconteceria se tivesse a sorte de “ninguém olhar para ela”. Era uma manhã ainda mais fria e escura que as outras, ela estremeceu no suéter. A branca nebulosidade deixava o fim da rua invisível. Tudo estava algodoado, não se ouviu sequer o ruído de algum ônibus que passasse pela avenida. Foi andando para o imprevisível da rua. As casas dormiam nas portas fechadas. Os jardins endurecidos de frio. No ar escuro, mais que no céu, no meio da rua uma estrela. Uma grande estrela de gelo que não voltara ainda, incerta no ar, úmida, informe. Surpreendida no seu atraso, arredondava- -se na hesitação. Ela olhou a estrela próxima. Caminhava sozinha na cidade bombardeada. Não, ela não estava sozinha. Com os olhos franzidos pela incredulidade no fim longínquo de sua rua, de dentro do vapor, viu dois homens. Dois rapazes vindo. Olhou ao redor como se pudesse ter errado de rua ou de cidade. Mas errara os minutos: saíra de casa antes que a estrela e dois homens tivessem tempo de sumir. Seu coração se espantou. O que se seguiu foram quatro mãos difíceis, foram quatro mãos que não sabiam o que queriam, quatro mãos erradas de quem não tinha a vocação, quatro mãos que a tocaram tão inesperadamente que ela fez a coisa mais certa que poderia ter feito no mundo dos movimentos: ficou paralisada. Eles, cujo papel predeterminado era apenas o de passar junto do escuro de seu medo, e então o primeiro dos sete mistérios cairia; eles que representariam apenas o horizonte de um só passo aproximado, eles não compreenderam a função que tinham e, com a individualidade dos que têm medo, haviam atacado. Foi menos de uma fração de segundo na rua tranquila. Numa fração de segundo a tocaram como se a eles coubessem todos os sete mistérios. Que ela conservou todos, e mais larva se tornou, e mais sete anos de atraso. Quando foi molhar os cabelos diante do espelho, ela era tão feia. Ela possuía tão pouco, e eles haviam tocado. Ela era tão feia e preciosa. Estava pálida, os traços afinados. As mãos, umedecendo os cabelos, sujas de tinta ainda do dia anterior. “Preciso cuidar mais de mim”, pensou. Não sabia como. A verdade é que cada vez sabia menos como. A expressão do nariz era a de um focinho apontando na cerca. Voltou ao banco e ficou quieta, com um focinho. “Uma pessoa não é nada.” “Não”, retrucou-se em mole protesto, “não diga isso”, pensou com bondade e melancolia. “Uma pessoa é alguma coisa”, disse por gentileza. Mas no jantar a vida tomou um senso imediato e histérico:
– Preciso de sapatos novos! Os meus fazem muito barulho, uma mulher não pode andar com salto de madeira, chama muita atenção! Ninguém me dá nada! Ninguém me dá nada! – e estava tão frenética e estertorada que ninguém teve coragem de lhe dizer que não os ganharia. Só disseram:
– Você não é uma mulher e todo salto é de madeira. Até que, assim como uma pessoa engorda, ela deixou, sem saber por que processo, de ser preciosa. Há uma obscura lei que faz com que se proteja o ovo até que nasça o pinto, pássaro de fogo. E ela ganhou os sapatos novos.

(LISPECTOR, C. Laços de Família. São Paulo: Rocco, 1998. p.95-108.)
A
É considerada uma das mais renomadas escritoras do século XX, tendo publicado livros de vários gêneros literários a partir de uma visão intimista da realidade.
B
É uma das maiores escritoras brasileiras do século XIX, apresentando predominantemente, em seus livros, o regionalismo nordestino a partir de um tom saudosista.
C
Escreveu apenas contos, sendo seu livro mais famoso A Hora da Estrela, cuja temática está ligada à vida do nordestino em São Paulo.
D
Publicou em vida apenas um livro: Laços de Família. Isso se deu porque a escritora começou sua carreira tardiamente.
E
Tornou-se um ícone da literatura brasileira do século XIX por suas peças de teatro, cuja temática se liga predominantemente à questão feminina.