Questõesde IF Sul - MG 2017

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Foram encontradas 96 questões
3c4f2fe9-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)

O emprego dos tempos e modos verbais desempenha um papel fundamental na construção da coerência textual. Partindo dessa constatação, é CORRETO afirmar que:

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
“...que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana...” É uma forma verbal que se refere a uma forma futura com relação ao passado.
B
“...pensei mais uma vez que esse desconhecimento...” É uma forma verbal que se refere a um fato passado e concluído.
C
Traduzo os poemas por dever de ofício...” É uma forma verbal que se refere a uma ação futura e cotidiana.
D
“...ninguém acreditaria...” É uma forma verbal que se refere a um fato passado e inconcluso.
3c61085c-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa INCORRETA sobre a obra “Dois Irmãos” de Miltom Hatoum.

A
A primeira cena que se registra no romance é a morte de Zana, mãe dos gêmeos e de Rânia.
B
Omar deixou o presídio um pouco antes de cumprir a pena graças aos níqueis acumulados por Halim.
C
À medida que a história evolui, Zana vai-se mostrando dominadora, moldando o destino do marido e dos filhos.
D
Por meio do professor Antenor Laval, o narrador fala da repressão política em Manaus.
3c5decb3-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a obra “Dois Irmãos” de Milton Hatoum, considere as seguintes afirmativas:

I – O título faz referência a dois irmãos que, supostamente, têm pais diferentes, nascendo daí uma rivalidade que destrói vidas e famílias.
II – O cenário principal da obra é a cidade de Manaus, valorizando o porto, as ruas do centro, as praças e os bairros mais antigos.
III – Rânia casou-se com o primeiro pretendente que apareceu para tentar esquecer o amor que sentia por Omar.
IV – Omar envolveu-se seriamente com duas mulheres: Dália e Pau-Mulato; porém nos dois casos a mãe dele interveio, provocando a separação.
V – Antes de morrer, Yaqub confessou que era o pai de Nael.

Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS:

A
I e II.
B
II e IV.
C
II, III e IV.
D
I, II e III.
3c5aedbf-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto abaixo é poético. Leia-o com atenção e resolva as questões.

“A lua,
tal qual a dona de um bordel,
pedia a cada estrela fria
um brilho de aluguel.
E nuvens,
lá no mata-borrão do céu
chupavam manchas torturadas
– que sufoco!”

(João Bosco e Aldir Blanc, “O bêbado e a equilibrista”)

I – No fragmento há predomínio da linguagem denotativa, característica máxima do texto literário.
II – A função referencial, presente no texto, transmite dados da realidade de forma subjetiva.
III – Nos textos literários, o autor explora determinadas construções com a intenção deliberada de reforçar a mensagem.
IV – No fragmento a figura de linguagem evidente é a prosopopeia.

Assinale a alternativa correta após análise completa.

A
Somente a I está correta.
B
Estão corretas a II e a III somente.
C
Estão corretas a III e a IV somente.
D
Somente a IV está correta.
3c57a1b0-b5
IF Sul - MG 2017 - Literatura - Barroco, Naturalismo, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Assinale a alternativa INCORRETA a respeito dos movimentos literários brasileiros abaixo.

A
Realismo e Naturalismo são contemporâneos e não sucessivos como aconteceu na Europa e ambos retratam a realidade objetivamente.
B
Romantismo é voltado para os temas nacionalistas, para a idealização do herói, no caso, o índio.
C
Barroco e Arcadismo figuram na Era Colonial e caracterizam-se por ser essencialmente poéticos e bastante presos, ainda, ao modelo europeu.
D
Modernismo, conhecido a partir da “Semana de Arte Moderna”, caracterizou-se por ser apenas um período de transposição das vanguardas europeias para o Brasil.
3c52b4c2-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Interpretação de Textos, Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Uso dos conectivos, Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Analise as passagens extraídas do texto e as afirmações feitas sobre cada uma delas e, em seguida, assinale a alternativa que contém a afirmação INCORRETA.

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria...” Afirmação: o termo destacado introduz uma circunstância de concessão e pode ser substituído por embora.
B
“... nem o idioma que falei naquele tempo, ...” Afirmação: a oração destacada funciona como um adjetivo que se refere ao substantivo idioma.
C
“Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!” Afirmação: o verbo está na terceira pessoa do singular concordando com o sujeito Brasil.
D
“Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil.” Afirmação: a oração destacada exerce a função sintática de objeto direto do verbo da oração principal.
3c4bfdae-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe

(...) porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas (...)

Os articuladores destacados podem ser substituídos, sem prejuízo do significado original no texto, por:

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
no entanto, porque.
B
portanto, uma vez que.
C
contudo, por que.
D
entretanto, embora.
3c4938a3-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Assinale a alternativa em que o significado da palavra em destaque está INCORRETAMENTE interpretado.

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
“...vontade de inserir ali um grãozinho de realidade.” (introduzir)
B
“...dono de um antiquário famoso...” (loja de antiguidades)
C
“...alguém exclamou incrédulo.” (confiante)
D
“A culminância foi a observação de uma crítica berlinense (...)” (auge)
3c461657-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.” Assinale a alternativa que confirma essa afirmação da autora.

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
“Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?”
B
“(...) eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás.”
C
“Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.”
D
“(...) muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato.”
6824af5b-b3
IF Sul - MG 2017 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

“É no espaço mais amplo do Atlântico Sul que a história da América portuguesa e a gênese do império de Brasil tomam toda sua dimensão. [...] englobando uma zona de produção escravista situada no litoral da América do Sul e uma zona de reprodução de escravos centrada em Angola. Desde o final do século XVI, surge um espaço aterritorial, um arquipélago lusófono composto dos enclaves da América portuguesa e das feitorias de Angola.” ALENCASTRO, Luis Felipe de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Cia das Letras, 2000. p.09;127.

A formação do Império Colonial Português marcou significativamente a História Ocidental. Sobre esta formação podemos afirmar:

A
A colonização do Brasil foi marcada pelo uso de mão de obra livre oriunda de regiões da África, como Angola.
B
A utilização, em larga escala, de mão de obra de africanos escravizados durante a colonização do Brasil gerava grandes lucros para comerciantes europeus.
C
O Atlântico Sul formou um espaço importante para a produção escravista manufatureira de tecidos do Império Português, especialmente na Colônia Brasileira.
D
Desde o início da formação do Império Colonial Português, o comércio internacional de africanos escravizados se mostrou uma opção pouco lucrativa, uma vez que a produção na colônia era, em sua maioria, de subsistência.
68279ae0-b3
IF Sul - MG 2017 - História - História Geral, Período Entre-Guerras: Totalitarismos

TEXTO 1

"Lentamente, uma obsessão tomou corpo dentro dos espíritos da minoria (nazistas) que tomara o poder na Alemanha: a purificação. Se o país fora vencido, era porque tinha sido enfraquecido por elementos estrangeiros (...). Os nazistas englobaram como estrangeiros todos os que consideravam corpos estranhos, inimigos da ‘raça alemã’: comunistas e trissômicos 21, opositores de diversas opiniões e alcoólatras, ciganos e sifilíticos, homossexuais e débeis, e, sobretudo, judeus. Estes últimos, aos olhos dos nazistas, eram tudo isso ao mesmo tempo: degenerados, comunistas, homossexuais, alcoólatras etc. Eram os bodes expiatórios designados pelo ódio delirante de Hitler."
MESSADIÉ, Gerald. História geral do antissemitismo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 378.

"No dia 12 de agosto de 2017, na cidade de Charlottesville (Virgínia, EUA), centenas de supremacistas brancos agitavam símbolos nazistas e gritavam palavras de ordem contra judeus e outras minorias, como latinos, negros e mulçumanos. A ascensão do Nazismo na Alemanha na década de 1930 foi possível diante de uma confluência de fatores e condições históricas complexas. As manifestações neonazistas, por outro lado, são movidas por outros fatores."
Texto adaptado da reportagem "Por que é mais fácil ser neonazista nos Estados Unidos do que na Alemnaha." Disponível em < http:// www.bbc.com/portuguese/internacional-40958924> Acesso em 10 set. 2017

Assinale a alternativa que apresenta fatores e características ligados aos dois movimentos.

A
A quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929, gerou uma crise econômica que abalou as estruturas do liberalismo em todo o mundo, influenciando a busca por alternativas em países europeus afetados. O movimento neonazista está intimamente ligado a movimentos antifascistas, como o ANTIFA, e a grupos de militância racial como o “Black Lives Matter”.
B
O Nazismo alemão e o Fascismo italiano eram antiliberais, anticomunistas e nacionalistas, mas somente na Alemanha o antissemitismo, perseguição aos judeus, ganhou espaço de destaque no regime do III Reich. O movimento neonazista, de maneira geral, não se preocupa com a questão dos judeus e dos negros, concentrando seu foco de ódio nos imigrantes.
C
A ascensão do nazismo na Alemanha decorre, dentre outros fatores, de um ressentimento generalizado após a derrota na Primeira Guerra Mundial somada a um sentimento exacerbado de nacionalismo explorado por Hitler e pelo seu partido. A emergência de movimentos neonazistas, especialmente nos EUA, está ligada a antigos grupos de supremacistas brancos, como o Kux Klu Klan, cujas manifestações atuais se voltam contra minorias étnicas, como negros, latinos e imigrantes.
D
Tanto o nazismo, na década de 1930, quanto o neonazismo, atualmente, são parte integrante do espectro político da esquerda, mais especificamente da vertente stalinista.
6821a06b-b3
IF Sul - MG 2017 - História - História Geral, Renascimento Científico, Artístico e Cultural

“O meu propósito não é provar que era eu que tinha razão, mas de verificar se tinha. (…) E o que nós provamos hoje, amanhã apagaremos do quadro, e só voltaremos a escrevê-lo quando estiver comprovado outra vez. E quando estiver provado o que desejamos provar, toda desconfiança será pouca. (...) A prática da ciência me parece exigir notável coragem, desse ponto de vista. Ela negocia com o saber obtido através da dúvida. Arranjando saber, a respeito de tudo e para todos, ela procura fazer com que todos duvidem.” BRECHT, Bertold. A vida de Galileu. In: Brecht, Bertold. Teatro completo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. Vol. 06. pp. 51 – 170.

O Renascimento científico marcou profundamente o pensamento ocidental, e Galileu foi um dos grandes expoentes desse movimento. Algumas de suas premissas são válidas até os dias de hoje, como por exemplo:

A
A importância da experimentação e da dúvida constante na produção do conhecimento.
B
A necessidade de se obter, por meio de experimentos criteriosos, provas irrefutáveis.
C
A ciência deve buscar a verdade e os resultados a partir das opiniões pessoais da maioria dos pesquisadores.
D
O caráter imprescindível da dúvida, sem grande preocupação com métodos, na produção do conhecimento científico.
6817d057-b3
IF Sul - MG 2017 - Geografia - Desenvolvimento

A organização do espaço brasileiro, segundo o geógrafo brasileiro Milton Santos (1999), pode ser dividida em três etapas: o meio natural, o meio técnico, o meio técnico-científico-informacional. Enumere a sequência que caracteriza os períodos discriminados:

(1) O meio Natural
(2) O meio Técnico
(3) O meio Técnico-científico-informacional

( ) é o meio geográfico onde os objetos mais relevantes são elaborados a partir da ciência.
( ) As técnicas e o trabalho se casavam com as dádivas da natureza, com a qual se relacionavam sem outra mediação. Pode ser exemplificada pelo pousio, rotação de terras e a agricultura itinerante.
( ) É caracterizado pela emergência do espaço mecanizado.
( ) Começa praticamente após a Segunda Guerra Mundial e sua afirmação, incluindo os países de Terceiro Mundo, vai realmente dar-se nos anos 19(70).
( ) Quanto ao espaço, o componente material é crescente, formado do “natural” e do “artificial”.

A
3-1-2-3-2
B
2-1-3-2-1
C
3-1-3-2-3
D
2-3-1-3-1
6812e75b-b3
IF Sul - MG 2017 - Geografia - Geografia Física, Hidrografia

Figura: O Ciclo Hidrológico. Fonte: BRASIL.MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Acesso em: 29 set. 2017,

disponível em CICLO HIDROLÓGICO: <http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos/aguas>.


O Ciclo Hidrológico, conforme pode ser observado na figura acima, é o movimento contínuo da água presente nos oceanos, continentes e atmosfera. A evaporação da água forma as nuvens, que provocam as precipitações. Nos continentes, a água precipitada pode seguir diferentes caminhos, entre eles a evaporação, o congelamento, a infiltração ou o escoamento superficial. Sobre esses processos, é correto afirmar:

A
A infiltração é guiada pela força gravitacional, preenchendo os espaços vazios do subsolo, até abastecer os aquíferos. É influenciada pelo solo, pela precipitação, pela cobertura vegetal, pela topografia e pelo tipo de ocupação do solo.
B
O escoamento superficial não depende da capacidade de infiltração da água no solo. Após a precipitação, a água escoa pela superfície e somente o excedente infiltra para (re)abastecer os aquíferos.
C
O escoamento superficial é impulsionado pela força da gravidade, influenciando no movimento das águas das zonas mais baixas para as mais altas. Inicia-se após a saturação do solo.
D
O escoamento superficial é mais lento nas áreas urbanas. Logo após uma chuva intensa, a água acumulada nas ruas é liberada lentamente para o (re)abastecimento dos rios e córregos.
680fcdd2-b3
IF Sul - MG 2017 - Geografia - Escalas, Cartografia

Ao consultar um mapa na escala 1:150.000, um observador, com a ajuda de uma régua, constatou que a distância, no mapa, entre as cidades A e B é de 23 cm e entre as cidades B e C, de 15 cm. Qual a distância real entre as cidades A e B e as cidades B e C, respectivamente?

A
3.450.000m e 2.250.000m
B
34.500m e 22.500m
C
6.522km e 10.000km
D
1.533m e 1.000m
681e32de-b3
IF Sul - MG 2017 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Leia atentamente os dois textos abaixo:


TEXTO 1

“Eu quisera poder dar a esta data a denominação seguinte: 15 de Novembro, primeiro ano de República; mas não posso infelizmente fazê-lo.[...] Por ora, a cor do Governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada.”

Carta de Aristides Lobo, escrita na tarde de 15 de novembro de 1889, e publicada no Diário Popular de São Paulo em 18 de novembro de 1889.


TEXTO 2

“A carta de Aristides Lobo foi um documento flagrante do imprevisto que representou para nós, a despeito de toda a propaganda, de toda a popularidade entre os moços da academia, a realização da ideia republicana.” HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p.160


Sobre a Proclamação da República podemos afirmar: 

A
Surgiu de um movimento liderado pela aristocracia agrária e escravista, com o apoio de membros das elites letradas das grandes cidades.
B
Foi um golpe militar executado pelo alto escalão do exército com o apoio maciço das classes populares.
C
A deposição de D. Pedro II foi uma iniciativa dos militares que buscavam o poder desde o fim da Guerra do Paraguai (1864-1870), com o apoio irrestrito da Igreja Católica.
D
A maioria da população estava alheia às conspirações republicanas, gestada em grupos letrados influenciados pelas ideias positivistas, tanto no meio civil quanto no militar.
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IF Sul - MG 2017 - Geografia - População, Migrações

De segunda a sexta-feira, um estudante parte do município de Conceição dos Ouros (MG) às 06h:00min com destino à cidade de Pouso Alegre (MG), que está situada a 41 km de distância. O tempo de deslocamento é de aproximadamente 55 min. Ao chegar à cidade, se direciona para a escola. Após as 17h15min, o estudante retorna à sua residência, em Conceição dos Ouros(MG) e, se prepara para a rotina que deverá cumprir no próximo dia. O movimento descrito no texto faz referência a:

A
Migração sazonal
B
Migração e emigração
C
Migração pendular
D
Migração forçada
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IF Sul - MG 2017 - Geografia - Meio Ambiente na Geografia, Mudanças climáticas, Aquecimento global

Observe a reportagem:

Por que Los Angeles está pintando o asfalto da cidade de cinza claro

Tinta especial criada para esconder aviões de satélites espiões reflete o sol e refresca asfalto, ajudando moradores a enfrentar ondas de calor.

Los Angeles é a primeira cidade a testar a eficácia da pavimentação fresca (Foto: Prefeitura de Los Angeles)

Os ventiladores de teto e os aparelhos de ar-condicionado conseguiram apenas aliviar os efeitos da sufocante onda de calor que atingiu o sul da Califórnia recentemente.

Foram dias em que a maioria dos moradores de Los Angeles desejaram morar em um dos bairros que há algumas semanas testa uma nova ideia para combater as altas temperaturas.

Trata-se do CoolSeal ("selo fresco", em tradução livre), uma espécie de pintura de cor cinza claro que "refresca" o asfalto e que foi criada para combater o chamado fenômeno da "ilha de calor" urbana.

Fonte: BBC BRASIL. (29 de SETEMBRO de 2017). G1. Acesso em: 29 set. 2017, disponível em G1 NATUREZA: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/por-que-los-angeles-esta-pintando-o-asfalto-da-cidade-de-cinza-claro.ghtml>


Sobre o fenômeno “ilhas de calor” urbanas, é correto afirmar:

A
É um fenômeno climático, caracterizado pelo aumento da temperatura média nas áreas intensamente urbanizadas. Está associado à elevada concentração de poluentes na atmosfera, à impermeabilização do solo, à presença intensa de asfalto e concreto e à diminuição das áreas verdes.
B
É um fenômeno formado pela mistura de substâncias químicas, originadas principalmente da queima de combustíveis fósseis com o vapor de água na atmosfera. Quando ocorre a precipitação, o fenômeno polui as águas, corrói edificações e monumentos e afeta a vegetação.
C
É uma condição meteorológica que ocorre quando uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, impedindo o movimento da camada de ar ascendente.
D
O fenômeno é caracterizado pelo aumento da temperatura média do planeta, em função do aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera, derivados da queima de combustíveis fósseis, e o desmatamento das florestas.
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IF Sul - MG 2017 - Química - Teoria Atômica: átomos e sua estrutura - número atômico, número de massa, isótopos, massa atômica, Transformações Químicas

Sabendo que um átomo possui 12 prótons, 13 nêutrons e 12 elétrons, pode-se afirmar que:

A
o número de massa é 25.
B
o número atômico é 37.
C
existem 12 partículas no núcleo do átomo.
D
existem 24 partículas neutras no átomo.
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IF Sul - MG 2017 - Física - Plano Inclinado e Atrito, Dinâmica

Para calcular o coeficiente de atrito entre um modelo de piso e a sola de um tênis, um operário da indústria de pisos utilizou a seguinte técnica: colou a sola do tênis em um bloco de madeira, com 5 kg, de forma que somente a sola ficasse em contato com o piso. Colocou o piso em um plano inclinado na forma de um triângulo retângulo. E depois colocou o bloco de madeira com a sola colada em contato com o piso, e notou que o bloco ficou na iminência de entrar em movimento, conforme a figura abaixo:


Com base nessas informações e sabendo que: g= 10 m/s²; sen 30° = cos 60° = 0,5; cos 30°= sen 60° = 0,8, o coeficiente de atrito entre o piso e a sola do tênis é de aproximadamente:

A
0,87.
B
0,5.
C
0,6
D
0,7.