“O meu propósito não é provar que era eu que tinha razão, mas de verificar se tinha. (…) E o que
nós provamos hoje, amanhã apagaremos do quadro, e só voltaremos a escrevê-lo quando estiver
comprovado outra vez. E quando estiver provado o que desejamos provar, toda desconfiança será
pouca. (...) A prática da ciência me parece exigir notável coragem, desse ponto de vista. Ela negocia com
o saber obtido através da dúvida. Arranjando saber, a respeito de tudo e para todos, ela procura fazer
com que todos duvidem.” BRECHT, Bertold. A vida de Galileu. In: Brecht, Bertold. Teatro completo. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1991. Vol. 06. pp. 51 – 170.
O Renascimento científico marcou profundamente o pensamento ocidental, e Galileu foi um dos
grandes expoentes desse movimento. Algumas de suas premissas são válidas até os dias de hoje, como
por exemplo:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: o enunciado trabalha a filosofia da ciência — especialmente a prática experimental e a atitude da dúvida que marcaram o Renascimento científico (Galileu) e permanecem centrais no método científico moderno.
Resumo teórico (claro e progressivo): A ciência moderna combina observação, hipótese, experimento e replicação. A experiência e a dúvida sistemática garantem que conclusões sejam testáveis e revisáveis. Veja conceitos-chave: experimentação (verificar hipóteses por teste controlado), falsificabilidade (Popper: teorias devem poder ser refutadas), e repetibilidade (resultados validados por outras pesquisas). Fontes úteis: Francis Bacon (método empírico), Karl Popper, manuais de metodologia científica e artigos sobre história da ciência (Galileo studies).
Por que a letra A é correta: A alternativa resume exatamente a mensagem do texto: a ciência exige experimentação e uma atitude de dúvida constante, ou seja, testar hipóteses, apagar e reescrever resultados quando necessário. Galileu e o Renascimento valorizaram provas empíricas e a revisão contínua do saber.
Análise das alternativas incorretas:
B — incorreta: fala em provas irrefutáveis. Ciência não trabalha com verdades absolutas; trabalha com evidências que se mantêm até serem refutadas (ver Popper). Procurar no enunciado termos absolutos como “irrefutável” é sinal de pegadinha.
C — incorreta: afirma que resultados dependem da opinião majoritária. Ciência não é decisão por voto; é avaliação por evidência, método e replicação. A maioria pode estar errada (ex.: resistência inicial a teorias novas).
D — incorreta: valoriza a dúvida mas minimiza o método. Dúvida sem método não produz conhecimento sólido; método e experimentação são imprescindíveis para transformar dúvida em conhecimento testável.
Estratégia prática para concursos: atente às palavras-chave absolutos (sempre, nunca, irrefutável, maioria) e às combinações de conceitos (dúvida + método vs. dúvida sem método). Prefira alternativas que expressem equilíbrio entre prova empírica e espírito crítico.
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