Analise as indicações abaixo:
I - Censura e controle
“O samba O Bonde de São Januário, de autoria de Wilson Batista composta em 1940 e interpretado por Ataúfo Alves, foi censurado pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Esse órgão, criado pelo governo de Getúlio Vargas durante o Estado Novo, exercia de forma severa a censura sobre os jornais, as revistas, o teatro, o cinema, a literatura, o rádio e as demais manifestações culturais. A letra original dizia: “O bonde de São Januário/leva mais um sócio otário/só eu não vou trabalhar”.”
Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=23459
O Bonde de São Januário
Quem trabalha é quem tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O Bonde de São Januário leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar
Antigamente eu não tinha juízo
Mas hoje eu penso melhor no futuro
Graças a Deus sou feliz vivo muito bem
A boemia não dá camisa a ninguém
Passe bem!
Composição: Wilson Batista
II - Expectativa de apoio estatal nas disputas de terra
“Deste Norte do Paraná, que já parecera o eldorado para milhares de brasileiros que para lá se deslocavam,
chega a carta de José Arruda de Oliveira. A carta não serve apenas para pedir, mas também contar sua vida:
“Trabalhei na Bahia em cinqüenta e cinco tarefas de cacau, mas só recebi mil cruzeiros por pé. Tenho sofrido
muito na unha dos tubarões. Eu não queria trabalhar mais para os tubarões”. Tubarão, na linguagem da
época, era o explorador que não plantava, mas colhia o resultado de seu plantio. Arruda continuava: “Formei
quatro alqueire de café, e tenho uma posse. Mas agora homem da companhia agrícola de Catanduva diz que
a terra é deles. Eu agaranto que é mata do Estado”. Ser mata do Estado abria para Arruda a esperança de que
pudesse ficar em paz: “eu assisti o seu comício em Londrina e fiquei muito satisfeito. Eu queria muito
conversar com o senhor pra contar o que acontece aqui no Paraná.”.”
RIBEIRO, Vanderlei V. Cartas da roça ao presidente: os camponeses ante Vargas e Perón.
Revista de História Comparada, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 9, 2007.