“[...] poderíamos dizer que o Estado getulista promoveu o capitalismo nacional, tendo dois suportes: no
aparelho de Estado, as Forças Armadas; na sociedade, uma aliança entre a burguesia industrial e setores da
classe trabalhadora urbana.”AUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013
Em relação ao governo de Getúlio Vargas, podemos AFIRMAR que
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: o período getulista (especialmente o Estado Novo, 1937–1945) e sua forma de intervenção estatal na economia, nas relações trabalhistas e na organização política. É importante relacionar autoritarismo, centralização, corporativismo e o papel das Forças Armadas e da Igreja.
Resumo teórico: Getúlio Vargas estabeleceu um Estado autoritário e centralizador no Estado Novo. Características essenciais: fortalecimento do aparelho estatal, controle sobre forças de segurança, adoção do corporativismo como modelo de representação das classes (mediado pelo Estado), aproximação com setores conservadores — inclusive a Igreja Católica — e políticas de proteção e fomento à indústria nacional. Exemplo legislativo: a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, Decreto‑Lei nº 5.452/1943) institucionalizou relações trabalhistas sob tutela estatal. (Veja: Boris Fausto, História do Brasil; estudos sobre Estado Novo.)
Por que a alternativa A está certa: descreve corretamente o perfil do Estado Novo — autoritário e centralizador — e aponta elementos centrais usados por Vargas: o papel das Forças Armadas como base do poder, a política corporativista para controlar e mediar conflitos sociais e a aproximação com a Igreja Católica como legitimação conservadora. Essas características são consensuais na historiografia sobre o período.
Análise das alternativas incorretas:
B (errada): afirma que Vargas contou com apoio total das Forças Armadas e das elites paulistas em 1932. Na prática, houve tensões com marinha e setores militares; e em 1932 as elites paulistas organizaram a Revolução Constitucionalista contra Vargas — portanto não o apoiaram.
C (errada): sugere apropriação de ideias marxistas e projeto comunista. Pelo contrário, o regime reprimiu comunistas (ex.: repressão após a Intentona Comunista de 1935) e adotou políticas nacional‑desenvolvimentistas e autoritárias, não um projeto revolucionário comunista.
D (errada): acerta ao apontar o DIP e a propaganda estatal no Estado Novo, mas erra ao afirmar que estimulava a livre produção das artes. O DIP (criado em 1939) controlava e censurava expressões culturais, usando a produção artística para fins de propaganda do regime, não liberando-a indiscriminadamente.
Dica de interpretação: atente para termos absolutos (“apoio total”, “livre produção”) e para concordância entre fato e período (por exemplo, a Revolução de 1932 contradiz apoio paulista). Relacione políticas concretas (CLT, DIP, corporativismo) ao contexto cronológico.
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