Marque a alternativa que faz uma afirmação
errada quanto aos aspectos linguísticos e/ou
discursivos do texto.
Para a questão, leia o texto abaixo.
Qual a nota máxima que alguém já tirou no teste de QI?
Foi 162. Nos últimos anos, três crianças
conseguiram essa pontuação, no processo de
avaliação da Mensa, a famosa sociedade
exclusiva para pessoas de alto QI.
Isso não quer dizer que dá para cravar
que esses geniozinhos são os mais inteligentes da
Terra.
É que não existe um único teste
padronizado para avaliar o nível de inteligência
das pessoas. Mesmo entre as oficiais e
confirmadas pelas ciências, há um punhado de
avaliações diferentes. Só dentro da Mensa, existe
três.
Além disso, essas crianças não passaram
pelo mesmo teste que seria aplicado a um adulto.
Essas provas levam em conta a faixa etária – só
indicam, portanto, que há uma inteligência acima
do esperado para determinada fase da vida.
Sabendo disso, fica complicado comparar gente
de idades muito diferentes.
Em terceiro lugar, vale lembrar que não
existe “nota 10” quando estamos falando de teste
de QI.
No Wais-IV, nome dado ao mais difundido
teste de QI, não existe um teto. Pior: quanto maior
a pontuação, menos ela diz sobre uma pessoa.
Uma nota 100 significa uma inteligência
mediana. Pessoas de inteligência muito superior
tiram a partir de 130. A partir de 160, o teste perde
a capacidade de assimilar todas as nuances
dessas mentes brilhantes. No fim, todos esses
testes de QI têm algo em comum: depende de
Quem Indica.
(https://super.abril.com.br/blog/oraculo/qual-a-nota-maxima-que-alguem-jatirou-no-teste-de-qi/. Acesso em 17/9/2018. Texto adaptado)
Gabarito comentado
Tema central: Interpretação de texto, análise de gênero textual e domínio de aspectos gramaticais, como concordância verbal, além da compreensão de estratégias discursivas.
Justificativa da alternativa correta (E):
A alternativa E está incorreta, pois apresenta dois erros fundamentais:
- O texto não obedece ao gênero notícia. Ele tem linguagem acessível, voltada à divulgação científica, aproximando-se do gênero artigo de divulgação e não da clássica notícia, que exige objetividade extrema, impessoalidade e uma estrutura padronizada (lead, corpo da notícia e conclusão). Aqui, há explicações e construções subjetivas como "Pior: quanto maior a pontuação, menos ela diz sobre a pessoa", marcas de oralidade e até ironia, aspectos não próprios da notícia tradicional.
- Além disso, o texto não se mantém em "linguagem padrão formal" o tempo todo, já que adota expressões do cotidiano para se aproximar do leitor ("geniozinhos", "Pior:"). E não é a formalidade que aproxima interlocutores, mas sim linguagem clara e acessível.
Análise das alternativas incorretas:
A) Correta. O texto usa linguagem simples e cotidiana para atingir o leitor comum, exatamente como exemplificado.
B) Correta. Aponta corretamente o erro de concordância: "existe três" deveria ser "existem três". Traz, ainda, um exemplo normativo correto para o verbo "haver", que é impessoal nesse caso (deve ficar no singular).
C) Correta. O texto é expositivo, não opinativo, predominando a exposição de ideias, explicações e esclarecimentos com verbos no presente.
D) Correta. Confirma que o texto amplia informações sobre o tema após responder a pergunta inicial.
Destaques gramaticais-chave:
A norma-padrão, segundo Celso Cunha & Lindley Cintra e Evanildo Bechara, exige concordância entre o verbo "existir" e o sujeito ("três"), e determina impessoalidade para "haver" no sentido de "existir". Quanto ao gênero textual, o conceito de notícia demanda formalidade, objetividade e impessoalidade, o que não é o caso do texto analisado.
Estratégia para provas:
Fique atento à identificação precisa do gênero textual, à análise dos traços linguísticos e à percepção entre linguagem formal e coloquial.
Gabarito: E
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