Com a formação do Estado, no Egito Antigo,
“O faraó passou a concentrar todos os
poderes em suas mãos, sendo cada vez
mais considerado um deus vivo. Boa parte
das terras passou a ser controlada por ele, a
quem a população deveria pagar tributos e
servir, por meio de trabalho compulsório. A
personificação do Estado na figura do faraó
e a sua identificação com um deus, permitenos, portanto, falar em uma monarquia
teocrática no Egito Antigo.”
VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o
ensino médio: história geral e do Brasil: volume único. São
Paulo: Scipione, 2001. p. 40.
Muitos Estados nacionais, no mundo
contemporâneo ocidental, orientam-se pelo
ideário laico e liberal-democrático,
diferentemente do Estado organizado no
antigo Egito, no qual predominava
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: a relação entre religião e política no Estado do Egito Antigo — conceito-chave para provas de História Geral. É preciso entender como a figura do faraó integrava poder político, religioso e econômico, justificando formas de governo chamadas de teocráticas.
Resumo teórico (claro e progressivo):
No Egito Antigo o faraó era visto como manifestação divina ou intermediário entre deuses e homens. Essa sacralização legitimava a concentração de autoridade: controle de terras, cobrança de tributos e mobilização de trabalho obrigatório (corvéia). A unidade política (Alto e Baixo Egito) e a função religiosa do rei tornaram a religião elemento estruturante do Estado — daí o termo monarquia teocrática. (Ver: Vicentino & Dorigo; enciclopédias como Encyclopaedia Britannica sobre Ancient Egypt.)
Justificativa da alternativa B: ela afirma precisamente a vinculação entre religião e política como princípio organizador do Estado egípcio originado com a unificação. Isso corresponde à evidência histórica: a legitimidade do poder real apoiava-se em carisma religioso e rituais que mantinham a ordem cósmica (maat), vinculando diretamente autoridade política e função sacerdotal/religiosa.
Análise das alternativas incorretas:
A: incorreta porque associa a “Teoria do Direito Divino dos Reis” a Santo Agostinho e Tomás de Aquino e a aplica como fundamento do Egito antigo. Essa formulação é medieval e cristã; não explica a representação do poder no Egito faraônico — é anacrônica.
C: errada ao afirmar que sacerdotes construíram uma proposta política voltada aos camponeses. Na prática, sacerdotes preservavam interesses religiosos e econômicos (grandes propriedades templárias); não houve alinhamento institucional primário em favor dos camponeses.
D: incorreta porque fala em “diarquia teocrática” e liga isso a Amenófis IV (Akhenaton). Akhenaton promoveu uma reforma religiosa monoteísta/henoteísta centrada no disco solar (Aton), mas não instituiu uma diarquia nem mudou a natureza do Estado antigo como originário; sua reforma foi tardia e de curta duração.
Estratégias para provas: procure termos-chave (ex.: teocracia, faraó = deus, unificação Alto/Baixo). Desconfie de alternativas anacrônicas (atribuir ideias medievais a civilizações antigas) e de exageros (ex.: reformas únicas transformaram toda a estrutura estatal de modo permanente).
Fontes indicadas: Vicentino & Dorigo (História para o ensino médio); Encyclopaedia Britannica — tópicos sobre Ancient Egypt e Pharaoh.
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