A partir da análise da charge e dos conhecimentos sobre o processo político e econômico brasileiro, no período republicano, pode-se afirmar:

Sobre a charge proposta pela questão, vamos selecionar a alternativa correta:

A) Correta – Durante o governo JK (1956-1961), o Brasil viveu um período de intenso desenvolvimento industrial, com ênfase na expansão do setor automobilístico. Essa industrialização acelerada ocorreu em detrimento de políticas de investimentos sociais mais abrangentes, especialmente em áreas rurais, o que contribuiu para o êxodo rural, pois muitas pessoas deixaram o campo em busca de melhores oportunidades nas cidades industrializadas. A charge retrata o contraste entre as prioridades econômicas e sociais durante o governo de Kubitschek ao mostrar uma figura, que representa o "Povo", subordinada ao projeto dos automóveis, simbolizando como as demandas sociais foram secundarizadas em prol do crescimento econômico.

B) Incorreta – A imigração japonesa para o Brasil foi um processo que começou no início do século XX e não foi um foco específico do período de industrialização durante o governo populista ou de JK. A industrialização no Brasil, particularmente no governo JK, estava mais concentrada em desenvolver a indústria nacional do que em intensificar qualquer política migratória.

C) Incorreta – A Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi uma manifestação contrária ao governo de João Goulart (1961-1963) e suas reformas de base, que eram vistas por setores conservadores da sociedade como uma ameaça ao modelo capitalista. A classe trabalhadora, em geral, apoiava as políticas de Jango, que incluíam reformas sociais e econômicas para melhorar suas condições

D) Incorreta – A política de Itamar Franco (1992-1994) de incentivar a produção do carro popular, como o fusca, visava justamente revitalizar a indústria automobilística nacional e democratizar o acesso ao automóvel, e não causou desemprego ou obsolescência industrial. Pelo contrário, foi uma medida de incentivo ao setor.

E) Incorreta – Durante o governo Collor (1990-1992), a classe trabalhadora se opôs principalmente às políticas neoliberais e ao processo de abertura econômica que resultou em desindustrialização e desemprego. A oposição não estava ligada à ausência de uma política de construção de carros populares, mas à situação econômica e à perda de empregos em vários setores da economia.

Gabarito – Letra A

Referência:

Schwarcz, Lilia Moritz, and Heloisa Murgel Starling. Brasil: uma biografia: Com novo pós-escrito. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2015.