Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem
qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse
sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade
interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um
homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e
querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que
o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício,
esse viver para ele: de modo que os homens do amor
e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os
egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema
moralidade, para poder subsistir, teria de requerer a existência
da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma.
(Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.)
A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta
pressupostos
Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma.
(Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.)
A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos