O modo de produção tem sido utilizado para a melhor
compreensão das diversas sociedades humanas, em tempos
históricos e espaços distintos.
Dessa maneira, as características de modo de produção
explicitadas no texto podem ser corretamente identificadas, na
história das sociedades,
O modo de produção tem sido utilizado para a melhor
compreensão das diversas sociedades humanas, em tempos
históricos e espaços distintos.
Dessa maneira, as características de modo de produção
explicitadas no texto podem ser corretamente identificadas, na
história das sociedades,
[...] a propriedade da terra era monopólio do Estado, restando às comunidades locais apenas a posse privada da terra e dos frutos por ela produzidos. Aqui, a propriedade era estatal e somente a posse era privada, mas mesmo assim era uma posse em nível de aldeia comunal, e não propriamente individual.
[...] quem se apropriava do excedente da produção não eram indivíduos privados e nem mesmo os agrupamentos locais comunais, mas sim o Estado, a unidade superior agregadora e ratificadora do nexo social entre as várias comunidades aldeãs, espalhadas pela quase infinita vastidão do território (Marx. Apud Godelier, 1969: 54). [...] Para Marx, como dissemos, o Estado é uma forma de instituição que nasce naturalmente das necessidades das comunidades semigregárias, ou recém-assentadas, de organizar as obras de produção e reprodução da vida material imediata.
(ANAIS. 2017).
[...] a propriedade da terra era monopólio do Estado, restando às comunidades locais apenas a posse privada da terra e dos frutos por ela produzidos. Aqui, a propriedade era estatal e somente a posse era privada, mas mesmo assim era uma posse em nível de aldeia comunal, e não propriamente individual.
[...] quem se apropriava do excedente da produção não eram indivíduos privados e nem mesmo os agrupamentos locais comunais, mas sim o Estado, a unidade superior agregadora e ratificadora do nexo social entre as várias comunidades aldeãs, espalhadas pela quase infinita vastidão do território (Marx. Apud Godelier, 1969: 54). [...] Para Marx, como dissemos, o Estado é uma forma de instituição que nasce naturalmente das necessidades das comunidades semigregárias, ou recém-assentadas, de organizar as obras de produção e reprodução da vida material imediata.
(ANAIS. 2017).
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: a questão explora a categoria marxista de modo de produção — em particular o que se costuma chamar de “modo de produção asiático” — onde a terra é monopólio do Estado, a posse é comunal e o excedente é apropriado pela instância estatal.
Resumo teórico: esse modelo caracteriza sociedades antigas do Oriente Próximo (palácios e templos) em que o poder central organiza obras públicas, redistribui produção e coleta tributos/corveias. A terra, na prática, é explorada por aldeias com posse comunal; o Estado (palácio/templo) concentra e redistribui o excedente. Obras de referência: Marx (conceito do “modo asiático”); Karl Polanyi, The Great Transformation (sobre mecanismos de redistribuição); estudos de história do Próximo Oriente (ex.: Mario Liverani) que descrevem economias palacianas/templárias.
Por que a alternativa B está correta: o Oriente Próximo antigo (Mesopotâmia, Egito e estados palacianos) apresenta precisamente as características descritas — concentração de terras e excedente em torno de templos e palácios, posse aldeã comunal e apropriação estatal do excedente para obras e manutenção do aparato. Isso casa com a leitura marxista indicada no enunciado.
Análise das alternativas incorretas:
A — Neolítico / gênese da sociedade grega: errado. Comunidades neolíticas tinham formas comunais, mas a formação da polis grega implica propriedade privada crescente e autonomia das cidades-estado, não o monopólio estatal descrito.
C — Sociedade romana imperial: errado. No Império Romano o excedente era majoritariamente apropriado por latifundiários privados, pelo patrício e pelo mercado; o Estado tributava, mas não centralizava a terra como monopólio estatal na forma palaciana descrita.
D — Sociedade medieval (suserania/vassalagem): errado. A relação feudal pressupõe senhorio senhorial descentralizado; a apropriação do excedente ocorre por senhores privados, não por um Estado central que detém monopólio territorial como no modelo oriental antigo.
E — Império Bizantino: parcialmente enganosa. Embora houvesse forte autoridade imperial, a economia bizantina incluía propriedades privadas, o sistema temático e variações regionais — não se ajusta plenamente ao quadro clássico de posse aldeã comunal e apropriação palaciana do excedente típico do Próximo Oriente.
Dica de resolução: procure palavras-chave do enunciado — “monopólio do Estado”, “posse comunal”, “apropriação do excedente pelo Estado” — e relacione imediatamente ao conceito de modo de produção asiático / economias palacianas. Descarte alternativas que apontem apropriação por indivíduos ou por senhores privados.
Referências rápidas: Marx (no debate sobre o “modo de produção asiático”); Karl Polanyi, The Great Transformation (1944); Mario Liverani, estudos sobre o Próximo Oriente antigo.
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