No século XIX a mão-de-obra escrava já não correspondia às demandas do mundo capitalista, por isso foi
abolido nas colônias européias. Assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: transformação do mercado de trabalho pós‑escravidão no século XIX e as políticas de substituição da mão‑de‑obra escrava. É preciso relacionar contexto econômico (expansão do capitalismo, demandas por trabalho assalariado) e as respostas sociais e estatais (imigração incentivada, mudança de regime trabalhista).
Resumo teórico curto e progressivo: no século XIX houve mudança estrutural na economia mundial — industrialização e novas formas de produção reduziram a importância da escravidão nas colônias europeias. No Brasil, após leis abolicionistas graduais e a Lei Áurea (Lei nº 3.353, 13/05/1888), proprietários rurais e o Estado buscaram mão‑de‑obra europeia assalariada, financiando e incentivando a imigração. Ao mesmo tempo, os libertos enfrentaram exclusão social e dificuldade de inserção no trabalho assalariado. Fontes: Lei Áurea (1888); estudos de Emília Viotti da Costa sobre a abolição no Brasil.
Por que a alternativa D é correta: após a abolição houve forte política e prática de atração de imigrantes europeus (italianos, portugueses, alemães, etc.) para trabalhar nas lavouras, especialmente no café. O Estado e fazendeiros ofereceram auxílio, contratos e transporte para substituir a mão‑de‑obra escrava por trabalhadores assalariados europeus — portanto, os imigrantes tornaram‑se a principal fonte de mão‑de‑obra para muitos setores rurais.
Análise das alternativas incorretas:
A — Falsa. Indígenas foram escravizados no Brasil colonial — houve trabalho forçado, aldeamentos e reduções; a afirmação de “nunca foram escravizados” é historicamente incorreta.
B — Falsa. A incorporação dos negros ao trabalho assalariado foi difícil e limitada. A maioria dos libertos sofreu falta de terras, discriminação e condições precárias; a transição para trabalho assalariado não foi automática nem fácil.
C — Falsa por imprecisão. O tráfico transatlântico de africanos se intensificou com a expansão europeia após o século XV, mas afirmar que “teve início” exclusivamente com o “descobrimento” é simplista: havia formas de escravidão africana anteriores e o comércio evoluiu ao longo do tempo; a alternativa confunde cronologia e causalidade.
E — Falsa. A abolição resultou de múltiplos fatores: pressões econômicas, políticas internacionais, ação de movimentos abolicionistas e a resistência dos próprios negros escravizados (fugas, quilombos, revoltas). Reduzir o processo a “somente demanda de mercado” e retratar os negros como passivos é equivocado.
Dica de interpretação: busque palavras‑chave (ex.: “século XIX”, “mão‑de‑obra”, “abolido”) e relacione com políticas reais (imigração incentivada, Lei Áurea). Desconfie de alternativas demasiado absolutas ou simplistas.
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