Questão a63fa518-b2
Prova:UPE 2016
Disciplina:Filosofia
Assunto:Formas de Governo: Democracia e Representatividade, A Política

Leia o texto a seguir sobre o Estado Democrático.

Para Aristóteles, o motivo pelo qual nasce o Estado é o de tornar possível a vida e também uma vida feliz. De fato, a meta final da vida humana é a felicidade. Por isso, a razão de ser do Estado é facilitar o acesso a essa meta.
MONDIN, B. O homem, quem é ele? São Paulo: Edições Paulinas, 1980, p. 157.

Na citação acima, o autor faz uma reflexão filosófica sobre a dimensão do Estado, afirmando que

A
o Estado é a felicidade da vida humana, e a razão tem valor secundário nessa meta.
B
a meta final da vida humana é a felicidade, e o sentido do Estado é obstar o acesso a essa meta.
C
o Estado tem significância na meta da felicidade, e a vida humana é, por natureza, social.
D
na esfera do Estado, a questão democrática é prescindível.
E
a democracia é condição secundária na razão de ser do Estado.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa C

Tema central — a questão aborda a concepção aristotélica sobre o Estado: por que ele nasce e qual seu fim. É preciso conhecer o conceito de telos (fim), a ideia de eudaimonia (felicidade/vida plena) e a famosa afirmação de Aristóteles de que o homem é um zoon politikon — um ser naturalmente social (Política; Ética a Nicômaco).

Resumo teórico

Para Aristóteles, a comunidade política surge porque o indivíduo, sozinho, não alcança a plenitude. O Estado existe para facilitar o alcance da felicidade (eudaimonia), não para ser igual à própria felicidade. A vida humana é, por natureza, social: a polis permite a realização moral e intelectual dos indivíduos (Aristóteles, Política; Ética a Nicômaco).

Por que a alternativa C é correta

A alternativa C afirma que o Estado tem significância na meta da felicidade e que a vida humana é, por natureza, social. Isso condensa precisamente a tese aristotélica do texto-base: o Estado é instrumental para a vida feliz e a sociabilidade humana é natural. Portanto, é a melhor leitura da citação.

Análise das alternativas incorretas

A — Incorreta: diz que o Estado é a própria felicidade e que a razão é secundária. Aristóteles não confunde instrumento com fim; o Estado facilita a felicidade, não a substitui.

B — Incorreta: afirma que o Estado obsta (impede) o acesso à felicidade — é o oposto do que o texto diz.

D — Incorreta: insinua que a questão democrática é prescindível no Estado. O texto trata do fim do Estado, não faz essa redução; além disso, Aristóteles analisa formas de governo, mas não afirma aqui que a democracia é irrelevante.

E — Incorreta: reduz a democracia a condição secundária da razão de ser do Estado. A citação fala da meta do Estado (felicidade), não hierarquiza regimes políticos.

Estratégia para provas

Busque palavras-chave do enunciado: meta final, facilitar o acesso, vida social. Confronte literalmente o sentido do texto com as alternativas: atenção às inversões de sentido (ex.: facilitar × obstar) e às generalizações indevidas (ex.: identificar o Estado com a felicidade).

Fontes: Aristóteles — Política; Ética a Nicômaco (noções básicas sobre eudaimonia e o homem como animal político).

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