Questão a2d8df6c-b2
Prova:UFRR 2017
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Antiguidade Oriental (Egípcios, Mesopotâmicos, Persas, Indianos e Chineses)

O exercício da leitura e escrita entre jovens nas escolas brasileiras é um desafio diário. No Antigo Egito, a prática da leitura e escrita envolvia muitas etapas, como mostra o fragmento do texto, abaixo.

"Os aprendizes da escrita, que ingressavam na escola […] por volta dos cinco anos […] deveriam aprender a escrever, a ler e a realizar pequenos cálculos. O treinamento era aplicado por professores, escribas profissionais e sacerdotes que não se encontravam a serviço do culto templário. Incentivava-se a cópia de textos […] úteis para instruí-los sobre sua conduta e o modo de vida […]. Como suporte para essas cópias os jovens estudantes empregavam lascas de calcário ou fragmentos de cerâmica […], raramente teriam como praticar a escrita em um papiro […], visto que se tratava de um material caro e de difícil confecção. Este só era destinado àqueles que possuíam a experiência e o conhecimento necessário com o pleno domínio das regras de sintaxe e da ortografia".

(SANTOS, M. Elias. A Formação dos escribas entre os egípcios antigos. Philía. Jornal Informativo de História Antiga. Rio de Janeiro, ano XIII, n.38, abr./maio/jun.2001).


Sobre a escrita desenvolvida no Antigo Egito, pode-se afirmar que:

A
As formas de escritas encontradas no Egito Antigo não puderam ser comprovadas, cientificamente, como originárias da região da África.
B
Na pedra da Roseta havia escritos egípcios em hieróglifo, demótico e grego. Foi decifrada e traduzida pelo linguista francês Jean-François Champollion.
C
Os hieróglifos não foram decodificados, sendo a decifração destes, um mistério para os historiadores até os dias atuais.
D
A escrita demótica encontrada por volta do ano 700 a.C., possibilitou aos historiadores entenderem a vida do jovem Faraó Tutankhamon (Tutancâmon).
E
A escrita hierática era utilizada somente pelos escribas mais próximos do faraó, sendo que, o conhecimento e a interpretação destes textos eram dados como mágicos pelos egípcios.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: B

Tema central: sistemas de escrita no Antigo Egito (hieróglifos, hierática e demótica), seu uso social e a decifração moderna — especialmente o papel da Pedra de Roseta e de Jean‑François Champollion.

Resumo teórico conciso:

Hieróglifos — escrita monumental associada a templos, túmulos e textos religiosos; grafia pictográfica e fonética.

Hierática — forma cursiva derivada dos hieróglifos, usada por escribas em papiros e documentos administrativos e religiosos.

Demótica — escrita cursiva posterior (aprox. 7º século a.C. em diante) para documentos civis e comerciais; aparece também na Pedra de Roseta.

A Pedra de Roseta (tecido de granodiorito) traz texto em três escritas: hieróglifo, demótico e grego. Em 1822 Champollion decifrou os hieróglifos ao comparar os três textos e identificar sinais fonéticos ligados a nomes próprios (fonte: Champollion, Lettre à M. Dacier, 1822; ver também J. P. Allen, Middle Egyptian).

Por que a alternativa B está correta:

A afirmação B cita corretamente as três inscrições da Pedra de Roseta (hieróglifo, demótico e grego) e atribui a decifração a Jean‑François Champollion — fato histórico consolidado. A Pedra foi peça-chave para a compreensão moderna dos hieróglifos.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta: as formas de escrita egípcias são comprovadamente originárias do vale do Nilo; há evidência arqueológica e paleográfica que as situam na região.

C — Incorreta: hieróglifos foram decifrados no século XIX por Champollion; não é mistério atual.

D — Incorreta: a escrita demótica surge por volta do 7º séc. a.C., muito depois da época de Tutankhamon (século XIV a.C.); documentos sobre Tutankhamon vêm de hieróglifos e registros do Novo Império, não do demótico.

E — Incorreta: a hierática não era restrita apenas aos escribas próximos ao faraó; era uma escrita prática de escribas em vários níveis burocráticos e religiosos — e o saber dos escribas era valorizado, mas não simplesmente rotulado como “mágico”.

Dica de interpretação para provas: foque em termos cronológicos (datas, dinastias), indicadores únicos (Pedra de Roseta = trilingue) e evite alternativas com generalizações absolutas. Procure cruzar o que é específico e verificável.

Fontes recomendadas: Jean‑François Champollion (1822), James P. Allen, Middle Egyptian: An Introduction to the Language and Culture of Hieroglyphs; British Museum — Rosetta Stone.

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