O exercício da leitura e escrita entre jovens nas escolas
brasileiras é um desafio diário. No Antigo Egito, a prática
da leitura e escrita envolvia muitas etapas, como mostra o
fragmento do texto, abaixo.
"Os aprendizes da escrita, que ingressavam na escola
[…] por volta dos cinco anos […] deveriam aprender a
escrever, a ler e a realizar pequenos cálculos. O
treinamento era aplicado por professores, escribas
profissionais e sacerdotes que não se encontravam a
serviço do culto templário. Incentivava-se a cópia de
textos […] úteis para instruí-los sobre sua conduta e o
modo de vida […]. Como suporte para essas cópias os
jovens estudantes empregavam lascas de calcário ou
fragmentos de cerâmica […], raramente teriam como
praticar a escrita em um papiro […], visto que se tratava de
um material caro e de difícil confecção. Este só era
destinado àqueles que possuíam a experiência e o
conhecimento necessário com o pleno domínio das regras
de sintaxe e da ortografia".
(SANTOS, M. Elias. A Formação dos escribas entre os egípcios antigos.
Philía. Jornal Informativo de História Antiga. Rio de Janeiro, ano XIII, n.38,
abr./maio/jun.2001).
Sobre a escrita desenvolvida no Antigo Egito, pode-se
afirmar que:
Gabarito comentado
Resposta correta: B
Tema central: sistemas de escrita no Antigo Egito (hieróglifos, hierática e demótica), seu uso social e a decifração moderna — especialmente o papel da Pedra de Roseta e de Jean‑François Champollion.
Resumo teórico conciso:
Hieróglifos — escrita monumental associada a templos, túmulos e textos religiosos; grafia pictográfica e fonética.
Hierática — forma cursiva derivada dos hieróglifos, usada por escribas em papiros e documentos administrativos e religiosos.
Demótica — escrita cursiva posterior (aprox. 7º século a.C. em diante) para documentos civis e comerciais; aparece também na Pedra de Roseta.
A Pedra de Roseta (tecido de granodiorito) traz texto em três escritas: hieróglifo, demótico e grego. Em 1822 Champollion decifrou os hieróglifos ao comparar os três textos e identificar sinais fonéticos ligados a nomes próprios (fonte: Champollion, Lettre à M. Dacier, 1822; ver também J. P. Allen, Middle Egyptian).
Por que a alternativa B está correta:
A afirmação B cita corretamente as três inscrições da Pedra de Roseta (hieróglifo, demótico e grego) e atribui a decifração a Jean‑François Champollion — fato histórico consolidado. A Pedra foi peça-chave para a compreensão moderna dos hieróglifos.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta: as formas de escrita egípcias são comprovadamente originárias do vale do Nilo; há evidência arqueológica e paleográfica que as situam na região.
C — Incorreta: hieróglifos foram decifrados no século XIX por Champollion; não é mistério atual.
D — Incorreta: a escrita demótica surge por volta do 7º séc. a.C., muito depois da época de Tutankhamon (século XIV a.C.); documentos sobre Tutankhamon vêm de hieróglifos e registros do Novo Império, não do demótico.
E — Incorreta: a hierática não era restrita apenas aos escribas próximos ao faraó; era uma escrita prática de escribas em vários níveis burocráticos e religiosos — e o saber dos escribas era valorizado, mas não simplesmente rotulado como “mágico”.
Dica de interpretação para provas: foque em termos cronológicos (datas, dinastias), indicadores únicos (Pedra de Roseta = trilingue) e evite alternativas com generalizações absolutas. Procure cruzar o que é específico e verificável.
Fontes recomendadas: Jean‑François Champollion (1822), James P. Allen, Middle Egyptian: An Introduction to the Language and Culture of Hieroglyphs; British Museum — Rosetta Stone.
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