Questão 8207c794-ff
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Quanto à linguagem empregada no texto, assinale a
afirmativa correta.
Quanto à linguagem empregada no texto, assinale a
afirmativa correta.
O que é prevenção de suicídio, afinal?
Dia mundial de prevenção de suicídio, 10 de setembro.
De um tempo para cá todo ano voltamos ao tema. Mas ainda
estamos encontrando o tom.
Após uma vida inteira ignorando o assunto os meios de
comunicação resolveram finalmente abordá-lo. Mas, presos
aos modelos de campanhas de conscientização habituais
focaram-se nos números, taxas de crescimento, histórias
individuais, entrevistas com pessoas afetadas pela questão.
Tudo muito importante para que a sociedade fique mais
esclarecida sobre o panorama local, nacional e até mundial
sobre o suicídio. Mas inócuo para prevenção de fato.
O que é prevenção, afinal? A prevenção em saúde se dá
em três níveis:
Prevenção primária: estratégias para evitar o
adoecimento, retirando fatores de risco.
Prevenção secundária: detecção precoce de pessoas
acometidas por um problema, se possível antes de ele se
manifestar.
Prevenção terciária: intervenções para evitar sequelas
depois que o problema acontece.
De trás para frente, quando se fala em suicídio, não é
possível fazer prevenção terciária, a não ser tratar das
feridas emocionais de quem ficou (na chamada pósvenção).
E o que seria a prevenção secundária nesses casos?
Evitar que pessoas já com intenções ou planos suicidas
cometam o ato. Tal situação normalmente se dá quando
existe um transtorno mental que agrava uma situação de
crise – por estar doente ela não vê outra saída que não a
morte. É preciso então dissuadi-las disso, mostrando que o
ser humano consegue superar qualquer coisa se tiver ajuda
suficiente e se suas emoções não estiverem adoecidas. Não
adianta apresentar números, contar histórias tristes.
Ninguém nessa situação vai pensar “Puxa, quanta gente já
se matou, né? Melhor eu não fazer isso”. Ao contrário, tais
dados podem até normalizar para elas esse comportamento.
Faremos prevenção se ensinarmos todo mundo a detectar
sintomas de depressão, a diferenciar uso e dependência de
substâncias; se combatermos o preconceito com psiquiatria,
psicologia, estimulando em quem precisa a busca de ajuda e
apresentando caminhos para atendimento em crises (como
o CVV – fone 188). Se a sociedade inteira compreender que
essas são formas eficazes de se buscar saídas para situações
aparentemente insolúveis e insuportáveis, poderemos
prevenir alguns casos.
Evidentemente o ideal é que a gente não chegue a
ponto de considerar seriamente o suicídio. Como já vimos
que isso normalmente ocorre quando crises parecem
insuportáveis e insolúveis em função do adoecimento
emocional, esse último deveria ser o alvo da prevenção
primária. É ingênuo achar ser possível prevenir crises. Mas
evitar o adoecimento é um alvo a ser perseguido com afinco.
Atividade física regular, sono de qualidade, alimentação
saudável, desenvolvimento de vínculos afetivos, criação de
uma rede de suporte, tudo isso – de preferência ao mesmo tempo – oferece boa proteção ao adoecimento ou ao
agravamento dos transtornos mentais. Falar disso – que
aparentemente nada tem a ver com o suicídio – talvez seja
uma das formas mais importantes de prevenir novos casos.
Ah, e apesar de óbvio, vale a pena lembrar: não adianta
voltarmos a esses temas apenas ano que vem, ok?
Já percebeu como diante das mesmas situações –
mesmo as dramáticas – tem gente que desmorona, outros
sofrem por um tempo mas seguem em frente, e ainda há
quem não se abale? Isso mostra que boa parte do problema
diante de eventos negativos não está neles, mas em nós –
como nossa história, nossos pensamentos, pressupostos e
crenças interferem na forma com que lidamos com as
adversidades. Em O poder da resiliência (Sextante, 2019) o
psicólogo Rick Hanson se uniu ao consultor Forrest Hanson
para mostrar, baseado em pesquisas científicas e exemplos
práticos, como resiliência vai além da capacidade de absorver
os golpes e ficar em pé (o que já é bastante). Ela também
coopera para termos mais qualidade de vida e um bem-estar
efetivo. Habilidades que vêm muito a calhar tanto para
prevenção primária como para secundária e pósvenção.
(Daniel Martins de Barros, 10/09/2019. Disponível em:
https://emais.estadao.com.br/blogs/daniel-martins-de-barros/o-que-eprevencao-de-suicidio-afinal/.)
O que é prevenção de suicídio, afinal?
Dia mundial de prevenção de suicídio, 10 de setembro.
De um tempo para cá todo ano voltamos ao tema. Mas ainda
estamos encontrando o tom.
Após uma vida inteira ignorando o assunto os meios de
comunicação resolveram finalmente abordá-lo. Mas, presos
aos modelos de campanhas de conscientização habituais
focaram-se nos números, taxas de crescimento, histórias
individuais, entrevistas com pessoas afetadas pela questão.
Tudo muito importante para que a sociedade fique mais
esclarecida sobre o panorama local, nacional e até mundial
sobre o suicídio. Mas inócuo para prevenção de fato.
O que é prevenção, afinal? A prevenção em saúde se dá
em três níveis:
Prevenção primária: estratégias para evitar o
adoecimento, retirando fatores de risco.
Prevenção secundária: detecção precoce de pessoas
acometidas por um problema, se possível antes de ele se
manifestar.
Prevenção terciária: intervenções para evitar sequelas
depois que o problema acontece.
De trás para frente, quando se fala em suicídio, não é
possível fazer prevenção terciária, a não ser tratar das
feridas emocionais de quem ficou (na chamada pósvenção).
E o que seria a prevenção secundária nesses casos?
Evitar que pessoas já com intenções ou planos suicidas
cometam o ato. Tal situação normalmente se dá quando
existe um transtorno mental que agrava uma situação de
crise – por estar doente ela não vê outra saída que não a
morte. É preciso então dissuadi-las disso, mostrando que o
ser humano consegue superar qualquer coisa se tiver ajuda
suficiente e se suas emoções não estiverem adoecidas. Não
adianta apresentar números, contar histórias tristes.
Ninguém nessa situação vai pensar “Puxa, quanta gente já
se matou, né? Melhor eu não fazer isso”. Ao contrário, tais
dados podem até normalizar para elas esse comportamento.
Faremos prevenção se ensinarmos todo mundo a detectar
sintomas de depressão, a diferenciar uso e dependência de
substâncias; se combatermos o preconceito com psiquiatria,
psicologia, estimulando em quem precisa a busca de ajuda e
apresentando caminhos para atendimento em crises (como
o CVV – fone 188). Se a sociedade inteira compreender que
essas são formas eficazes de se buscar saídas para situações
aparentemente insolúveis e insuportáveis, poderemos
prevenir alguns casos.
Evidentemente o ideal é que a gente não chegue a
ponto de considerar seriamente o suicídio. Como já vimos
que isso normalmente ocorre quando crises parecem
insuportáveis e insolúveis em função do adoecimento
emocional, esse último deveria ser o alvo da prevenção
primária. É ingênuo achar ser possível prevenir crises. Mas
evitar o adoecimento é um alvo a ser perseguido com afinco.
Atividade física regular, sono de qualidade, alimentação
saudável, desenvolvimento de vínculos afetivos, criação de
uma rede de suporte, tudo isso – de preferência ao mesmo tempo – oferece boa proteção ao adoecimento ou ao
agravamento dos transtornos mentais. Falar disso – que
aparentemente nada tem a ver com o suicídio – talvez seja
uma das formas mais importantes de prevenir novos casos.
Ah, e apesar de óbvio, vale a pena lembrar: não adianta
voltarmos a esses temas apenas ano que vem, ok?
Já percebeu como diante das mesmas situações –
mesmo as dramáticas – tem gente que desmorona, outros
sofrem por um tempo mas seguem em frente, e ainda há
quem não se abale? Isso mostra que boa parte do problema
diante de eventos negativos não está neles, mas em nós –
como nossa história, nossos pensamentos, pressupostos e
crenças interferem na forma com que lidamos com as
adversidades. Em O poder da resiliência (Sextante, 2019) o
psicólogo Rick Hanson se uniu ao consultor Forrest Hanson
para mostrar, baseado em pesquisas científicas e exemplos
práticos, como resiliência vai além da capacidade de absorver
os golpes e ficar em pé (o que já é bastante). Ela também
coopera para termos mais qualidade de vida e um bem-estar
efetivo. Habilidades que vêm muito a calhar tanto para
prevenção primária como para secundária e pósvenção.
(Daniel Martins de Barros, 10/09/2019. Disponível em:
https://emais.estadao.com.br/blogs/daniel-martins-de-barros/o-que-eprevencao-de-suicidio-afinal/.)
A
O emprego da linguagem culta em todo o texto
demonstra seu caráter científico e seu objetivo de
divulgar a ciência.
B
A predominância de elementos da linguagem coloquial
possibilita ao texto uma característica intimista com o
objetivo de provocar no leitor o gosto pela leitura.
C
O uso de expressões regionais demonstra a intenção do
enunciador em promover a quebra do preconceito
linguístico em textos cujo assunto esteja relacionado à
ciência.
D
A utilização da norma padrão da língua associada à
utilização da linguagem informal confere ao texto uma
descaracterização do tipo textual proposto pelo veículo
em que foi divulgado.
E
A utilização de elementos da linguagem coloquial em
alguns momentos confere ao texto proximidade com o seu
interlocutor, atribuindo-lhe uma característica própria
quanto ao uso da linguagem.